quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Lauro Jardim, da Veja, publica nota mentirosa 24/10/2012

247 – Fosse verdadeira, a nota publicada ontem na coluna Radar, de Lauro Jardim, contaria mais pontos a favor de Ricardo Lewandowski do que de Joaquim Barbosa. Dizia o texto que, enquanto o primeiro era ignorado por estudantes de direito, o segundo posava para fotos e distribuía autógrafos. Como o papel de um juiz não é exatamente o de granjear popularidade, a nota em si era prejudicial ao próprio conceito de Justiça.
Ocorre que a nota era também falsa. Os mesmos estudantes de Direito que pediram para tirar fotos com o relator Joaquim Barbosa fizeram o mesmo em relação ao revisor Ricardo Lewandowski. Ou seja: prestaram homenagens aos dois ministros. Mas o roteiro que se constrói nos meios de comunicação é diferente. Só os bons (os “nossos”) merecem aplausos. Os que ousam divergir, devem ser tratados com desprezo.
Ocorre que, ontem, o “herói” Joaquim Barbosa passou pelo constrangimento de aplicar penas não previstas no Código Penal, tendo de ser corrigido, no plenário, pelos próprios colegas.
Leia, abaixo, notícia anterior do 247 sobre a nota falsa da coluna Radar:
QUANDO A IMPRENSA AJUDA A DESTRUIR A JUSTIÇA 
Nota de Lauro Jardim, de Veja, insinua que a qualidade de um juiz está relacionada à quantidade de autógrafos que distribui ou de tietes que pedem fotos ao seu lado; incensando pelos meios de comunicação, Joaquim Barbosa é popular; atacado, Ricardo Lewandowski não venceu o concurso de popularidade; e o que isso importa?
247 – O julgamento da Ação Penal 470, que acaba de merecer dois blocos do Jornal Nacional, a cinco dias de uma eleição, ainda haverá de seu julgado. E será, talvez, lembrado como o exemplo de como um circo montado por meios de comunicação pode corroer o próprio conceito de Justiça.
Nesta tarde, o colunista Lauro Jardim, da revista Veja, publicou uma nota sintomática. Disse que, nesta terça, no plenário, enquanto Joaquim Barbosa era tietado, Ricardo Lewandowski era ignorado. Se é esse o parâmetro para avaliar a conduta de um juiz, o Brasil caminha para o abismo jurídico.
Abaixo, a nota de Lauro Jardim:
A popularidade de Barbosa e de Lewandowski
Ao final da sessão de hoje do julgamento do mensalão, um grupo de estudantes pediu para tirar uma fotografia com Joaquim Barbosa.
Enquanto esperavam para entrar no salão branco, onde circulam os ministros após a sessão, Ricardo Lewandowski passou pelo grupo.
Muito educado, identificou e cumprimentou a professora da turma. Sorriu, conversou um pouco com os alunos e seguiu rumo a seu gabinete.
Com ele, ninguém quis tirar foto.

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