Em Lisboa no final do desfile da CGTP, Arménio
Carlos anunciou a convocação de um dia de protesto nacional para 30 de
maio, feriado roubado pelo atual governo. O coordenador do Bloco de
Esquerda João Semedo disse à TVI que o Governo está condenado a ser
demitido e à Lusa referiu que é impossível qualquer acordo de
concertação social sem o aumento do salário mínimo nacional.
Concentração do 1º de Maio da CGTP na Alameda em Lisboa – Foto de Manuel de Almeida/Lusa
Em Lisboa no discurso do final da manifestação da CGTP, Arménio Carlos anunciou que a "luta continua e que terá no dia 30 de maio, um dia de protesto em todo o país, nos locais de trabalho dos setores privado e público, contra o roubo dos feriados e o trabalho gratuito".
O secretário-geral da CGTP disse que segundo as informações "de 50 localidades em todo o continente e ilhas" tinha-se realizado um "enorme primeiro de maio", "um dos maiores de sempre de todos os anos".
"Este é um 1.º de Maio que se realiza num crescendo de lutas nas empresas e nas ruas" referiu Arménio Carlos, considerando ser necessário recuar a tempos que se julgavam em "definitivo ultrapassados" para se encontrar "níveis de pobreza e de miséria, de desemprego e baixos salários, de roubo do presente e negação do futuro" como os atuais.
Arménio Carlos denunciou os anúncios do Governo sobre crescimento, garantiu que "por mais que o queiram negar e esconder, Portugal aproxima se vertiginosamente da realidade grega" e frisou que está "na hora deste Governo ir embora".
O secretário-geral da CGTP recusou ainda que haja trabalhadores a mais na Administração Pública, denunciou os "novos cortes" no Serviço Nacional de Saúde, exigiu a mudança de política e de Governo, salientando que é possível reduzir na "despesa parasitária nos juros da dívida" e "renegociar a dívida pública", bem como "alargar os prazos para a redução do défice".
A CGTP está a convocar para o dia 25 de maio uma concentração em Belém, Lisboa, contra a "exploração e o empobrecimento, pela demissão do Governo e a realização de eleições".
Em declarações à TVI, João Semedo, presente na manifestação da CGTP em Lisboa, declarou que o Governo está condenado a ser demitido. O coordenador do Bloco de Esquerda afirmou à Lusa que um novo acordo de concertação social tem de implicar o aumento do subsídio de desemprego e do salário mínimo nacional.
"Eu não falo pelas centrais sindicais e muito menos pelos patrões, mas um novo acordo de concertação exige pelo menos duas medidas, o aumento do salário mínimo nacional e do subsídio de desemprego para todos aqueles que não recebem qualquer apoio do Estado, ora estas medidas foram já sucessivamente recusada pelo Governo", salientou João Semedo.
Sobre as novas medidas anunciadas pelo Governo, João Semedo disse que "isso é mais austeridade e muitos sacrifícios para quem já fez tantos sacrifícios" e que estas soluções "não resultam e são absolutamente inúteis".
O coordenador Bloco afirmou ainda: "Este Governo está muito dividido e enfraquecido, há três conselhos de ministros que não se entendem, este Governo se insiste na austeridade vai cair mais tarde ou mais cedo, quer o Presidente da República queira ou não queira".
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