No Brasil, enquanto isso, a queda das vendas no comércio varejista foi de apenas 0,1% em março, em comparação com fevereiro, de acordo com o IBGE. Apesar de os números de abril ainda não terem sido divulgados pelo Instituto, a expectativa já é bem mais animadora que a da Inglaterra. A grande imprensa no país, no entanto, representada pelo tradicional Financial Times, está empenhada em desferir ataques ao Brasil. Nesta semana, a tese foi de que o "bem-estar" vivenciado aqui é "fachada" (leia mais).
Em artigo publicado na última segunda-feira, o jornal britânico prevê a fuga de investidores do Brasil com a saída de Nelson Barbosa - número dois do ministério da Fazenda - da equipe econômica do governo em julho. "A saída dele será apenas mais uma desculpa para que investidores evitem um Brasil que já acreditam ser intervencionista", diz trecho do texto. O artigo afirma que foi visto com "preocupação" o anúncio de Barbosa de que deixaria o governo por "motivos pessoais".
A tal "fuga de investidores", porém, não condiz com a realidade dos fatos, como mostra nesta quarta-feira, no artigo "Sinais de vitalidade na economia", o jornalista Cristiano Romero, do Valor Econômico. "(...) operação realizada em maio indica que os investidores estrangeiros voltaram a olhar ativos brasileiros com interesse. Em apenas um dia, a Petrobras captou US$ 11 bilhões no mercado de dívida internacional", diz o texto. Segundo Romero, há "uma maior confiança dos investidores no país".
Imprensa inglesa virou alto-falante da oposição brasileira
A principal questão a se abordar aqui é: os ingleses, que tanto criticam o Brasil, tiveram uma queda inesperada no consumo e a maior no setor dos alimentos em quase dois anos. Isso é bem-estar? Para o ex-ministro José Dirceu, há uma explicação. "A imprensa britânica há muito tempo virou um alto-falante da oposição brasileira", defende ele, em artigo nesta terça-feira, depois de mais um ataque do FT que, "semana sim e a outra também, dá uma matéria ou editorial puxando para baixo nossa economia".
O ministro do governo Lula continua em sua resposta: "O fato é que em termos de investimentos, todos são afetados pela crise europeia. Soluções para a crise da Grã-Bretanha e da União Europeia (UE) o FT não dá e não tem, a não ser apoiar as políticas de austeridade impostas ao velho continente e que não deram certo até agora".
O petista lembra ainda que o "jornalão" está atrasado, em seu editorial sobre a farsa do bem-estar brasileiro, com relação à inflação e à confiança do consumidor. "(...) o comércio calcula um crescimento de 5% a 6% este ano, um número fantástico se comparado com os da Grã-Bretanha e da Europa. E entre nós a inflação já está em queda mês a mês. Os empregos aqui é que estão em alta, FT!", conclui Dirceu.
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