quarta-feira, 2 de maio de 2012

FMI rejeita cortar laços com Irã após pedido de grupo dos EUA 02/05/2012




A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde: elogios ao Irã e ao Banco Markazi

O Fundo Monetário Internacional (FMI) rejeitou nesta terça-feira uma solicitação de um grupo de pressão americano, que pedia para o órgão interromper sua relação com o banco central de Teerã, para se somar às sanções impostas pelos Estados Unidos e Europa contra o Irã. O FMI disse que sua relação com o Banco Markazi se referia unicamente ao pertencimento do Irã na instituição, e que isso não viola as sanções contra Teerã para impedir o país de desenvolver armas nucleares.
O grupo United Against Nuclear Iran (Uani), um grupo de ex-diplomatas e ex-autoridades americanas, disse que o FMI deve encerrar a conta que tem com o Banco Markazi, alvo específico das sanções, ou suspender a condição de membro do Irã nessa organização internacional. Também criticou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, por ter se reunido no mês passado com o presidente do banco central de Teerã durante a junta de primavera (do Hemisfério Norte) da instituição, em Washington, onde "fez elogios ao Irã e ao Banco Markazi".
"O FMI deve deixar de tratar o regime iraniano como se fosse um governo responsável, em um momento em que a comunidade internacional está tentando isolá-lo". Mas o porta-voz do FMI William Murray disse que a conta da organização com o banco central do Irã existe apenas para preservar os fundos desse país destinados ao FMI, que são uma obrigação para continuar sendo membro.
"Isso não é nada inconsistente com as sanções dos Estados Unidos e da Europa", disse. Quanto ao pedido da Uani para suspender o Irã do FMI, Murray disse: "este é um assunto que seria mais bem tratado entre os países-membros do fundo. Não farei comentários a esse respeito".
AFP

Na Síria, entidades mundiais desmascaram hipocrisia imperialista 02/05/2012


Uma delegação do Conselho Mundial da Paz (CMP) visitou a Síria de 21 a 25 de abril, convidada pelo Conselho Nacional da Paz e pela União Nacional dos Estudantes desse país árabe. A missão do CMP foi composta por 15 organizações nacionais de luta pela paz de todos os continentes e se realizou em cooperação com a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD). A delegação conjunta contou com a participação de 36 organizações de 23 países.


Sírios fazem em Damasco manifestação de apoio ao governo Assad

Entre as organizações presentes, estavam as entidades brasileiras União da Juventude Socialista (UJS), que ocupa a vice-presidência da FMJD na América Latina, e o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz).
O CMP se congratulou com milhões de pessoas amantes da paz na Síria e expressou sua sincera solidariedade com as mobilizações genuínas, pacíficas e sociais e com as justas demandas por mudanças econômicas, sociais e políticas no país” – diz uma nota assinada pelo Secretariado do CMP emitida ao final da viagem. Destacando que o povo sírio será o senhor dos seus destinos, o documento torna preciso que estas genuínas aspirações “nada têm a ver com as nefastas ações de grupos mercenários sírios e estrangeiros que tentam utilizar indevidamente sentimentos religiosos e problemas sociais para servir os interesses de forças imperialistas e seus aliados regionais”.
A delegação manteve encontros em Damasco e Latakia com organizações políticas, religiosas, sindicais, estudantis e visitou a Universidade, onde realizou reuniões com professores e estudantes, oportunidades em que a delegação reafirmou a “plena solidariedade” com o povo sírio em sua decisão de defender seu país das agressões imperialistas dos Estados Unidos, da Otan e da União Europeia e seus aliados regionais, como a Turquia e as monarquias do Golfo.
O documento do CMP assinala que “o processo em curso de imposição de sanções por parte dos Estados Unidos, União Europeia e Liga Árabe contra a Síria tem por objetivo desestabilizar o país, afetando o dia-a-dia e o sustento do povo”. Na opinião da organização pacifista mundial, estas ações refletem a “duplicidade típica” do imperialismo, que – denuncia o CMP – está ajudando os grupos armados em determinadas regiões do país criando uma situação de guerra civil na qual já morreram mais de seis mil pessoas, incluindo mais de dois mil soldados, 200 mulheres e 150 crianças. “O CMP expressa suas condolências às famílias das vítimas”, diz a nota.
No entendimento do Conselho Mundial da paz, a situação na Síria está relacionada com os planos estratégicos das grandes potências para o Oriente Médio: “O plano do “Grande Oriente Médio, com as contradições e antagonismos das forças imperialistas pelo controle dos recursos energéticos e esferas de influência, visa a estabelecer regimes aliados aos interesses imperialistas, por meio da ‘mudança’ violenta de regime, de guerras e intervenções, como recentemente ocorreu na Líbia”.
O CMP saúda os protestos que têm ocorrido em vários países contra a ingerência imperialista na Síria e sublinha que somente o povo sírio é capaz de decidir sobre os seus destinos e sua liderança, e considera positivos os esforços para alcançar o diálogo nacional.
Ao retornar ao Brasil, a presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, que esteve à frente da delegação do CMP, declarou ao Vermelho que a “agressão à Síria fere os princípios do Direito Internacional de não ingerência e respeito à autodeterminação e soberania de cada povo para resolver os seus próprios problemas”. A ativista brasileira considera que “a ingerência e as agressões imperialistas ameaçam toda a humanidade”. Ela destaca ainda a necessidade de “vigilância, resistência e luta dos povos para impedir que o imperialismo norte-americano e a União Europeia, através dos seus instrumentos de guerra, como a Otan, sigam adiante em sua ofensiva para saquear as riquezas nacionais e concretizar planos de dominação econômica e geopolítica”. Socorro insiste em que é necessário mobilizar um amplo movimento de solidariedade ao povo sírio, “uma gente de valor, laboriosa e combativa, que defende heroicamente sua soberania contra o intervencionismo imperialista”.
A Federação Mundial da Juventude Democrática também emitiu nota ao final da visita, em que condena a “retórica hipócrita dos imperialistas sobre democracia e direitos humanos, usados como pretextos para justificar seus planos”. “A FMJD manifesta sua solidariedade ao povo sírio em sua luta contra o imperialismo. Apoiamos esta luta para que o povo sírio seja senhor do seu próprio futuro, seja a força decisiva do progresso social e político e dará fim aos planos imperialistas”, finaliza o documento.
André Tokarski, presidente da União da Juventude Socialista (UJS), também foi entrevistado pelo Vermelho no seu retorno de Damasco. “Foi proveitoso o contato com estudantes na Universidade síria, assim como com as organizações da FMJD que integraram a comitiva”, disse André. Ele conta que em todos os contatos que os dirigentes juvenis fizeram na Síria, “o que ouvimos é que não se trata de um conflito originário das contradições do povo sírio mas uma armação das forças inimigas que não querem ver a Síria prosperar como país soberano”.
O presidente da UJS informa ainda que a juventude síria está se mobilizando contra as milícias mercenárias e um grande número de jovens se alistam voluntariamente no Exército para lutar em defesa do país. André considera que é “muito importante o papel da FMJD na sensibilização e mobilização da juventude mundial na luta pela paz, luta na qual a UJS desempenha um papel destacado, sob inspiração dos princípios políticos e ideológicos que a regem – o internacionalismo e o imperialismo”. Ele finaliza dizendo que a paz é uma bandeira revolucionária principalmente para a juventude, pois esta é a primeira a sofrer com a guerra”.
 Vermelho.org.br

EUA apertam cerco contra quem tenta burlar sanções a Irã e Síria 02/05/2012




O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta terça-feira uma determinação dando ao Departamento do Tesouro mais poder para ir atrás de pessoas ou grupos que tentam escapar das sanções do país contra Irã e Síria. O Tesouro informou na terça-feira que a determinação garante "uma nova autoridade para apertar ainda mais as sanções dos EUA ao Irã e à Síria."
"O Tesouro tem agora a capacidade de identificar publicamente pessoas e entidade estrangeiras que se engajaram nessas atividades evasivas e enganosas, e geralmente barram o acesso aos sistemas financeiros e comerciais dos EUA", disse o departamento em comunicado.
Reuters

"Bank of America demitirá 2.000 funcionários de alto escalão" 01.05.12


O Bank of America (BoA) planeja demitir 2.000 funcionários de alta renda em suas divisões de banco de investimentos, banco comercial e gestão de ativos não-americanos, informou nesta terça-feira o "The Wall Street Journal".Estas operações apresentaram uma grande expansão após a compra do Merrill Lynch em 2009 e a redução de postos prevista é significativa devido ao desempenho dessas contas para boa parte dos ingressos do banco, disse o jornal.A estes cortes se soma a eliminação de 30 mil postos de trabalho do banco de varejo em três anos, anunciada em setembro passado, como parte de um plano para reduzir em US$ 5 bilhões os custos da empresa e restaurar a confiança dos investidores.Ao final de março, o BoA empregava 278.700 pessoas.O último corte de empregos planificado se produz em um momentos em que o BoA enfrenta uma onda de deserções de funcionários de alto escalão e de outros negócios institucionais.O BoA informou redução no lucro líquido do primeiro trimestre, devido ao impactado de encargos contábeis relacionados à dívida do banco. A instituição apresentou lucro líquido de US$ 653 milhões no trimestre, contra US$ 2,05 bilhões no mesmo período do ano anterior.Segundo o banco, houve perda de US$ 4,8 bilhões em ajustes de portfólio ao valor de mercado.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bolívia expropria empresa espanhola de energia 01/05/2012

Após Argentina, Bolívia expropria empresa espanhola de energia

A TDE é responsável por 73% das linhas de transmissão do setor elétrico da Bolívia 


 



SÃO PAULO - O presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou nesta terça-feira, 1º, a Transportadora de Electricidad SA (TDE), distribuidora de energia controlada pela espanhola Red Eléctrica Internacional. Morales ordenou a ocupação da empresa pelas Forças Armadas.
"Hoje, como nós homenageamos aos trabalhadores e aos cidadãos da Bolívia que lutaram para a recuperação dos recursos naturais e serviços básicos, nós estamos nacionalizando a provedora de transmissão de energia elétrica", disse Morales.
O anúncio foi realizado em solenidade do Dia do Trabalho no Palácio de Quemado, em La Paz. A TDE foi fundada em 1997 e é responsável por 73% das linhas de transmissão do sistema elétrico da Bolívia.
De acordo com o site da TDE, 99,94% de seu capital pertence à Red Eléctrica Internacional, enquanto a outra fatia (0,06%) é de propriedade dos trabalhadores da empresa.
A medida é uma resposta aos pedidos dos trabalhadores, que exigem reajustes salariais maiores. Desde que chegou ao poder, Morales já nacionalizou outras empresas no Dia do Trabalho, em setores como o de petróleo e eletricidade.
Uma porta-voz do governo espanhol procurada pela agência Dow Jones disse que a Espanha está analisando a situação de perto e poderá divulgar um comunicado ainda hoje.
Em abril, a Argentina anunciou a expropriação de outra companhia espanhola, a petrolífera YPF, de propriedade da Repsol.
(Com informações da AFP, Dow Jones e Efe)

O FBI erra a mão, outra vez, contra internautas 01/05/2012



O que os internautas temos de saber (e de aprender sozinhos)
30/4/2012, Electronic Frontier Foundation (EFF, San Francisco, EUA)
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Campus da Universidade de Pittsburgh
Mais uma vez, lá vem o FBI – executando mandatos ilegais de busca e apreensão, e atrapalhando o tráfego legítimo na internet – sem que ninguém os impeça de prosseguir com os desmandos.
Desde o final de março, várias ameaças de bomba, sempre anônimas, foram enviadas por e-mail à Universidade de Pittsburgh. Na investigação, o FBI descobriu que as ameaças estavam sendo disparadas de um servidor hospedado pela cooperativa progressista “Internet Service Provider (ISP) May First/People Link (May First)” (1º de maio/Link do Povo (1º de maio) [1]). O servidor é usado pela rede European Counter Network (ECN), de um grupo italiano de ativistas, e armazenado num servidor em New York que oferece ferramentas seguras de comunicação para ativistas em todo o mundo e que também é usado pelos grupos May First e Riseup [2]. 
Quando receberam a visita do FBI nos seus escritórios em NY, o pessoal de May First procurou nossa organização, e concordamos em ajudá-los. Dia seguinte, o FBI voltou, já com mandato de busca, exigindo acesso aos dados do servidor. Nós ajudamos o pessoal de May First a responder ao mandato, [3] e May First entregou a pouca informação que tinha: declarou que o servidor estava rodando um programa de reenvio anônimo, Mixmaster [4], que remove as informações de cabeçalho e, semelhante ao programa Tor [5], reencaminha os e-mails de modo a ocultar os dados e preservar o anonimato de quem envia.
A evidência de que a investigação levara o FBI até um programa de reenvio anônimo de e-mails e, portanto, a um beco sem saída, deveria ter sido o fim da história. Estava absolutamente claro que de nada adiantaria continuar a cavar, porque os programas de reenvio anônimo de mensagens não deixam rastros de papel. São programas especificamento criados com a capacidade de desligar o logging, para preservar o anonimato de quem envia a mensagem. E se o logging estava desligado – como estava, nesse caso – nada se ganharia com examinar os servidores.
Apesar disso, dia 18/4, o FBI desconectou [6] o servidor [7], desligando-o da empresa à qual estavam ligados May First e Riseup, por força de mandado judicial de investigação [8]. O efeito do desligamento, para as investigações, foi zero. Durante o tempo em que o servidor permaneceu desconectado, as ameaças de bomba continuaram [9].Ninguém foi preso. E, mesmo depois de um grupo ter assumido a responsabilidade pelo envio dos e-mails com ameaças [10], nada sugeria que tivesse havido qualquer participação do servidor desligado pelo FBI.
Muito mais grave, porém, foi o dano colateral. O mandado judicial autorizava o desligamento do servidor e a captura de e-mails, comunicações e arquivos que houvesse no servidor, além dos registros de endereços de IP  [11]conectados ao servidor e todas as datas e horário daquelas conexões. E o servidor era usado por grande quantidade de usuários que nada tinham a ver com as ameaças de bombas. Como May First e Riseup explicaram no press-release conjunto que distribuíram:
Foram atingidos e prejudicados pelo desligamento professores, artistas, historiadores, grupos feministas, grupos de direitos para os gays, centros comunitários, de documentação e arquivos de programas, e grupos defensores da liberdade de comunicação e expressão. O servidor também hospedava a lista “Cyber rights” [Cyber direitos], a mais antiga lista de discussão da Itália sobre essas questões; um grupo de solidariedade a migrantes mexicanos e outros grupos de apoio a indígenas e trabalhadores na América Latina, Caribe e África. No total mais de 300 contas de e-mail, entre 50 e 80 listas de discussão e várias páginas foram desconectadas da Internet pela ação do FBI. Nenhum desses usuários jamais tive qualquer relação com as ameaças de bomba. A máquina que foi desligada não continha contas de e-mail, listas ou dados de usuários. Todos os dados ali armazenados pertenciam à European Counter Network (ECN).  [12]
Mas o amplo mandato judicial não trazia qualquer limitação que impedisse os agentes da lei de invadir o servidor, à procura do que quisessem procurar – e que eles não sabiam que não poderiam encontrar ali.
Infelizmente, não é a primeira vez que a mão pesada do governo excede-se, o que resultou em amplo – e caro – confisco ilegal de aparelhagem digital.
Assessorados por nossa organização, EFF, as empresas Long Haul Infoshop e East Bay Prisoner Support (EBPS) [13] processaram o FBI e a Polícia, por invasão não autorizada de seus escritórios e abuso de autoridade. O caso de The Long Haul começou em 2008, quando o FBI e o Departamento de Polícia da Universidade da California, Berkeley (UCBPD) trabalhavam juntos na investigação de uma série de ameaças enviadas por e-mail a pesquisadores que usavam animais vivos em suas pesquisas em UC Berkeley. A investigação determinou que os e-mails haviam sido enviados de um endereço de Internet Protocol (IP) que pertenceria à empresa Long Haul Infoshop em Berkeley [14], California, local de convivência e encontros comunitários, que oferecia conexão gratuita por internet ao público em geral.
Políciais confabulam em frente a um edifício em Pittsburgh que recebeu ameaça de bomba no início de abril/2012.
Se os investigadores tivessem trabalhado melhor e com mais atenção, teriam considerado o tipo de informação que conseguiriam obter, se conseguissem obter alguma informação da análise de computadores que o público usava, dado que dificilmente obteriam, daqueles computadores, qualquer prova de que a organização Long Haul estivesse diretamente ligada aos e-mails de ameaças.
Pois mesmo assim a Polícia pediu ao juiz, e obteve, um mandato que autorizava o confisco e a invasão de todos os computadores e drives de armazenamento de dados de todo o prédio. O FBI e a UCBPD cortaram os cadeados e entraram nos escritórios de Long Haul e confiscaram, não só os computadores usados pelo público em geral, mas também os computadores que estavam em salas privadas, que também foram arrombadas, e que eram usados para publicar o jornal de Long Haul, “Slingshot”, além dos de EBPS, cujos escritórios funcionam no prédio de Long Haul's Infoshop. Não surpreendentemente, como em Pittsburgh, os investigadores do FBI nada encontraram ali que os auxiliasse na investigação das ameaças, e ninguém foi preso. Dessa investigação só resultou uma conta que o Estado teve de pagar.
Com a ACLU da California do Norte, processamos o FBI e a UCBPD em 2009 [15], como advogados de Long Haul e EBPS. Depois de três anos de processo, firmou-se um acordo, em março de 2012, pelo qual a UCBPD e o FBI aceitaram pagar 100 mil dólares, para cobrir danos e prejuízos que causaram, além dos honorários dos advogados. E a UCBPD assinou declaração em que reconhece que a organização Long Haul nada tivera a ver com as ameaças [16].  
Não são incidentes que envolvam só o FBI.
Em outro exemplo de excessos praticados pelo Estado, ano passado agentes do Serviço de Imigração e Costumes [orig. Immigration and Customs Enforcement (ICE)] rastrearam um endereço de IP que levava à residência de Nolan King, de onde retiraram seis hard drives que estariam relacionados a uma investigação criminal.
Como explicamos, mandatos judiciais baseados exclusivamente num endereço de IP servem, principalmente, para desperdiçar tempo e recursos dos agentes da lei, muito mais do que produzem prova de alguma ilegalidade, porque pode acontecer de nada ligar diretamente um IP e uma pessoa. Foi o que aconteceu no caso de King – que estava rodando um node de saída Tor em sua residência, e os agentes não poderiam encontrar ali (como de fato não encontraram) nenhuma das provas que estavam procurando. O abuso de autoridade causou preocupações e incômodo ao Sr. King, que viu sua casa invadida por um enxame de policiais que tiraram de lá objetos de sua propriedade, sem que ele tivesse praticado qualquer ilegalidade ou contravenção; e a polícia, por seu lado, nada obteve que auxiliasse ou encaminhasse mais produtivamente sua investigação.
No caso do servidor desligado nos escritórios dos grupos May First e Riseup, o fato de que o servidor foi usado para facilitar discurso anônimo – por vazadores de informação e ativistas pró democracia em países de regimes opressivos – acrescenta mais uma ordem de problemas e preocupações. Embora ameaça de bombas não seja o tipo de mensagem protegida pela 1ª Emenda, não há meio pelo qual um redistribuidor de mensagem anônima consiga distinguir entre os discursos bons e os discursos maus [17].
Se o único meio que o Estado conhece para enfrentar a ameaça dos discursos maus é desligar todos os equipamentos pelos quais circulam todos os discursos, estamos aí ante uma grave ameaça à liberdade dos cidadãos e a direitos garantidos pela Constituição dos EUA.
Excesso é excesso.
A capacidade de força que o Estado tem, para revistar uma pessoa e suas propriedades – e, como nesse caso, para fazê-la calar completamente – é poder descomunal, em cujo exercício o Estado pode muito facilmente cometer excessos e abusos. Cabe aos investigadores, afinal, investigar corretamente, antes de recorrerem a mandados de busca intrusivos, que atacam o direito legal à privacidade de cidadãos inocentes, interrompem atividade legal e calam vozes que têm garantido o pleno direito à manifestação. Além disso, como já dissemos, não se admite que mandados de busca e apreensão de equipamento eletrônico sejam inespecíficos; e, de modo algum, podem ser ilimitados. [18] Cabe ao juiz que assine esses mandados distinguir entre os dados que realmente interessam e os modos legítimos de obtê-los, e a caça indiscriminada de qualquer equipamento, programa ou arquivo que, de modo algum, poderia ter qualquer relação com cada investigação em curso.
É importante que todos saibam que a Electronic Frontier Foundation (EFF, San Francisco, EUA) está ativamente engajada e trabalhando incansavelmente para impedir que o poder de revista e busca que compete ao Estado seja usado de modo abusivo, muito mais contra a liberdade de manifestação e o direito ao anonimato na Internet [19], do que a favor desses direitos, que o Estado tem o dever de proteger.
____________________________
Notas dos tradutores
[2] Riseup
[4] Mixmaster
[5] Tor Project   
[11] Endereço IP
[19] No Brasil, o anonimato é vedado em geral, nos termos do Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, art. 5º, IV: “é vedado o anonimato”. Mas o sigilo é constitucionalmente protegido na correspondência por e-mail, nos termos do Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, art. 5º, XII: “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”; e a Lei nº 9.296, de 1996, determina regras para interceptação e gravação de comunicações por telefone.

Israel preocupado com transferência de tecnologias militares dos EUA para Brasil 01/05/2012



Israel está preocupado com transferência de tecnologias militares de EUA para Brasil

Os Estados Unidos estão intensificando seus esforços no mercado de armas na América Latina, especialmente no Brasil, e eliminam restrições à transferência de tecnologias. Estes passos levantam preocupações em Israel, sendo que poderia criar grande problemas para indústria de defesa israelita, informa o Israel Defense.
Recentemente todos os ramos da indústria de defesa de Israel têm intencificando sua presença na Ámerica Latina devido à sua grande potencial comercial. Em particular, tal empresas como Elbit Systems e Rafael entraram no mercado e ainda adquiriram várias subsidiárias no Brasil.
Entretanto, uma eliminação de restrições à transferência de tecnologias norte-americanas pode afetar negativamente o negócio dos fabricantes de sistemas de armas israelitas.
Voz da Rússia