quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cancelamento de contrato com Embraer é 'vergonhoso', diz chefe da Força Aérea dos EUA 29/02/2012

Segundo Norton Schwartz, ao cancelar abruptamente o contrato, Força Aérea dos EUA está "deixando nossos parceiros na mão"

AFP 

O chefe da Força Aérea americana disse nesta quarta-feira que o cancelamento do contrato para a compra de aviões Super Tucano da Embraer para o Afeganistão é "vergonhoso" e prometeu rever rapidamente a licitação.

"Não há como ficar satisfeito com isso", disse o general Norton Schwartz a jornalistas. Ele disse que a Força Aérea relançaria "rapidamente" a disputa para a compra dos 20 aviões de combate leve para o exército afegão, já que os recursos para o programa deverão expirar até o fim do ano fiscal de 2013. "Trabalharemos com rapidez", completou.
A Força Aérea americana cancelou abruptamente na terça-feira o contrato de US$ 355 milhões com a Sierra Nevada Corp. e a fabricante de aeronaves Embraer, dizendo que abriria uma investigação depois de uma ação legal impetrada pela concorrente americana Hawker Beechcraft Corp.
A decisão representou um revés para a Força Aérea, que tenta mudar suas práticas de compra de armamentos depois que uma licitação para um novo tanque de abastecimento de voo foi marcada por escândalos e controvérsias.

Schwartz disse que será "uma profunda decepção" se os fatos mostrarem que a Força Aérea estragou o contrato, e expressou preocupação de que o cancelamento possa atrasar a entrega de uma aeronave vital para o exército afegão.
"Uma das coisas com as quais estou mais triste - sem mencionar a vergonha que esse fato trás para nós como Força Aérea - é o fato de que estamos deixando nossos parceiros na mão aqui", disse.
O general alertou sobre uma punição disciplinar drástica se a investigação revelar que o contrato foi cancelado por algum erro de procedimento. "Posso garantir que se isso não foi um erro inocente, haverá punições", completou.
Ele disse que a Força Aérea trabalhará duro para resolver o problema. O contrato para a compra dos 20 aviões AT-29 Super Tucano da Embraer foi fechado em dezembro como parte dos planos para armar o exército afegão após a saída da Otan daquele país.
Mas a Força Aérea americana informou que não estava "satisfeita" com a documentação apresentada na decisão. A Hawker Beechcraft Corp, sediada em Wichita, Kansas, protestou contra o resultado da licitação em uma corte federal, argumentando que seu avião AT-6 foi injustamente excluído da competição.

Zé Povinho: Quem ganha e quem perde com o Funpresp 29/02/2012

por Zé Povinho, em comentário
 http://www.viomundo.com.br/denuncias/ze-povinho-quem-ganha-e-quem-perde-com-o-funpresp.html



A previdência nunca foi deficitária. Em primeiro lugar, o governo retira 20% das verbas destinadas pela CF88 [Constituição Federal de 1988] à area social, por meio da DRU [Desvinculação de Receita da União], e faz com esse dinheiro o que quiser. Isso aí já é um dos motivos para o chamado “rombo da previdência”, que nada mais é do que dinheiro desviado da Seguridade Social (Previdência, Saúde e Assistência Social) para fazer superávit primário com o dinheiro dos trabalhadores.
Os ricos, como sabemos, pagam muito menos impostos do que os trabalhadores e (por meio do famigerado planejamento tributário ou da mais deslavada sonegação) vivem muito bem, obrigado, sem precisar de aposentadoria pública porque vivem de rendas emprestando ao governo cafetão do povo brasileiro.
Márcio H. Silva acrescentou:
Caro Zé Povinho, o estudo do Deputado PAIM [Na verdade senador Paulo Paim, PT do Rio Grande do Sul] mostra que o RGPS [Regime Geral de Previdência Social] é superavitário e o RPPS [Regime Próprio de Previdência Social] e Militar são deficitários. Dilma na campanha afirmou isto. E eu do RGPS me aposentei com pouco menos de 5 mínimos e no entanto paguei a vida toda ao INSS pelo teto. Levei duas porradas, a primeira é o salário de referência que é média dos últimos 60 meses, e depois entrou o fator [previdenciário] que comeu mais um pouco os meus proventos. Enfim me aposentei com 0,79 do teto de REFERENCIA (que não é o mínimo, é média), enquanto os funcionários públicos e militares se aposentam integral. Você acha isso justo?
Zé Povinho respondeu:
Você foi vítima do fator previdenciário, Márcio. O problema com o Funpresp [Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais] é retirar a responsabilidade do Estado em remunerar os servidores de forma digna. Se você for contribuir com uma previdência complementar, além de contribuir para o RGPS, que vida vai levar? Além de contribuir para dois regimes (o geral e o complementar, para teoricamente se aposentar com um provento integral), a Receita ainda vai garfar 27,5% do seu salário se vc receber mais do que 3 mil e 800 e poucos reais. Vai sobrar dinheiro para quê? Vamos trabalhar para dar dinheiro aos rentistas e para um fundo de previdência privada que vai ser gerido por bancos que ganharão horrores especulando com nosso dinheiro?
O Funpresp é uma forma de detonar o Regime Geral de Previdência Social. Desde que a CF88 foi promulgada, pode reparar, que a ordem social que está nela vem sendo destruída por emendas constitucionais de caráter neoliberal. E o neoliberalismo, sabemos agora, foi destruído pelo livro “O universo neoliberal em desencanto”, onde 3 brasileiros acabaram com essa história de que existem preços de equilíbrio em mercados abertos. É essa teoria que o mercado se apóia para dizer que existem juros de equilíbrio que impedem que haja inflação com o crescimento do PIB. É essa teoria furada que é usada para aumentar a taxa SELIC, que explode a dívida pública (atrelada a ela em 1/3 do montante) e obriga o governo a desviar recursos da sociedade para alimentar os rentistas que sempre apoiam, com a imprensa-empresa, a subida dos juros para ganhar mais dinheiro.
A trabalho que acabou com o neoliberalismo está aqui: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-tres-brasileiros-que-refutaram-as-bases-do-neoliberalismo
Os bancos que mamam no dinheiro dos nossos impostos, em 2012, estão aqui: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/hp/downloads/dealers/Dealers_1Sem12.pdf
BCO BRADESCO S A
BCO BTG PACTUAL S A
BCO CITIBANK S A
BCO DO BRASIL S A/MERCADO
BCO J P MORGAN S A
BCO SANTANDER (BRASIL) S A
BCO VOTORANTIM S A
CAIXA ECONOMICA FEDERAL/MERCADO
CM CAPITAL MARKETS CCTVM LTDA
HSBC BANK BRASIL S A – BANCO MULTIPLO
ITAU UNIBANCO S A
RENASCENCA DTVM LTDA/BRAD
(Período de Avaliação: 10/02/2012 a 31/07/2012)
Pela enésima vez, o tamanho do roubo que o andar de cima promove no Tesouro Nacional:






Altamiro Borges: Fundos privados degradam serviço público 28/02/2012

Retrocesso na previdência do servidor
Por Altamiro Borges, no blog do Miro


Por pressão do Palácio do Planalto, poderá ser votado ainda nesta semana o projeto que cria o Funpresp (Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal). O DEM ameaça obstruir a votação e o PSDB diz que apresentará emendas. Os dois partidos concordam com a tese de “privatização” da previdência social, mas tentam criar embaraços e constrangimentos para o governo num ano eleitoral.
Na outra ponta, deputados mais vinculados ao movimento sindical resistem à pressa na votação por discordarem do conteúdo do projeto. Ele cria novas regras para os futuros servidores, que perdem a aposentadoria com salário integral e passam a receber os valores mínimos do INSS. Para complementar a renda, eles terão que contribuir para um fundo privado da previdência.
Servidor “pauperizado”, serviço “degradado”
Inúmeros estudos indicam que o Funpresp prejudicará os funcionários públicos e terá impacto negativo na própria qualidade dos serviços prestados à população. Sem a aposentadoria integral, várias carreiras despertarão menos interesse dos profissionais com maior formação. Experiências mundiais comprovam que os “fundos privados” degradam os serviços e beneficiam exclusivamente os banqueiros.
Segundo alerta o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), Pedro Delarue, “a criação da previdência complementar para o funcionalismo público vai retirar uma das poucas vantagens de se entrar para o setor. Ele vai ficar esvaziado e a população é que será prejudicada”. O servidor será “pauperizado” e o serviço será ainda mais degradado.
Máquina de capital para os banqueiros
Já para João Paulo Ribeiro, dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o projeto é “privatizante”, retira direitos históricos dos servidores e beneficia apenas o chamado mercado. O Funpresp será “uma máquina do capital”, permitindo que a contribuição dos trabalhadores seja “usada pelos bancos e instituições financeiras em transações e especulações”.
A votação do projeto deve ser tensa. A Confederação Nacional dos Servidores Públicos (Condsef) agendou visitas aos deputados. Também foi criada uma Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, que recebeu a adesão de mais de 200 deputados. Além disso, caso seja aprovado, a briga irá para a Justiça, já que o projeto tem “várias inconstitucionalidades”, segundo o Sindifisco.
A pressão da mídia rentista
Apesar da pressão, o governo federal não está disposto a negociar. Alega que o Funpresp é vital para reduzir os gastos e equilibrar as contas públicas. Nesta ofensiva, a presidente Dilma Rousseff conta com o apoio dos deputados ligados às entidades patronais e da mídia corporativa. Nas últimas semanas, os jornalões publicaram vários editoriais em defesa do projeto.
O jornal Valor, por exemplo, defendeu no seu editorial de sexta-feira passada (24) que o “Funpresp é prioridade para desarmar a ‘bomba relógio’” dos gastos públicos. Na mesma semana, outro editorial do diário das famiglias Marinho e Frias, mais voltado para os executivos, criticou o governo pela redução da taxa básica de juros. Bem coerente: mais juros para os rentistas, menos direito para os servidores!

Sobre o Fundo de Previdência dos Servidores 29/02/2012


Não vejo nenhuma incoerência no projeto que se votou, instituindo um fundo de previdência complementar para os servidores públicos.
É um sistema semelhante ao que existe há décadas na Petrobras e no Banco do Brasil.  Não é uma previdência privada, como se vem falando, onde a acumulação seja apenas do empregado: haverá contrapartida do Estado, até certo limite.
Primeiro, nada muda para a imensa maioria dos servidores, que recebe menos de R$ 4 mil mensais. Ou seja, não mexe com o nosso “barnabé”.
Mais: não atinge o direito à aposentadoria integral a ninguém que já tenha ingressado no serviço público. Não fere, portanto, direito e nem mesmo expectativa de direito de quem quer que seja. Só vale para quem entrar, a partir de agora.
Terá, como os fundos de pensão, administração pública e compartilhada, entre representantes do Estado e dos servidores, estes últimos eleitos. Portanto, não é como a previdência privada dos bancos, entregue à gestão privada. É claro que ela pode operar através dos bancos públicos, mas estes não participam das decisões sobre como e onde investir. Estas são do conselho e da direção paritáriamente constituidas entre o Estado e ospróprios servidores.
Estamos tentando aplicar, ainda a obrigatoriedade de cálculos atuariais, como forma de dar maior segurança aos servidores.
Mas é preciso que se veja, exatamente, do que se está falando aqui. E, pra isso, vou usar o texto que retirei do blog de um economista e servidor público, Mansueto Almeida Jr:
(…)até 2008, várias carreiras do serviço público pagavam uma gratificação denominada “gratificação por desempenho”. Por exemplo, metade do meu salário ou de um técnico de nível superior do ministério do planejamento ou do Tesouro Nacional vinha dessa “gratificação por desempenho” e, ao me aposentar, perderia metade dessa gratificação ou 25% do meu salário.
Por exemplo, o salário final das carreiras do grupo de gestão (analista de finanças e controle, analista de planejamento e orçamento, analista de comercio exterior, especialista em políticas públicas e gestão governamental, técnico de finanças e controle, técnico de planejamento e orçamento) do governo federal, no início de 2008, era de R$ 11.775,69. Ao se aposentar, esse funcionário teria seu rendimento reduzido para R$ 8.846,74. Como seria o mesmo caso hoje? Bom, hoje essa gratificação por desempenho foi incorporada ao salário para as carreiras de gestão; o que significa que esse mesmo funcionário se aposentaria hoje com o seu salario de final de carreira que passou para R$ 18.478,45 sem nenhuma perda. Ou seja, o beneficio previdenciário de 2008 para 2011 para os funcionários do grupo de gestão (estou neste grupo) teve um aumento de 108,9%.
Segundo, ao longo dos próximos quatro anos há uma janela aberta na qual 252 mil servidores públicos civis poderão se aposentar. Vamos ser conservadores e trabalhar com a hipótese que apenas metade desses funcionários vão exercer efetivamente o direito de se aposentar, ou seja, apenas 126 mil funcionários. Isso daria uma média anual de 31.500; mais do que triplo da média dos últimos anos e semelhante ao boom de aposentadorias que correu nos três anos que seguiram ao Plano Real, quando muitos ficaram receosos da reforma da previdência e da perda de direitos que decorreria de tal reforma.
O gráfico abaixo mostra na linha vermelha o corte de 30 mil servidores aposentados no ano, uma linha que só foi ultrapassada desde o Plano Real, em 1995 e 1996, e agora temos o risco de, mais uma vez, ultrapassar essa linha.
Bem, deu para perceber que algo tinha de ser feito. Sobretudo porque é insustentável o preço que se paga, com o dinheiro público, para as carreiras típicas de Estado, no Judiciário e fora dele. Fora deste regime estão apenas os parlamentares -deputados e senadores – e ocupantes de cargos comissionados não-funcionários, cuja contribuição e limite de proventos são hoje iguais  aos dos trabalhadores da iniciativa privada.
Porque o Estado precisa crescer, ampliar-se, contratar mais e pagar adequadamente a seus servidores. Nas contas aí de cima, só para repor o pessoal que está em condições de aposentar-se, teríamos 130 mil contratações em quatro anos.
Embora a Funpresp não vá trazer alívios no curto prazo para o caixa do Governo – nem deste, nem dos próximos – previne um horizonte em que o Estado terá de deixar de cumprir suas missões para, apenas, bancar a aposentadoria dos serrvidores.
E vai, capitalizada com as contribuições de um quadro crescente de servidores e desonerada, por muitos anos, de arcar com o pagamento de proventos, ser uma ferramenta – importante e lucrativa – para financiar investimentos estruturais que o Brasil precisa.
Por isso, meu voto foi sim.


 http://www.tijolaco.com/

IBM avança para um computador quântico, próxima revolução da informática 29/02/2012

De AFP


WASHINGTON, 29 Fev 2012 (AFP) -
A empresa americana IBM revelou um grande avanço no desenvolvimento de um computador baseado na mecânica quântica, a física dos elementos infinitamente pequenos regida por leis diferentes das do mundo visível, a próxima revolução informática, segundo os especialistas.
"O trabalho que fazemos no computador quântico não é apenas uma experiência das forças brutas da física", afirmou em um comunicado Matthias Steffen, cientista chefe de pesquisa da IBM, cujo objetivo é desenvolver sistemas de computação quântica que podem ser aplicados à solução de problemas reais no mundo.
"É hora de criar sistemas baseados na ciência quântica, que levará o cálculo nos computadores a uma nova fronteira", acrescentou. Os pesquisadores acreditam que conseguirão isso entre dez e 15 anos. Ao contrário da física clássica, onde os conceitos de onda e partícula estão separados, no universo quântico são as duas faces de um mesmo fenômeno, uma propriedade que, teoricamente, permite multiplicar as capacidades dos computadores.
A parte da informação mais básica que um computador atual pode entender é um bit.
Este é um dígito binário ou de dois valores, isto é, 0 ou 1, que também é uma unidade de medida no computador que designa a quantidade elemental de informação.
No mundo quântico, esta unidade básica, chamada qubit, pode ter valor 0 ou 1 como um bit, mas também possuir os dois valores ao mesmo tempo, uma estrutura descrita como "superposição".
Esta característica, em teoria, permitirá aos computadores quânticos realizar milhões de cálculos simultaneamente.
Atualmente, as unidades informáticas de maior desempenho podem decifrar um número de até 150 cifras, mas um número de 1.000 dígitos requereria praticamente toda a potência de cálculo disponível no mundo, enquanto que um computador quântico o faria em apenas algumas horas, segundo explicam os pesquisadores.
Este avanço divulgado pelos cientistas da IBM reunidos na conferência anual da Sociedade de Física Americana, que é realizada esta semana em Boston (Massachusetts), proporcionará uma redução das margens de erros dos cálculos elementares.
Isso permite manter por mais tempo a integridade das propriedades da mecânica quântica nos qubits.
O problema é que um qubit tem um tempo de vida muito curto, de apenas alguns bilionésimos de segundo quando os pesquisadores começaram a trabalhar com ele há cerca de dez anos.
A IBM criou recentemente um qubit tridimensional a partir de circuitos feitos de materiais dotados de uma supracondutividade, que conduzem a eletricidade sem resistência. Quando são resfriados a uma temperatura próxima do zero absoluto, esses circuitos se comportam como qubits estáveis por até 100 microssegundos, um avanço multiplicado por de duas a quatro vezes em comparação com os recordes anteriores.
Entre as outras aplicações potenciais do computador quântico estão a pesquisa nos bancos de dados de informação não-estruturada, a execução de um conjunto de tarefas extremamente complexas e a solução de problemas matemáticos que ainda não foram resolvidos.
A Física Quântica, que se baseia em novos postulados, e a Teoria da Relatividade de Einstein são consideradas as teorias mais importantes do século XX.
Ela descreveu o comportamento dos átomos e das partículas que a Física clássica, sobretudo, a mecânica Newtoniana, não conseguia fazer, permitindo revelar algumas propriedades do radiação eletromagnética.

Extrema pobreza registrou queda recorde na América Latina 29/02/2012


DA FRANCE PRESSE, EM WASHINGTON
O número de pobres que vivem com menos de US$ 1,25 por dia caiu a níveis recorde na América Latina no triênio 2005-2008, a 6,5% da população, a mesma tendência apresentada em todos os países em desenvolvimento, informou nesta quarta-feira o Banco Mundial.
Em 2008, um total de 1,29 bilhão de pessoas, o equivalente a 22% da população dos países em desenvolvimento, vivia em extrema pobreza, ou seja, com menos de US$ 1,25 por dia, a cota internacional fixada pelo Banco Mundial.
Isso representa uma queda pela metade em relação a 1990, quando o BM começou a avaliar de forma sistemática e integral a pobreza no mundo.
Também significa que o primeiro objetivo de desenvolvimento do Milênio, que era reduzir a extrema pobreza à metade em relação a 1990, foi cumprido antes da data limite de 2015, segundo as estatísticas do Banco.
Um total de 1,94 bilhão de pessoas vivia em extrema pobreza em 1981, o que acentua o êxito desta redução da pobreza, levando-se em conta o aumento geral da população mundial.
"Esta redução geral ao longo de um ciclo trienal de seguimento se dá pela primeira vez desde que o Banco começou a contabilização da extrema pobreza", explicou o texto.
AL E CARIBE
Na América Latina e no Caribe, "a partir de um máximo de 14% de pessoas que viviam com menos de US$ 1,25 por dia em 1984, a taxa de pobreza alcançou seu nível mais baixo até então [6,5%] em 2008", explicou o texto.
A porcentagem de pobres que vivem com menos de dois dólares por dia na região era de 12% em 2008, explicou em uma coletiva de imprensa por telefone Martin Ravallion, diretor do Grupo de Pesquisas do Banco.
Na América Latina, o número de pobres aumentou até 2002, mas veio diminuindo de forma pronunciada desde então.
BRASIL
O Brasil costumava competir com a África do Sul como o país com mais desigualdades sociais no mundo, mas as políticas sociais e o crescimento econômico também estão fechando esta lacuna no país sul-americano, assim como no resto da região, explicou Ravallion.
Embora o estudo tenha terminado em 2008, a crise econômica mundial que explodiu neste ano não teve a repercussão que se temia, disse o Banco.
"Análises mais recentes (...) revelam que, embora as crises dos alimentos e dos combustíveis, além da crise financeira ocorrida nos últimos quatros tenham provocado em alguns casos fortes impactos negativos (...), a pobreza mundial, em conjunto, seguiu caindo", explicou o texto.
Mas os especialistas do Banco advertiram contra qualquer sentimento de vitória.
"Os 663 milhões de pessoas que superaram os limites da pobreza típicos dos países mais pobres continuam sendo pobres em comparação com o nível de vida que impera nos países de renda média e alta", disseram.
Embora os países pobres tenham alcançado em seu conjunto o nível de redução de pobreza fixado pela ONU, regionalmente apenas a Ásia (Leste Asiático e Ásia Central) atingiu concretamente este objetivo.
"Diante do ritmo atual de progresso, cerca de um bilhão de pessoas seguirão vivendo na pobreza extrema em 2015", explicou Ravallion.
A pesquisa se baseou em 850 estudos e pesquisas em 130 países até 2008, em comparação com os 22 estudos utilizados pelo BM no início de suas medições mundiais da pobreza, em 1990.
ÁSIA E PACÍFICO
Por regiões, a Ásia oriental e do Pacífico mostrou o progresso mais impressionante: 77% vivia com menos de US$ 1,25 por dia em 1981, em 2008 esta porcentagem era de 14%.
Na Ásia meridional, a taxa de extrema pobreza caiu de 61% em 1981 para 36% em 2008.
Na África Subsaariana, pela primeira vez, menos da metade da população (47%) vivia com menos de US$ 1,25 por dia em 2008 (51% em 1981).
No Oriente Médio e Norte da África, 2,7% da população vivia em extrema pobreza em 2008.

GM e PSA Peugeot Citroën criam aliança estratégica global 29/02/2012

Norte-americana vai ficar com participação de 7% no grupo francês; montadoras esperam obter sinergias de R$ 3,4 bilhões por ano

iG São Paulo


Foto: Divulgação Ampliar
Dan Akerson (esq), da General Motors, e Philippe Varin, da PSA, anunciam aliança estratégica
A General Motors e a PSA Peugeot Citroën anunciaram nesta quarta-feira a criação de uma aliança estratégica global, com foco na fabricação de veículos e em compras conjuntas. O primeiro carro produzido em parceria pela montadora norte-americana e francesa deverá ser lançado em 2016.
O acordo prevê uma operação de aumento de capital da PSA Peugeot Citroën de aproximadamente 1 bilhão de euros (R$ 2,3 bilhões), por meio da emissão de ações preferenciais. A operação integra investimento feito pela família Peugeot, maior acionista da PSA, com 30% das ações do grupo.
Já a General Motors vai adquirir uma participação de 7% no capital do grupo e se tornar o segundo maior acionista da PSA. A entrada da GM, no entanto, não terá efeito sobre a governança da montadora francesa, afirmam as empresas em comunicado.
A aliança terá como pilar o compartilhamento de plataformas de veículos, componentes e módulos. Além disso, também está prevista a criação de uma joint venture de compras de produtos e serviços para atuar em escala global, com volume de compras de cerca de US$ 125 bilhões por ano.
As companhias esperam que a aliança resulte, nos próximos cinco anos, em sinergias de aproximadamente US$ 2 bilhões por ano (R$ 3,4 bilhões). A comercialização dos veículos de cada montadora, no entanto, continuará a ocorrer de forma independente.
"Essa parceria constitui uma formidável oportunidade para as duas companhias", diz em nota Dan Akerson, CEO da General Motors. "As sinergias criadas pela aliança, que complementam os planos de cada parceiro, contribuirão para garantir à General Motors uma rentabilidade duradoura e sustentável na Europa".
Ambas companhias tem perdido bastante na Europa nos últimos anos e pretendem reverter a situação com acordo. As operações europeias da GM perderam US$ 747 milhões no ano passado, enquanto a divisão principal da Peugeot ficou 497 milhões de euros negativa na segunda metade do ano.


(Com Reuters e agências)

BC Europeu empresta R$ 1,2 trilhão a 800 bancos 29/02/2012

Medida anticrise tem intenção de reativar o fluxo de crédito entre governos e empresas

Reuters 
Os bancos tomaram 530 bilhões de euros (R$ 1,2 trilhão) na segunda oferta de financiamentos de três anos do Banco Central Europeu (BCE) nesta quarta-feira, levemente acima das previsões, aumentando as esperanças de que, com mais crédito fluindo para empresas e governos, os custos dos empréstimos vão diminuir ainda mais.
Um total de 800 bancos pegou dinheiro emprestado nessa operação, com a demanda excedendo os 500 bilhões de euros (R$ 1,13 tri) esperados por operadores consultados pela Reuters e bem acima dos 489 bilhões de euros (R$ 1,11 tri) alocados na primeira operação do BCE no final de dezembro.
"Isso aumentará muito o nível de excesso de liquidez, que finalmente está positivo ou muito positivo para operações de risco", disse Luca Cazzulani, do UniCredit. "Os títulos italianos e espanhóis devem se beneficiar disso assim como os mercados de ações."
Os empréstimos de três anos são a última tentativa do BCE para combater a crise da zona do euro.
O presidente do BCE, Mario Draghi, cujo país natal, a Itália, estava no epicentro da crise quando o banco anunciou a medida no final do ano passado, disse que após a primeira das operações, conhecidas como LTROs, "uma grande, grande crise de crédito" havia sido revertida.
Os bancos usaram grande parte do 489 bilhões de euros (R$ 1,11 tri) que pegaram emprestado na primeira vez para cobrir dívidas que estavam vencendo. Draghi os incentivou a emprestar o dinheiro que pegaram na operação desta quarta-feira para famílias e empresas, ajudando a melhorar o crescimento da economia.
Autoridades do BCE esperam que os bancos também usem o dinheiro para comprar títulos de alto rendimento mais agressivamente, especialmente os da Itália.
A evidência preliminar sugere que os bancos, especialmente na Espanha, mas também na Itália, usaram o primeiro LTRO para fazer mais da "operação Sarkozy" -um termo adotado pelos mercados após o presidente da França sugerir que os governos olhassem para o vigor dos bancos com o dinheiro do BCE para comprar os seus títulos.
Os bancos espanhóis compraram 23,1 bilhões de euros (R$ 52,61 bi) de títulos do governo no mês passado e os italianos, 20,6 bilhões de euros (R$ 46,92 bi), ambas altas recordes.


(Reportagem de Paul Carrel; reportagem adicional de Sakari Suoninen, Marc Jones e Eva Kuehnen)

"Opção por Embraer foi atacada nos EUA" 28.02.12



Desde a escolha da Embraer para fornecimento de 20 aviões A-29 Super Tucano, oficializada em 30 de dezembro, a decisão da Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf) tem sido criticada duramente por políticos republicanos. Também tornou-se fonte de atritos entre os governos dos Estados da Flórida, que abriga instalações da Embraer, e do Kansas, onde se encontra a sede da Hawker Beechcraft.A escolha da Embraer significaria a perda de empregos em Wichita. A cidade está sob risco de ver fechada outra facilidade do setor aeronáutico, desta vez da Boeing Company. A opção da Usaf pela Embraer havia se tornado também munição eleitoral contra Obama. O pré-candidato republicano Newt Gingrich criticara pelo menos duas vezes a escolha dos aviões da Embraer.Em comunicado, o deputado federal Mike Pompeo, republicano de Kansas, afirmou ter chamado a atenção para o fato de "algo não cheirar bem" nessa licitação. "Estou contente por ter seguido os meus instintos e lutado pela Hawker Beechcraft e pelos empregos que ela gera em Kansas. Eu aplaudo a Usaf por ter, finalmente começado a eliminar esse véu de sigilo", afirmou.
Visita. O Itamaraty e o Departamento de Estado americano esperavam que a Justiça desse um parecer favorável à compra dos aviões da Embraer pela Usaf, questionada pela Hawker Beechcraft antes da visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, no dia 9. A decisão foi submetida à Corte Federal de Apelação, mas agora, com a desistência do negócio pela força aérea americana, perde o objeto .Embora não estivesse entre os temas formais de discussão das equipes de Dilma e do presidente dos EUA, Barack Obama, o contrato da Usaf com a Embraer seria um exemplo da iniciativa da Casa Branca de atrair investimentos brasileiros para gerar empregos no país.Para atender ao pedido, a Embraer estava decidida a ampliar suas instalações na Flórida, para adequá-la à exigência de produção parcial dos aviões nos EUA ou, ainda, a montar uma linha na planta de sua parceira, a americana Sierra Nevada Corporation, em Sparks, Nevada.Também alimentava a expectativa de ver a encomenda elevada a 55 unidades, o equivalente a US$ 950 milhões, e receber encomendas de outros parceiros dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O primeiro avião do pacote seria entregue em fevereiro de 2013. O acordo previa fornecimento de peças, componentes, documentação técnica e treinamento de pessoal.

"Em três anos, o BNDES já liberou R$ 230 bi para incentivar a economia" 28.02.12



O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já repassou mais de R$ 230 bilhões dos empréstimos que obteve do Tesouro Nacional nos últimos três anos para incentivar investimentos na economia. De acordo com o mais recente relatório gerencial sobre a aplicação desses recursos, a maior parte do dinheiro serviu para financiar projetos de grandes empresas. Elas ficaram com quase 65% do total, com taxas similares às cobradas das pequenas.Nos cálculos do BNDES, o volume desembolsado com base nesses recursos até agora viabilizaram investimentos da ordem de R$ 317 bilhões no País e a geração ou manutenção de mais de 7 milhões de empregos. O relatório trimestral elaborado em janeiro é uma prestação de contas do banco em contrapartida às leis aprovadas no Congresso entre junho de 2009 e março de 2011, que já autorizaram o empréstimo de R$ 265 bilhões do Tesouro Nacional para o BNDES.Do último crédito, de R$ 55 bilhões, o BNDES pegou R$ 45 bilhões, deixando o restante para complementar as operações este ano, já que pisou no freio em 2011 reduzindo em 17% o volume de desembolsos em relação a 2010. O levantamento mostra que os créditos aprovados pelo BNDES despejaram na economia R$ 230,25 bilhões do Tesouro no apoio a 620,9 mil projetos.Embora as micro, pequenas e médias empresas respondam por quase 86% do volume de operações, as grandes corporações ficaram com R$ 149,5 bilhões, 64,9% do total. Segundo o relatório do BNDES, isso se deve à predominância de grandes grupos nos setores de infraestrutura, insumos básicos e bens de capital sob encomenda.Além disso, o BNDES aplicou R$ 24,7 bilhões dos recursos que recebeu do Tesouro na capitalização da Petrobrás, em 2010. Desconsiderando essa operação, a concentração entre as companhias consideradas grandes por terem faturamento superior a R$ 300 milhões, cairia pouco, para 60%. Além da Petrobrás, foram financiadas pelo BNDES com recursos do Tesouro empresas como Vale, Oi, Cosan, Fibria, Weg, Renault, Vivo e Ambev.Entre os empreendimentos apoiados estão as Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, e a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, mas 45,2% dos recursos foram emprestados para empresas no Sudeste, onde está 55% do Produto Interno Bruto (PIB).Menor porte. Os projetos das pequenas empresas naturalmente são de menor porte, mas a alta participação delas no total de operações se deveu, principalmente, às taxas subsidiadas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). As linhas do programa repassaram R$ 129,5 bilhões dos recursos do Tesouro entre 2009 e 2011, com R$ 153,5 bilhões contratados. Mais de 80% foram para operações de baixo valor para aquisição de máquinas, equipamentos, ônibus e caminhões. Outros 18% financiaram exportação e 1% foi para projetos de inovação.Prorrogado até o fim de 2012, o programa tem subsídio do Tesouro para cobrir a diferença das taxas praticadas abaixo da TJLP (6% ao ano), referência dos empréstimos do BNDES. Além de reajustar as taxas, o banco criou condições diferentes por porte de empresa para reduzir o custo fiscal do programa. Mesmo assim, a média do custo pago foi parecida. O das grandes foi de 7,7%, enquanto os das médias, micro e pequenas foi de, respectivamente, 7,79%, 7,14% e 7,74%.Anteontem, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que ainda é cedo para dizer se o banco precisará de novo reforço de caixa este ano, já que o governo ainda alinhava sua estratégia de incentivos ao setor produtivo em meio ao novo abalo global. Instrumento da política anticíclica do governo após a crise de 2008, o BNDES estabilizou seu desembolso anual no atual patamar de R$ 140 bilhões.Para o economista Márcio Garcia, professor do Departamento de Economia da PUC-RJ, o BNDES não tem tanta influência sobre a taxa de investimento e deveria ter papel complementar no financiamento das empresas, que deveriam buscar outras fontes. "O combate à crise não passou de uma desculpa para o BNDES assumir um outro papel, que é perigoso porque faz as empresas dependentes do banco e cria distorções no mercado. A questão não é a concentração de grandes empresas, mas se é razoável o Estado financiá-las."

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Espanha critica endurecimento do Brasil para entrada de turistas do País 28/02/2012

Governo brasileiro decidiu que passaria a tratar os europeus da mesma forma que Madri trata os brasileiros


Jamil Chade
GENEBRA - O governo da Espanha critica a postura do Brasil em relação ao endurecimento das condições para a entrada de espanhóis ao País e diz que as novas medidas adotadas pelo Brasil são "injustificadas " e que são "além do normal ". Questionado pelo Estado durante um evento em Genebra, o secretário de Assuntos Externos da Espanha, Gonzalo de Benito, insistiu que Madri tentará reverter as decisões de Brasília antes da entrada em vigor das medidas, no dia 2 de abril.
A Espanha vive sua pior crise econômica desde a volta da democracia, em 1977. O desemprego chega a 22% da população e metade dos jovens não tem trabalho.
A crise também reverteu o sentido da migração. Entre 2000 e 2007, a Espanha recebeu 5 milhões de imigrantes, a maioria da América Latina. Mas, pela primeira vez em 30 anos, a Espanha registrou em 2011 um êxodo de pessoas maior que a chegada de imigrantes. Uma parte importante desse contingente tem justamente ido ao Brasil.
Diante do fluxo cada vez maior de espanhóis, o governo brasileiro decidiu que passaria a tratar os europeus da mesma forma que Madri trata os brasileiros.
No final de 2011, a reportagem esteve no consulado do Brasil em Madri, apenas para constatar as longas filas de espanhóis fazendo solicitações de vistos para trabalhar no Brasil. Fontes do Itamaraty, porém, admitiam já na época que um número importante de espanhóis estava desembarcando como turistas no Brasil e então partindo em busca de emprego.
A partir do dia 2 de abril, o espanhol que chegue ao País terá de mostrar que tem passagem de volta marcada, comprovação de uma reserva de hotel e dinheiro suficiente para se manter. Isso significará R$ 170,00 por dia.
Se o turista for permanecer em casa de parentes ou amigos, uma carta terá de ser mostrada. O documento terá de conter uma assinatura reconhecida em cartório.
Negociação - Para o secretário espanhol, Madri não desistiu e vai continuar a pressionar o governo brasileiro a rever suas leis. "Isso é algo que estamos falando com o Brasil. Claro que cada país pode colocar as condições que quiser para a entrada de pessoas em seu território. Mas entendemos que diante do conjunta das relações que temos com a América Latina e em especial com o Brasil, não se justifica que espanhóis tenham restrições a entrada que vão mais além do normal e do que tínhamos até agora ", declarou o secretário.
Benito defendeu que haja ainda um acordo antes do dia 2 de abril. Mas não indicou que estaria disposto a rever as regras para a entrada dos brasileiros. " Esperamos chegar a uma solução e que o fluxo de intercâmbio continue com normalidade e sem os obstáculos que sejam os minimamente imprescindíveis ", disse.
Nos últimos anos, porém, o Brasil foi o alvo de o maior número de deportações em aeroportos espanhóis entre todas as nacionalidades e, apesar das queixas do Itamaraty, pouco foi feito para rever essa situação. Em 2010, 1,6 mil brasileiros foram barrados na Espanha, sob a alegação de que estavam tentando entrar ilegalmente para trabalhar sem visto.
Até agosto de 2011, esse número tinha sido de 1005 e o volume continua em franca queda diante da decisão de brasileiros de não buscar empregos na Espanha.
Benito não acredita que a medida brasileira seja agora uma retaliação. " São medidas que vamos tomando diante dos fluxos que temos. Mas esperamos chegar a uma melhoria nas condições para a entrada de espanhóis no Brasil ", concluiu.

Movimento sem-terra do Paraguai aceita deixar terras de “brasiguaios” 28/02/2012

Terras do brasileiro Tranquilo Favero teriam sido transferidas de maneira irregular durante a ditadura de Alfredo Stroessner | Foto: Antonio Cruz/ABr
Da Redação
Um grupo de sem-terra do Paraguai acampados numa fazenda de produtores brasileiros de soja começou a deixar a propriedade nesta segunda-feira (27) após negociações e o compromisso do governo de atender suas reivindicações. A fazenda fica localizada em Ñacunday, a 400 quilômetros de Assunção, no Paraguai.


O governador do departamento de São Pedro, José Ledesma, que se reuniu com o grupo de sem-terras, conhecidos como “carperos”, confirmou que os camponeses aceitaram ser transferidos em caminhões militares ao Parque Nacional de Ñacunday. As autoridades propuseram aos “carperos” que eles aguardem no parque enquanto buscam uma solução para o conflito que ocorre desde meados do ano passado na região, que faz fronteira com o Paraná.
Os sem-terra exigem do governo a devolução de terras públicas que teriam sido transferidas de maneira irregular durante a ditadura de Alfredo Stroessner ao brasileiro Tranquilo Favero, o maior produtor individual de soja do Paraguai, que arrenda parte de seus terrenos a outros produtores “brasiguaios”, como se conhece os colonos brasileiros neste país.
Um dos advogados de Favero, Guillermo Duarte, criticou o acordo e disse que a polícia deveria despejar os “carperos” por invasão de propriedade. Duarte disse ainda que a decisão faz com que os camponeses possam não ser processados. Ele reclamou também que os sem-terra não foram retirados para um local realmente afastado da propriedade de Favero. A medida também foi criticada por organizações de proteção ao meio ambiente, que alertaram para possíveis danos no Parque Nacional Ñacunday.
Advogada de Favero pede ajuda a senadores
Após relato de advogada, senadores enfatizaram que a soberania do Paraguai deve ser respeitada | Foto: Lia de Paula / Agência Senado
A advogada dos produtores rurais brasileiros no Paraguai, Marilene Sguarizi, pediu nesta segunda-feira (27) ajuda aos senadores do Brasil para que intervenham perante o governo paraguaio. Marilene participou de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
“Os grupos de campesinos migram de uma propriedade para outra. Quando as autoridades viram as costas, eles voltam para o mesmo lugar de novo. Isso quando conseguimos que as ordens judiciais sejam cumpridas”, contou a advogada.
Marilene defendeu que os brasileiros compraram as terras no Paraguai legalmente e têm seu direito reconhecido pela lei paraguaia, mas um decreto presidencial tem propiciado brigas judiciais e invasões de terra.
Cautelosos, os senadores que participaram da reunião lembraram que o Paraguai é um vizinho amigo e que a questão deve ser resolvida respeitando a soberania do país e demonstraram preocupação que ações do governo brasileiro possam despertar sentimentos de hostilidade entre os dois países.
Em carta, Lugo afirma que vai respeitar leis vigentes | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Ao fim da audiência, o ministro da Embaixada do Paraguai, Didier Adorno, entregou aos senadores uma carta do presidente paraguaio em que Lugo se compromete a trabalhar para pôr fim aos conflitos. No documento, Lugo ratifica que a ação governamental irá respeitar a lei vigente e o Estado de Direito e que o Poder Judiciário do país ficará encarregado de dirimir os conflitos. Além disso, ele se compromete a trabalhar pelo respeito aos direitos dos produtores que adquiriram terras legalmente.


Com informações da Efe e da Agência Brasil

Polícia põe fim a acampamento do Occupy de Londres e prende 20 28/02/2012

Polícia e oficiais de justiça cumpriram na madrugada desta terça-feira (28) decisão da Corte Real de Justiça de Londres e removeram as barracas do movimento OccupyLSX, que estavam há mais de quatro meses em frente à Catedral de São Paulo, no centro da capital britânica. A ação durou cerca de cinco horas e até às 4h a reportagem do Opera Mundi presenciou 12 prisões; um porta-voz da polícia do centro financeiro disse à BBC que 20 pessoas foram presas.



Polícia remove manifestantes acampados em distrito financeiro londrino desde outubro passado / Foto: Reuters

O OccupyLSX, ou Ocupe a Bolsa de Londres, havia firmado acampamento na área no dia 15 de outubro do ano passado, logo em seguida a um grande protesto anticapitalista e antiganância, que reuniu cerca de 3 mil pessoas em pleno centro financeiro londrino.

Quando o movimento estava no auge, em novembro passado, pelo menos 200 barracas dominavam a paisagem. Ontem ainda havia mais de 100, que foram arrastadas e jogadas em caçambas de caminhões de lixo.

A remoção do acampamento foi um pedido da City of London Corporation, companhia que administra parte do centro de Londres. A corte decidiu em favor da City, que alegava que o movimento estava interrompendo o fluxo de pedestres, facilitando problemas de saúde pública e causando transtornos aos turistas que visitam a catedral. Faltam menos de cinco meses para a Olimpíada começar.

Mesmo sem o espaço da Catedral de São Paulo, o OccupyLSX ainda tem um outro grande acampamento em Finsbury Square, um pouco mais ao norte. Membros concordam que o movimento perdeu consistência nas últimas semanas, mas sustentam que qualquer lugar do Reino Unido é passível de ser ocupado. “As pessoas sempre nos agradeceram pelo que a gente fez aqui. Perdemos um território, mas vamos conquistar outros”, afirmou Pete Temp, membro do movimento.

Na madrugada

Os oficiais de justiça (com coletes laranjados) foram acompanhados por um grande contingente policial (com coletes amarelos). Às 0h50, as ruas e avenidas no entorno da catedral estavam fechadas. Cerca de 30 policiais da tropa de choque aguardavam o andamento do protesto em uma rua paralela, a Ave Maria Lane.

Kyle Winters, formado em Teatro Comunitário, usando balaclava e gritando alto, estava agitado. Todas as estruturas do acampamento estavam desmontadas, menos uma: as prateleiras da Tent City University, ou “Universidade da Cidade das Barracas”, que acabou servindo de palanque para um grupo de pelo menos 20 manifestantes irredutíveis.

“Espero que a remoção seja pacífica, mas nunca se sabe o que vai acontecer”, disse Winters ao Opera Mundi. “É um ato fascista”, gritou em direção aos policiais.

A estudante norte-irlandesa Catherine Broger lamentava. Para ela, era “triste” o fato de a ação ocorrer no meio da noite. “Estamos na era da austeridade e eles gastam dinheiro para retirar nossas barracas. Estamos aguardando de forma pacífica o resultado da ação”, afirmou.

Varredura


Era 1h50 quando as luzes da praça foram apagadas pela primeira vez. Àquela altura, o contingente policial já havia pelo menos dobrado e a tropa de choque tomava posição para abrir espaço e chegar à barricada. Às 2h, a área foi praticamente isolada e 15 minutos depois já estava completamente cercada. Apesar da tensão, não houve confronto entre policiais e manifestantes.

Com caminho aberto pela tropa, os oficiais de justiça avançaram em direção às prateleiras, que se tornaram uma espécie de arquibancada para protestos. Enquanto isso, um grupo de cerca de 50 pessoas, aglomeradas nas escadarias da catedral, acompanhavam o último bastião do movimento cair aos poucos.

Sob os gritos de “o mundo está assistindo”, eles retiraram, um a um, cada manifestante até que, de braços dados em cima do palanque, caíram como peças de dominó. Às 3h20, uma varredura da tropa de choque removia o grupo que estava na escadaria, que tinha poucos minutos antes, por meio de votação, decidido resistir de forma pacífica.

Nessa noite, no mínimo 10 pessoas foram presas pela polícia. O estudante George Barda, que respondeu individualmente à ação da City contra o Occupy, lamentou a remoção. “Nosso movimento já não é mais tão homogêneo e fica difícil estabelecer uma estratégia de resistência. Poderíamos ter nos unido e ficado no centro da praça, invocando nossos direitos civis. Uma pena”, disse.

De acordo com Barda, o grupo tentaria se reunir novamente em Picadilly Circus, área bastante turística e simbólica da capital londrina, ou procuraria um novo lugar para recomeçar.


Fonte:Portal Vermelho

Dilma aos generais da reserva: a comandante sou eu! 28/02/2012


O artigo 84 da Constituição Federal é claro. Ele arrolada entre os atributos que competem privativamente ao chefe da Nação a função de “exercer o comando supremo das Forças Armadas”.

Não há dúvidas a respeito. Nem pode haver. E foi o que a presidente Dilma Rousseff deixou claro, novamente, ao enquadrar oficiais generais da reserva, presidentes dos clubes Naval, da Aeronáutica e Militar, que quebraram a disciplina regimental ao criticar, em nota conjunta, a presidente Dilma Rousseff, duas ministras do governo e o Partido dos Trabalhadores que, na comemoração dos 32 anos de sua fundação, voltou à carga contra o regime dos generais.

O motivo é o de sempre; o apego dogmático à lei de Anistia de 1979, adotada pela própria ditadura de 1964 e que protege agentes da repressão que cometeram perseguição, sequestro, tortura e assassinato políticos durante aquele regime discricionário.

O pretexto, desta vez, foram declarações da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, apoiando processos judiciais contra agentes da repressão da ditadura. E da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que, em seu discurso de posse, fez críticas veementes contra a ditadura e foi aplaudida pela presidente Dilma Rousseff.

São duas mulheres que têm a autoridade de quem sofreu na pele os abusos da repressão da ditatura. Não tem sentido, para os chefes militares da reserva saudosos da ditadura, argumentar perante elas para atenuar aquelas violências – estavam em lados opostos; elas – como os milhares de perseguidos políticos – na situação de vítimas; eles, ao lado dos algozes.

Soou mal quando, na nota conjunta que divulgaram em 16 de fevereiro, aqueles chefes militares manifestaram a pretensão de neutralidade da presidente Dilma Rousseff, ou de ministros de seu governo, contra aqueles crimes. É inadmissível a crítica que fizeram à presidente da República por ter aplaudido as manifestações da ministra Menicucci, e a cobrança clara, feita por eles, de que Dilma a condenasse ou desautorizasse.

A questão de fundo é a proximidade da entrada em funcionamento da Comissão da Verdade, cujos membros serão nomeados até março para examinar aquele passado tenebroso com olhar crítico. Aqueles chefes militares reivindicam o direito de ter presença e voz nessa Comissão e temem o que entendem como uma “unilateralidade” das apurações.

Dilma manifestou sua contrariedade com a atitude dos generais da reserva. E, de novo, fez valer sua voz de comandante em chefe das Forças Armadas, como já havia feito em agosto do ano passado, quando sua autoridade de comandante em chefe das Forças Armadas foi desafiada pelo então ministro da Defesa, Nelson Jobim, que acabou demitido.

O caminho seguido pela resposta da presidente foi o da hierarquia, cujo topo é ocupado por ela. Dilma convocou o ministro da Defesa, Celso Amorim, que chamou os comandantes de cada uma das Forças, cabendo a eles executarem o enquadramento dos generais indisciplinados, que foram constrangidos a divulgar outra nota, no dia 23, desautorizando a anterior. O comportamento da presidente não podia ser outro, até porque ela deve cumprir a Constituição em todos os seus quesitos.

O almirante Veiga Cabral, presidente do Clube Naval, ainda esperneou, dizendo que os militares não podem ficar calados ao serem “desafiados de um lado e engolirmos sapo de outro”.

Ele está errado. As críticas à ditadura militar e a exigência pública de esclarecimento dos crimes cometidos pela repressão não são desafios às Forças Armadas, mas expressam o clamor pela apuração da ação de agentes do Estado que cometeram aqueles crimes hediondos e imprescritíveis. Que precisam ser apurados e punidos, em nome da democracia e da civilização. Eles sim são “sapos” enfiados goela abaixo da Nação e que não podem ser aceitos e nem se pode calar sobre eles.

A comandante em chefe sou eu: este foi o recado de Dilma para as viúvas da ditadura. A “neutralidade” reivindicada por eles é uma prerrogativa de casta inaceitável na democracia, regime no qual todos (chefes militares ou não) devem estar subordinados à Constituição. A apuração dos crimes cometidos durante a ditadura militar tem este sentido: o do respeito à Constituição. Respeito que não foi partilhado pelos golpistas de 1964, pelos generais e seus paus mandados que exerceram o poder e cometeram barbaridades condenadas, e que deixam saudades em setores conservadores cuja visão hierárquica da sociedade fundamenta a pretensão de terem direitos especiais e estarem a salvo da lei. Não estão.




Fonte: Portal Vermelho

Síria abandona reunião do Conselho de Direitos Humanos 28/02/2012


A Síria abandonou nesta terça-feira (28) a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que tinha a proposta de analisar a situação nesse país e acabou demonstrando que o objetivo do encontro foi apoiar os grupos armados e propiciar a intervenção estrangeira.


"O único objetivo deste período de sessões é atiçar os chamados do terrorismo e potencializar a crise em meu país com medidas de apoio a grupos armados", disse o embaixador de Damasco, Faisal Al-Hamwi, antes de sair da sala.

Al-Hamwi classificou de "estéril" o debate e alertou que, por trás da pressão internacional para que se permita a entrada ao país de organizações de assistência humanitária, está o desejo de uma ingerência militar para propiciar uma mudança de governo.

Advertiu que as "graves distorções do conceito da proteção humanitária e a proteção civil" serviram de argumento a alguns países no passado para "encobrir intervenções armadas flagrantes".

"Estamos diante de um plano preestabelecido para atacar o Estado sírio e suas instituições sob o pretexto das necessidades humanitárias", agregou o embaixador.

Acrescentou que, se alguém quer ajudar a Síria, deve "deixar de incitar e incentivar o sectarismo e de fornecer armas e dinheiro a grupos armados, colocando os sírios uns contra outros".

Na reunião, a Alta Comissionada para os Direitos Humanos, Navi Pillay, assumiu a mesma postura do Ocidente de condenar unicamente o governo e não aos grupos armados, ao mesmo tempo em que eludiu referir-se ao veto da Rússia e da China a uma resolução no Conselho de Segurança por considerá-la uma ingerência nos assuntos internos de um país soberano.

Fonte: Prensa Latina

HSBC, crise, demissões e lucros 28/02/2012

A crise e a sua pergunta mais incômoda

O presidente mundial do HSBC, o inglês Stuart Gulliver, mandou demitir 30 mil funcionários do banco em 2011; cerca de 11 mil já foram para o olho da rua, atesta a agencia Bloomberg em despachos desta 2ª feira. O negócio funcionou, claro: a exploração funciona. O banco deu lucros de R$ 28,6 bilhões em plena crise, 27,6% mais do que em 2010; Gulliver foi regiamente recompensado pelos acionistas. Satisfeitos com os dividendos, autorizaram pagar ao centurião entre bônus novos e atrasados, mais salários e gratificações, a bagatela de RS 17,8 milhões.

Passados quatro anos da explosão da ordem neoliberal, a ciranda da fortuna que ela consagrou continua a girar impunemente. A engrenagem liga o apetite pantagruélico dos acionistas à cobiça de CEOs, como Gulliver, que recorrem ao vale-tudo de demissões maciças a negócios temerários, como a bolha das subprimes, para atingir 'metas' que nem de longe são as da sociedade ou as do desenvolvimento equilibrado.

No Brasil, a banca elevou em 316% seus lucros entre 2002 e 20112. A inflação do período foi de 55%. Cá, como lá, gullivers e acionistas lambuzaram-se à tripa forra, mas não baixaram a guarda: no ano passado, seu destacamento nativo municiou a mídia e partidos amigos de sólidos 'argumentos' para vetar o imposto de 0,01% sobre operações financeiras, cuja receita seria destinada a afrouxar os gargalos da saúde pública.

Os números, as metas e os métodos repisam a grande pergunta da crise que a mídia conservadora, a plutocracia e mesmo parte da esquerda fingem não ouvir: 'por que um serviço público essencial como o provimento do crédito à economia, bem como a administração financeira da riqueza social, deve continuar nas mãos dos Gullivers & Cia, em detrimento de milhões de lilliputianos urbi et orbi? Curto e grosso: o que mais precisa acontecer para a agenda progressista assumir que o controle público do sistema financeiro é um requisito à superação da desordem neoliberal? Dirija-se a indagação também ao ambientalismo consequente --ou alguém imagina que haverá desenvolvimento sustentável enquanto as taxas de lucratividade estiverem referenciadas ao paradigma de retorno oferecido pela dominância rentista?

Postado por Saul Leblon às 17:19

Carta Maior

Itaipu deve fechar fevereiro com recorde em geração de energia 28/02/2012


DA REUTERS, NO RIO
A Itaipu Binacional deve encerrar fevereiro com patamar recorde de geração de energia, a exemplo do desempenho de janeiro, afirmou o presidente da empresa que controla a hidrelétrica na fronteira entre Brasil e Paraguai, Jorge Samek, reforçando a perspectiva de fechar 2012 com resultado histórico.
Segundo ele, em janeiro e fevereiro a produção de energia cresceu 7% em relação ao recorde anterior da companhia e 3% sobre o primeiro bimestre do ano passado. O executivo não informou quando o recorde anterior foi atingido.
Para este ano, Samek estima que a produção supere os cerca de 94,6 milhões de megawatt-hora (MWh) registrados em 2008. No ano passado, a geração de Itaipu somou 92,4 milhões de MWh.
"Estamos trabalhando com a perspectiva de recorde em 2012 porque começamos bem o ano, temos compradores para a nossa energia, São Pedro está colaborando. E a perspectiva para a economia em 2012 também é melhor", disse ele a jornalistas em evento na empresa da Eletrobras Furnas nesta terça-feira.
Segundo Samek, a usina de Itaipu começou a operar em 1984, mas a produção a plena carga ocorreu apenas em 1991.
"Nossa meta é chegar a 100 milhões de MWh já no ano que vem. É um desafio e acho que vamos chegar a isso nos próximos anos com reforço e ampliação de rede", acrescentou.
Samek afirmou ainda que deve ser pleiteado este ano um aumento no preço da energia gerada por Itaipu para US$ 24,30 por megawatt-hora (MWh). Segundo ele, o custo "no pé da usina" atualmente está em US$ 22,60.
"Nossa energia (preço) está congelada há três anos e queremos fazer a correção cambial desse período", disse. "Até 2023, pelo tratado entre Brasil e Paraguai, vamos amortizar a usina".

Incorporadora dos EUA desembarca no Brasil com plano de US$ 1 bi 28/02/2012


DA REUTERS
Com o plano de investir US$ 1 bilhão em três anos, a incorporadora Related Brasil anunciou sua chegada ao país com uma meta ambiciosa: estar entre as maiores empresas do setor neste mesmo prazo.
Criada a partir das incorporadoras norte-americanas The Related Group e Related Companies, a nova empresa começa a dar os passos iniciais em território brasileiro com a estimativa de destinar US$ 120 milhões aos primeiros projetos, que devem ser lançados em cerca de três meses.
"A intenção é estar entre as maiores empresas (incorporadoras) em três anos", disse o presidente-executivo da Related Brasil, Daniel Citron, que foi presidente no Brasil da gestora de investimentos imobiliários de alto padrão Tishman Speyer. Entre as maiores construtoras e incorporadoras do país estão a PDG Realty e Cyrela Brazil Realty.
Segundo Citron, o aporte de US$ 1 bilhão --formado por recursos próprios e de terceiros-- deve se converter em VGV (Valor Geral de Vendas) entre três e quatro vezes maior até 2014. Este ano, a empresa deve ter de três a quatro projetos no país.
"De todas as possibilidades que olhamos, o país com maior potencial de crescimento nas próximas duas ou três décadas é o Brasil", afirmou o cubano Jorge Pérez, um dos sócios da Related Brasil.
O Related Group, fundado em Miami por Pérez, e a Related Companies, criada por Stephen Ross em Nova York, estão entre as maiores incorporadoras dos EUA, com portfólio combinado de cerca de 20 bilhões de dólares. Ross também é sócio da Related Brasil.
"Vemos (no Brasil) muitas das características encontradas nos Estados Unidos anos atrás", acrescentou. Para atingir a meta de alcançar o topo do setor, a Related considera parcerias e até mesmo aquisições.
Com posicionamento nos padrões de renda médio e alto, a nova empresa ainda não formou um banco de terrenos e está negociando áreas para empreendimentos nos segmentos residencial, comercial (venda e locação), hoteleiro e projetos de desenvolvimento urbano.
TIME BRASILEIRO
Os sócios da Related Brasil se apoiam no argumento dela ser a única incorporadora de origem totalmente norte-americana a investir no país por meio da criação de uma empresa nacional.
Com escritório sediado na região da avenida Faria Lima, em São Paulo, Citron está cuidando atualmente de compor a diretoria da companhia, que será composta por brasileiros.
"Não queremos saber mais que os brasileiros... vamos trazer conhecimento. Estamos falando com empresas aqui, queremos firmar parcerias e ser uma empresa brasileira, não apenas ter um ou dois projetos", disse Pérez.
Ele acrescentou que o grupo vem negociando parcerias em projetos com "grandes empresas" no Brasil, principalmente parcerias regionais. A Related também recorrerá a parceiros por não ter construtora própria.
Embora não descarte operar em cidades carentes de terrenos como São Paulo e Rio de Janeiro, o comando da companhia está de olho na região Nordeste.
"É mais fácil entrar onde os preços não subiram tanto, onde existe mais área disponível... o Nordeste oferece mais possibilidades", disse Citron.
Inicialmente, a Related Brasil deve ter participação pequena nas operações do grupo norte-americano, mas a fatia tende a aumentar gradualmente e se tornar parte relevante, segundo Pérez.
Embora a companhia tenha projetos isolados em outros países da América Latina, como México, Colômbia e Uruguai, o executivo ressaltou que o Brasil será "foco de atenção" do grupo agora.
"BOLHA" DE PREÇOS
Sob a sombra da possibilidade de formação de uma bolha imobiliária no Brasil, Pérez disse estar sempre preocupado, sobretudo se considerados os preços em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, quando comparados a Miami, por exemplo.
"A preocupação é se os preços estão altos porque a demanda é alta e se a demanda cair eles vão cair também", afirmou, ponderando que o Brasil tem a seu favor o aumento de renda da população e a migração de classes.
"Diferentemente dos EUA e da Europa, a classe com maior poder de compra está crescendo de forma muito mais forte, suportando o mercado", assinalou.

Consumo das famílias deve crescer 13,5%; veja principais gastos 28/02/2012

CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Impulsionado pelo aumento real da renda e baixa taxa de desemprego, o consumo das famílias no Brasil deve crescer 13,5% neste ano em relação a 2011 e chegar a R$ 1,3 trilhão. Esse valor equivale a 30% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, de acordo com a base de dados Pysxis Consumo, calculada pelo Ibope Inteligência.
No ano passado, o crescimento (sem descontar a inflação) foi de 10,5%.


Para chegar a esse cálculo, são levados em conta o consumo de 51 grupos de produtos, de alimentos, bebidas, livros e material escolar, gastos com medicamentos, escola, telefonia móvel, além de outros.
"A classe C deve continuar sustentando o crescimento do consumo no país, uma vez que corresponde a 52,4% dos domicílios do Brasil", diz Antonio Carlos Ruótulo, diretor de geonegócios do Ibope Inteligência.
Apesar de a classe C deter pouco mais de um quarto da massa salarial do país (26,9%), é esse extrato social o responsável por 38,7% do consumo dos produtos, de acordo com os dados divulgados no estudo.
Segundo Ruótulo, o que explica essa diferença é a renda das famílias de classe C considerada indireta (ou "não monetária") --caso de valores como vale-combustível, vale-alimentação e crédito.
Entre os novos grupos de produtos que aparecem na cesta de consumo da classe C estão cigarro (tabaco e acessórios). Mas produtos considerados básicos ainda têm grande peso na cesta de consumos destas famílias, caso de carnes e derivados (48,5%), alimentos e mercearia (48,2%) e matinais (47,9%).
CONSUMO NO TOPO
Com 2,6% da população, a classe A destaca seus consumo em itens considerados mais sofistadicados, como CDs e DVDs (27,3% de todo o consumo dessa categoria está nessa classe), produtos financeiros (25,7%), artigos de decoração (25,3%) e aquisição de veículos (25%).
Já a classe B, que representa 24,4% da população, gasta mais com consumo de combustível (58,3%), ensino (58,3%) e cinema (54,6%). "São pessoas que já compraram carro e agora têm gasto com a manutenção e abastecimento", diz o diretor.

Queda do 'spread' bancário é determinação de Dilma, diz Tombini 28/02/2012

Do G1

Segundo presidente do BC, essa é uma das prioridades do governo.
Cadastro Positivo e Central de Crédito do BC devem ajudar, declarou ele.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
A redução do chamado "spread bancário" é uma "prioridade do governo" e uma "determinação" da presidente Dilma Rousseff, segundo informou nesta terça-feira (28) o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
O spread é a diferença entre a taxa de captação (o que pagam pelos recursos) e o valor cobrado dos clientes, em termos de taxas de juros. Além do lucro dos bancos, o spread também é composto pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos, entre outros. Em dezembro do ano passado, o spread bancário somou 26,9 pontos. Os bancos captaram recursos, no fim de 2011, a 10,2% ao ano e a taxa média de juros cobrada de seus clientes foi de 37,1% ao ano.
io divulgado pela autoridade monetária em novembro do ano passado, a parcela do lucro dos bancos em todo o valor do spread subiu de 29,94% do total em 2009 para 32,73%, quase de 1/3 do total, em 2010. Desde 2004, trata-se da segunda maior participação do lucro dos bancos no "spread" - perdendo apenas para 2008 (34,69% do total). Os dados do BC também revelam que, nos bancos privados, a parcela de seu spread destinado ao lucro foi de 34,15% em 2010, mais alto do que os 30,60% registrados nos bancos públicos. "O 'spread' bancário continua sendo uma prioridade do governo. Nós temos trabalhado com medidas que vão entrar em vigor que vão ajudar a reduzir o 'spread'. Tem sido uma determinação da presidenta. Temos trabalhado em alguns pontos importantes", disse o presidente do Banco Central.
De acordo com ele, algumas medidas, já anunciadas, como o início do Cadastro Positivo, já aprovado pelo Congresso Nacional, e, também, da Central de Risco de Crédito do próprio BC vão ajudar nesse processo de redução do spread bancário. Tombini lembrou que, no início de abril, a Central de Risco de Crédito do BC passará a englobar operações de R$ 1 mil em diante. No momento, capta operações de crédito de R$ 5 mil em diante.
"Serão 51 milhões de novas operações identificadas [pelo BC], ou R$ 160 milhões de crédito identificados. A qualidade da informação vai melhorar muito. É boa para o BC calibrar as políticas e para calibrar o risco do sistema. Mas é bom para o sistema calibrar as suas operações", acrescentou o presidente da autoridade monetária.
Na visão do presidente do BC, o processo de bancarização em curso no Brasil, com a ascensão de milhões de pessoas à classe média, também pode ajudar a reduzir o valor do "spread bancário" no país. "Agregamos quase 40 milhoes de pessoas na classe média. O acesso ao credito aumentou, que passou de 25% para 50% do PIB [nos últimos anos]. Ampliando a base, pode ter o mesmo resultado [lucro] com uma margem menor", concluiu Tombini.

EUA cancelam contrato de US$ 355 milhões por 20 aviões da Embraer 2802/2012

DA REUTERS, EM WASHINGTON
A Força Aérea dos Estados Unidos informou nesta terça-feira que está cancelando o contrato de US$ 355 milhões para fornecimento de 20 aviões Super Tucano, da Embraer, citando problemas com a documentação.
O negócio havia sido anunciado no final de 2011 e incluía, além do fornecimento das aeronaves, um pacote de serviços, como treinamento de mecânicos e pilotos responsáveis pela operação do avião.
A companhia mantinha expectativas de vender mais 35 aviões, o que poderia elevar o contrato à cifra de US$ 950 milhões. A Força Aérea americana disse que vai investigar e refazer a licitação, que também está sendo contestada na Justiça dos EUA pela norte-americana Hawker Beechcraft --o que levou o negócio a ser suspenso no começo de janeiro. O contrato havia sido concedido pela Força Aérea dos EUA para a Embraer e a parceira Sierra Nevada Corp.
"Apesar de buscarmos a perfeição, nós as vezes não atingimos nosso objetivo, e quando fazemos isso temos que adotar medidas de correção", disse o secretário da Força Aérea, Michael Donley, em comunicado.
"Uma vez que a compra ainda está em litígio, eu somente posso dizer que o principal executivo de aquisições da Força Aérea, David Van Buren, não está satisfeito com a qualidade da documentação que definiu o vencedor."
O comandante da área de materiais da Força Aérea dos Estados Unidos, Donald Hoffman, ordenou uma investigação sobre a situação, afirmou o porta-voz da Força Aérea.
Procurada, a Embraer afirmou que não sabia do cancelamento e que, no momento, não havia quem pudesse comentar o caso, visto que todos aqueles que poderiam responder estavam em reunião.
Em 30 de dezembro, a Força Aérea dos Estados Unidos definiu que a Sierra Nevada e a Embraer tinham obtido o contrato para venda de 20 aviões Super Tucano A-29, assim como treinamento e suporte. Entretanto, a licitação foi paralisada em janeiro, quando a Hawker Beechcraft entrou na Justiça questionando a decisão.
No ocasião, a Força Aérea disse que acreditava que a competição e a avaliação para seleção do fornecedor tinham sido justas, abertas e transparentes.
O Super Tucano A-29 foi desenvolvido para missões de contra-insurgência e atualmente é usado por cinco forças aéreas, e ainda existem outras encomendas, segundo a Embraer.

EUA investem bilhões anuais em operações de ingerência da USAID/CIA 28/02/2012



A CIA mantém sua ingerência na América Latina e um de seus principais braços, a USAID


Resume Latinoamericano – Anualmente, os EUA investem bilhões de dólares em operações "humanitárias" na América Latina e no Caribe, empreendidas pela chamada Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID). As informações foram reveladas por Feierstein, administrador do órgão estatal norte-americano, denunciado por ser uma fachada da inteligência norte-americana.
Feierstein, um funcionário federal com passado vinculado às atividades de ingerência, disse em Miami que o Haiti, – onde a USAID realizou atividades controversas -, Colômbia, México, América Central e Peru, estão na "lista de prioridades" desse organismo.
Num momento de excesso de entusiasmo para celebrar os "êxitos" desta dependência do Secretário de Estado, Feierstein declarou abertamente que foram dedicados "cinco milhões" para a "democracia" na Venezuela este ano, ainda que a USAID tenha se retirado do país por temer a Lei da Defesa da Soberania Política e da Autodeterminação Nacional – que proíbe, desde fins de 2010, o financiamento externo para partidos políticos.
Um "setor muito importante para essa agência é o relacionado com a democracia e, por isso, ela implanta programas para o fortalecimento das instituições em quase todos os países da região", justificou sem referência à violação da lei.
No caso da Venezuela, se destinam cinco milhões de dólares em assistência técnica para "promover e proteger a democracia e os direitos humanos", afirmou o funcionário.
"Estrategista" de candidato assassino
Em 2002, este chefe regional da USAID, especialista em ingerência, exerceu o cargo de estrategista na campanha eleitoral do ex-presidente boliviano Gonzalo "Goni" Sánchez de Lozada e de seu Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR). "Goni" foi quem ordenou o sangrento massacre que causou a morte de 67 pessoas e ferimentos em outras 400, todas civis, durante a denominada 'Guerra do Gás', em outubro de 2003. Fugitivo da justiça boliviana, atualmente, "Goni" encontra-se radicado nos EUA.
Os ideais de Feierstein são tão "humanitários" que o mesmo foi sucessivamente nomeado nos anos 90 como "Gerente de Projeto", na Nicarágua, na operação suja realizada pela National Endowment for Democracy (NED), subsidiária da USAID; Diretor para América Latina e Caribe do Instituto Democrático Nacional, outro instrumento de ingerência imperial subsidiado pela USAID; e Assessor Especial do embaixador norte-americano na Organização dos Estados Americanos (OEA).
No mesmo dia da conferência de imprensa do funcionário norte-americano, o presidente boliviano Evo Morales denunciou em seu país que os Estados Unidos, através da USAID, espionavam "a Bolívia e outros países latino-americanos".
"Estou convencido que algumas ONG's, especialmente aquelas financiadas pela USAID, são a quinta instância de espionagem, não só na Bolívia, mas em toda América Latina", acusou Evo Morales em coletiva de imprensa, na cidade de Oruro.
México, o impacto potencial para os Estados Unidos
Com respeito à Colômbia e o México, Feierstein admite que sua organização "presta assistência em temas de segurança", sem dar maiores explicações sobre o assunto.
"No México, disse, a batalha é travada contra o tráfico de drogas", enquanto na Colômbia, a busca é por "consolidar seus avanços em segurança".
"Esses assuntos agora se converteram em prioridades para a USAID", confessou.
No México, disse, o organismo norte-americano multiplica as operações "porque pode ser grande o impacto potencial para os Estados Unidos quando existe instabilidade pela violência criminosa".
O funcionário não fez referências à onipresença norte-americana no país asteca, confirmada por estes mesmos órgãos de segurança, do FBI, da DEA e… da CIA.
Segundo o Feierstein, a USAID destina aproximadamente 180 milhões de dólares à Colômbia e entre 50 e 60 milhões de dólares ao Peru, México, Honduras e Guatemala.
"Estamos muito contentes com o progresso alcançado pelo Haiti", disse ao afirmar que "na área da produção agrícola, onde a USAID está trabalhando com os agricultores (sic), foi possível triplicar a produção nos últimos dois anos".
Além disso, mostrou-se muito entusiasmo com um parque industrial que será inaugurado no norte do Haiti com empresas norte-americanas.
No entanto, evitou recordar que a USAID, antes e depois do terremoto, organizou, orientou e financiou várias das organizações políticas haitianas do país, em coordenação com o Departamento de Estado e, paralelamente, com a presença de 10.000 homens do Comando Sul.
A USAID também teve papel fundamental na derrocada do Presidente Jean-Bertrand Aristide, em 2004.
Em Cuba, onda a USAID gasta seus milhões em operações de desestabilização empreendidas por contratados. Estes fundos estão distribuídos por Mark Lopes, Subadministrador adjunto, que foi "representante pessoal" do senador cubano-americano Bob Menendez, digno representante da máfia cubano-americana no Capitólio de Washington, cúmplice de cada "iniciativa" legislativa hostil à Cuba e Venezuela.
Na América Latina, foram detectados, nos últimos anos, rastros da USAID na Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela.
Em diversas ocasiões, demonstrou-se que a USAID, além de dar cobertura a oficiais da CIA, recruta, prepara e financia elementos que logo se manifestam como agentes a serviço dos interesses norte-americanos.
Fonte:http://www.resumenlatinoamericano.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3097&Itemid=1&lang=en
Publicado no Pravda em 16/02/2012

URL curta: http://navalbrasil.com/?p=103419

Dívida interna cai 3,3% e soma R$ 1,7 tri em janeiro 27/02/2012

Resgate de R$ 74,6 bi em papéis compensou, em parte, o impacto de R$ 15,8 bi dos juros no estoque da dívida


Célia Froufe e Renata Veríssimo, da Agência Estado
BRASÍLIA - A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 3,29% em janeiro sobre dezembro e atingiu R$ 1,724 trilhão. No período, segundo informou hoje o Tesouro Nacional, o estoque da dívida apresentou uma redução de R$ 59 bilhões. A queda foi provocada por um resgate líquido de papéis de R$ 74,61 bilhões, o que compensou, em parte, o impacto de juros no estoque da dívida de R$ 15,87 bilhões.
Segundo o Tesouro, a participação de títulos prefixados na DPMFi caiu de 38,28% em dezembro para 35,17% em janeiro. Já os papéis remunerados com base em índices de inflação apresentaram elevação no período em relação ao total da dívida, passando de 29,60% para 31,25%. Os títulos atrelados à Selic também avançaram, de 31,54% em dezembro para 33,03%. O total de papéis corrigidos pelo câmbio ficou praticamente estável no período, passando de 0,57% para 0,54%.
O Tesouro informou ainda que o prazo médio da DPMFi aumentou de 3,49 anos em dezembro para 3,65 anos em janeiro. Um indicador bastante observado pelas agências de classificação de risco, a parcela das dívidas que vencem em até 12 meses, também aumentou de 22,32% em dezembro para 22,85% no mês passado. De acordo com o Tesouro, os títulos prefixados correspondem a 63,54% do total. Em seguida estão os títulos indexados à taxa flutuante, que representam 18,91% do total.
O custo médio da gestão da dívida acumulado em 12 meses caiu de 12,54% ao ano em dezembro para 12,44% ao ano em janeiro. Isso foi possível, de acordo com o Tesouro, por conta do comportamento de alguns indicadores. O IPCA, por exemplo, apresentou alta de 0,56% no mês passado ante variação de 0,83% em janeiro de 2011. No caso do IGP-DI, a taxa foi de 0,30% em janeiro ante 0,98% em igual mês do ano passado. E o IGP-M apresentou elevação de 0,25% em janeiro ante 0,79% em janeiro de 2011.

Embraer no ranking das maiores em defesa 27/02/2012

Pela primeira vez, grupo brasileiro entra na lista dos 100 maiores do setor no mundo 


Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
GENEBRA - A Embraer entrou pela primeira vez na lista das cem maiores empresas militares e de armamentos do mundo. Dados publicados ontem pela entidade sueca Stockholm International Peace Research Institute (Sipri) apontam a empresa brasileira no 94.º posto, em uma classificação dominada por companhias americanas e europeias.
Apesar da crise mundial, o comércio de armamentos continua em expansão, ainda que de uma forma bem mais modesta que nos anos anteriores. As ambições de países emergentes mantiveram o mercado aquecido, apesar de cortes de orçamentos militares nos países ricos.
A liderança mundial continua com a americana Lockheed Martin, com US$ 35,7 bilhões em vendas de armamento apenas no ano de 2010. No total, a companhia emprega 132 mil funcionários.
No caso da Embraer, a empresa entra pela primeira vez na seleta lista, depois de um salto importante nos últimos anos nas vendas de aeronaves para fins militares. A lista, porém, não inclui empresas chinesas, por conta da falta de informações confiáveis sobre as vendas das empresas militares de Pequim. Entre 2009 e 2010, as vendas da empresa brasileira no setor aumentaram de US$ 470 milhões para US$ 670 milhões. Hoje, 12% de todas as vendas da Embraer vêm do setor militar.
Desde 2005, as vendas da empresa brasileira praticamente dobraram, em uma taxa de expansão superior ao da média mundial. Segundo o Sipri, as vendas militares no mundo tiveram um incremento de 60% entre 2002 e 2010, mas de apenas 1% entre 2009 e 2010. No total, o setor foi responsável por vendas de US$ 640 bilhões em 2010. Em 2002, o movimento chegou a US$ 280 bilhões.
Outra constatação é que há um número cada vez maior de empresas de países emergentes na lista até hoje dominada pelos países ricos. Das cem empresas, três são indianas, uma de Cingapura, duas da Coreia do Sul, além de empresas do Kuwait e da Turquia. Na Ásia e Oriente Médio, empresas locais já representam US$ 24 bilhões em vendas.
Ainda assim, o controle do setor militar está mesmo nas mãos de países europeus e dos Estados Unidos, com uma concentração alta do poder bélico nas mãos de poucas indústrias. Dos Estados Unidos, há nada menos que 44 empresas entre as cem maiores, representando 60% das vendas. Também fazem parte da lista 29 grupos europeus.
As dez maiores produtoras de armas do mundo representaram 56% das vendas internacionais em 2010, ou cerca de US$ 230 bilhões. Juntas, as empresas europeias e americanas controlam 91% das vendas mundiais. "Os dados demonstram mais uma vez a habilidade do setor de continuar vendendo armas, apesar da crise internacional", declarou Susan Jackson, especialista da entidade.

Brasil critica ameaças a Assad e rejeita ideia de armar rebeldes 27/02/2012

Ministra dos Direitos Humanos reclama na ONU da forma Ocidente pressiona regime de Damasco


Jamil Chade, correspondente
GENEBRA - O Brasil criticou nesta segunda-feira, 28, no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) a forma como potências e países árabes têm pressionado o ditador Bashar Assad. Em discurso em Genebra, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) condenou a ideia de armar a oposição síria, bem como iniciativas diplomáticas fora do âmbito da entidade - alfinetada indireta no grupo "Amigos da Síria", formado por americanos, europeus e árabes.
A ministra afirmou que o governo Dilma Rousseff "não aceita" a entrega de armas a rebeldes e pediu que a "política ocupe espaço" na crise, sem indicar como, na prática, isso seria feito.
Sob pressão desse grupo, o CDH deve aprovar na terça uma resolução que exige a abertura de corredores humanitários para socorrer as vítimas dos 11 meses de violência na Síria. O texto ainda acusa o regime Assad de "violações sistemáticas e generalizadas" e exige o fim da violência contra a população civil.
A mobilização na sede da ONU em Genebra ocorreu enquanto, em Bruxelas, autoridades europeias decidiam impor novas sanções unilaterais contra a ditadura síria - outra medida criticada pelo Brasil. O cerco prevê o congelamento de ativos do Banco Central da Síria, na prática inviabilizando transações comerciais com Damasco, segundo explicou o chanceler francês, Alain Juppé. Sete ministros sírios tiveram bens congelados na Europa e empresas da Síria ficaram impedidas de transportar cargas ao continente.
Juppé afirmou que o bloco europeu solicitará ainda que Assad seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade. Pelo menos dez rodadas de sanções já foram adotadas, com mais de cem pessoas atingidas, entre elas o próprio Assad, e cerca de 40 empresas.
Do lado militar, o governo do Catar somou-se aos sauditas e declarou ontem que é favorável a um plano para armar a oposição. "Como fracassamos no Conselho de Segurança da ONU, temos de fazer o necessário para ajuda-los a se defender, incluindo dando armas", declarou o primeiro-ministro Hamad bin Jassim al-Thani.
Mais mortos. Ao lado do Brasil, os representantes de Irã, China e Rússia também usaram a plenária do Conselho de Genebra para atacar a pressão sobre Damasco.
De acordo com o rascunho da resolução que será votada, a ONU acusará as autoridades sírias pela deterioração da situação. Na segunda, pelo menos 124 pessoas morreram nos confrontos, 64 delas em Homs, segundo fontes da oposição.
O governo brasileiro registrou sua solidariedade às vítimas, mas subiu o tom contra a estratégia do Ocidente e de alguns países árabes para lidar com a crise. Comentando as declarações da Arábia Saudita de que o envio de armas à oposição síria seria uma "excelente ideia", a ministra dos Direitos Humanos afirmou que o governo brasileiro não compartilha dessa ideia. "Não é uma excelente ideia. A excelente ideia é a política ocupar espaço", disse. "As ações bélicas devem ser revistas. Elas têm significados nefastos para civis e não contribuem para a afirmação democrática", declarou.
"Queremos que decisões de caráter multilateral sejam tomados em espaços multilaterais", apontou, em referência à reunião em Túnis do grupo "Amigos da Síria", na semana passada.
A Rússia também rejeitou a pressão de potências ocidentais e de alguns países árabes. Em um artigo, o primeiro-ministro Vladimir Putin ainda acusou o Ocidente de estar apoiando a Primavera Árabe como uma forma de redesenhar o mapa da região segundo seus interesses.
O premiê russo, que deve consagrar-se presidente no domingo, alertou ainda que, no lugar de democracia, as revoltas estão conduzindo a extremismos religiosos.
Fonte: Estadão.com..br

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

¿Quién está detrás de Yoani Sánchez? 27/02/2012



Yoani Sánchez, famosa bloguera habanera, es un personaje peculiar en el universo de la disidencia cubana. Jamás ningún opositor se ha beneficiado de una exposición mediática tan masiva ni de un reconocimiento internacional de semejante dimensión en tan poco tiempo.
Después de emigrar a Suiza en 2002, decidió regresar a Cuba dos años después, en 2004. En 2007, integró el universo de la oposición en Cuba al crear su blog Generación Y, y se vuelve una acérrima detractora del gobierno de La Habana.
Jamás ningún disidente en Cuba –quizás en el mundo– ha conseguido tantas distinciones internacionales en tan poco tiempo, con una característica particular: han suministrado a Yoani Sánchez suficiente dinero para vivir tranquilamente en Cuba el resto de su vida. En efecto, la bloguera ha sido retribuida a la altura de 250.000 euros en total, es decir un importe equivalente a más de 20 años de salario mínimo en un país como Francia, quinta potencia mundial. El salario mínimo mensual en Cuba es de 420 pesos, es decir 18 dólares o 14 euros, por lo que Yoani Sánchez ha conseguido el equivalente a 1.488 años del salario mínimo cubano por su actividad de opositora.
Yoani Sánchez está en estrecha relación con la diplomacia estadunidense en Cuba, como señala un cable, clasificado secreto por su contenido sensible, que emana de la Sección de Intereses Norteamericanos (SINA). Michael Parmly, antiguo jefe de la SINA en La Habana, que se reunía regularmente con Yoani Sánchez en su residencia diplomática personal como lo indican los documentos confidenciales de la SINA, hizo partícipe de su preocupación respecto a la publicación de los cables diplomáticos estadunidenses por parte de Wikileaks: Me molestaría mucho si las numerosas conversaciones que tuve con Yoani Sánchez fueran publicadas. Ella podría pagar las consecuencias toda la vida. La pregunta que viene inmediatamente a la mente es la siguiente: ¿cuáles son las razones por las que Yoani Sánchez estaría en peligro si su actuación, como afirma, respeta el marco de la legalidad?
En 2009, la prensa occidental mediatizó fuertemente la entrevista que el presidente Barack Obama había concedido a Yoani Sánchez, lo que se consideró un hecho excepcional. Sánchez también había afirmado haber mandado un cuestionario similar al presidente cubano Raúl Castro y que ése no se había dignado a responder a su solicitud. Sin embargo, los documentos confidenciales de la SINA, publicados por Wikileaks, contradicen esas declaraciones.
Se descubrió que en realidad fue un funcionario de la representación diplomática estadunidense en La Habana quien se encargó de redactar las respuestas a la disidente y no el presidente Obama. Más grave aún, Wikileaks reveló que Sánchez, contrariamente a sus afirmaciones, jamás mandó un cuestionario a Raúl Castro. El jefe de la SINA, Jonathan D. Farrar, confirmó esta realidad en un correo enviado al Departamento de Estado: Ella no esperaba una respuesta de éste, pues confesó que nunca las [preguntas] había mandado al presidente cubano.
La cuenta Twitter de Yoani Sánchez
Además del sitio Internet Generación Y, Yoani Sánchez dispone también de una cuenta Twitter y reivindica más de 214.000 seguidores (registrados hasta el 12 de febrero de 2012). Sólo 32 de ellos residen en Cuba. Por su lado, la disidente cubana sigue a más de 80.000 personas. En su perfil, Sánchez se presenta del siguiente modo: Blogger, resido en La Habana y cuento mi realidad en trozos de 140 caracteres. Twitteo vía sms sin acceso a la web.
No obstante, la versión de Yoani Sánchez es difícilmente creíble. En efecto, resulta absolutamente imposible seguir a más de 80.000 personas, sólo por sms o a partir de una conexión semanal desde un hotel. Un acceso diario a la red es indispensable para ello.
La popularidad en la red social Twitter depende del número de seguidores. Cuanto más numerosos son, mayor es la exposición de la cuenta. Del mismo modo, existe una fuerte correlación entre el número de personas seguidas y la visibilidad de la propia cuenta. La técnica que consiste en seguir numerosas cuentas se utiliza comúnmente para fines comerciales, así como por la clase política durante las campañas electorales.
El sitio www.followerwonk.com permite analizar el perfil de los seguidores de cualquier miembro de la comunidad Twitter. El estudio del caso Yoani Sánchez es revelador en varios aspectos. Un análisis de los datos de la cuenta Twitter de la bloguera cubana, que se realizó a través del sitio, revela a partir de 2010 una impresionante actividad de la cuenta de Yoani Sánchez. Así, a partir de junio de 2010, Sánchez se ha inscrito en más de 200 cuentas Twitter diferentes cada día, con picos que podían alcanzar 700 cuentas en 24 horas. A menos que se pasen horas enteras del día y de la noche en ello –lo que parece altamente improbable– resulta imposible abonarse a tantas cuentas en tan poco tiempo. Parece entonces que se ha generado mediante un robot informático.
Del mismo modo, se descubre que cerca de 50.000 seguidores de Sánchez son en realidad cuentas fantasmas o inactivas, que crean la ilusión de que la bloguera cubana goza de una gran popularidad en las redes sociales. En efecto, de los 214.063 perfiles de la cuenta @yoanisanchez, 27.012 son huevos (sin foto) y 20.000 revisten las características de cuentas fantasmas con una actividad inexistente en la red (de cero a tres mensajes mandados desde la creación de la cuenta).
Entre las cuentas fantasmas que siguen a Yoani Sánchez en Twitter, 3.363 no tienen a ningún seguidor y 2.897 sólo siguen la cuenta de la bloguera, así como a una o dos cuentas. Del mismo modo, algunas cuentas presentan características bastante extrañas: no tiene ningún seguidor, sólo siguen a Yoani Sánchez y han emitido más de 2.000 mensajes.
Esta operación destinada a crear una popularidad ficticia vía Twitter es imposible de realizar sin acceso a Internet. Necesita también un apoyo tecnológico así como un presupuesto consecuente. Según una investigación que realizó el diario La Jornada, titulada El ciberacarreo, la nueva estrategia de los políticos en Twitter, sobre operaciones que implicaban a candidatos presidenciales mexicanos, numerosas empresas de Estados Unidos, Asia y América Latina ofrecen este servicio de popularidad ficticia (ciberacarreo) a precios elevados. “Por un ejército de 25.000 seguidores inventados en Twitter –dice el periódico– se pagan hasta 2.000 dólares, y por 500 perfiles manejados por 50 personas se pueden gastar entre 12.000 y 15.000 dólares.”.
Yoani Sánchez emite un promedio de 9,3 mensajes diarios. En 2011, la bloguera publicó un promedio de 400 mensajes al mes. El precio de un mensaje en Cuba es de un peso convertible (CUC), lo que representa un total de 400 CUC mensuales. El salario mínimo en Cuba es de 420 pesos cubanos, es decir alrededor de 16 CUC. Cada mes Yoani Sánchez gasta el equivalente a dos años de salario mínimo en Cuba. Así, la bloguera gasta en Cuba una suma que corresponde, si fuera francesa, a 25.000 euros mensuales en Twitter, es decir 300.000 euros anuales. ¿De dónde proceden los recursos necesarios para estas actividades?
Otras preguntas surgen de modo inevitable. ¿Cómo puede seguir Yoani Sánchez a más de 80.000 cuentas sin un acceso permanente a Internet? ¿Cómo ha podido abonarse a cerca de 200 cuentas diferentes diarias como promedio desde junio de 2010, con picos que superan las 700 cuentas? ¿Cuántas personas siguen realmente las actividades de la opositora cubana en la red social? ¿Quién financia la creación de las cuentas ficticias? ¿Con qué objetivo? ¿Cuáles son los intereses que se esconden detrás de la figura de Yoani Sánchez?
* Salim Lamrani, graduado de la Universidad de La Sorbona, es profesor encargado de cursos en la Universidad Paris-Descartes y la Universidad París-Est Marne-la-Vallée y periodista francés, especialista en las relaciones entre Cuba y Estados Unidos. Autor de Fidel Castro, Cuba y Estados Unidos (2007) y Doble Moral. Cuba, la Unión Europea y los derechos humanos (2008), entre otros libros.
Fuente: http://www.jornada.unam.mx/2012/02/26/opinion/024a1mun