sábado, 31 de março de 2012

Primeira usina hidrelétrica do Rio Madeira entra em operação hoje 31/03/2012

Da Agência Brasil

Sabrina Craide
Brasília - A Usina Hidrelétrica Santo Antônio iniciou hoje (30) a geração comercial de energia, com a entrada em operação de duas turbinas do tipo bulbo que estão conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A usina é um dos principais empreendimentos energéticos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Cada turbina tem capacidade para gerar até 71,6 Megawatts, energia suficiente para atender a cerca de 350 mil residências. A hidrelétrica está sendo construída no Rio Madeira, em Porto Velho (RO).


A greve dos trabalhadores da usina não afetou o acionamento das turbinas, de acordo com a assessoria de imprensa da empresa, porque os testes já estavam sendo feitos desde dezembro do ano passado. Na tarde de hoje, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 14ª Região está promovendo uma audiência de conciliação com os sindicatos dos trabalhadores e as empresas encarregadas da construção das hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira.
Até o final do ano, a usina terá 12 turbinas em geração comercial e, a partir de janeiro de 2016, com todas as 44 turbinas em operação, a usina irá gerar energia para abastecer mais de 40 milhões de pessoas em todo o país.

A expectativa inicial da empresa era de que o funcionamento da usina começasse em dezembro do ano passado, mas depois o prazo foi prorrogado para a segunda quinzena de março. Mesmo assim, o cronograma da obra ainda está adiantado em relação ao previsto em 2007, quando foi feito o leilão de Santo Antônio, que estabelecia o início da operação para dezembro de 2012.

A hidrelétrica terá capacidade instalada de 3,15 mil megawatts e custo de cerca de R$ 16 bilhões. Santo Antônio e a Usina Hidrelétrica Jirau formam o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira.

A Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e operação da hidrelétrica por 35 anos, é formada pelas empresas Eletrobras Furnas (39%), Odebrecht Energia (18,6%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%) e o Caixa FIP Amazônia Energia (20%).


Edição: Rivadavia Severo

Países se armam para defender território no Ártico 31/03/2012


Autora: Nádia Pontes – Revisão: Roselaine Wandscheer
Estudo revela como as nações que clamam território no Ártico estão se equipando para manter controle da zona gelada. Corrida é alimentada pelas riquezas escondidas debaixo da paisagem branca.
A defesa do território gelado e inóspito do Ártico entrou na lista dos gastos militares dos países com área costeira na região. Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), revela como Canadá, Dinamarca, Noruega, Rússia e Estados Unidos estão investindo para não perder o controle das zonas onde clamam soberania.
A alteração do foco não é por acaso: as mudanças do clima estão deixando o Ártico – e todos os recursos naturais escondidos sob a paisagem branca – mais acessíveis. “No passado, o Ártico era somente gelo e neve, e ninguém queria ir até lá. Mas hoje é preciso manter a atenção”, disse Siemon Wezeman, autor do estudo, em conversa com a DW Brasil.
A cobertura de gelo no Oceano Ártico retraiu cerca de 30% desde 1970, lembra o Conselho Nórdico. Cientistas da NOAA – agência meteorológica ligada aos Estados Unidos – que estudam a vasta área que envolve o Círculo Polar Ártico apontam um aumento das temperaturas durante a primavera no Alasca e no norte da Europa, além da mudança da vegetação de tundra para pântano em zonas da Sibéria, Canadá e Alasca.
Canadá, Dinamarca e Rússia se destacam com uma política internacional de defesa do território, com aumento da presença militar na região. A Noruega transferiu parte das suas operações para o norte – os Estados Unidos, por outro lado, são os que menos dão importância ao Ártico.
No campo político, há o consenso de que a região precisa de mais vigilância. “É uma questão de tempo até que a passagem da parte norte do Oceano Atlântico até a Rússia seja aberta. A partir desse momento, teremos que ter algum tipo mais severo de vigilância”, adiantou o cenário Kimmo Sasi, presidente do Conselho Nórdico.
Fundado em 1952, o conselho, que reúne os cinco grandes países do norte da Europa (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia) e representantes das regiões autônomas dinamarquesas Groenlândia e ilhas Faroer, e do arquipélago Aland, da Finlândia, já discute os próximos passos. “A Otan deve assumir a tarefa (de vigilância), Finlândia e Suécia podem cooperar de forma independente”, completou Sasi.
Soldados noruegueses em treinamento no Ártico
Força militar no gelo
O Canadá priorizou a defesa do Ártico numa nova estratégia de investimento nas forças armadas. Os 18 aviões equipados com sistema antissubmarinos serão substituídos por novas aeronaves até 2020, e veículos aéreos não tripulados estão na lista de compra. Em terra, a força paralimitar na região deve aumentar de 4.100 para 5 mil até o final do ano e a patrulha marítima será reforçada com seis a oito navios, além de um novo quebra-gelo militar, com custo estimado em 720 milhões de dólares canadenses.
O governo dinamarquês planeja criar uma força especial para operar na Groenlândia e em outras regiões do Ártico, sendo que o número de fragatas passará de três para cinco. Até 2017, um terceiro quebra-gelo será reunido aos dois navios que fazem patrulhamento.
A Noruega, por outro lado, mantém uma política fortemente focada na Rússia, mas o país nórdico se voltou, mais recentemente, para a questão dos potenciais conflitos no Ártico. Um exemplo é a compra, em 2011, de embarcações da classe Fridtjof Nansen, mais aptas a operar na região.
Já a Rússia expõe claramente sua posição: o Ártico deve ter a importância de uma das principais fontes de recursos naturais até 2020. O país prevê conflitos de interesses na região, com outras nações clamando exploração econômica exclusiva em algumas zonas do Oceano Ártico. A frota russa inclui submarinos nucleares com lançador de míssil balístico. As operações dessas embarcações na região do Ártico se intensificaram em 2009, diz o estudo.
A defesa do Ártico, por enquanto, não parece estar na lista de prioridade dos Estados Unidos, aponta a pesquisa. Apesar de as atividades comerciais serem crescentes no local, o governo ainda não anunciou uma estratégia especifica de segurança.
Muitos interesses e potencial de conflitos
Apesar de os países estarem se armando especificamente para vigilância do Ártico, Siemon Wezeman ressalta que os governos em questão estão engajados em resolver qualquer futuro problema de maneira diplomática. “O maior problema que vemos é que, pelo fato de terem mais armas e mais operações na região, há chance de que as unidades militares se encontrem e, com as coisas não muito esclarecidas, eles comecem a apontar armas uns para os outros. Ou qualquer comportamento dúbio pode provocar incidentes que tenham um efeito maior do que o esperado”, apontou Wezeman.
O cenário provoca desconfiança, mas Kimmo Sasi garante que a situação política no Ártico é calma. “Não há tensões exacerbadas. Todos os países estão analisando como escavar e usar os recursos naturais da região. E os países nórdicos estão muito conscientes de que isso será feito de maneira ecológica”, garantiu.
Estima-se que o Ártico armazene a maior reserva de petróleo inexplorado do mundo. Segundo uma análise do governo norte-americano, a região armazena 13% das reservas de petróleo e 30% das de gás natural ainda não descobertas.
Outros recursos, como carvão, urânio e diamante, são explorados no território gelado e a prospecção de minérios aumentou consideravelmente. “Muitas minas serão abertas na região, já existem algumas sendo operadas. Quanto ao transporte desses bens, os países nórdicos deverão tomar essa decisão conjuntamente para a construção de ferrovias ou abertura de novas rotas da Finlândia e Suécia para a Noruega”, afirmou Sasi.

Política espacial receberá R$ 2,2 bilhões de investimento 31/03/2012


Verba será aplicada na construção do centro de lançamento de veículos lançadores de satélites, entre outras ações.
A política espacial do País deverá receber R$ 2,2 bilhões até 2015. Os recursos, previstos no plano plurianual, serão usados para colocar em prática três ações prioritárias: a construção do centro de lançamento, de veículos lançadores e de satélites, principalmente aqueles que atendam às demandas concretas dos ministérios, afirmou o diretor em exercício da Agência Espacial Brasileira (AEB), Thyrso Villela.
Segundo o site Contas Abertas, somente neste ano serão liberados R$ 422,3 milhões. Do orçamento destinado à AEB, 6% foram empenhados, disse Villela. A maior fatia do orçamento vai para a implantação do complexo espacial de Alcântara (MA). Pelo levantamento feito pelo Contas Abertas, é de R$ 112.011.455 - dos quais R$ 14.576 foram empenhados.
Além da construção da base de lançamentos, outro ponto considerado prioritário é terminar o projeto CBERS 3, um projeto que vem sendo feito em cooperação com governo chinês. Villela explica que o cronograma do projeto está em dia e o lançamento deverá ocorrer no fim do ano. "Equipes tanto da AEB quanto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) já estão na China, para completar o desenvolvimento."
No fim do ano passado, ganhou força dentro do governo a criação do Conselho Nacional de Política Espacial, vinculado à Presidência da República. Villela afirma, no entanto, que discussões sobre o assunto ainda estão em fase inicial.
O tema deverá ser debatido na próxima reunião do Conselho Superior da Agência Espacial Brasileira, marcada para abril. A ideia é que o conselho nacional seja formado por ministros, ao contrário do que ocorre atualmente com o conselho superior, que tem entre em seus quadros integrantes de ministérios de diferentes hierarquias. "O Conselho Superior vai definir políticas, prioridades", definiu o diretor em exercício da AEB. A expectativa é que o projeto do novo conselho esteja formatado no próximo semestre.
Demandas - Uma das preocupações é a de fazer com que a política espacial do País atenda às demandas dos diferentes ministérios. "As necessidades são várias. Satélites para agricultura, para as Forças Armadas, para o meio ambiente e a defesa civil, por exemplo."
Outra prioridade do programa espacial brasileiro é a capacitação de profissionais para a sua sustentabilidade. A importância dessa estratégia está refletida no seu próprio orçamento. Duas ações, Desenvolvimento de Competências e Capital Humano para o Setor Espacial e Capacitação de Especialistas do Setor Espacial, devem aplicar, juntas, R$ 3,5 milhões neste ano.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Estamos no caminho para erradicar a fome, diz Graziano 30/03/2012

Diretor geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos (FAO) alerta, no entanto, que 'falta compromisso político de elevado nível para combater a fome no mundo'


Marina Guimarães, correspondente
BUENOS AIRES - Os países da América Latina e Caribe acreditam que estão em condições de atingir a meta de acabar com a fome antes de 2025, segundo afirmou o diretor geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos (FAO), Jose Graziano da Silva, após conclusão da 32a Conferência Regional do organismo, realizada durante toda esta semana em Buenos Aires. "Não estamos atrasados na meta de erradicação da fome. Pelo contrário, estamos no bom caminho", disse ele durante entrevista coletiva à imprensa. Porém, Graziano alertou que "falta compromisso político de elevado nível para combater a fome no mundo".
"Os recursos financeiros são importantes, mas o fundamental são os compromissos políticos porque quando se assume compromisso se busca recursos", afirmou. Graziano destacou ainda que o cumprimento das metas obedece a algumas prioridades, como a questão da saúde vegetal e animal, que implica no controle de doenças como a aftosa, a gripe aviária e a peste suína, por exemplo, ou o uso de defensivos agrícolas que prejudicam a saúde. Ele destacou a região do Caribe, onde o uso de defensivos afeta a qualidade dos alimentos.
O diretor da FAO também disse que uma das prioridades estabelecidas durante o encontro realizado a portas fechadas é fortalecer o apoio ao governo do Haiti para desenvolvimento de projetos produtivos próprios. Ele criticou as iniciativas isoladas para ajudar a reconstrução e desenvolvimento do Haiti. "Há dificuldades de coordenação de programas no Haiti; cada um vai com sua bandeirinha para fazer seu programa, mas é necessário ter uma coordenação para isso", disse.
"Haiti não é só um tema de emergência, mas de reconstrução de um país. É um caso típico da relação que há entre segurança alimentar e paz. Onde não há pão, não há segurança alimentar", afirmou. Graziano informou ainda que a conferência regional avançou na discussão de outras prioridades estabelecidas, como a cooperação Sul-Sul, que visa a ajuda da região no combate à fome na África do Sul; a relação com organismos regionais; a descentralização e reforma da FAO; o compromisso para aumentar a produção de alimentos; e o apoio à pesca e ao setor florestal.
O diretor da FAO fez um apelo à sociedade civil para que também assuma o compromisso de combate à fome e disse que nessa conferência houve a participação de 32 representantes da sociedade civil, que participaram "ativamente" dos debates. Graziano destacou ainda o compromisso do Brasil de investir US$ 20 milhões adicionais nos projetos da FAO.
O vice-ministro de Agricultura da Argentina, Lorenzo Basso, por sua vez, ressaltou que a Bolívia e outros países solicitaram informações sobre a lei argentina que restringe a venda de terras para estrangeiros. "Um grupo vai reunir as informações de todas as normas e leis de restrição ao acesso de terras, com as do Brasil, Argentina e Uruguai, sobre o assunto", disse ele.
Indagado pela AE se chegaram a discutir uma harmonização das normas sobre esse tema, Basso respondeu somente que "há grande interesse dos países de se proteger da compra de estrangeiros, especialmente de Estados estrangeiros".

Camargo Corrêa faz oferta pelo controle da portuguesa Cimpor 30/03/2012

O valor do negócio deve atingir cerca de € 1,5 bilhão, ou R$ 3,6 bilhões pelo câmbio de hoje, disseram ao 'Estado' fontes ligadas à operação


David Friedlander , de O Estado de S. Paulo
A Camargo Corrêa fez uma oferta pública de aquisição do controle acionário da portuguesa Cimpor - décima maior fabricante de cimento do mundo. O valor do negócio deve atingir cerca de € 1,5 bilhão, ou R$ 3,6 bilhões pelo câmbio de hoje, disseram ao 'Estado' fontes ligadas à operação.
 
O grupo brasileiro já é o maior acionista individual da Cimpor, com uma participação de 33%, e ofereceu € 5,50 por ação para ter os outros 67%. O outro grande acionista brasileiro na cimenteira portuguesa, o grupo Votorantim, porém, deve continuar na empresa com sua fatia de 21%.
 
É que os sócios brasileiros acertaram que, numa segunda etapa, farão uma cisão. Nesse momento, a Votorantim deverá deixar a Cimpor, levando ativos da cimenteira portuguesa fora do Brasil - a empresa opera em 13 países e é forte em economias emergentes como Egito, China, África do Sul e Índia.
 
A Camargo Corrêa, por sua vez, ficaria com as fábricas da Cimpor no Brasil, onde a empresa portuguesa é a quarta do ranking, e também com algumas plantas no exterior.
 
Executivos da Camargo passaram a semana em Lisboa formulando os termos da oferta pública de ações e negociando com os sócios portugueses da Cimpor. A Caixa Geral de Depósitos, já anunciou que pretende vender a participação de 9,58% que possui na cimenteira.
 
Os outros grandes acionistas locais são o empresário Manuel Fino, com 10,7%, e o fundo de pensão dos funcionários do Banco Comercial Português, com 10%.
 
Disputa
 
Rivais no mercado de cimento, a Camargo Corrêa e a Votorantim tornaram-se sócias da Cimpor em 2010, depois de uma aguerrida disputa com a siderúrgica CSN, do empresário Benjamin Steinbruch. 
 
O dono da CSN fez uma oferta hostil pelo controle da cimenteira portuguesa. Mas Camargo e Votorantim atropelaram Steinbruch e compraram, juntas, 54% da empresa portuguesa.
 
O segundo passo dessa operação, a divisão dos ativos da Cimpor entre os brasileiros, já era esperado e começa com o anúncio dessa oferta pública. Pelo seu tamanho, a Votorantim, maior fabricante de cimento do País, não poderia anexar as operações da Cimpor no Brasil, sob o risco de aumentar a concentração no setor.
 
Mas essa opção é aceitável para a Camargo, hoje a terceira maior do ramo no país. Por outro lado, as fábricas que a Cimpor tem espalhadas pelo mundo são tudo que a Votorantim precisa para acelerar sua internacionalização. A Cimpor opera em 13 países de quatro continentes (Europa, Ásia, América do Sul e África). 
 
A costura do acordo entre Camargo e Votorantim foi feita com a máxima cautela, para evitar problemas com a legislação de defesa da concorrência. No fim do ano passado, quando surgiram as primeira informações sobre a negociação, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) impôs algumas restrições, como proibir Camargo e Votorantim de indicar ou nomear administradores para a Cimpor e de ter acesso a informações estratégicas da cimenteira portuguesa.

Indianos propõem parceria tecnológica caso Dilma opte pelo caça Rafale 30/03/2012

Convite foi feito quando Índia apresentava várias ofertas de cooperação com o Brasil


Tânia Monteiro, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Na reunião bilateral entre Brasil e Índia, na Hyderabad House, o governo indiano informou à presidente Dilma Rousseff que caso ela opte pela compra dos caças Rafale, a exemplo do que a Índia fez, os indianos estão interessados em estabelecer uma parceira tecnológica com os brasileiros, para montarem um projeto conjunto de transferência de tecnologia. De acordo com a oferta, a disposição do governo indiano é de transferir informações que eles recebam em relação ao Rafale, e os três países - Brasil, Índia e França (fabricante do avião), poderiam, então, trabalhar juntos em um projeto de parceria tecnológica.
O convite foi feito no momento em que a Índia apresentava várias ofertas de cooperação com o Brasil, em diferentes setores, por um dos ministros indianos, que participaram da reunião ampliada. A presidente Dilma, no entanto, não deu nenhuma resposta aos indianos, ou teceu qualquer comentário mais detalhado sobre o tema. "Nem cabia ela comentar. A oferta foi feita no momento em que a Índia apresentava proposta de parceria em várias áreas e esta seria apenas mais uma delas", contou um integrante da delegação brasileira que estava presente à reunião. "Eles ofereceram cooperação e o Brasil ainda vai analisar isso", confirmou outro interlocutor da presidente.
O Brasil não quer discutir o tema compra de 36 caças para Força Aérea Brasileira antes do mês de maio. Oferta semelhante o governo indiano já havia feito para o ministro da Defesa, Celso Amorim, durante visita que ele fez à Índia, em fevereiro.
A presidente Dilma Rousseff, ao sair de uma reunião com empresários na tarde desta sexta-feira, questionada pelos jornalistas se tinha discutido a compra dos Rafale com a índia, preferiu ficar em silêncio.
Escândalo indiano
Um escândalo tomou conta da imprensa indiana, nos últimos dias, envolvendo a compra dos caças. O próprio comandante do Exército Indiano, general V.K. Singh, encaminhou uma carta diretamente ao ministro da defesa, ministro da Defesa da Índia A.K. Antony, denunciando que havia irregularidades na compra de diversos equipamentos de defesa, que iam de caminhões e chegavam aos caças e a situação crítica de falta de munição e outros meios para a força defender o País. A India sofre com graves problemas de corrupção. Ocorre que a carta do general vazou para a imprensa, o que irritou profundamente o ministro que prometeu "punição máxima" para quem vazou a carta, justificando que quem isso é "um traidor da Pátria", conforme relatou o jornal The Times of Índia.

"Brics aprovam operação conjunta de bolsas" 30.03.12


O encontro das cinco maiores economias emergentes do mundo avançou ontem nas discussões sobre a formação de uma aliança das bolsas de valores desses países, o que deve gerar investimentos globais em novos produtos em mercados que estão crescendo.O grupo chamado de Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - anunciou que começará a fazer listagens cruzadas de derivativos de índices de ações referenciais a partir de 30 de março, na BM&FBOVESPA, MICEX-RTS, Bombay Stock Exchange, Hong Kong Exchanges and Clearing Ltd. e Johanesburgo Stock Exchange ."Os investidores globais estão cada vez mais em busca de exposição nos mercados em desenvolvimentos", e a iniciativa conjunta chamada de BRICSMART, dará aos investidores facilidade de aceso aos mercados dos Brics em operações com derivativos de índices de ações referenciais, esclareceu o comunicado.

 As informações são Dow Jones

"Israel distribui máscaras de gás em meio a temores de guerra" 30.03.12




O maior ponto de distribuição de máscaras de gás em Tel Aviv, em Israel, estava lotado nesta quinta feira. Em meio à multidão que obedeceu à convocação do Comando da Retaguarda do Exército israelense para se equipar com os chamados "kits de proteção", a reportagem do Terra encontrou vários cidadãos preocupados com a possibilidade da eclosão de uma nova guerra na região.A convocação, enviada por correio a cerca de 7,5 milhões de israelenses, anuncia: "Caro cidadão, de acordo com os registros do Comando da Retaguarda você ainda não se equipou com o kit de proteção". Segundo a solicitação, "os kits de proteção fazem parte da vida", são grátis e cerca de 4 milhões de pessoas já os receberam. Esta é a terceira vez que Israel distribui máscaras de gás aos civis. A primeira ocorreu em 1990, às vésperas da Guerra do Golfo. A segunda, em 2003, antes da guerra no Iraque.Há cerca de um ano foi iniciada uma terceira distribuição. Porém, nos últimos meses, aumentou o número de civis que comparecem aos pontos de distribuição, em consequência do medo que haja uma guerra com o Irã, com a milícia libanesa Hezbollah ou com o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza.Esses temores são alimentados por declarações do governo israelense, cada vez mais incisivas, sobre as intenções de "destruir as instalações nucleares iranianas para impedir a fabricação de bombas atômicas". De acordo com as avaliações de analistas militares, se Israel bombardear as fábricas iranianas, o país persa provavelmente revidará contra Tel Aviv.
Além disso, há 3 dias, a colocação de baterias anti-misseis nos arredores da cidade israelense também não contribuiu para acalmar a população. Artigos de analistas militares, publicados na imprensa local, apontam a possibilidade de que o presidente sírio, Bashar al-Assad, transfira armamentos não convencionais ao Hezbollah, que por sua vez poderia dispará-los contra Israel, aumentando a preocupação geral.Jonathan Richey, 41 anos, encheu o bagageiro de seu carro com as caixas das máscaras. Imigrante dos Estados Unidos e pai de 8 filhos, Richey confirma o temor. "Sou responsável por oito crianças, além de minha mulher, senti que é meu dever buscar as máscaras, mas espero não precisar usá-las", disse Richey. "Podemos ter uma guerra a qualquer momento, mas apesar disso não me arrependo de ter me mudado para Israel", afirmou o ultra-ortodoxo, acrescentando que "sente uma força especial na terra do patriarca Abraão".Noah Kaufman, 27 anos, é funcionária de uma ONG de direitos humanos que defende trabalhadores estrangeiros. "Tenho muito medo de uma guerra. Tenho medo de perder minha casa, de não conseguir fugir, de ficar ferida ou de morrer", desabafou. Libby, 38 anos, relações públicas de uma empresa, foi receber a máscara junto com o filho de 2 anos. "Não tenho medo, acho que não haverá guerra, mas vim buscar a máscara para acalmar minha mãe, ela me pressionou muito", afirmou.

Capacidade de retaliação do Irã adia ataque de Israel: um só míssil iraniano mataria 200 soldados, diz EUA 30/03/2012






Um pequeno texto publicado pelo colunista Amir Oren, no jornal israelense Haaretz, afirma que o ataque de Israel às instalações nucleares do Irã está adiado, pelo menos até 2013. O motivo é a capacidade de retaliação iraniana, que ameaça não apenas a população israelense, mas também alvos americanos.
De acordo com uma simulação de guerra conduzida pelo Comando Central dos Estados Unidos, os iranianos poderiam matar 200 americanos com uma única resposta de míssil a um ataque israelense. (…) O significado deste cenário americano é que o sangue desses 200 estaria nas mãos de Israel.
De acordo com o colunista, com a publicação deste relatório, Israel fica sem opções reais para atacar diante das declarações e avisos emitidos pelos Estados Unidos recentemente. No início de março, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitou Washington e tentou demonstrar que era real a intenção de seu governo atacar o Irã. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, respondeu deixando claro que seu governo não apoia uma ação militar agora e privilegia o diálogo com Teerã.
Depois disso, começaram a surgir diversas informações sigilosas de fontes do governo dos Estados Unidos que desencorajam o ataque ao Irã. Na quarta-feira (28), um relatório do Congresso dos Estados Unidos apontou que, como nem Israel nem Estados Unidos têm informações exatas sobre as instalações nucleares do Irã, o país dos aiatolás poderia se recuperar de um ataque em apenas seis meses – período curto para fazer valer a pena uma ação militar que custaria milhões e colocaria o país em perigo, sem contar os efeitos colaterais para toda a região.
Na versão em inglês do jornal israelense Yedioth Ahronoth, o Ynet News, o colunista Ron Ben-Yishai afirma que esses informes fazem parte de um “esforço deliberado para travar” o ataque e questiona se órgãos do governo americano não estariam repetindo, de forma inversa, os erros de 2002, quando George W. Bush queria atacar o Iraque.
 [Em 2002] agências de inteligência deram a ele [Bush] toda a “evidência” de que Saddam Hussein estava desenvolvendo grandes quantidades de armas nucleares e químicas. Depois da guerra, quando não havia rastro de tais armas, um inquérito no Congresso descobriu que a inteligência estava tão ansiosa por satisfazer o presidente que confiou em informações sem substância. Dados os relatos da mídia americana nos últimos dias, alguém deve pensar se a história não está se repetindo. Será que a comunidade de inteligência americana não está dando ao presidente Obama o que ele quer por motivos políticos – isto é, informações com o intuito de evitar um ataque israelense ou americano ao Irã?
Como se vê, Ron Ben-Yishai é favorável a um ataque contra Israel, a mesma posição de Netanyahu e de alguns de seus ministros. Essa postura, entretanto, é marginal na comunidade internacional e, atualmente, mesmo os que mais desconfiam do Irã – Estados Unidos e Israel – defendem o diálogo. Nem mesmo o público israelense está seguro sobre o ataque ao Irã ser uma boa ideia. Essa postura deriva do fato de que, se as potências ocidentais estiverem certas em suas suspeitas a respeito do Irã, ainda será possível, em último caso, atacar o Irã para evitar que este tenha armas nucleares. As consequências de um ataque agora, no entanto, seriam irreversíveis.
 Ariel Schalit / AP


Nota da Redação:
Se nos prognósticos dos EUA, a capacidade da retaliação do Irã é capaz de matar 200 soldados com um único míssil, imagine o que não fariam com um arsenal de 150 mil…
Até que os EUA não são burrinhos não…

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Varejo de alimentos passa a ser dominado por grupos estrangeiros 30/03/2012

Do iG

As quatro maiores redes, Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart e Cencoud, elevaram participação de mercado de 45% para 50%

Claudia Facchini, 
Foto: Getty ImagesAmpliarCom aquisição do Grupo Pão de Açúcar pelo Casino, estrangeiros passam a deter 50% do varejo alimentar no Brasil
As quatro maiores redes de hipemercados e supermercados – os grupos Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart e Cenconsud - , elevaram sua participação no mercado brasileiro de 45% em 2010 para 50% em 2011, o que mostra que o processo de concentração no setor continua avançando, apesar do fraco número de fusões e aquisições.
A partir deste ano, quando o grupo francês Casino assume o controle acionário do grupo Pão de Açúcar, o varejo alimentar passará a ser dominado no Brasil por grupos de capital estrangeiro. A sede do Carrefour também fica na França, assim como a do Casino, enquanto o Walmart é americano e o Cencosud, chileno.
O único brasileiro que resiste entre os cinco maiores varejistas nacionais é o Zaffari, do Rio Grande do Sul. O Bretas, de Minas Gerais, que chegou a figurar entre os cinco maiores grupos do varejo alimentar, foi vendido para os chilenos do Cencosud em outubro de 2010.
Segundo números divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as quatro maiores empresas faturaram juntas R$ 111 bilhões em 2011, quando as vendas do setor totalizaram R$ 224,3 bilhões. Em 2010, as mesmas quatro empresas haviam registrado vendas de R$ 90,9 bilhões, enquanto o setor de autosserviço como um todo alcançou um faturamento de R$ 201,6 bilhões.
Euforia chilena
O único que não perdeu o apetite por aquisições no varejo alimentar brasileiro foi o grupo chileno Cencosud, que adquiriu a rede carioca de supermercados Prezunic no ano passado. A agressividade do Cencosud já foi criticada por concorrentes, que avaliam que os chilenos estão pagando múltiplos extravagantes por negócios no Brasil.
Com a elevação dos preços dos ativos no País, que passou a atrair uma avalanche de investimentos estrangeiros, o Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour saíram de cena e não compraram ninguém nos últimos meses. Os três grandes varejistas também precisaram concentrar seus esforços na reestruturação de seus negócios.
Veja como ficou o ranking dos supermercados no Brasil:
Empresa                                    Faturamento (2010)                    Faturamento (2011) 
Grupo Pão de Açúcar*                   R$ 36,1 bi                                      R$ 52,6 bi
Carrefour                                       R$ 29,0 bi                                      R$ 28,7 bi
Walmart**                                      R$ 22,3 bi                                       R$ 23,5 bi
Cencosud***                                  R$ 3,5 bi                                         R$ 6,2 bi
Total 4 maiores                             R$ 90,9 bi                                       R$ 111,0 bi
Total Setor                                    R$ 201,6 bi                                     R$ 224,3 bi

* Inclui as redes Extra, Pão de Açúcar, Ponto Frio e Casas Bahia
**Inclui as redes Wal-Mart, Sam's Club, Bompreço, Mercadorama, Nacional, Maxxi e Todo Dia
***Inclui as redes GBarbosa, Bretas e Prezunic
Fonte: Associação Brasileira de Supermercados (Abras)

Isenção de IPI já rendeu R$ 19 bi em recusa fiscal para empresas 30/03/2012

Essa é a soma das desonerações do governo para estimular a iniciativa privada desde a crise de 2008, especialmente a indústria

Nivaldo

Os estímulos fiscais praticados pelo Planalto desde a chegada da crise financeira internacional, no terceiro trimestre de 2008, já fizeram a União deixar de arrecadar aproximadamente R$ 19,1 bilhões somente em Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), segundo relatório da Receita Federal obtido pelo iG.
O valor não inclui recusas fiscais nas quais o IPI é acompanhado por outros impostos ou contribuições, como Pis/Cofins. Ao todo, incluindo mais de 157 desonerações cedidas pelo governo, a iniciativa privada deixou de pagar R$ 35 bilhões.
O conjunto de medidas praticado entre 2009 e 2010 foi o de maior recusa fiscal por parte da União, somando R$ 8,919 bilhões não recolhidos. Na sequência está o intervalo 2010/11, com R$ 5,972 bilhões. Seguido por 2011/12, com R$ 4,168 bilhões em isenção ou desoneração de IPI.
Automotivo lidera benefícios
A primeira ação do Ministério da Fazenda para estimular o setor produtivo foi isenção do IPI sobre os automóveis, em dezembro de 2008. A Receita Federal calcula que a recusa fiscal tenha sido pouco mais de R$ 2 bilhões para veículos e caminhões no ano seguinte.
O setor automotivo foi o mais beneficiado, somando no total R$ 7,882 bilhões não recolhidos por decisão do governo nos últimos quatro anos. Para 2012, estão programados R$ 922 milhões. Apesar do montante, um novo pacote de estímulos está em gestação no ministérios da Fazenda de Indústrias e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Irã suspende credencial da Reuters 30/03/2012



Reuters Brasil

LONDRES – O governo iraniano suspendeu a credencial de imprensa dos funcionários da Reuters em Teerã, depois da veiculação de uma reportagem em vídeo que continha um erro sobre uma academia feminina de artes marciais.
A Reuters, braço noticioso da Thomson Reuters, grupo global de notícias e informação, corrigiu a reportagem depois de receber uma queixa da academia de artes marciais onde ela foi gravada.
A manchete original -"Milhares de mulheres ninjas treinam como assassinas no Irã"- foi corrigida para "Três mil mulheres ninjas treinam no Irã".
O Ministério da Cultura e Orientação Islâmica do Irã posteriormente entrou em contato com o chefe do escritório da Reuters em Teerã para falar do vídeo e da sua divulgação, e por causa disso 11 funcionários da Reuters receberam ordens para entregar suas credenciais de imprensa.
"Admitimos que esse erro ocorreu e o vemos como um assunto muito sério. Ele foi imediatamente corrigido no mesmo dia em que veio à nossa atenção", disse o editor-chefe da Reuters, Stephen J. Adler.
"Além disso, conduzimos uma revisão interna e tomamos as medidas apropriadas para evitar uma repetição".
Adler disse que a Reuters está em negociação com as autoridades iranianas para recuperar o credenciamento.
"A Reuters sempre se esforça em cumprir os mais elevados padrões do jornalismo, e nossa política é admitir os erros honestamente e corrigi-los imediatamente quando ocorrem", acrescentou.
Reuters


Nota da Redação:
Uma empresa jornalística que escreve uma manchete destas, ("Milhares de mulheres ninjas treinam como assassinas no Irã"), num país fechado e com histórico de problemas com o Ocidente, realmente, está pedindo para ir embora!

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Japão ameaça destruir foguete norte-coreano caso ele ameace seu território 30/03/2012


Divulgação: lançador de mísseis Patriot

Tóquio - O ministro japonês da Defesa ordenou nesta sexta-feira (30/3), horário local, que as tropas do país estejam prontas para destruir o foguete que a Coreia do Norte pretende lançar, em caso de ameaça ao território do Japão, revela a imprensa local.
A ordem partiu diretamente do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, destacam os jornais.
O Japão tem dois tipos de sistemas capazes de derrubar o foguete norte-coreano: mísseis terra-ar Patriot Advanced Capability-3 (PAC-3) e navios armados com o Aegis, que dispara Standard Missile-3 (SM-3).
A Coreia do Norte anunciou em meados de março o lançamento de um foguete, entre 12 e 16 de abril, para colocar em órbita um satélite de observação de uso civil, mas Estados Unidos e seus aliados estimam que trata-se de um teste de míssil balístico de longo alcance.
Diante dos pedidos internacionais para suspender o lançamento, Pyongyang respondeu na terça-feira que "jamais" abandonará seu direito de lançar "um satélite pacífico".
O lançamento está previsto para a base de Tongchang-ri, no extremo noroeste da Coreia do Norte, e o primeiro estágio do foguete deve cair no Mar Amarelo, a oeste da península coreana. O segundo estágio pode cair a leste das Filipinas, após sobrevoar parcialmente as ilhas de Okinawa, no sul do Japão.
A Coreia do Sul também advertiu que poderá destruir o foguete caso ameace seu território.
Segundo o jornal japonês Tokyo Shimbun, a Coreia do Norte já começou a injetar combustível nos tanques do foguete.
A decisão norte-coreana ocorre poucos dias após Pyongyang ter se comprometido com Washington a cumprir uma moratória sobre os lançamentos de mísseis, testes nucleares e atividades de enriquecimento de urânio em troca de uma ajuda alimentar.
Na quarta-feira, os Estados Unidos suspenderam a ajuda humanitária à Coreia do Norte, por considerar que o lançamento viola o acordo acertado entre os dois países em fevereiro passado.
A Coreia do Norte sofre uma penúria alimentar crônica. Na segunda metade dos anos 90, centenas de milhares de pessoas morreram de fome no país, segundo várias ONGs.
A agência oficial norte-coreana KCNA anunciou que o satélite que será lançado permitirá ao país uma avaliação melhor das plantações e compilar dados meteorológicos.
Pyongyang convidou cientistas estrangeiros, incluindo da Nasa, e jornalistas para acompanhar o lançamento, e destacou o "caráter pacífico do satélite científico".
AFP

Programa Minha Casa vai ser ampliado, diz Dilma 30/03/2012

Presidente disse na Índia que adotará mais medidas de incentivo à construção


Tânia Monteiro, enviada especial de O Estado de S. Paulo

NOVA DÉLHI - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira que pretende adotar novas medidas nas áreas tributária e fiscal para criar maior capacidade para o investimento do setor privado. Elas serão anunciadas logo que retornar ao País, segundo informou. Entre as medidas, está o aumento de 2 milhões para 2,4 milhões do número de habitações a serem construídas pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
O objetivo das medidas é elevar a taxa de investimento dos atuais 19% do Produto Interno Bruto (PIB) para 24% ou 25%. Dilma afirmou que o governo "tem de fazer um esforço" nesse sentido. "Os olhos do mundo estão sobre nós. Não apenas por nossa importância econômica, mas porque somos, sem dúvida, a melhor esperança de uma ordem mais justa, mais sustentável e mais multilateral." Além da ampliação do Minha Casa Minha Vida, a presidente citou outras frentes de investimento que considera importantes, como os projetos em mobilidade urbana, hidrovias e a Ferronorte.
Crédito
O esforço não é só na esfera federal. Dilma ressaltou que liberou quase R$ 40 bilhões para os Estados investirem em infraestrutura. O valor refere-se a autorizações para que os governos contratem novas operações de crédito com organismos internacionais e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Mas ela salientou que a iniciativa privada também tem de ampliar os investimentos. "Sem sombra de dúvida, o esforço que nós fazemos tem de ser complementado pelo investimento privado. Sem isso você não cria uma taxa de investimento de 24% como desejamos", disse.
Dilma avisou ainda que o governo vai ter de elevar os gastos em saúde e educação. Um tema que a tem preocupado é o déficit de médicos no Brasil. "Temos de ampliar o número de médicos. Temos 1,8 médicos para cada mil habitantes, Esta é uma das mais baixas taxas no mundo."
Segundo a presidente, é preciso manter as despesas nos serviços básicos, mas trabalhar para aumentar a taxa de investimento: "Nem sempre é possível cortar gastos do governo."
Ela reconheceu, ao mesmo tempo, que é necessário reduzir o peso da tributação sobre pessoas e empresas. "Tenho consciência de que o Brasil precisa reduzir a carga tributária. Farei o que for possível para reduzi-la."
Discurso 
Ao discursar na 4.ª reunião dos Brics, Dilma criticou as barreiras impostas pelos países ricos. "A consequente depreciação do dólar e do euro traz enormes vantagens comerciais para os países desenvolvidos e coloca barreiras injustas à competitividade dos demais países, em especial o Brasil."

Espanha: As razões para a greve geral 30/03/2012

A paralisação nacional foi mais do que justificada como resposta às políticas que estão a ser realizadas pelo governo conservador de Espanha. Por Vicenç Navarro
A greve geralé também a continuação de uma longa história para recuperar a democracia e o bem estar da cidadania. Foto de J. Cortello
Olhe-se como se olhar, muitas das políticas públicas do governo do Partido Popular têm como objetivo diminuir os salários e reduzir a proteção social. Tal objetivo justifica-se com o argumento de que há que recuperar a confiança dos “mercados financeiros”, temerosos de que o elevado défice do Estado espanhol impossibilite o pagamento dos juros da dívida pública, criando um grave problema para o Estado, pois não poderá conseguir dinheiro emprestado aos tais mercados para realizar as suas funções.
Esta justificação adquiriu a dimensão de dogma, imposto pelas autoridades que regem a Eurozona e a União Europeia. Na realidade, as tais autoridades já nomearam um supervisor para instruir o governo espanhol sobre quando e como alcançar esses objetivos, convertendo a Espanha num protetorado, com uma escassa soberania e capacidade de decisão nacional. Tal argumento requer para a sua sustentabilidade que a população creia que essas medidas, que são altamente impopulares, são necessárias para recuperar o seu bem estar, apresentando-as como as únicas possíveis.
O que a cidadania deveria conhecer (e não é fácil que conheça, devido à escassíssima diversidade ideológica existente nos meios de informação e persuasão do país) é que cada um dos pressupostos que sustêm a tal justificação é erróneo. A evidência científica amplamente disponível mostra os seguintes factos:
- A falta de confiança dos chamados mercados financeiros para com a economia espanhola não se deve, neste momento, ao “excessivo défice” ou à “excessiva dívida pública” (mais baixa que a de Alemanha), mas ao escasso crescimento económico, que piorará com as medidas dos cortes da despesa pública (incluindo a despesa pública social) e do emprego público, e com a redução dos salários. A evidência de que tais medidas piorarão a situação económica é esmagadora. Passou-se na Grécia, está a passar em Portugal e acontece também em Espanha.
- Os juros da dívida pública são altamente influenciados pelo comportamento do Banco Central Europeu (BCE), o qual é, na realidade, mais um lóbi da banca do que um banco central. O BCE está a ajudar massivamente a banca europeia (incluindo a banca espanhola) à custa de não ajudar os Estados. Se o Banco Central Europeu fosse um banco central, Espanha e os outros países periféricos da Eurozona não teriam o problema que têm em poder vender dívida pública, pois esse banco compraria tanto quanto fosse necessário para baixar os seus juros. Ora bem, o facto de o Banco Central Europeu não intervir e ajudar os Estados comprando dívida pública diretamente, é precisamente para beneficiar os bancos. A prova de que isto é assim é também esmagadora.
- Na realidade, o elevado desemprego de Espanha não se deve, nem às “supostas” rigidezes do mercado de trabalho, nem à “excessiva” proteção social. Espanha foi, em 2011, junto com os EUA e a Irlanda, o país onde proporcionalmente se despediram mais trabalhadores, tanto fixos como temporários. E a despesa pública social por habitante é a mais baixa da UE-15 (grupo de países com o nível de desenvolvimento económico semelhante ao espanhol). A evidência científica de que os cortes sociais e as reformas do mercado laboral não só não criaram emprego como o destruíram é contundente e esmagadora.
A pergunta que o leitor fará é: então, porque é que o Partido Popular faz tais políticas? A resposta é: os interesses que representam – a banca e o grande patronato – estão a ser beneficiados com estas políticas. Na realidade, estão a conseguir o que sempre tinham desejado. Estão a utilizar a crise que eles criaram (e muito especialmente, a banca) para alcançar o que sempre quiseram, quer dizer, baixar os salários, diminuir a proteção social e privatizar o Estado do Bem Estar. E estão a fazê-lo sem que houvesse mandato popular. Na realidade, tinham negado que fariam cada uma das medidas que agora estão a implementar. Este insulto democrático deve ser denunciado em democracia. E a maneira de responder é com uma greve geral.
Uma última observação. Não é por acaso que os países que têm maiores problemas económicos e financeiros na Eurozona são aqueles que foram dominados, por períodos muito longos da sua história, por forças conservadoras: Grécia, Portugal e Espanha. Nestes países, os Estados foram influenciados, em grande medida, pela banca, o grande patronato e as grandes fortunas, o que explica a regressão das suas políticas fiscais e a grande fraude fiscal. Segundo os técnicos da Agência Tributária do Estado espanhol, 72% de toda a fraude fiscal em Espanha é realizada por estes grupos, cuja influência sobre o Estado é enorme. Esta situação explica a pobreza do Estado espanhol (tanto central, como autonómico e municipal), a sua dívida pública e o subdesenvolvimento do seu Estado do Bem Estar. São estas mesmas forças financeiras e económicas que agora estão a impor essas políticas, com o apoio das elites governantes da zona Euro. Daí que uma greve geral seja também a continuação de uma longa história para recuperar a democracia e o bem estar da cidadania, denunciando os responsáveis, dentro e fora de Espanha, do seu escasso desenvolvimento social.
Vicenç Navarro é professor de Ciência Política na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, e ex-professor de Economia na Universidade de Barcelona. É direor do Observatório Social de Espanha, um centro de investigação sobre qualidade de vida.
Tradução de António José André para o Esquerda.net

"Avianca investirá US$ 4 bi em aviões para operar no País" 29.03.12


A companhia AviancaTaca planeja investir quase US$ 4 bilhões para adquirir 50 aeronaves para operação no Brasil ao longo dos próximos dois até cinco anos, informou hoje o maior acionista do grupo, German Eframovich."Estamos analisando a compra de cerca de 50 aeronaves no Brasil para renovar nossa frota", disse Eframovich nos bastidores de uma feira de aviação que está sendo realizada na capital chilena. Segundo ele, o grupo ainda não decidiu de qual fabricante de aeronaves irá adquirir os aviões, acrescentando que a decisão será tomada com base em qualidade e preço.Eframovich também afirmou que não tem pressa em listar as ações da empresa fora da Colômbia, respondendo a um questionamento sobre uma possível listagem em Nova York. "Há um plano de emitirmos ADRs, mas estamos esperando uma janela melhor (de oportunidade) porque o mundo é considerado um lugar em crise (neste momento)", explicou.


 As informações são da Dow Jones.

"YPF anuncia descoberta de petróleo na Argentina" 29.03.12


A petrolífera YPF anunciou nesta quinta-feira que encontrou dois poços de óleo de xisto e um de petróleo convencional na província argentina de Mendoza. Em conjunto, são "mais de 750 barris de petróleo por dia", disse em nota distribuída pela companhia. O anúncio ocorre logo depois da revogação, pelo governo, de várias áreas de concessão da YPF nas províncias de Mendoza, Santa Cruz, Chubut, Neuquén, Salta e Rio Negro.
Na nota distribuída à imprensa, a YPF detalhou que a descoberta de petróleo é na "Formación Vaca Muerta" nos blocos "Payún Oeste e Valle del Rio Grande", onde foram perfurados dois poços (LaFi.x-1 e MDM-94), que geram uma produção inicial de 482 barris de petróleo não convencional. "Além disso, YPF descobriu petróleo convencional em outro poço (Vio x-2) no bloco Vizcacheras, no centro de Mendoza, que produz desde a última segunda-feira 270 mil barris diários com uma qualidade de 28 graus API", afirmou a nota.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Comemoração do golpe militar no Rio de Janeiro termina com repressão a manifestantes 29/03/2012

Da Redação
A festa em comemoração ao aniversário do golpe militar de 1964, realizada na tarde desta quinta-feira (29), na sede do Clube Militar, no Rio de Janeiro, terminou como na época em que os que celebravam estavam no poder: choque elétrico, bomba de efeito moral e spray de pimenta. Centenas de manifestantes protestaram em frente ao Clube, que fica na Cinelândia, coração da capital fluminense, bloqueando a entrada para a festa, entoando gritos de ordem e empunhando cartazes que lembravam pessoas desaparecidas.
Viaturas da Polícia Militar foram chegando ao local até serem mais de uma dezena. O Batalhão de Choque também foi acionado para desbloquear a esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Santa Luzia. Sprays de pimenta foram utilizados indiscriminadamente, bem como bombas de efeito moral. Pelo menos um manifestante foi preso, o que gerou reação dos manifestantes e, logo, mais repressão.
Segundo o jornal O Globo, o estudante de Ciências Sociais Antônio Canha, de 20 anos, foi atingido por um tiro de descarga elétrica de uma pistola Taser disparado pela PM. Estilhaços de bomba de efeito moral feriram a barriga de Miriam Caetano, de 33 anos. Vários manifestantes foram atingidos por spray de pimenta, como é possível ver em vídeos postados na internet.
Muitos militares e demais convidados saíram da “festa” pela porta dos fundos. Outros foram escoltados por policiais. Testemunhas relataram nas redes sociais que o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) esteve na comemoração e ficou na janela do clube acenando ironicamente para os manifestantes.


Com informações de O Globo


Comissão da OEA investiga Brasil por caso Herzog 29/03/2012

País foi notificado oficialmente e terá cerca de dois meses para explicar por que não puniu o assassinato do jornalista, morto no DOI-Codi de São Paulo, em 1975


Wilson Tosta, de O Estado de S.Paulo

Foto feita na cela do DOI-Codi, em outubro de 1975 - Reprodução/Arquivo AE
Reprodução/Arquivo AE
Foto feita na cela do DOI-Codi, em outubro de 1975
RIO - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) sediada em Washington (EUA), abriu oficialmente processo para investigar por que o Brasil não puniu o assassinato sob tortura por agentes do DOI-Codi de São Paulo, em 25 de outubro de 1975, do jornalista Vladimir Herzog. O País foi notificado na última terça-feira, 20, da denúncia apresentada pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL), pela Fundação Interamericana de Defesa dos Direitos Humanos (FIDDH), pelo Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo.
Agora, o Brasil deverá ter cerca de dois meses para se defender. Se considerar que essas explicações são insuficientes, a Comissão poderá remeter o processo para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, onde o Brasil poderá ser condenado. Isso já aconteceu anteriormente: em dezembro de 2010, o Estado brasileiro foi condenado pela Corte por violações de direitos humanos ocorridas na repressão à Guerrilha do Araguaia (1972-1975).
No começo de março, reportagem do Estado mostrou que documento divulgado pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) traria novas informações sobre a morte de Herzog. Uma carta enviada em 23 de janeiro do ano seguinte pelo general Newton Cruz ao general João Figueiredo, chefe dele no Serviço Nacional de Informações (SNI), serviria como mais uma prova de que a famosa foto do jornalista enforcado dentro da cela, divulgada pelos militares, foi manipulada pela ditadura.
Já na época da morte se questionou que o corpo não estava suspenso: os joelhos estavam dobrados no chão, um dos argumentos que derrubaram em 1975 a versão do suicídio. Mas a foto divulgada naquele ano pelo Instituto de Criminalística não exibia a parte superior das barras, para dificultar a compreensão de que Herzog foi amarrado e não se amarrou.

A Lua é filha da Terra? 29/03/2012

A Lua é filha da Terra?
As descobertas podem lançar pelo espaço a teoria mais aceita atualmente sobre a formação da Lua. [Imagem: Cosmic Collisions Space Show/Rose Center for Earth and Space/AMNH]

Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/03/2012

Formação da Lua
Uma nova análise química de rochas lunares mostrou que nosso satélite é muito mais parecido com a Terra do que os cientistas acreditavam.
A teoria mais aceita atualmente afirma que a Lua teria sido gerada quando um planeta hipotético do tamanho de Marte - conhecido como Théia, ou Téia - teria saído de sua órbita e entrado em rota de colisão com a Terra.
O impacto arrancou as camadas externas de Téia e da Terra, deixando enormes quantidades de detritos em órbita da nova Terra-híbrida. Esse material eventualmente coalesceu sob sua própria gravidade e formou a Lua.
Composição da Lua
Para que esse modelo seja consistente, cerca de 40% da composição da Lua deveria ter vindo de Téia.
Contudo, ao comparar a abundância relativa dos isótopos titânio-47 e titânio-50 em rochas lunares, Junjun Zhang e seus colegas da Universidade de Chicago descobriram que a proporção dos dois isótopos é exatamente a mesma da Terra - cerca de 4 partes por milhão.
Já se sabia que a composição isotópica do oxigênio na Lua também é similar à da Terra, mas o oxigênio se vaporiza muito facilmente durante uma colisão, e essa semelhança pode ser resultado de uma troca posterior.
Ocorre que o titânio não vaporiza tão facilmente. Segundo Zhang, seria virtualmente impossível que a Lua e a Terra tivessem atingido a mesma composição.
Análises de meteoritos, por outro lado, vistos como restos de eventuais corpos planetários errantes pelo Sistema Solar, confirmam que a composição de Téia seria muito diferente da composição da Terra.
Novas teorias para a formação da Lua
Mas os cientistas afirmam que ainda não é hora de descartar a hipótese do choque Téia-Terra para explicar a origem da Lua, porque o choque pode ter desencadeado processos sobre os quais ainda não se tem conhecimento.
A principal razão, contudo, é que a única teoria alternativa para a formação da Lua propõe uma Terra girando extremamente rápido, a ponto de atirar material de sua própria crosta para o espaço - mas ninguém tem uma ideia sobre o que teria diminuído posteriormente a velocidade do nosso planeta.
Enquanto isso, as sondas gêmeas STEREO estão procurando sinais de meteoritos com composição similar à da Lua e da Terra, com o objetivo de dar novas ideias sobre a formação da Lua.
Outra novidade recente, que pode ajudar neste estudo, é a descoberta de dois planetas na mesma órbita, o que poderia sugerir uma composição mais similar entre Téia e Terra se ambos fossem gêmeos orbitais.
Bibliografia:

The proto-Earth as a significant source of lunar material
Junjun Zhang, Nicolas Dauphas, Andrew M. Davis, Ingo Leya, Alexei Fedkin
Nature Geoscience
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/ngeo1429

Dilma lançará pacote de R$ 273 bi para ajudar investimento privado 29/03/2012

Da Folha.com

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI
A presidente Dilma Rousseff informou nesta quinta-feira (29) que, assim que voltar ao Brasil no fim de semana, vai anunciar um conjunto de medidas com "o objetivo de assegurar, através de questões tributárias e financeiras, maior capacidade de investimento para o setor privado", de forma a criar, junto com o investimento público, uma taxa de investimento de 24% ou 25% do PIB (Produto Interno Bruto, medida de tudo o que o país produz de bens e serviços em um ano).
Como o PIB brasileiro é de cerca de US$ 2,5 trilhões (R$ 4,5 trilhões) e como a taxa de investimento anda em torno de 19% dele, o programa a ser anunciado significará um esforço para investir algo em torno de US$ 150 bilhões (R$ 273 bilhões), em prazo que a presidente não especificou. Dilma tampouco quis anunciar quais são as "questões tributárias e financeiras" a que se referiu: "Não vou adiantar aqui porque não estou no Brasil".
É lógico deduzir, no entanto, que, ao falar de tributos, está se referindo a desonerações fiscais.
Até porque a presidente também prometeu fazer o possível para reduzir a carga tributária brasileira em seu período de governo, que vai até 2014. "Tenho plena consciência de que o Brasil precisa reduzir sua carga tributária", disse, depois de brincar que ela também, como os empresários, reclama dos impostos.
Mas a reforma tributária será lenta e pontual porque, segundo ela, só no futuro, "talvez seja possível encaminhar uma reforma global", em vista "dos vários interesses envolvidos na questão". Citou como o principal deles a distribuição da arrecadação entre União, Estados e municípios.
Por isso, Dilma defende uma discussão calma, tranquila e realista", enquanto toma "medidas pontuais que, no conjunto, permitem que se crie uma desoneração maior, o que é fundamental para o país crescer".
Quanto a aumentar a taxa de investimentos é algo mais urgente mas potencialmente tão complicado quanto a reforma tributária, pelo menos da maneira como a presidente diz querer atuar.
Primeiro, promete "um esforço grande para aumentar a taxa de investimento", mas de forma a "equilibrá-la com o consumo". Segundo, não quer cortar investimentos do governo, mas aumentar tanto este como o do setor privado.
Mesmo gastos de consumo do governo, que obviamente não são investimento, terão que aumentar em alguns setores, "principalmente quando se trata da saúde e da educação".
Para Dilma, é preciso, por exemplo, ampliar o número de médicos, porque o Brasil tem uma das menores taxas de médicos por habitante (1,8 para cada mil brasileiros).
A presidente diz que "a população reclama de duas coisas, falta de médicos e, portanto, de falta de atendimento. Não é investimento, mas vamos ter que gastar e ao mesmo tempo aumentar a taxa de investimento".
Parte do esforço para aumentar o investimento já está em curso, mas apenas como mudança na forma de rotular o gasto. Dilma conta que o gasto em construção civil (programa Minha Casa, Minha Vida) era até há pouco rotulado como despesa de custeio, em vez de investimento.
A propósito: ela anunciou que, além dos 2 milhões de moradias já prometidas pelo programa, o governo fará uma avaliação em junho, e "talvez cheguemos a acrescentar mais 400 mil".
Além disso, a presidente contabiliza a expansão já feita de investimento em mobilidade social: "Só do ano passado até hoje, lançamos seis grandes programas de mobilidade urbana".

Brics assinam acordo de investimento e comércio em moedas locais 29/03/2012

Da BBC Brasil

Os presidentes de bancos de desenvolvimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinaram nesta quinta-feira, em Nova Déli, na Índia, acordos que vão permitir o financiamento de comércio e investimento em moeda local, um assunto que vem sendo discutido desde a primeira reunião do grupo.
O objetivo da medida é aumentar a cooperação entre os bancos de desenvolvimento dos Brics e elevar o comércio entre os países do bloco, já que facilita a obtenção de financiamento com instituições de fomento do país onde o investimento será realizado, e também evita a vinculação do negócio ao dólar, e portanto, a exposição à flutuação cambial.
presidente Dilma Rousseff, a medida será um dos pilares do dinamismo das economias do grupo. "Os Brics continuam sendo um elemento dinâmico da economia global e vão responder por uma parcela significativa do comércio. A notável expansão dos últimos anos do comércio intra Brics evidencia também o potencial das nossas relações. Nós passamos de US$ 27 bilhões em 2002 para estimados US$ 250 bilhões em 2011", disse a presidente.
Ela também afirmou que a definição de um grupo de trabalho para criar um banco de desenvolvimento dos Brics - que atue especialmente em projetos de infraestrutura, inovação, e ciência e tecnologia - sinaliza a disposição dos países de trabalhar em projetos conjuntos.
A presidente voltou a criticar as políticas adotadas pelo Banco Central Europeu e pelos Estados Unidos para conter a crise.
"Medidas exclusivas de política monetária não são suficientes para a superação dos atuais problemas da economia mundial. (...) Ao mesmo tempo, elas introduzem grave desequilíbrio cambial, por meio da desvalorização artifical da moeda e pela expansão da política monetária", disse.
A presidente Dilma defende que a depreciação do dólar e do euro decorrente destas medidas traz vantagens comerciais para os países desenvolvidos, mas diminui a competitividade dos produtos de outros países, como o Brasil.

Reformas

Na declaração conjunta divulgada ao fim da Cúpula, os Brics voltaram a defender uma reforma mais efetiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, aumentando a representatividade dos países emergentes.
Como era esperado, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não apoiaram nenhum candidato à presidência do Banco Mundial, mas voltaram a defender que a escolha seja feita por mérito e não por critérios geográficos, já que, tradicionalmente, a liderança da instituição fica nas mãos de americanos, enquanto o FMI é presidido por um europeu.
Segundo uma das principais negociadoras brasileiras nos Brics, a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, o fato de o presidente americano, Barack Obama, ter apoiado a candidatura de Jim Yong Kim, que nasceu na Coreia do Sul e tem experiência no setor de desenvolvimento, sinaliza que as reivindicações do grupo estão, de certa forma, sendo ouvidas.
"Mostra uma disposição por parte dos Estados Unidos de dar atenção à pauta que preocupa os Brics. Uma forma de lançar um candidato com condições de vencer."
A declaração dos Brics também mencionou a importância da Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, e condenou a violência na Síria.
Após o fim da cúpula, Dilma Rousseff se reuniu com o presidente Dmitri Medvedev, quando os dois líderes discutiram cooperação na área científica, tecnológica e de inovação, além de possíveis parcerias nas áreas de satélites e petróleo e gás, e a perspectiva de exportação de carne brasileira para o mercado russo.
A presidente não quis comentar a posição da Rússia em relação ao Irã, mas enfatizou a posição brasileira.
"A posição do Brasil é clara. O Brasil acha extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã", disse. "Compreendemos que outros países têm (relações comerciais com o Irã) e precisam dessas compras, mas achamos necessário que haja, de parte a parte, uma redução do conflito, para que se estabeleça o diálogo."
Dilma Rousseff também defendeu o direito de os países usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como o Brasil faz.
Na sexta-feira, a presidente brasileira tem encontros com líderes políticos e empresários indianos.

Espanha: Sindicatos sublinham adesão “massiva” à Greve Geral 29/03/2012

Setores da indústria, recolha de lixo, construção de infraestruturas, setor mineiro, correios e transporte, são, segundo os sindicatos, os mais afetados pela Greve Geral. Sindicatos denunciam pressões e ameaças. Registaram-se alguns confrontos durante a noite que, segundo o Ministério do Interior, resultaram em dezenas de detenções e alguns feridos.
Foto de Juan Carlos Cardenas, EPA/Lusa.

As principais centrais sindicais espanholas, CCOO e UGT, acreditam que a adesão à Greve Geral está a ser massiva e irá mesmo ultrapassar os números atingidos em setembro. Entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, a adesão deverá rondar os 85% a 90%, segundo avançam estas estruturas sindicais.
Segundo divulga a UGT e as CC OO em comunicado conjunto, as fábricas de automóveis estão praticamente paradas e o setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos. 26 portos da rede de Portos do Estado estão totalmente parados. No setor da aviação, 2300 voos poderão ser afetados pela paralisação e a empresa Transmediterránea prevê o cancelamento de atividades em 22 dos seus trajetos marítimos. Nas fábricas da Renault, SEAT en Martorell, Volkswagen Navarra, Ford Almusafes e Bosch Madrid, e Airbus en Toledo a adesão à greve é total.
Os grandes centros de abastecimento da Andaluzia, especialmente o Mercasevilla, o Mercabarna e o Mercavalencia, na Catalunha, e a plataforma logística de Mercadona em Leon encerraram portas e os setores da alimentação e o setor químico registam níveis de adesão que rondam os 80 a 90%. O turno da noite da fábrica da Repsol em Puertollano parou por completo.
No setor mineiro a adesão é de 100% e no setor têxtil atinge os 82%. A fáfrica da Inditex na Corunha encerrou por completo. Na recolha de lixo a adesão é de 95%, ascendendo a 100% em cidades como Madrid, Corunha, Zaragoza, Ceuta, Toledo, entre outras. No setor das limpezas a adesão foi, por sua vez, de 70%.
No que respeita à construção de infraestruturas, a greve chegou mesmo a parar por absoluto as obras da Adif e do prolongamento da linha 9 do metro.
O setor postal regista uma adesão à greve de 74%, atingindo os 100% na Catalunha e os 98% na Andaluzia.
Também os media espanhóis optaram por aderir ao protesto. O Telemadrid, Canal Sur Televisión e o TV3 da Catalunha encerraram as emissões pelas zero horas do dia 29. A adesão na redação digital do diário Público é de 100%. No que respeita à imprensa escrita, regista-se uma adesão de 80% no El País e La Vanguardia e de 70% no resto da imprensa escrita da Catalunha.
Outro indicador que traduz o êxito desta Greve Geral diz respeito à diminuição do consumo de energia, que traduz a redução da atividade económica. Cerca das sete da manhã, a procura já registava um decréscimo, face à semana anterior, de 23,37%, segundo a Rede Elétrica de Espanha.
Forte contingente policial
A greve tem sido acompanhada de perto por um enorme contingente policial que, inclusive, chegou a cortar os acessos em Madrid, junto ao Congresso.
Registaram-se alguns confrontos durante os piquetes da madrugada, que resultaram, segundo o Ministério do Interior, em dezenas de detenções e alguns feridos.
Os sindicatos denunciaram, entretanto, que os trabalhadores têm vindo a ser alvo de pressões e chantagens por parte dos empresários e dos serviços públicos no sentido de não aderirem à greve.
Contra a reforma laboral e pelos serviços públicos
A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo executivo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos.
Para os representantes da CC OO e da UGT, esta é uma mobilização “justa e necessária” perante a “regressão social” provocada pela política posta em marcha pelo atual governo.
Na Galiza também foi convocada pela Confederação Intersindical Galega uma greve geral para 29 de março. Para o País Basco e para Navarra, as centrais ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru, também já teriam anunciado uma paralisação geral para este mesmo dia.
O protesto não merece o apoio do Partido Nacionalista Basco, sendo duramente condenado pelo Partido Popular.
O partido Esquerda Unida congratulou, por sua vez, a decisão das estruturais sindicais. Cayo Lara, citado pelo El Pais, defendeu que esta é uma “reforma duríssima, ante a qual o governo tem duas opções: ou negoceia com os sindicatos e partidos dentro do trâmite parlamentar ou terá mais mobilizações”.

Esquerdanet

Espanha enfrenta greve geral 29/03/2012


Manifestação contra reformas trabalhistas e cortes de gastos interrompe voos e serviços

EFE
A greve geral convocada na Espanha contra a reforma trabalhista aprovada pelo Governo de Mariano Rajoy transcorre de maneira desigual, com maior adesão na indústria e nos transportes e pouco apoio no setor de serviços.


Os sindicatos estimaram nesta quinta-feira em 85% a adesão nas primeiras 9h de greve, percentual que recuará para 75% uma vez incorporados os dados da administração, da educação, saúde e do comércio.
Por sua vez, o Governo garante que a greve está tendo pouca incidência a julgar pelos dados de consumo de eletricidade e o funcionamento com normalidade das administrações públicas, dos shoppings e dos bancos.
"A normalidade nos centros de trabalho espanhóis é elevada", resumiu a diretora-geral de Política Interna, Cristina Díaz.
A greve de 24 horas, convocada pelos sindicatos majoritários Comissões Operárias (CCOO) e a União Geral de Trabalhadores (UGT), coincide com os primeiros cem dias do Executivo de Mariano Rajoy, que apresentará nesta sexta-feira orçamentos com drásticos cortes para cumprir com o objetivo de déficit de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Enquanto isso, o Governo acredita que o impacto da greve é "claramente inferior" ao da paralisação convocada em setembro de 2010 contra a reforma trabalhista aprovada pelo então Executivo do socialista José Luis Rodríguez Zapatero, os sindicatos consideram que é superior.
A participação durante o turno de noite superou "amplamente" os 90% nos setores de recolhimento de lixo, limpeza diária e indústria, segundo os sindicatos, que criticaram o forte aparato policial em algumas cidades.
Na educação, 70% dos empregados aderiram à greve, conforme os sindicatos, que também protestam contra os "cortes" na educação.

Durante o dia, foram contabilizadas nove pessoas levemente feridas, seis são agentes, e 58 detidos.
A normalidade está sendo a tônica dominante tanto nos hospitais públicos de Madri quanto nas cafeterias e bares de todo o país.
Os sindicatos patronais CEOE e CEPYME garantiram que a adesão depende dos setores e das regiões, e que é mais pronunciado na indústria e no norte da Espanha.
As associações de trabalhadores autônomos afirmaram que apenas 17% dos negócios aderiram à greve.
No setor aéreo, até as 4h15 (de Brasília) tinham operado 246 voos nos aeroportos espanhóis, conforme o gerente aeroportuário Aena.

Com a convocação da greve, a oitava da democracia na Espanha, os sindicatos protestam contra a nova legislação trabalhista aprovada em fevereiro pelo Governo do conservador do Partido Popular (PP), reivindicada pela patronal espanhola e organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os sindicatos acreditam que a reforma - uma das primeiras medidas aprovadas pelo Governo de Rajoy - danifica os direitos dos trabalhadores, barateia a demissão e não servirá para criar novos empregos em um país que tem 5,2 milhões de desempregados, 23% da população ativa, com a economia entrando em recessão.
O Executivo argumenta, no entanto, que o alto desemprego é a razão principal pela qual é necessária a reforma, que tem o objetivo de flexibilizar o mercado de trabalho.

Brasil e Índia querem uma nova ordem mundial 29/03/2012


Brasil e Índia querem uma nova ordem mundial Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação

Presidente Dilma Rousseff diz que os dois países defendem reformas no Conselho de Segurança das Nações Unidas que levem em consideração a nova realidade do mundo



247 – A presidente Dilma Rousseff declarou em sua viagem à Índia que o Brasil quer uma nova ordem mundial. "Brasil e Índia convergem fortemente para a reforma das organizações internacionais, seja a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a criação de um novo modelo de responsabilidade do FMI ou o estabelecimento de novos fóruns de alto nível, como o G20, IBAS, BASIC e Brics", afirmou em um artigo publicado no jornal "The Times of India".
Dilma participa, em Nova Déli, da IV Reunião de Cúpula dos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e na sexta-feira fará uma visita de Estado ao país anfitrião.
A presidente aproveitou para criticar novamente as políticas adotadas pelos Estados Unidos e Europa para combater a crise financeira. "(A crise) não será superada por meio de meras medidas de austeridade, consolidação fiscal e desvalorização da força do trabalho. Menos ainda por meio de políticas expansionistas que ensejam uma guerra cambial e introduzem no mundo novas e perversas formas de protecionismo", disse a presidente durante um discurso na Universidade de Nova Déli, onde ela recebeu o título de doutora honoris causa.

Ativista americano vem ao Brasil e aprende ativismo político 29/03/2012




Stephen Lerner, mentor intelectual do movimento “Ocupe Wall Street”, está no Brasil. Ontem, deu uma palestra no Sindicato dos Bancários de São Paulo sobre a luta dos estadunidenses contra o poder e a ganância do sistema financeiro em seu país. Mas penso que não foi só essa a razão que o trouxe ao nosso país.
Estive ontem no Sindicato entrevistando-o junto a mais uns dez jornalistas da mídia alternativa – porque, incrivelmente, a velha mídia nem tomou conhecimento de presença tão ilustre no Brasil.
Aliás, vale dizer que se tivéssemos imprensa de verdade, por aqui, deveria haver uma fila de jornalistas dos grandes meios querendo entrevistá-lo.
Menos mal, porém, que há uma mídia alternativa. E, para quem quiser se animar, tenho uma boa novidade. Lerner aproveitará sua estada aqui também para coletar o know how brasileiro em termos de ativismo político, apesar de que o nosso país não chega a ser o que tem o ativismo mais intenso.
Todavia, o Brasil é o país latino-americano mais parecido com os Estados Unidos, tanto do ponto de vista institucional quanto econômico e social. Desta maneira, compreende-se o interesse do mentor de um movimento que está abalando a visão da sociedade americana sobre o seu país.
Minhas perguntas a Lerner foram sobre se acredita que a sociedade americana finalmente acordou e sobre como é possível que após o país ter sido afundado pelos neoliberais o povo ainda cogite votar no Partido Republicano, ainda que o Democrata não seja muito melhor, e sobre se ele não acha que o movimento Ocupe Wall Street precisa de uma liderança.
As respostas foram vagas. Na verdade, nem ele sabe essas respostas. Mas o que vale relatar neste post é o que ele não disse e que os companheiros do Sindicato disseram. Antes, porém, uma frase de Lerner para introduzir o tema: ele disse que os americanos elegeram Obama e foram dormir.
Sabem o que isso quer dizer? Eles fizeram lá o que fizemos aqui. Elegemos Dilma e fomos dormir, ou seja, acreditamos, americanos e brasileiros, que bastaria eleger Obama ou Dilma que tudo estaria resolvido, achando que, no presidencialismo americano ou no brasileiro, um presidente manda alguma coisa.
Lerner relatou como o seu país se acomodou com a sociedade de consumo artificial que construiu e como essa sociedade se esqueceu de como lutar. Por isso, com a visita dele os ativistas americanos aprenderão com os brasileiros a enfrentar o grande capital que por décadas incontáveis dominou aquela nação sem que ninguém oferecesse resistência.
Com o inverno, os americanos nova-iorquinos tiveram que abandonar o Ocupe Wall Street, pois não dava para fazer ativismo sob temperaturas muito abaixo de zero grau. Com a chegada da primavera, porém, estão voltando. E planejando ações que coincidirão com assembléias de grandes grupos econômicos, ao longo deste ano.
Haverá nos EUA, nos próximos meses, reuniões de grandes grupos como Wells Fargo ou Bank of America, entre muitos outros, e os  ativistas do Ocupe Wall Street usarão táticas que o Brasil já usa há muito e que parecem inspiradas em nós.
Por exemplo: para poderem participar das reuniões dessas corporações a fim de protestar, estão adquirindo uma só ação de cada grande grupo por ativista de forma a terem direito legal de participar das assembléias a fim de “meterem o bedelho”, ou seja, de protestarem e darem os seus recados.
É o Brasil exportando um know how que um povo que pôs o homem na Lua desaprendeu.
Lerner, nas respostas que deu às minhas questões, fez questão de ressaltar que, pela primeira vez em décadas incontáveis, os jovens americanos estão mais pobres do que os ascendentes, ou seja, do que pais e avós. E informa que essa realidade, aos poucos, irá mudar a face – e a mentalidade obtusa – de seu pais.
Talvez, leitor, você goste de saber que o Brasil está exportando “tecnologia” para perturbar o grande capital. Aqui está dando muito certo. Apesar de este país ser mais injusto, se os americanos conseguirem diminuir a injustiça social como estamos diminuindo, o choque de igualdade que será gerado poderá varrer o mundo.

Do Blog da Cidadania de Eduardo Guimarães

"PSA Peugeot Citröen suspende acordo com montadora do Irã" 28.03.12


A montadora General Motors disse nesta quarta-feira que sua parceira francesa, a PSA Peugeot Citroën, suspendeu todas as entregas de autopeças para uma fabricante iraniana de automóveis, com a qual a Peugeot tinha parceria. A GM disse que sua aliança com a Peugeot "cumpre totalmente as leis do governo dos Estados Unidos a respeito do comércio com o Irã".A General Motors enfrentou críticas de grupos e entidades nos EUA que se opõem ao regime iraniano, por concordar em comprar 7% de participação acionária na montadora Peugeot Citroën. A Peugeot tinha uma longa parceria com a montadora Iran Khodro, para a qual fornecia autopeças para carros que são montados no Irã. Alguns analistas questionaram se, ao tornar-se a segunda maior acionista na Peugeot, a GM não estaria rompendo o embargo econômico dos EUA ao Irã. O governo dos EUA é um dos maiores acionistas na General Motors e tem 32% de participação acionária na montadora, informa o Wall Street Journal.A GM disse "que nós discutimos essa questão com a Peugeot. Nós entendemos que eles tomaram essa decisão de suspender a produção e o envio de autopeças ao Irã há algum tempo - antes que nossa aliança entrasse em efeito - e decidimos continuar com essa suspensão. Nosso acordo com a Peugeot cumpre totalmente com as leis do governo dos EUA a respeito do Irã e não tem nenhuma intenção de beneficiar o Irã de qualquer jeito". O Tesouro dos EUA não fez comentários.
A Peugeot disse que não tem investimentos diretos no Irã, apenas vendia autopeças à Iran Khodro. Um porta-voz da Peugeot disse no começo de março que o acordo com a Khodro representou apenas 1,5% do faturamento da unidade automotiva da Peugeot em 2011. As informações são da Dow Jones.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Venda de imóveis novos em SP tem alta de 29% em janeiro 28/03/2012


DE SÃO PAULO
A venda de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo cresceu 28,7% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2011, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Secovi (sindicato da habitação).
Foram comercializados 1.068 imóveis no mês, diante das 830 unidades de janeiro de 2011.
O volume movimentado com as vendas aumentou 17,2%, com R$ 504 milhões no primeiro mês deste ano e R$ 430,1 milhões em igual período de 2011. Com a correção do valor pelo INCC (Índice Nacional de Custos da Construção, da Fundação Getúlio Vargas), a alta ficou em 9,5%.
Em 2011, a venda de imóveis novos residenciais na capital paulista somou 28,3 mil unidades, com retração de 21% ante o ano anterior.
Já a quantidade de lançamentos, contabilizada pela Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos sobre o Patrimônio), registrou queda de 1,3% no mesmo comparativo, totalizando 37,7 mil moradias postas à venda no ano passado.
DORMITÓRIOS
Imóveis de dois e três dormitórios responderam, juntos, por 82,6% das vendas em unidades do primeiro mês de 2012 --sendo 43,7% e 38,9%, respectivamente.
Os lançamentos residenciais na capital paulista totalizaram 674 unidades em janeiro, com alta de 12,1% em relação às 601 unidades do primeiro mês de 2011.
De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), 62% das unidades lançadas no mês correspondiam a imóveis de 2 dormitórios (418 imóveis).
"O ano deve superar os resultados de 2011, que foi bom, mas abaixo das expectativas em relação aos excepcionais registrados nos anos anteriores", diz o Secovi em nota.
"A economia provavelmente estará aquecida nesse período [segundo semestre], que, tradicionalmente, movimenta em torno de 65% do total comercializado por ano", afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Espanha: sindicatos convocam greve geral para quinta-feira 28/03/2012

País vive uma das crises econômicas mais agudas de sua história, com taxa de desemprego de 23%


Robson Morelli, enviado à Espanha
Os dois sindicatos mais fortes da Espanha convocaram uma greve geral no país para esta quinta-feira, 29. A paralisação vai ser de um dia apenas e deve contar com a adesão de 35% a 45% dos trabalhadores, conforme expectativa dos analistas. Os transportes públicos de cidades como Madri, por exemplo, vão funcionar com 30% de sua capacidade, o que deverá gerar muita demora e espera sobretudo nas estações de metrô. A promessa é de que o comércio também feche suas portas. Até a tarde desta quarta-feira, funcionários de restaurantes e bares ainda não sabiam se estavam liberados para aderir ao movimento grevista.
Segundo os dois líderes sindicais mais influentes do país, Ignacio Fernández Toxo (CC OO) e Cândido Méndez (UGT), motivos não faltam para parar a Espanha, que vive uma das crises econômicas mais agudas de sua história, com taxa de desemprego batendo nos 23%.
Só em Madri são 635 mil desempregados. Há no país 5,27 milhões de pessoas sem trabalho - 1 milhão a mais desde que o governo espanhol entrou em estado de alerta a reboque dos percalços financeiros da Grécia. De lá para cá, 3 milhões de trabalhadores perderam o posto. É possível ver nas ruas de Madri boa parte desses desempregados, alguns viraram pedintes em esquinas e no metrô. Mesmo assim, a ordem ainda prevalece na cidade.
As centrais sindicais informam que 2,6 milhões do total de desempregados na Espanha estão sem ter o que fazer há mais de um ano. Os mais atingidos são os jovens até 25 anos. Eles representam quase 50% do total de desempregados. Alguns deles passam o dia sentados nas praças e bancos das avenidas de Madri, quase sempre em grupos.
A sociedade espanhola se transforma de forma acelerada. E para pior. Restaurantes e lojas estão vazios em Madri a maior parte do expediente. Esse cenário contrasta com as ruas cada vez mais cheias. Pedro Reques Velasco, catedrático de geografia humana da Universidade de Cantabria, informa em seu artigo no diário Cinco Días desta quarta-feira, 28, que, desde 2000, 900 mil cidadãos da classe média passaram a fazer parte dos mais desfavorecidos. Desceram na escala social.
Esta é a sétima greve geral que a Espanha faz nos últimos anos. A última foi em 2010. Dentre os problemas que motivaram a convocação da paralisação há dois que saltam aos olhos dos líderes sindicais: o arrocho salarial dos que "ainda" estão empregados e falta de diálogo dos representantes dos trabalhadores com o governo. "O governo ignorou olimpicamente todas as nossas propostas. E os patrões estão se valendo e tentando se safar como mensageiros do medo", contestou Fernández Toxo, da CC OO. O sindicalista cobra uma reforma trabalhista profunda no país.
De acordo com os analistas políticos, o resultado da greve geral desta quinta-feira (o tamanho de sua adesão) poderá fortalecer ou enfraquecer de vez os líderes sindicais. Se a paralisação der em nada, o governo terá caminho aberto para recuperar o país do jeito que quiser.