domingo, 31 de março de 2013

Chipre: família do presidente retirou seus milhões do Laiki Bank 31/03/2013








Nicos Anastasiades, presidente, Chipre

EPA
As companhias pertencentes aos parentes do presidente cipriota Nicos Anastasiades transferiram a Londres dezenas de milhões de euros do Banco Popular do Chipre (Laiki) em 12 e 13 de março, dias antes da decisão do Eurogrupo que provocou uma gravíssima crise nesse país, escreve o jornal cipriota Haravgi online, órgão do Partido Progressista do Povo Trabalhador (AKEL).
Segundo o acordo com o Eurogrupo, o Laiki Bank deverá ser restruturizado, e os depósitos superiores a 100 mil euros poderão perder 80% das verbas.

Brasil terá mina subterrânea de urânio 31/03/2013

Com informações da INB - 28/03/2013
Brasil terá mina subterrânea de urânio
A lavra subterrânea permitirá alcançar uma parte do minério que não pode ser explorada na modalidade a céu aberto. [Imagem: INB]

Mina subterrânea de urânio
Foi dado o primeiro passo para a mineração subterrânea na única mina de urânio em atividade do Brasil, localizada no município de Caetité (BA).
Implantada em 2000, a mina já produziu 3.370 toneladas do minério a céu aberto.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) atendeu ao pedido das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), dona da mina, e aprovou o local para a extração subterrânea.
A decisão da CNEN considera, entre outras questões, que a empresa pública atendeu as normas de licenciamento e cumpriu as demais exigências legais.
A lavra subterrânea permitirá alcançar uma parte do minério que não pode ser explorada na modalidade a céu aberto.
A mina subterrânea terá capacidade de produzir 400 toneladas por ano de concentrado de urânio.
A CNEN também autorizou a INB a exportar 17 mil toneladas de torta 2, que é o resíduo proveniente do tratamento químico do minério monazita. Das 17 mil toneladas, 13 mil estão na unidade da INB em Caldas (MG).
Autossuficiência em urânio
A mais importante província uranífera brasileira está localizada no sudoeste da Bahia, próxima aos Municípios de Caetité e Lagoa Real.
Suas características - teor e dimensão de reservas estimadas em 100.000 toneladas exclusivamente de urânio, sem outros minerais de interesse associados - foram determinantes na opção da INB por sua exploração.
Esta quantidade é suficiente para o suprimento da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (Angra 1, 2 e 3) e mais as usinas previstas no Plano Nacional de Energia 2030 durante toda a vida útil destas instalações.
Com capacidade de produção de 400 toneladas/ano de concentrado de urânio, a meta da INB para os próximos anos é a sua duplicação para 800 toneladas/ano.
A mina atual, a céu aberto, não é um local definido, com o minério espalhado por uma extensa área.
Isso exigiu a construção de uma planta modular, concebida com a finalidade de promover o aproveitamento do urânio em cerca de 33 ocorrências que compõem a reserva atualmente conhecida.
Beneficiamento do urânio
O processo de beneficiamento do minério de urânio é o de lixiviação em pilhas, ou estática.
Depois de britado, o minério é disposto em pilhas e irrigado com solução de ácido sulfúrico para a retirada do urânio nele contido.
Esta técnica dispensa fases de moagem, agitação mecânica e filtração, permitindo, além de uma substancial redução nos investimentos, uma operação a custos menores, em face do reduzido número de equipamentos e unidades operacionais envolvidos.
A concentração do urânio é realizada pelo processo de extração por solventes orgânicos, seguida da separação por precipitação, secagem e acondicionamento em tambores.
No aspecto ambiental, a ausência de rejeitos sólidos finos e a menor utilização de insumos químicos minimiza os impactos - os efluentes líquidos do processo são reciclados, garantindo que o ácido não seja liberado para o meio ambiente.
A INB planeja substituir a etapa de lixiviação em pilhas pela lixiviação convencional (agitada), que permite maior rendimento de recuperação do urânio.

Israel deve ter independência em gás natural por 3 anos 31/03/2013



O campo de Tamar, localizado no Estado de Israel, começou hoje a produzir gás natural para o país com a promessa de torná-lo independente em energia depois de dois anos de escassez. Em 2011, o surgimento de revoltas políticas no Egito fez com que o país interrompesse um acordo de abastecimento de gás com Israel. Com a produção do novo campo, o Estado judeu terá independência energética por pelo menos três anos, além de se tornar um exportador líquido de gás, segundo o Ministério de Fontes Energéticas e de Água.De acordo com o Banco de Israel, a produção de gás do campo de Tamar deve elevar o crescimento econômico do país em 1 ponto porcentual. Levando em conta a produção de gás, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter expansão de 3,8% em 2013, ao excluí-lo, Israel deve crescer 2,8% este ano, ante expansão de 3% no ano passado. "Este é um dia importante para a economia de Israel", disse o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em comunicado. "É algo que vai incrementar a economia de Israel juntamente com todos os cidadãos israelenses."A maior parte do gás de Tamar, cujo campo é estimado em 9 trilhões de pés cúbicos (cerca de 0,25 trilhões de metros cúbicos), será inicialmente usada por uma empresa estatal de energia elétrica. A estatal está endividada e teve recentemente de aumentar os preços por causa da escassez de gás. Desde que o gás vindo do Egito foi interrompido em 2011, a companhia elétrica teve de buscar por fontes mais caras de energia, como o diesel.O Estado de Israel criou recentemente um fundo soberano para lucros provenientes do campo de gás de Tamar e de outro campo próximo, Leviathan, que deve começar a produção no final desta década. As informações são da Dow Jones.

Parentes de presidente do Chipre podem estar envolvidos em escândalo bancário 31/03/2013




Familiares do presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, podem estar envolvidos no escândalo bancário sobre a suposta saída de capitais em massa às vésperas do acordo com a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), segundo denúncia feita neste domingo pelo jornal "Haravgi" - ligado ao Partido Comunista Akel. De acordo com a publicação, uma companhia cipriota, cujo proprietário tem parentesco com Anastasiades, teria realizado uma transferência de 21 milhões de euros do Banco Popular (Laiki) a duas entidades financeiras em Londres, apenas três dias antes do primeiro acordo com o Eurogrupo. O jornal se pergunta "quem seria o gerente do banco que autorizou uma transação deste tipo no momento em que havia claras instruções sobre as transferências". Anastasiades qualificou as informações do Haravgi como uma "tentativa de desorientar o povo". "A tentativa de difamar companhias ou pessoas ligadas à minha família, e o objetivo de manchar a imagem do presidente é uma tentativa de desorientar o povo sobre as responsabilidades de quem levou o país a uma situação de falência", disse hoje Anastasiades. A companhia acusada pelo jornal rejeitou as acusações e, em comunicado, afirmou que são uma tentativa "deliberadamente difamatória" para prejudicar o presidente cipriota. O próprio ministro das Finanças, Michalis Sarris, reconheceu nesta semana em entrevista à televisão que o governo estava a par de que o Eurogrupo tinha previsto propor uma taxa sobre os depósitos bancários, e que esteve analisando alternativas para evitar este encargo. A saída maciça de capital nos dias anteriores ao primeiro acordo com o Eurogrupo, que previa cobrança de impostos sobre todos os depósitos bancários - rejeitada posteriormente pelo Parlamento -, é um dos muitos assuntos sobre os quais uma comissão de investigação tentará lançar luz a partir da próxima semana. A comissão encarregada de avaliar as responsabilidades políticas e bancárias em torno da crise financeira deverá esclarecer ainda se, como dizem as imprensas de Chipre e Grécia, os principais bancos perdoaram total ou parcialmente empréstimos de políticos, empresários e sindicalistas. De acordo com essas informações, no escândalo estariam envolvidos políticos de todos os partidos, com exceção - por enquanto - do social-democrata EDEK e do Ecologista.

Imagens espetaculares do mapa mundi de acesso à Internet 31/03/2013


Do site Adital 


RT
Organização Autônoma sem fins lucrativos TV-Novosti
Adital
Tradução: ADITAL
28 março 2013


Um ‘hacker’ conseguiu imagens exclusivas de um dia na vida da Rede.
pirata informático, que quis manter-se no anonimato, criou de maneira ilegal imagens que mostram como e quando os habitantes do planeta utilizam a Rede.
Nas imagens, a cor vermelha representa o uso da Internet em hora de pico e o azul representa o tráfico de base.
O ‘hacker’ pode entrar em milhões de sistemas de todo o mundo com um só clique e utilizando um simples equipamento conectado a um roteador. Enviou um pequeno arquivo em formato JPG, que não era malicioso e que estava programado para autodestruir-se caso algo saísse mal. Nem ele próprio poderia imaginar que seu experimento acabaria proporcionando umas fantásticas imagens que, posteriormente, foram escaneadas.
As imagens mostram que às noites o uso da Internet nos Estados Unidos e na Europa é menor do que em outras zonas. Os europeus, em particular, usam a Internet antes do anoitecer.

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Darpa busca soluções para Internet sem fio militar ultraprotegido
26 mar 2013
A agencia estadunidense Darpa colocou em marcha o projeto de uma rede sem fio militar que se centra na proteção contra ataques de ‘hackers’ e o monitoramento de todas as mudanças inesperadas no intercâmbio de dados.
Com isso, a Agência de Investigação de projetos Avançados de Defesa dos EUA (Darpa, sigla em inglês) está solicitando propostas de investigação na área de desenvolvimento de informação sobre o entorno no controle das redes militares sem fio e o fortalecimento desse controle para enfrentar ataques de ‘hackers’ e fontes de informação errôneas.
Nas zonas onde não há infraestrutura de comunicação militar fiável, os militares dependem principalmente de dispositivos de comunicação sem fio. Os protocolos dessas redes requerem o emprego de nodos para coordenar e gerir os recursos da Rede.
O problema é que cada elemento de uma Rede tem que ‘confiar’ em nodos, na informação entrante e na Rede em geral. Em consequência, um ataque de piratas informáticos pode neutralizar essa Rede completamente.
Em outras palavras, Darpa (precisamente essa Agência desenvolveu Internet, inicialmente também pensada para fins militares) planeja desenvolver uma Rede que será capaz de funcionar mesmo após uma violação acidental ou maliciosa de seus nodos.
Os esforços atuais no âmbito dos profissionais de segurança informática estão centrados na proteção das unidades individuais (nodos) em vez da Rede em geral, de modo que uma unidade ou terminal ‘hackeada’ pode causar graves danos a toda a Rede. Especialistas de Darpa planejam atualizar as redes informáticas atuais e futuras para que aprendam a determinar a viabilidade e a fiabilidade dos nodos vizinhos e, caso necessário, bloqueá-los e readaptar a Rede mantendo seu funcionamento.
Para dizer isso em palavras simples, a nova rede identificará as pessoas suspeitas, facilmente reconhecerão a um ‘estranho’. Para isso, os usuários utilizarão os novos protocolos que possam detectar uma atividade não usual, sinalizando os problemas de segurança.

Em mensagem de Páscoa, Papa pede que divergências na Coreia sejam superadas 31/03/2013

Opera Mundi

Francisco também lembrou neste domingo da guerra civil na Síria, onde "muito sangue já foi derramado"

O papa Francisco fez neste domingo (31/03), em sua mensagem de Páscoa, um apelo para que as divergências entre as duas Coreias sejam solucionadas e surja "um renovado espírito de reconciliação".

Agência Efe
O pontífice também pediu paz para a Síria, para sua população afetada pelo conflito e para os milhares de refugiados que estão esperando ajuda e consolo. "Quanto sangue derramado! E quanta dor há de ser causada ainda (na Síria), antes que se consiga encontrar uma solução política para a crise?", perguntou.

[No domingo de Páscoa, papa Francisco também recebeu uma camisa do San Lorenzo]

O papa pronunciou sua mensagem da sacada da basílica de São Pedro do Vaticano para mais de 250 mil pessoas que lotaram a Praça de São Pedro neste Domingo da Ressurreição.

O Bispo de Roma repassou a situação de mundo e pediu paz na Ásia, "sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação".

A Coreia do Norte se declarou em "estado de guerra" contra a Coreia do Sul e ameaçou atacar também os Estados Unidos, anúncio que gerou a preocupação da comunidade internacional, que pediu a Pyongyang contenção e que "evite erros de cálculo" que possam levar a uma escalada da violência.

Francisco também pediu que israelenses e palestinos retomem as negociações "com determinação e disponibilidade, a fim de pôr fim a um conflito que já dura tempo demais".

O pontífice lembrou ainda da África, especialmente o Mali, "para que volte a encontrar unidade e estabilidade", e a Nigéria, "onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes".

Concluída a mensagem, o papa dividiu a bênção "Urbi et Orbi", à cidade de Roma e a todo o mundo.

Filme expõe poder político e financeiro da minúscula City of London Corporation 31/03/2013


Território independente dentro de Londres não precisa prestar contas e mantém ativo lobby na história britânica recente

Existe um pequeno território, delimitado com linhas pontilhadas, que não aparece com precisão nos mapas turísticos de Londres, capital do Reino Unido. A área, conhecida como square mile, ou milha quadrada (2,9 km2), remonta à primeira colonização romana da região, no século 1, às margens do Rio Tâmisa e diante do que é hoje a London Bridge.

Divulgação
Quase 20 séculos depois, a Londres romana é um corpo político estranho à metrópole multicultural, com seus 15 milhões de habitantes. Os esquivos gestores dessa square mile, conhecida como City of London Corporation, ou Corporação da Cidade de Londres, são os responsáveis pelo centro financeiro da capital britânica. Seu poder é tão grande que eles não prestam contas à monarquia e não fazem parte da democracia parlamentar.

[Atual prefeito de City é Roger Gifford]

“Toda vez que fazemos uma sessão, a reação é: ‘Eu não sabia de nada disso.’ Em seguida, o público fica com raiva por nunca ter ouvido falar”, conta o pesquisador e documentarista Lee Salter a Opera Mundi. Seu documentário, Secret City, recém-lançado no Reino Unido, aborda pela primeira vez o que livros de história não contam: a relação entre a City of London Coporation, ou apenas City, como é chamada pelos londrinos, e a formação do império britânico e do mercado financeiro. O trailer pode ser visto aqui.

“O que me inspirou a fazer o filme foi exatamente o fato de existir uma instituição, efetivamente um Estado, que é tão poderoso e tem tanta força sobre nossa vida política e econômica, mas ninguém sabe dela, nem dentro de Londres, no país ou ao redor do mundo”, explica Salter. “Isso também tornou a pesquisa bastante difícil - há pouquíssimo nos livros de história ou nas biografias de Londres que explicam a City of London e sua Corporação.”

A constituição da City é mais antiga que o Parlamento britânico. Suas leis são arcaicas, com artigos que datam do século 11, e seu processo eletivo é antidemocrático. Os 7 mil residentes não participam da formação de seu conselho de aldermans. Apenas bancos globais e empresas instaladas na área, que empregam 1,3 milhão de pessoas, têm direito a voto. Seus funcionários, como mostra o filme, não são informados sobre os votos corporativos.

“Fiquei embasbacado quando vi que as empresas têm voto nas eleições da City, o que me levou a investigar o porquê. Em seguida, emergiram uma série de informações. Bancos e instituições financeiras tomaram a City e, portanto, a City se tornou o lobby global da ganância”, afirma Salter.

Lobby e desigualdade

Nesse pequeno território independente, as decisões são tomadas, desde a formação do império britânico, em prol do capital financeiro. “É um Estado dentro de um Estado, que vê seus interesses globais e seus lucros como globais”, explica Stephen Haseler, da Global Policy Institute, um dos entrevistados do filme. Para isso acontecer, o conselho da City, eleito pelos bancos e empresas, tem privilégios inquestionáveis no sistema político britânico.

Desde 1571 existe o cargo de remembrancer, um personagem subordinado à City que atua como lobista dentro do Parlamento britânico. O remembrancer, apesar de ter acesso ilimitado à elaboração de leis no país, e de oferecer jantares e recepções, não presta contas. Além disso, senta-se sempre atrás de quem estiver discursando para garantir que a City tenha seus interesses assegurados.

Interesses que, segundo os vigários das paróquias vizinhas à City, em nada colaboram com a redução da pobreza. A square mile é colada, por exemplo, com o distrito de Tower Hamlets, o mais pobre da capital britânica. “Banqueiros e funcionários tratam Tower Hamlets como uma lata de lixo, vão para clubes de striptease e enchem a cara. É uma falta de respeito e uma clara segregação”, afirma diante das câmeras o reverendo Alan Green.

Occupy e remoção

Em novembro de 2011, o movimento Occupy Londres foi responsável por chamar a atenção para o poder da City. Instalado na escadaria da Catedral de São Paulo, dentro do território privado da Corporação, os ativistas entraram em uma batalha judicial sem precedentes para evitar a remoção da “Cidade das Barracas”.

O poder dos conselheiros, porém, superior ao dos parlamentares britânicos, conseguiu em poucos meses a expulsão do movimento anticapitalista. A austeridade e a crise europeia, no entanto, têm contribuído para manter ações questionando a força da City e seu papel na história do Reino Unido e do império britânico.

“Esse segredo aberto ainda está fora da narrativa da mídia tradicional, apesar dos eventos recentes - a crise e o Occupy - terem canalizado mais as atenções. Esperamos que o filme seja parte desse processo”, afirma o documentarista.

Secret City
(Reino Unido, 72 minutos)
Diretores: Lee Salter e Michael Chanan
Em DVD, a partir de 15 de abril, na Amazon.

O Fórum Social Mundial e seus mártires 31/03/2013

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Chokri Bensaïd, líder da oposição de esquerda na Tunísia, assassinado em fevereiro, e Hugo Chávez foram muito homenageados no evento

Agência Efe

Fórum Social Mundial acabou neste sábado (30/03) na Tunísia


É Páscoa e não é. Na Tunísia, país predominantemente muçulmano, a Páscoa passa quase em branco. É engraçado: muitas lojas guardam ainda a decoração natalina, com luzinhas imitando renas e pinheiros. Não tive tempo de pesquisar o significado disso, além do comercial.

Mas não há coelhinhos, nem sexta-feira santa (a não ser no sentido de toda a sexta ser o dia sagrado, da grande oração, para os muçulmanos), nem chocolate, nem corrida às igrejas. É claro que há comunidades cristãs no país, e elas celebram a Páscoa. Mas são minoritárias e não aparecem na paisagem geral.

Entretanto, vivemos uma forma especial de “sincretismo”. Na quinta-feira santa do calendário cristão, houve uma cerimônia especial no Teatro Municipal da cidade, em homenagem aos “mártires do Fórum”.

O primeiro mártir celebrado era local: Chokri Bensaïd, o líder da oposição de esquerda, assassinado em fevereiro. Seu nome e seu retrato estão em toda parte, encabeçando uma longa lista de mártires e desaparecidos, donde despontavam mais os mortos – autoimolados ou não, durante a “Revolução do Jasmim” aqui na Tunísia – e os desaparecidos, sobretudo na Argélia.

O assassinato de Bensaïd pesa sobre o governo encabeçado pelo Partido Ennadha, muçulmano. O partido procura se desvencilhar de qualquer resquício de sectarismo islâmico. Neste sábado, antes da marcha de encerramento, tivemos a oportunidade de ir à Medina. Lá conversamos longamente com um comerciante local, de bijuterias, membro do partido. Contou-nos ter ficado preso durante o regime de Ben Ali dos 19 aos 25 anos de idade; que considera serem os ocidentais, europeus, norte-americanos, muito preconceituosos (em geral) em relação aos partidos islâmicos. Que para esta visão os islâmicos não podem nunca chegar ao poder, mesmo que eleitos legitimamente numa eleição democrática. Que eles (este foi um tema muito repisado em todo o Fórum) não desejam reprimir ninguém, que querem “iniciar uma nova Tunísia”, e que neste sentido o Fórum é muito bem-vindo, de abertura, convívio, resolução dialogada de conflitos.

A bem dizer, este é o desafio que está colocado para o novo governo (composto também por dois partidos laicos), junto com o de elucidar o crime de Bensaïd.

Já o segundo “mártir do Fórum” era nada mais nada menos do que o ex-presidente Hugo Chávez. Parece que a morte prematura, vitimado por um câncer relativamente fulminante, o ungiu não apenas no plano nacional e latino-americano, mas mundial. Isto foi palpável não apenas na homenagem oficial do Fórum, mas em todo ele. Para onde quer que a gente se voltasse, Hugo Chávez e seu carisma estavam presentes. Eram retratos, cartazes, menções (se num evento, sempre aplaudidas), lembrando que o Fórum continua sendo um espaço de mobilização antimperialista.

(*) texto publicado originalmente em Carta Maior

Arábia Saudita e Qatar financiam sabotagem da revolução na Tunísia 31/03/2013

Esquerda.Net
As petroditaduras do Golfo financiam cerca de três mil organizações extremistas islâmicas na Tunísia para sabotar a revolução e os efeitos democratizadoras da Primavera Árabe, apurou a delegação da Esquerda Unitária (GUE/NGL) presente no Fórum Social Mundial (FSM) durante uma reunião com a Frente Popular realizada em Túnis.
Cartaz do Fórum Social Mundial 2013 na Tunísia.
O encontro decorreu depois do encerramento do Fórum Parlamentar Mundial, uma das ações integradas no FSM e que juntou deputados de países dos cinco continentes.
A denúncia do envolvimento na Tunísia de organizações financiadas pela Arábia Saudita e Qatar, como acontece em outros países, por exemplo a Síria e a Líbia, foi feito pelos membros da Frente Popular durante uma reunião dedicada principalmente aos meios concretos de solidariedade entre as forças de esquerda, revolucionárias e progressistas nas duas margens do Mediterrâneo e no resto do mundo.
A Frente Popular explicou o seu programa de intervenção na sociedade tunisina através de três eixos com o objetivo comum de instaurar uma sociedade realmente democrática e respeitadora dos direitos humanos. Um dos eixos é o político, atuando pela democracia plena; outro eixo é o patriótico, orientado pela defesa da soberania nacional e a luta contra a "externalização da revolução", uma operação conduzida por meios financeiros internacionais oriundos principalmente das monarquias absolutas do Golfo, para exercerem o seu domínio sobre a Tunísia através do extremismo religioso; o terceiro eixo é o socioeconómico, orientado pela instauração de uma verdadeira integração regional e de um modelo económico garantindo o direito ao emprego para todos e rejeitando o neoliberalismo imposto pelas instâncias internacionais, entre elas a União Europeia.
A Frente Popular considera também necessária a criação de uma "frente cultural" capaz de combater a mensagem das forças reacionárias e fundamentalistas segundo a qual a esquerda é contra a identidade árabe-muçulmana e, portanto, a revolução deve assentar num poder teológico.
A delegação do GUE/NGL presente em Túnis participou depois numa homenagem a Hugo Chávez e a Chokri Belaid, o dirigente da Frente Popular recentemente assassinado. Durante a homenagem os presentes reclamaram o esclarecimento total deste crime, de modo a terminar com a situação de impunidade das milícias atuando na Tunísia, a exemplo do que acontece em outros países como o Egito, a Líbia, a Síria e o Iraque.

Governo sírio diz que rebeldes incendiaram três poços de petróleo 31/03/2013


BEIRUTE, 31 Mar (Reuters) - Rebeldes sírios deixaram em chamas três poços de petróleo no leste do país, causando uma perda diária de cerca de 5 mil barris e 52 mil metros cúbicos de gás, informou a mídia estatal síria, atribuindo a informação a uma autoridade do Ministério do Petróleo.
A agência SANA disse que o estrago nos poços ocorreu na província de Deir al-Zor, que em sua maior parte está sob controle dos rebeldes.
Segundo a agência, a empresa síria Furat Petroleum Corporation estava trabalhando para apagar os incêndios.

Acidente em usina nuclear nos EUA mata 1 e fere 3, não há vazamento 31/03/2013


31 Mar (Reuters) - Um acidente industrial em uma usina nuclear no Arkansas, nos Estados Unidos, matou um trabalhador e feriu outros três neste domingo, mas não houve vazamento de material nuclear, disseram autoridades e a operadora da usina.
Um gerador caiu enquanto estava sendo movido para fora do prédio da turbina da usina Arkansas Nuclear One, da Entergy, informou a empresa em nota.
"Não houve vazamento nuclear de nenhum tipo", disse Ed Barham, porta-voz do departamento de saúde do Arkansas.
(Reportagem de Ian Simpson)

Chipre à beira de explosão social 31/03/2013








Chipre, banco, economia

EPA

O governo do Chipre promete encontrar e castigar os culpados da crise.

Os mídia locais afirmam que nos 5 últimos anos os bancos, agora à beira da falência, cancelavam as dívidas de altos funcionários e políticos que haviam tomado créditos milionários.
O povo recusa-se a entender a lógica do plano de salvação, considerando que pela crise devem pagar os próprios banqueiros. Há alguns dias, os manifestantes exigiram rejeitar as propostas avançadas pela troika de credores internacionais, qualificando-as como “nefastas”. Certos analistas receiam em sério o início de desordens em massa, asseverando que o “tonel de pólvora” pode explodir no Chipre a todo momento.

Pyongyang encerrará fábricas para contrariar Seul 31/03/2013








Kaesong, Coreia do Norte, Coreia do Sul

AFP

“Se o grupo de traidores fantoches continuar a insultar nossa dignidade, Kaesong será implacavelmente fechada”, declararam hoje as autoridades norte-coreanas.

Mais de 100 empresas funcionam na zona industrial de Kaesong. Esse território é governado conjuntamente, por Pyongyang e Seul, e nele trabalham cerca de 50 mil operários norte-coreanos. Anualmente, eles engrossam a tesouraria da Coreia do Norte com $90 milhões.
As autoridades sul-coreanas expressaram dúvidas quanto à seriedade da intenção da Coreia do Norte de declarar guerra e assinalaram que as empresas na zona de Kaesong continuam o funcionamento e que as entradas e saídas do pessoal se realizam como sempre. Pyongyang qualificou esta atitude como ultrajante para si.

Marxismo21 publica dossiê sobre a ditadura militar 31/03/2013

Vermelho

Com o título “1964 Nunca mais”, o blog Marxismo21, revista eletrônica dedicada à difusão do pensamento de esquerda no Brasil, aborda em edição especial a ditadura militar brasileira, implantada no Brasil por meio de um golpe militar entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964.  


O alentado dossiê de Marxismo21 divulga um conjunto de materiais (artigos, documentos, trabalhos acadêmicos, vídeos, filmes etc.) que discute a natureza, o significado e as razões do golpe civil-militar de 1964.

Os editores enfatizam que “passados quase 50 anos desse evento, nada há a comemorar”. Marxismo21 anuncia que numa futura edição deverá examinar o período da ditadura militar, ao informar que o presente dossiê busca contribuir para um conhecimento crítico da conjuntura político-social de 1964.

Em linha com debates e lutas que ainda hoje são atuais, o Blog lembra que as lutas pelo “direito à justiça” e pelo “direito à verdade” não podem ser relegadas ou subestimadas pelos democratas progressistas e socialistas no Brasil. “Enquanto não for feita justiça às vítimas da violência do Estado e a verdade sobre o golpe e a ditadura militar não for conhecida pelo conjunto da sociedade, a democracia política no Brasil não será sólida e consistente”, sustenta o editorial.

Ao associar-se à iniciativa de Marxismo21, o Portal Vermelho soma-se a este esforço pela verdade e a justiça no País.

É necessário reavivar a memória dos brasileiros e fornecer às novas gerações informações sobre o que foi o regime militar implantado em 1964. De todos os regimes e formas de governo a que as classes dominantes recorreram no período republicano para assegurar o poder político, a ditadura dos generais foi o mais danoso à democracia, aos direitos humanos, aos direitos sociais e à soberania nacional, mesmo quando travestida de “nacionalista” e “desenvolvimentista”.

Foi um regime facínora que causou irreversíveis danos ao país, deixando feridas ainda hoje não cicatrizadas.

Um regime que, tendo aderido à lógica de ferro da guerra fria como aliado do imperialismo estadunidense, desencadeou brutal guerra ao povo brasileiro, durante a qual não se deteve quando se tratou de reprimir a ferro e fogo as forças políticas resistentes, fazendo uso, quando julgou necessário, de métodos fascistas de governo, entre estes uma ignominiosa repressão policial-militar, cujo consagrado método foi a tortura e o assassínio de opositores.

Um regime moldado pelos e para os interesses das classes dominantes retrógradas, cujo pavor e aversão atávicos a mudanças progressistas levaram-no a instituir mecanismos arbitrários para o exercício do poder a fim de assegurar a edificação de um modelo econômico e social que concentrou renda e consolidou o apartheid social.

A um ano de completar-se meio século, o dia em que foi deflagrado o golpe militar no Brasil deve ser compreendido como algo que o povo brasileiro não consentirá que se repita jamais. Exercendo hoje maior protagonismo e adquirindo mais consciência do seu papel, o povo brasileiro extrai as lições do passado para compreender melhor o quanto é necessário lutar no presente e abrir mais caminhos para que o Brasil seja uma nação progressista, apanágio da liberdade, da soberania nacional e da justiça social.

Acesse aqui o dossiê de Marxismo21 marxismo21.org

O holocausto negro no Congo 31/03/2013

Enviado por luisnassif

Por Alvez8O

Do Rede Democrática

O holocausto negro no Congo

Quando se fala em atrocidade, um nome, inevitavelmente, vem à cabeça: Hitler! Mas agora, outro nome se juntará à galeria dos monstros da história da humanidade: o do rei Leopoldo II, da Bélgica.
Por Israel Junior Silva
COLONIALISMO EUROPEU - OS MONSTROS DA HISTÓRIA
E isso graças ao escritor polonês, naturalizado britânico, Adam Hochschild, que no livro “O Fantasma do Rei Leopoldo”, relata uma das maiores chacinas já cometidas em nome do poder, à mando do rei belga, quando colonizou o Congo (atual Zaire), no continente africano. As piores atrocidades aconteceram entre 1890 e 1910, tudo isso sem que o rei colocasse os pés na África e com o aval dos líderes mundiais, que fizeram “vista grossa”, enquanto milhares de congoleses sucumbiam ante a tirania do “filantrópico e humanitário” rei, que aos olhos do mundo “apenas libertava aquele povo medieval de uma ignorância crônica, levando até eles as benesses da civilização”.
Congo Belga, como ficou conhecido na época, foi uma das grandes fontes de riqueza para a minúscula Bélgica, que se enriqueceu com a venda de marfins, que eram extraídos em detrimento da morte de centenas de milhares de elefantes africanos, hoje ameaçados de extinção. Outra fonte de riqueza foi a extração da borracha, responsável pelo desaparecimento de muitas espécies de árvores nativas daquela região.
Mas foi em outro aspecto que a tirania do rei Leopoldo mais se acentuou: na instituição do trabalho escravo. A ordem era lucrar muito com pouco investimento, e isso, logicamente, significava não se preocupar com a folha de pagamento. Muitos oficiais belgas foram enviados ao Congo, após previamente estudarem um “Manual”, onde se ensinavam as “técnicas” de como subjugar o povo. No dizer do próprio autor, “poucas vezes a história nos oferece uma chance como essa de ver instruções detalhadas de como executar um regime de terror”.
No livro, pode-se observar uma fotografia onde um oficial belga exibe, orgulhoso, o seu “jardim de crânios”, que consistia em uma cerca ao redor de sua casa, toda construída com cabeças africanas decepadas, numa clara intenção de intimidar os que, porventura, ousassem desobedecer as ordens de “Sua Majestade”. Num assombroso relato de uma africana, pode-se imaginar o inferno em que viviam os congoleses: “Quando estávamos todos reunidos – e havia muita gente de outras aldeias [...] – os soldados trouxeram cestos de comida para nós carregarmos, dentro dos quais havia carne humana defumada [...] ”.
A extração do marfim era relativamente simples, pois os oficiais armavam-se com rifles, matavam centenas de elefantes e os africanos, amarrados por grossas correntes nas pernas, formavam longas filas e carregavam cargas pesadíssimas até a margem do rio Congo, onde navios esperavam para dali partirem rumo à Europa. Não é preciso dizer que nesse trajeto – dos locais das matanças até o rio – os negros eram constantemente açoitados e muitos morriam por não suportar o peso da carga. A comida era uma ração, distribuída uma única vez ao dia e muito inferior àquela que era destinada aos cavalos do rei.
Para extrair a borracha, houve um impasse. Como os negros precisavam subir nas árvores, era impossível mantê-los acorrentados uns aos outros, o que dificultava o recrutamento de “voluntários”. Mas, como não existia obstáculo que pudesse deter o regime de terror, os belgas invadiam as aldeias, raptavam mulheres e crianças e exigiam como pagamento por sua liberdade uma quantia de látex que necessitava de 24 dias para ser extraído. Dessa forma, vários africanos eram obrigados a se embrenhar na mata para conseguirem a matéria-prima da borracha e muitos eram devorados por leões e leopardos. Os que retornavam, muitas vezes encontravam esposas e filhos mortos, ou violentados pelos soldados do rei. As mulheres mais bonitas eram entregues aos oficiais, como forma de amenizar o celibato forçado em que viviam.
Muitos aventureiros de toda a Europa foram para o Congo, nessa época, atraídos pelo dinheiro fácil conseguido através da venda de escravos. Outros invadiam as aldeias que resistiam ao trabalho de extração da borracha e, para cada bala disparada, tinham que apresentar a um oficial belga a mão direita do africano morto, para só assim receberem o pagamento. Como alguns utilizavam a munição para caçar, decepavam mãos de pessoas vivas, no intuito de justificar a bala desperdiçada. A prova disso são várias fotos espalhadas pelo livro, onde se vê homens, mulheres e até crianças mutiladas.
A cena presenciada pelo missionário presbiteriano William Sheppard, descrita pelo autor, é chocante e dispensa maiores comentários: “No dia em que chegou ao acampamento dos saqueadores, chamou-lhe a atenção um grande número de objetos sendo defumados. O chefe ‘nos levou até uma estrutura de paus, sob a qual queimava um fogo lento, e lá estavam elas, as mãos direitas, contei-as todas, 81’. O chefe disse a Sheppard: ‘Veja! Aqui está nossa prova. Eu sempre tenho que cortar a mão direita das pessoas que matamos, para poder mostrar ao Estado quantas foram’. Com muito orgulho, mostrou a Sheppard alguns dos corpos de onde as mãos tinham saído. A fumaça era para preservar as mãos no calor e umidade, já que podia levar dias, ou semanas, até o chefe poder exibi-las ao oficial encarregado e receber os créditos por suas matanças”.
O castigo Belga - mãos cortadas
Para se ter uma idéia de tanta desumanidade, basta observar o que disse um oficial, conhecido por Fiévez, tentando justificar a chacina de cem pessoas, quando estas não conseguiram fornecer aos seus soldados o peixe e a mandioca exigidos: “Eu fazia guerra contra eles. Um exemplo bastava: cem cabeças cortadas fora e a estação voltava a ser abastecida com fartura. Meu objetivo final é humanitário. Eu mato cem pessoas [...] mas isso permite que outras quinhentas vivam”. Como afirmou Edmund Morel, uma das maiores vozes que ecoaram contra o trabalho escravo dos africanos, “o Congo é uma sociedade secreta de assassinos, tendo um rei como cabeça”.
São muitas as atrocidades, impossíveis de serem descritas em apenas um artigo. Mas, para quem pensava que no ranking dos monstros da humanidade, Hitler fosse imbatível, uma novidade: o pódio é também ocupado pelo rei Leopoldo II, da Bélgica, que traz em seu currículo 8 milhões de africanos dizimados, contra 6 milhões de judeus mortos, inseridos no histórico do austríaco.
A diferença entre os dois é que Hitler gostava de fazer propaganda de suas bestialidades e suas vítimas foram um povo branco, enquanto o belga, que optou pelos negros, como todo psicopata que se preze, matava com discrição, com um inevitável sorriso nos lábios, além de passar uma imagem de bonzinho para o resto do mundo. No mais, foram monstros paridos pela escória, embora nascidos em épocas e circunstâncias diferentes.
O poeta norte-americano Vachel Lindsay traduziu bem a impressão deixada por Leopoldo, após sua morte: “Ouçam como grita o fantasma de Leopoldo/A queimar no inferno por suas hostes sem mãos./Escutem como riem e berram os demônios/Lá no inferno, a lhe cortar fora as mãos”.

Repórter xingado por Barbosa chafurdou e... 31/03/2013

247 - Xingado recentemente de "palhaço" pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, o repórter Felipe Recondo, do jornal O Estado de S.Paulo, chafurdou e encontrou números que certamente desagradariam a direção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que agora também é presidido por Barbosa. Como ordenou o ministro, o jornalista "chafurdou", e encontrou.
Leia abaixo nota sobre as descobertas de Recondo publicada na coluna de Elio Gaspari deste domingo:
CHAFURDEMOS
Chafurdando na notícia, o repórter Felipe Recondo descobriu que em 2012 aconteceram as seguintes gracinhas no Conselho Nacional de Justiça:
- Em 2012 o CNJ gastou mais de R$ 1 milhão com mudanças de servidores e juízes.
- A conta da Bolsa Moradia pulou de R$ 355 mil em 2008 para R$ 900 mil no ano passado.
- No mesmo período as despesas com diárias de viagens quintuplicaram, chegando a R$ 5,2 milhões. As despesas com passagens (R$ 2,3 milhões) duplicaram.
- Noves fora o fato de três ex-conselheiros servirem-se de carros oficiais. (Na Corte Suprema dos Estados Unidos só quem tem essa mordomia é o presidente da corte, no exercício do cargo.)
Há poucas semanas o ministro Joaquim Barbosa, que assumiu o CNJ em novembro passado e portanto nada teve a ver com isso, mandou Recondo "chafurdar no lixo, como você faz sempre". Depois desculpou-se, por intermédio de sua assessoria.
Chafurdemos todos.

Chipre revela perda de até 60% para grandes clientes do maior banco do país 31/03/2013

Do Correio Braziliense



Medida vale para clientes com valores acima de 100 mil euros depositados no Banco do Chipre
France Presse
Publicação: 30/03/2013 17:46 Atualização: 30/03/2013 20:58
Clientes com valores acima de 100 mil euros depositados no Banco do Chipre – o maior do país – deverão sofrer perdas de até 60%, informou neste sábado (30) o Banco Central do Chipre. O percentual é mais alto do que o inicialmente esperado e é resultado das regras do pacote de resgate econômico negociado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em troca de uma ajuda de 10 bilhões de euros decidida em Bruxelas, as autoridades cipriotas devem chegar a 5,8 bilhões. Por isso, os depósitos superiores a 100 mil euros estão congelados no Banco do Chipre e no Laiki, os dois maiores bancos do país. O primeiro, com 18,5 bilhões em depósitos, deve ser reestruturado. O segundo, com 9,2 bilhões, será liquidado.

Autoridades calculam a porcentagem de depósitos retidos no Banco do Chipre, fixada em 37,5%, mas que poderia chegar a 60%.
Os clientes do banco terão parte de seus depósitos superiores a 100 mil euros, ao menos 37,5%, convertidos em ações. Outros 22,5% serão retidos e deixarão de render juros, até que as autoridades saibam se poderão cumprir as condições do plano de resgate, informou o Banco Central na noite deste sábado.

"A primeira estimativa é de que 37,5% dos depósitos acima de 100 mil euros serão convertidos em ações", anunciou o ministro das Finanças, Michalis Sarris. "Até que tenham sido feitos todos os cálculos, para saber de quanto capital se necessita, 22,5% ficarão retidos."

O Banco Central indicou que a decisão final será tomada "em 90 dias após concluída a avaliação", e que o restante seria entregue ao depositante.

Questionado pela AFP sobre a possibilidade de serem afetados 60% dos depósitos acima de 100 mil euros, Mario Skandalis, autoridade sênior do Banco do Chipre, disse que "esta é uma possibilidade remota".

Segundo Mario Mavrides, deputado do partido de direita Disy, do presidente Nicos Anastasiadis, os 40% restantes "serão colocados em uma conta bloqueada durante seis meses, para impedir que as pessoas retirem todo o seu dinheiro. Mas ao final, retornarão aos clientes", afirmou, assinalando que o prazo de seis meses ameaça a sobrevivência de empresas.

A drástica reestruturação bancária terá consequências dramáticas sobre a economia, alertaram especialistas.

O Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os maiores bancos do planeta, advertiu que a economia da ilha mediterrânea sofrerá uma queda, que poderia chegar a 20% do PIB nos próximos dois anos, e que sua saída da zona do euro "é uma possibilidade real".

Os cipriotas iniciaram neste sábado um fim de semana sob uma norma que limita as operações bancárias. Para as empresas, apenas as operações comerciais habituais e validadas por uma comissão independente estão autorizadas.

Para os correntistas, os saques foram limitados a 300 euros ao dia, e os pagamentos com cartão de crédito no exterior não podem superar os 5 mil euros mensais.

As transferências entre contas bancárias também estão limitadas no Chipre, e proibidas da ilha para bancos estrangeiros, a fim de evitar a fuga de capitais.

Os cipriotas que deixam o país não podem levar mais do que mil euros em espécie.

O decreto que instaurou estas medidas entrou em vigor na última quarta-feira, por um período de quatro dias, mas foi prorrogado por mais cinco. O Banco Central do Chipre informou, no entanto, que as medidas serão avaliadas diariamente, para se decidir se elas podem ser "ajustadas ou aliviadas".

Como Delfim captou a revolução social no País 31/03/2013

247 - Uma frase do ministro e professor Delfim Netto, sobre a doméstica que se transformou em manicure e passou a usar sabonete Dove, é o retrato perfeito da grande transformação social em curso no Brasil. Leia na coluna de Elio Gaspari:
Veio do professor Antonio Delfim Netto a boa resposta aos sábios que defendem uma freada na economia. Numa breve declaração à repórter Gabriela Valente, ele disse o seguinte:
—A empregada doméstica virou manicure ou foi trabalhar num call center. Agora, ela toma banho com sabonete Dove. A proposta desses “gênios” é fazer com que ela volte a usar sabão de coco aumentando os juros.
Aos 84 anos, com treze de ministério, durante os quais mandou na economia como ninguém, mais vinte de Câmara dos Deputados, Delfim diz que o Brasil vive um “processo civilizatório”. Graças ao restabelecimento do valor da moeda por Fernando Henrique Cardoso e ao foco social expandido por Lula, Pindorama passa por uma experiência semelhante à dos Estados Unidos durante o governo de Franklin Roosevelt. Em poucas palavras: ou tem capitalismo para todo mundo ou não tem para ninguém.
Ao tempo dos gênios, um ministro do Trabalho disse que o Brasil não tinha desemprego, mas gente sem condições de empregabilidade. Em 2002, havia no país seis milhões de desocupados. Entre eles, estivera o engenheiro Odil Garcez Filho. Em 1982, quando Delfim era ministro do Planejamento, ele fora demitido, decidiu abrir uma lanchonete na Avenida Paulista e a batizou de “O Engenheiro que virou Suco”. No vidro da caixa colou seu diploma. Garcez morreu em 2001 e não viveu uma época em que faltam engenheiros no mercado.
A doméstica que virou manicure da metáfora de Delfim Netto não tem identidade, mas é um contraponto ao Brasil de Garcez, de uma época em que os gênios viriam a atribuir a falta de absorventes femininos a um “aquecimento da demanda”, como se o Plano Cruzado tivesse interferido do ciclo biológico das mulheres. Com seu sabonete Dove, a manicure de Delfim entrou num mercado de higiene pessoal que em 2012 faturou mais R$ 30 bilhões.
O “processo civilizatório” incomoda. Empregada doméstica com hora extra e acesso à multa do FGTS, o sujeito de bermuda e chinelo no check-in do aeroporto, cotistas e bolsistas do ProUni na mesma faculdade do Junior são um estorvo para a ordem natural das coisas. Como o foram a jornada de oito horas, os nordestinos migrando para São Paulo e o voto do analfabeto.
Quando Roosevelt redesenhou a sociedade americana, a oposição republicana levou décadas para entender que estava diante de um fenômeno histórico. Descontando-se os oito anos em que o país foi presidido pelo general Eisenhower, ela só voltou verdadeiramente ao poder em 1968, com Richard Nixon, 36 anos depois.

IPI menor para carros será prorrogado até o fim do ano 31/03/2013

Do G1

Decisão foi anunciada pelo ministro Guido Mantega ao Jornal Nacional.
Medida representa uma renúncia adicional de R$ 2,2 bilhões em 2013.

Do G1, em Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou neste sábado (30), em entrevista ao Jornal Nacional (assista ao lado) que o governo desistiu de elevar novamente a alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis que aconteceria a partir de abril.
Com isso, as alíquotas do IPI para os carros permanecem no atual patamar até o fim deste ano. Mesmo com essa decisão, o tributo ainda seguirá em um patamar acima do estava sendo cobrado no fim de 2012.
A medida, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem por objetivo "não haver risco de que houvesse uma queda nas vendas ao longo do ano". "A indústria automobilística é muito importante para a economia brasileira. Ela representa 25% da produção industrial. Então, para manter a produção industrial crescendo, é importante que a indústria automobilística continue crescendo", afirmou.
O governo informou ainda que busca estimular não somente o setor automotivo com a decisão, classificado como "um dos principais motores da economia", mas também "toda a cadeia automobilística, como as indústrias de autopeças, de estofamento e de acessórios".
Entre 2008 e 2010, o governo já tinha baixado o IPI para incentivar a venda de veículos e estimular a atividade durante a primeira etapa da crise financeira internacional. No ano passado, a estratégia se repetiu e agora o imposto estava retornando aos poucos ao normal.
Segundo o governo, a medida representa uma renúncia fiscal adicional (recursos que deixarão de ser arrecadados) de R$ 2,2 bilhões de abril a dezembro de 2013 em relação ao que já estava programado.
Alíquotas do IPI
Para carros populares (até 1.0), por exemplo, a alíquota que valeu entre janeiro e o fim do mês de março deste ano foi de 2% - e assim permanecerá até o final de 2013. No fim do ano passado, entretanto, o IPI de carros populares estava em zero. Ainda assim, o IPI está menor do que a alíquota considerada "normal" pelo governo para esta categoria de veículos, que é de 7%. Sem a decisão do governo, o IPI de carros populares subiria para 3,5% de abril a junho e a alíquota de 7% seria retomada a partir de julho.
Para carros com motores de 1.0 a 2.0 (flex), a aliquota permanecerá, portanto, em 7% até o fim deste ano - patamar que vigora atualmente. No fim do ano passado, o IPI destes carros estava em 5,5%. Se a decisão de prorrogar a atual alíquota não fosse tomada pelo governo, o IPI, nestes casos, subiria para 9% entre abril e junho e avançaria para a alíquota considerada "normal" de 11% a partir de julho deste ano.
Para carros a gasolina, 1.0 a 2.0, a alíquota permanecerá no atual patamar de 8% até o fim deste ano. Sem a decisão de prorrogar a atual alíquota, ela subiria para 10% entre abril e junho e para 13%, nível considerado "normal", a partir de julho deste ano. No fim de 2012, o IPI destes veículos estava em 6,5%.
Para utilitários, a alíquota do IPI permanecerá no atual patamar de 2% até o fim deste ano. Sem a prorrogação, o IPI subiria para 3% de abril a junho e para o patamar considerado "normal" de 8% a partir de julho deste ano. Para veículos acima de 2.000 cilindradas, a alíquota permanece inalterada em 25% para os veículos a gasolina e em 18% para os carros flex, informou o Ministério da Fazenda.

Banco Central Europeu: o enrascanço e a defesa secreta 31/03/2013

E ainda há a 'exposição' do BCE. 

Todos para os abrigos! Reina o pânico no Banco Central Europeu dirigido por Mario Draghi, homem de confiança como todos sabem ou deveriam saber, do tristemente célebre Goldman Sachs. Assim, os sitiados levantam as barricadas para salvar seus cofres em perigo. Dois elementos novos acabam de confirmar esta impressão, um revelado pelo alemão Deutsche Wirtschaftsnachrichten e o outro pela Mediapart .

Eis o que é esta embrulhada

As Deutsche Wirtschaftsnachrichten (Notícias económicas do outro lado do Reno) acabam de dar um esclarecimento sábio sobre os subterrâneos do plano de "salvamento" de Chipre pelo BCE.

Ao contrário do que se passara com o desconto dos empréstimos gregos, o das obrigações cipriotas era muito simplesmente impossível pois estas estavam ligadas a garantias finais pelo BCE. O BCE estava ainda mais preso na armadilha do embaraço cipriota!

Com a bancarrota dos bancos cipriotas, o próprio BCE teria perdido uns 12 mil milhões de euros e teria desencadeado um sistema automático de transferência imediata equivalente ( Target 2 ) da parte dos países membros, em verdadeiro dinheiro sonante e vivo. Três mil milhões a serem desembolsados só pela Alemanha da sra. Merkel.

Compreende-se melhor o encarniçamento da Troika e, mais precisamente de Mario Draghi, em "salvar" custe o que custar o que podia restar do edifício bancário cipriota. Ela deixa pulverizar o tabu da inviolabilidade superior dos credores e dos accionistas. E deixa violar as próprias regras da UE em matéria de liberdade de circulação de capitais.

Compreende-se também que nossos patifes de Bruxelas a vociferarem não possam mais deixar cair o euro sob pena de ver seus protegidos de credores perderem drasticamente todas as dívidas emitidas sob um Target 2. Deutsche Wirtschaftsnachrichten :


por Yéti
"Visto sob este ângulo, o saqueio organizado dos bancos cipriotas é o que há de menos grave. Draghi e os salvadores do euro não se batem pelo salvamento de Chipre, eles batem-se pela sua própria sobrevivência".
O BCE sob a protecção... da defesa secreta!

Mediapart, decididamente o único media francês de investigação que se respeita, acaba de levantar um outro faisão sintomático do pânico que se apoderou dos nossos oligarcas de Bruxelas e Frankfurt.

O Tribunal de Justiça Europeu acaba de voar em socorro do BCE concedendo-lhe o benefício... da defesa secreta ! O que isenta a fortaleza do sr. M. Draghi, já fora de todo controle democrático, de prestar contas do que comete se assim quiser.

Algo que cai perfeitamente bem quando se sabe que esta decisão faz sequência a um pedido de documentos da agência Bloomberg no sentido de saber como a Goldman Sachs – onde oficiava um certo Mario Draghi – havia podido depenar a Grécia fazendo explodir sua taxa de endividamento. Martine Orange (Mediapart):
"Quando o BCE viu o pedido destes documentos, recusou-se alegando que estavam ultrapassados. O embaraço das instâncias europeias era tanto mais manifesto pois o assunto punha em causa o seu controle, a responsabilidade da Goldman Sachs e fazia suspeitar de Mario Draghi".
Como se vê, os caranguejos defendem com unhas e pinças os seus haveres e estão prontos para tudo, absolutamente tudo, a fim de não acabar no tribunal-caldeirão de uma justiça popular que não poderiam roubar. Não é só no frígido norte da Islândia que há bandidos, de difícil inocência presumível devido à perversão intrínseca do sistema a que servem, que neste momento estão inquietos .

Mas perfilam-se em 2014 eleições que darão ampla oportunidade oara por esta roupa suja em cima da mesa. E, quem sabe, de aproveitar para chutar alguns trazeiros.
27/Março/2013
O original encontra-se em http://yetiblog.org/index.php?post/bce-sauve-qui-peut

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

sábado, 30 de março de 2013

Bulgária recorre a psicólogos para combater onda de suicídios 30/03/2013



O governo interino da Bulgária, incapaz de resolver os graves problemas econômicos do país, que é o mais pobre da União Europeia (UE), espera que psicólogos e psiquiatras detenham a onda de imolações que tomou conta da população. Em apenas um mês, seis homens atearam fogo aos próprios corpos durante violentos protestos contra a carestia e as más condições de vida que levaram à renúncia do primeiro-ministro populista Boiko Borisov em fevereiro desse ano, o que desencadeou uma séria crise política na Bulgária. Mas o ato de atear fogo aos próprios corpos é apenas o indicador mais visível do crescente número de suicídios no país. Em 2011, o Ministério da Saúde registrou um total de 3.153 tentativas de suicídio, que resultaram em 796 mortes, contra 783 mortos em 2.799 tentativas no ano de 2010. Segundo Vladimir Nakov, especialista do Ministério da Saúde, os cálculos sobre os casos de suicídios em 2012 ainda não foram concluídos, mas já se sabe, "com certeza", que os números vão superar os do ano anterior. Vihra Milanova, consultora nacional de psiquiatria, declarou à imprensa que até agora se observa um aumento de casos em 2013, sobretudo nas cidades onde os protestos são mais intensos. Pouco tempo após assumir o governo, em 13 de março, com o principal objetivo de preparar o país para as eleições que serão realizadas, antecipadamente, no dia 12 de maio, o tecnocrata Marin Raykov decidiu recorrer à ajuda de psicólogos e psiquiatras para tentar frear o aumento do número de suicídios. O Ministério da Saúde, então, determinou que os centros de saúde ofereçam programas para identificar potenciais suicidas e desenvolvam novas formas de prevenção e tratamento. Porém, os especialistas se posicionam de maneira cética diante dessas medidas, pois acreditam que a principal causa dos suicídios é a pobreza da Bulgária, onde o salário mínimo é de no máximo 350 euros (R$ 898) e a taxa de desemprego é de 11%. Segundo o Eurostat, 22% dos 7,3 milhões de habitantes do país vivem com um salário mínimo de 155 euros e quase a metade (49%) corre o risco de viver abaixo da linha de pobreza. Apesar da situação, o custo de vida continua alto. Um litro de leite custa 1 euro em qualquer supermercado, mesmo preço que se cobra em ricas capitais europeias como Viena e Londres. Para a psicóloga Aneta Anichkina, a única medida que pode ajudar é garantir "uma receita mínima de 500 euros por mês". Assim, as pessoas "não irão precisar da ajuda de psicólogos, porque estes suicidas não sofrem de uma doença mental", disse à Agência Efe. Das seis pessoas que jogaram gasolina e atearam fogo ao próprio corpo, duas ainda continuam vivas, mas em estado crítico. A onda de imolações teve início no dia 18 de fevereiro, quando um homem de 26 anos ateou fogo em si mesmo, na cidade de Veliko Tarnovo. O último caso foi o de um desempregado de 41 anos na cidade de Sitovo, no dia 20 de março. Alguns dos suicidas parecem imitar seus antecessores: depois que um homem de 36 anos ateou fogo ao próprio corpo em frente à prefeitura da cidade de Varna, um desempregado de 53 anos, pai de cinco filhos, fez o mesmo em frente à prefeitura de Radnevo, e um artesão repetiu o ato em frente ao edifício da Presidência, em Sófia, capital do país. "Inútil e incapaz de ajudar à família", "não dá mais para ficar sem pão", são exemplos das palavras com as quais alguns anunciaram e justificaram seus suicídios. O psicanalista Ognyan Dimov declarou à agência búlgara "BTA" que, ao queimarem seus corpos, esses suicidas, que evidentemente se sentem abandonados e ignorados pela sociedade, buscam se tornar visíveis por meio do fogo, símbolo de energia e de triunfo sobre a escuridão e a monotonia da vida cotidiana. O antropólogo Haralan Alexandrov, entrevistado pela televisão pública "BNT", considera que essa onda de imolações se trata de "uma forma de protesto". "É um apelo aos políticos e uma acusação contra a sociedade", afirmou o especialista, que também ressaltou que grande parte dos búlgaros é obrigada a lutar pela própria subsistência.

CUT critica mídia e mercado por tentar aumentar juros 30/03/2013

Rede Brasil Atual - A CUT emitiu uma nota, na última quinta-feira 28, contra a ofensiva de parte da mídia tradicional e do mercado financeiro pelo aumento de juros. A central defendeu que a política para o combate à inflação passa por uma série de medidas que não incluem a elevação da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central, como tem sido aventado em entrevistas e colunas de opinião nos últimos dias.
O comunicado foi emitido depois que a presidenta Dilma Rousseff reagiu ao que considerou uma manipulação de seu discurso. Ontem (27), após reunião em Durban, na África do Sul, ela disse que não aceita abrir mão do crescimento para combater a inflação, problema que está sob controle, na avaliação da equipe econômica. Mais tarde, lamentou o tratamento que se deu à fala: "Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo."
Na visão da CUT, elevar a taxa de juros desestimula a criação de emprego e renda, reduz o mercado interno e encarece o crédito. O texto, assinado pelo presidente nacional da central, Vagner Freitas, ressalta que a recente inflação deve-se à correção dos preços com a mudança do ano e tende a se dissipar ao longo de 2013. "Um aumento de juros causará redução da economia, do emprego, dos salários e na demanda interna", diz a nota.
Confira o texto na íntegra:
"A recente declaração da presidenta Dilma Rousseff, de que não concorda com políticas de combate à inflação baseadas em redução do crescimento econômico, intensificou as tentativas de setores da mídia e do mercado financeiro de impor a agenda de defesa de contenção do consumo interno e do crédito e do aumento de demissões e das taxas de juros, derrotada nas eleições.
Ao contrário do que foi divulgado, a declaração da presidenta se baseia nas projeções do Banco Central de que o IPCA – IBGE irá atingir índices próximos de 5,7% em dezembro de 2013 (informação divulgada pelos meios de comunicação no dia 27 de março de 2013), ou seja, inferior ao verificado no ano anterior. Portanto, em nenhum momento se considerou que a inflação do ano ultrapassaria o teto de 6,5% definido pelo regime de metas de inflação.
Além disso, a experiência de aumento da taxa de juros para combater um "possível descontrole inflacionário", no início de 2011, desestimulou o crescimento econômico, que só voltou a dar sinais de recuperação nos últimos 2 meses. Um aumento de juros, como defende o mercado financeiro, além de eficácia duvidosa, carrega um alto custo social e econômico e pode abortar as expectativas de crescimento para este ano.
A CUT acredita que uma política de elevação das taxas de juros atenta contra o desenvolvimento sustentável, gerador de emprego e renda, reduz o mercado interno, encarece o crédito e serve apenas aos interesses do capital especulativo. A natureza recente da inflação, concentrada principalmente nos preços dos alimentos e dos impactos sazonais de correções dos preços administrados (como tarifas de transporte, entre outros), muitos comuns no início do ano, tendem a se dissipar no decorrer do ano. Ambos os fatores não têm qualquer relação com uma "pressão de demanda" na economia brasileira. Ou seja, um aumento de juros causará redução da economia, do emprego, dos salários e na demanda interna.
Aumentar os juros significa aumentar as despesas públicas, uma vez que aumenta sua conta financeira (seus gastos com juros da dívida). A saída mais eficiente é a ampliação dos investimentos em infraestrutura e redução das desigualdades sociais.
Por fim, a CUT defende que medidas como a desoneração dos itens da cesta básica também devem incluir impostos estaduais e municipais; que deve haver uma atuação da Companhia de Nacional de Abastecimento (CONAB) mais presente através de estoques reguladores para estabilização dos preços ao consumidor. E mais: não se pode deixar de dar atenção aos crescentes movimentos de concentração de mercado ocorridos no país (através de fusões e aquisições, que ocorre via Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE), principalmente no que diz respeito ao poder de mercado e dinâmica de preços. Além disso, a CUT defende a desindexação de contratos e tarifas públicas.
Todas estas medidas seriam mais eficientes para conter a inflação sem interromper o processo de crescimento que se desenha para 2013 porque atuaria em fontes estruturais do processo inflacionário, o que proporcionaria uma eficácia muito maior em seu combate do que o velho (e falso) dilema entre crescimento econômico ou estabilização, presente há muito tempo no centro do debate de política econômica do país, mas que interessa apenas a uma diminuta (e especuladora) parte dos agentes econômicos.
Por tudo isto, a CUT apoia a declaração feita pela presidenta Dilma Rousseff nesta quarta-feira (27), durante a reunião dos BRICS, de que não concorda com medidas de desaquecimento da economia para combater a inflação."

Laurindo Leal: Em 1964, havia o Ipes e o Ibad. Hoje, o Millenium 30/03/2013

na Revista do Brasil, via Carta Maior


Não é mera coincidência a preferência dos integrantes do Instituto Millenium pela subordinação do Brasil aos grandes centros financeiros internacionais e sua ojeriza diante das relações harmônicas entre governos latino-americanos.
por Laurindo Lalo Leal Filho 
O economista Cristiano Costa foi recebido em fevereiro pelo pessoal do grupo A Tarde, em Salvador. A companhia de comunicação, que tem provedor e portal na internet, agência de notícias, jornal impresso, emissora de FM, gráfica, reuniu seus profissionais para servirem-se de uma palestra da série ‘Millenium nas Redações’.
Blogueiro e professor de uma universidade capixaba chamada Fucape Business School, Costa é também colaborador cativo do Instituto Millenium, articulador desses eventos destinados a “aprimorar a qualidade da imprensa no Brasil”.
A base de sua explanação são seus artigos reproduzidos no site do instituto, em que critica duramente a política econômica do governo e ataca sem rodeios o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Em um deles, cita o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ como um dos responsáveis por inflacionar o setor imobiliário. Isso num ambiente em que até os preços de imóveis de alto padrão dispararam.
As pessoas estão mais seguras no emprego e foram comprar, a queda dos juros levou mais gente a ter acesso a crédito, ou mais gente a tirar dinheiro de aplicações financeiras para investir em imóveis. Há muitos fatores em jogo, mas lá vai o programa federal destinado a famílias de baixa renda pagar o pato da especulação.
Outras redações de jornais e revistas foram brindadas pelo Millenium com palestras sobre assuntos variados, da reforma do Judiciário à assustadora “crise econômica”.
O currículo dos palestrantes, colaboradores do instituto, explica o objetivo real das palestras: consolidar no meio jornalístico o papel oposicionista da mídia brasileira.
Há algum tempo os ambientes de redação eram conhecidos por ter profissionais críticos, independentes, e o direcionamento da informação era resultado da sintonia dos editores com os donos dos veículos.
Não era incomum a conclusão do jornal ou da revista acabar em atrito entre repórter e superiores. Agora, os donos dos veículos preferem formar “focas” que já cheguem às redações comprometidos com suas crenças.
Essas crenças, recheadas de interesses políticos e econômicos, vêm sendo difundidas de maneira afinada pelos meios de comunicação reunidos no Millenium. Resultado concreto desse trabalho pôde ser visto neste início de ano.
Três assuntos, alardeados como ameaças ao país, ocuparam as manchetes dos grandes jornais e foram amplificados pelo rádio e pela TV: apagão, inflação e crise na Petrobras.
Além do noticiário parcial, analistas emitiam previsões catastróficas. Como elas não se confirmavam, o assunto era esquecido e logo substituído por outro.
No dia 8 de janeiro, o jornal O Estado de S. Paulo estampou na capa: “Governo já vê risco de racionamento de energia”. Um dia antes a colunista da Folha de S. Paulo Eliane Cantanhêde chamava uma reunião ordinária, agendada desde dezembro, de “reunião de emergência” do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico convocada às pressas por Dilma para tratar do risco de racionamento.
Diante da constatação de que a reunião nada tinha de extraordinária, a Folha publicou uma acanhada correção. Como de costume, o tema foi sendo lentamente deixado de lado. O risco do “racionamento” desapareceu.
Pularam para o “descontrole” da política econômica e a ameaça de um novo surto inflacionário. “Especialistas” tentavam, a partir dos índices de janeiro, projetar uma inflação futura capaz de desestabilizar a economia.
Aproveitavam para crucificar o ministro Mantega, artífice de uma política que contraria interesses dos rentistas nacionais e internacionais: a redução dos juros bancários está na raiz da gritaria.
Não satisfeitos, colocaram a Petrobras na roda, responsabilizando a “incapacidade administrativa” dos dirigentes da empresa pela redução dos dividendos pagos aos acionistas.
Sem considerar que, dentro da estratégia atual de ação da Petrobras, os recursos de parte dos dividendos retidos passaram a contribuir para o desenvolvimento do país na forma de novos investimentos.
Variações de uma nota só
Aparentemente isoladas, essas versões jornalísticas são, na verdade, articuladas a partir de ideias comuns que permeiam as pautas dos principais veículos.
No site do Instituto Millenium elas estão organizadas e publicadas de maneira clara. O Millenium diz ter como valores “liberdade individual, propriedade privada, meritocracia, Estado de direito, economia de mercado, democracia representativa, responsabilidade individual, eficiência e transparência”.
Faz lembrar a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que chegou a dizer que só o indivíduo existe, a sociedade é ficção.
Fundado em 2005, o Millenium foi oficialmente lançado em abril de 2006 com o apoio de grandes empresas e entidades patronais lideradas pela Editora Abril e pelo grupo Gerdau.
Trata-se de uma liderança significativa, pois reúne uma empresa propagadora de ideias e valores e outra produtora de aços, base de grande parte da economia material do país.
A elas juntam-se a locadora de veículos Localiza, a petroleira norueguesa Statoil, a companhia de papel Suzano, o Grupo Estado e a RBS, conglomerado de mídia que opera no sul do Brasil. A Rede Globo, como pessoa jurídica, não aparece na lista, mas um dos seus donos, João Roberto Marinho, colabora.
Essa integração entre empresas de mídia e empresários faz do Millenium uma organização capaz de formular e difundir programas de ação política em larga escala, com maior capacidade de convencimento do que muitos partidos políticos. Com a oposição partidária ao governo enfraquecida, ocupa esse espaço com desenvoltura.
Apesar do apego declarado à democracia, alguns dos colaboradores não escondem o desejo de combater o governo de qualquer forma.
É o que está explícito na fala de outro de seus colaboradores, o articulista Arnaldo Jabor, quando num dos eventos promovidos pelo instituto disse: “A questão é: como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo?”
Essa articulação faz lembrar a de organismos privados como o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad), fundado em 1959, e o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), nascido em 1961. Ambos uniram empresários e mídia conservadora na formulação e divulgação de ideias que impulsionaram o golpe de 1964.
“Ipes e Ibad não eram apenas instituições que organizaram uma grande conspiração para depor um governo legítimo. Elaboraram um projeto de classe. O golpe foi seguido por uma série de reformas no Estado para favorecer o grande capital”, lembra o pesquisador Damian Bezerra de Melo, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
No cenário atual, de decadência do modelo neoliberal e de consolidação de políticas desenvolvimentistas no Brasil, o Millenium seria um instrumento ideológico para dar combate a esse processo transformador.
“Nos anos 1990 ocorreu a disseminação da ideologia do pensamento único, de que o capitalismo triunfou, o socialismo deixou de existir como projeto político”, afirma a historiadora Carla Luciana da Silva, da Universidade do Oeste do Paraná. “Quando surgem experiências concretas que podem desafiar essas ideias, aparece em sua defesa uma organização como o Millenium para manter vivo o ideal do pensamento único.”
A difusão dessas ideias não é feita por meio de manifestos ou programas partidários, observa a pesquisadora. “É muito difícil pegar uma revista como a Veja ou um jornal como a Folha de S. Paulo e conseguir visualizar os sujeitos que estão produzindo as ideias defendidas ali. Cria-se uma imagem do tipo ‘a’ Folha, ‘a’ Veja, como se fossem sujeitos com vida própria. É uma forma de não deixar claro em nome de que projeto falam, como se falassem em nome de todos.”
Contra as versões, fatos
Conhecendo as ações do instituto e seus personagens fica mais fácil compreender como certos assuntos tornam-se destaque de uma hora para outra. A presença nos quadros do instituto de jornalistas e “especialistas” com acesso fácil aos grandes meios de comunicação leva suas “notícias” rapidamente ao centro do debate nacional.
E fica difícil contra-argumentar com colaboradores do Millenium, não pela qualidade de seus argumentos, mas pela força de persuasão dos veículos pelos quais difundem suas ideias.
Como retrucar, com igual alcance, comentários de Carlos Alberto Sardenberg, na CBN, de Ricardo Amorim, na IstoÉ, na rádio Eldorado e no programa Manhattan Connection, da GloboNews, de José Nêumanne Pinto, no Estadão e no Jornal do SBT, de Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo, entre tantos outros?
Não é mera coincidência a preferência dos integrantes do Millenium pela subordinação do Brasil aos grandes centros financeiros internacionais e sua ojeriza diante das relações harmônicas entre governos latino-americanos.
Trata-se de uma tentativa de ressuscitar um projeto político implementado durante a ditadura que só passou a ser confrontado, ainda que parcialmente, a partir de 2003, com a posse do governo Lula.
Mas parece não haver espaço para uma hipótese golpista, apesar do já citado dilema de Jabor. Para a professora Tânia Almeida, da Unisinos de São Leopoldo (RS) e diretora de relações públicas da Secretaria de Comunicação do Rio Grande do Sul, um dos ganhos da crise política de 2005, com a questão do chamado “mensalão”, foi ter forçado análises e estudos em busca de explicações de como o então presidente Lula conseguiu suportar tanta notícia negativa e manter elevados índices de aprovação.
“Não era só carisma. Desde 2003, havia uma gestão de governo em funcionamento. Não existia somente aquilo de que os jornais e revistas tratavam, não era só escândalo. Outra proposta política estava acontecendo”, observa Tânia. Para a professora, os avanços sociais alcançados não permitem crer em crise que leve a uma ruptura institucional.
“O Millenium é um agente articulador, social, político, que pode fomentar e aquecer debates, mas não teria potencial para causar uma crise nos moldes de 1964. O poder de influência da mídia ficou relativizado desde 2006 em função dessa política que chega lá na ponta e inclui quem estava fora.”
Damian Melo, da UFF, tem visão semelhante, mas com um pé atrás: “O Millenium não possui hoje estratégia golpista. Quer emplacar seu projeto, e isso pode ser pela via eleitoral mesmo. Muito embora nossa experiência nos diga que é melhor ficarmos atentos”.
*Colaborou Rodrigo Gomes
Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.

Muro da vergonha construído por Israel isola e cerca palestinos 30/03/2013

Vermelho

Às vésperas do Dia da Terra na Palestina, pesquisa revela o impacto negativo do Muro do Apartheid, que priva mais de 50 mil moradores de Jerusalém de morar na cidade


Um relatório de monitoramento divulgado pelo Escritório Central de Estatísticas, na quinta-feira (28), às vésperas do Dia da Terra, revela a lista de violações israelenses contra o povo palestino e sua terra nos últimos anos.

O relatório apontou que a ocupação israelense, de acordo com a Fundação Almaqdisi, demoliu, de 2000 a 2012, 1.124 edifícios em Jerusalém Oriental, o que resultou no deslocamento de 4.966 civis da cidade, incluindo 2586 crianças e 1.311 mulheres.

A pesquisa apontou também que o total das perdas sofridas pelos palestinos em decorrência das demolições em Jerusalém chegou a três milhões de dólares, e a informação não inclui os gastos que os moradores prejudicados têm com as cobranças financeiras impostas por lei israelense com base no que é chamado de “violação de construção”, considerando as moradias palestinas como construções irregulares.

De acordo com dados de organizações israelenses de direitos humanos, as autoridades da ocupação demoliram cerca de 25 mil casas na Palestina desde 1967, alertando para um aumento da frequência de “autodemolições” de casas desde 2000, período em que 303 cidadãos foram obrigados a demolir as suas casas por conta própria, assumindo, inclusive, os gastos para a execução. No ano de 2010, houve o maior percentual de “autodemolição”, alcançando o número de 70 casos de demolição. No ano de 2009, houve 49 casos de demolição, e no ano de 2011, foram registrados 20 casos de autodemolição, enquanto no mesmo período, em 2012, houve 14 casos.

Apesar de ser um importante relatório e com resultados credíveis e oficiais, de acordo com a Fundação Maqdasi, o documento alerta que há também vários outros casos de autodemolição reticente pela população, e que portanto se enquadram nos casos em que não são informados ou contabilizados pelos meios de comunicação, instituições de direitos humanos e organizações da sociedade civil.

Enquanto os palestinos constituem 30% da população em Jerusalém, eles pagam 40% do valor dos impostos cobrados pela Prefeitura da ocupação e, em troca, o município gasta apenas 8% em serviços prestados aos cidadãos palestinos.

Segundo o relatório, metade dos colonos vive no distrito de Jerusalém. O número de postos de assentamentos e bases militares israelenses, no final de 2012, na Cisjordânia, era de 482 postos. O número de colonos, na mesma região, chegou a 536.932 até o final do ano de 2011.

A partir dos dados publicados, nota-se que 49,8% dos colonos vivem no distrito de Jerusalém, onde formam um grupo de cerca de 267.643 pessoas, das quais 199.647 vivem na região de Jerusalém Oriental. Na Cisjordânia, há 21 colonos para cada 100 palestinos e, no distrito de Jerusalém, cerca de 68 colonos para cada 100 palestinos.

Outro ponto analisado pela pesquisa são os prejuízos dos cidadãos que convivem com a expansão diária do muro de separação étnica, explicando que a construção proíbe mais de 50 mil titulares de identidade de Jerusalém de residir na cidade.

Segundo dados do Instituto (Arij) de Pesquisa Aplicada o muro ainda deve se expandir até o muro de anexação, e avançar cerca de 780 quilômetros de distância. A obra já foi construída em 61%.

Estima-se de acordo com o traçado do muro, que a área dos territórios palestinos isolada e sitiada entre o muro e as fronteiras de 1948 aumentou cerca de 680 quilômetros quadrados no ano de 2012, representando cerca de 12% de comprimento na Cisjordânia, dos quais cerca de 454 km² são campos agrícolas, pastagens e áreas abertas,117 km² inexplorados como assentamentos e bases militares, e 89 km² de florestas, além dos 20 km² de terra com construções palestinas.

O muro isola permanentemente cerca de 37 localidades habitadas por mais de 300 mil pessoas, e concentra-se a maioria das congregações em Jerusalém por 24 localidades habitadas por mais de 250 mil pessoas. O muro também priva mais de 50 mil titulares de identidade de Jerusalém de acesso e de residência em Jerusalém, e cerca 173 localidades habitadas por mais de 850 mil habitantes, região da cidade de Qalqilya.

O relatório mostrou que cerca de 11,8 milhões de pessoas viviam na Palestina histórica no ano de 2012, em área de cerca de 27.000 km², e que os judeus constituiam 51% da população total, e exploravam mais de 85% da área total, enquanto o percentual de palestinos era de 49% do total da população e exploravam cerca de 15% da área de terra. Tais dados levam à conclusão de que o indivíduo palestino tem direito a menos de um quarto do espaço da terra que o colono israelense.

No ano de 2012, houve um feroz ataque aos territórios palestinos, quando tomaram mais de 24 mil hectares de terra para confisco, escavações ou queimadas, e mais de 13 mil árvores frutíferas destruídas. Isso significa agressão ao meio ambiente palestino, bem como as autoridades de ocupação anunciaram a ratificação do estabelecimento de mais de 36 mil unidades habitacionais concentradas em assentamentos nas proximidades de Jerusalém.

Em março de 2012, o número de prisioneiros palestinos em prisões e cadeias israelenses chegou a 4.900 prisioneiros, incluindo 167 presos administrativo, 12 mulheres, 235 crianças, cerca de 300 pacientes prisioneiros, incluindo 14 internados em hospitais, 14 deputados e três ex-ministros, além de 105 prisioneiros detidos antes do acordo de Oslo, incluindo 76 prisioneiros que estão há mais de 20 anos encarcerados e 25 prisioneiros que passaram mais de 25 anos aprisionados.

Com informações da Agência Palestina de Notícias WAFA