terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Bancos americanos reconhecem estar a lucrar com crise do euro 31/01/2012

Citando uma diminuição da competição do setor financeiro europeu, um em cada três bancos norte-americanos acredita estar a ganhar com a crise da zona euro. A transferência de capitais dos bancos europeus para fora do continente ou para a divida dos EUA tem-se acentuado.
Bancos americanos reconhecem estar a lucrar com crise do euro
A crise do euro tem fechado a torneira do crédito nos Estados Unidos da América, mas os principais bancos a operar neste país reconhecem estar lucrar com a menor competição do setor financeiro europeu.
De acordo com o último relatório trimestral da Reserva Federal dos EUA, 31 por cento dos bancos escutados dizem que o seu volume de negócios tem aumentado, um valor que sobe para os 49 por cento entre as principais instituições financeiras. O documento recolheu a opinião, entre 21 de Dezembro e 10 de Janeiro, de 56 bancos a operar nos EUA.
A banca norte-americana admite, também, que a degradação da crise do euro, e o seu contágio a potências industriais como a Itália, a levou a apertar o crédito no segundo semestre de 2011. A diminuição dos empréstimos bancários não se fez sentir apenas na diminuição do apoio às pequenas empresas americanas, as principais visadas pela contração do setor financeiro, afetando também o apoio à economia europeia.
37 por cento dos bancos americanos diminuíram os empréstimos a empresas com volume significativo de negócios na Europa, mas 58 diz estar a diminuir os empréstimos aos bancos europeus. Em contrapartida, a transferência de capitais em sentido inverso tem-se acentuado, com os dados recolhidos a indicaram uma continuada transferência de dólares para fora do espaço europeu e a aposta na dívida pública dos EUA.
As restrições ao crédito do outro lado do Atlântico pode prejudicar a recuperação económica dos EUA, dizem todos os analistas escutados pela imprensa económica americana, tornando mais presente o espectro de uma recessão à escala europeia. "A crise em curso na zona euro está a começar a ter um impacto mais acentuado sobre o crédito doméstico", declarou Paul Ashworth, da Capital Economics.
Foi a primeira vez que a Reserva Federal inclui uma pergunta, no seu relatório, sobre o impacto da crise do euro.

http://www.esquerda.net/artigo/bancos-americanos-reconhecem-estar-lucrar-com-crise-do-euro


Dilma anuncia a construção de 4 novas universidades federais! 31/01/2012


Em coluna, Dilma anuncia construção de 4 novas universidades - do Vermelho

Até 2014, o governo vai criar quatro novas universidades federais e 47 campus universitários, o que vai facilitar o acesso dos estudantes ao ensino superior, informou a presidente Dilma Rousseff na coluna Conversa com a Presidenta publicada nesta terça (31). Ao estudante de Uberlândia (MG) Sandro Gonçalo Alcondo, ela lembrou que 14 universidades e 120 campus foram criados no governo do ex-presidente Lula.


“Esta expansão permitiu ampliar as vagas de ingresso de 139 mil, em 2007, para 243 mil, agora, em 2012”, disse a presidente, lembrando que, por meio do SISU, o governo também aumentou as chances de ingresso em 95 universidades públicas.

Para viabilizar os estudos em universidades particulares, acrescentou a presidenta, os estudantes contam com o Programa Universidade para Todos (Prouni), que já concedeu mais de um milhão de bolsas de estudo, e o Financiamento Estudantil (Fies), com taxa de juros de 3,4% ao ano.

A presidente Dilma também respondeu à corretora de imóveis Eliane Nunes, de João Pessoa (PB), sobre a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, que já recebeu 2,3 milhões de denúncias. Desde 2006, quando a Lei Maria da Penha começou a ser aplicada, 332 mil processos foram abertos e 110 mil agressores, sentenciados. Segundo a presidenta, a Lei Maria da Penha é uma das mais eficientes e severas de todo o mundo.

“Esta lei encoraja as denúncias, garante a integridade física das mulheres e está ajudando a promover uma mudança de cultura no relacionamento entre homens e mulheres.”

Dilma Rousseff também esclareceu à agente de endemias de Itapetinga (BA) Lenira Santos que o Ministério da Saúde, por meio Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti, identifica as áreas onde as larvas do mosquito transmissor da dengue estão mais presentes. Ao determinar os locais de maior incidência, o LIRAa permite às prefeituras e à população a adoção de medidas para prevenir a doença. Outra ação, lançada em 2011 pelo Ministério da Saúde, é o repasse de recursos adicionais para o aprimoramento das medidas de prevenção e controle da dengue. Segundo a presidente, estados e municípios recebem R$ 1 bilhão por ano para as ações de combate à dengue.

“Esse novo incentivo aumenta em 20% esse repasse para os 1.159 municípios prioritários. Ao receber esses recursos adicionais, eles devem assegurar, entre outras ações, que terão a quantidade adequada de agentes de controle de endemias e realizarão as visitas domiciliares recomendadas. Cabe aos municípios definir como serão utilizados os recursos desse adicional, incluindo a fixação dos salários dos agentes.”

Fonte: Blog do Planalto

"Comércio entre Brasil e países árabes aumentou 28,6% em 2011" 31.01.12



A troca comercial entre Brasil e países árabes alcançou no último ano US$ 25,13 bilhões, o que representa um aumento de 28,67% em relação a 2010, informou nesta terça-feira a Câmara de Comércio Árabe Brasileira.As exportações brasileiras ao mundo árabe somaram US$ 15,13 bilhões e as importações foram de US$ 9,98 bilhões, o que garantiu um superávit de US$ 5,15 bilhões para o país.Segundo o relatório, o valor das exportações brasileiras cresceu 20,3% em comparação com 2010, enquanto as importações aos 22 países árabes representados na câmara aumentaram 43,36%.Apesar da instabilidade política vivida pela região desde o ano passado pela primavera árabe, "as relações comerciais bilaterais não se deterioraram", apontou a entidade.O presidente da Câmara, Salim Taufic Schahin, destacou em entrevista coletiva em São Paulo que os resultados "são muito positivos" porque foi alcançado um superávit com uma região "amplamente" exportadora, principalmente de petróleo e seus derivados.Schahin considerou que as perspectivas para 2012 são de um crescimento de entre 10% e 15 % das exportações brasileiras a esse bloco.O empresário ressaltou que o comércio bilateral "intensificou-se" durante o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), primeiro líder brasileiro a visitar oficialmente os países árabes desde a época do imperador Pedro II."Antes nos países da África e do Oriente Médio falar do Brasil era falar de Pelé e carnaval; agora é Pelé, carnaval e Lula", comentou Schahin, destacando o papel do ex-governante no fortalecimento das relações.Entre os dias 12 e 16 de fevereiro viajará aos países árabes uma delegação empresarial brasileira convocada pela Câmara e liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.Os países árabes têm no Brasil um de seus principais focos de investimento, especialmente no setor agrícola para garantir o abastecimento de alimentos.

"Vendas de shoppings crescem 18,6% em 2011, a R$ 108 bi" 31.01.12



Os shopping centers brasileiros encerraram 2011 com crescimento de 18,6% nas vendas, que somaram R$ 108 bilhões, informou nesta terça-feira a associação que representa o setor no país, Abrasce.O resultado ficou acima da estimativa da entidade, que era de aumento de 12% no faturamento do setor em relação a 2010, quando as vendas foram de R$ 87 bilhões. Para 2012, a Abrasce prevê alta de 12% nas vendas do setor e inauguração de 43 empreendimentos, dos quais 29 em cidades fora de capitais.A entidade informou ainda que no final de 2011 o mercado de shopping centers tinha 430 empreendimentos em operação no Brasil, a maior parte deles construídos em cidades com até 500 mil habitantes. Somente 7 foram erguidos em capitais brasileiras em 2011.Atualmente existem 80.192 lojas nos shoppings brasileiros, o que significa um aumento de 12,6% em 2011.As classes sociais predominantes nos shopping centers ainda são as classes "A" e "B", com 56% do total de visitantes, segundo a Abrasce. As classes "C" e "D" apresentaram crescimento de 10 por cento, somando 44 por cento do total de visitantes.A Abrasce informou que o tráfego mensal de visitantes nos shoppings chegou a 376 milhões em 2011.A entidade divulgou também nesta terça-feira que 80% dos shoppings do Brasil estão ou entrarão em processo de expansão, segundo o Censo Abrasce 2011/2012, realizado com dados coletados pela consultoria PricewaterhouseCoopers. Segundo a pesquisa, nos próximos dois anos, 55% dos empreendimentos pretendem fazer ampliações e 25% já realizam este processo.

Foxconn terá mais 5 fábricas no Brasil. 31/01/2012

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
A taiwanesa Foxconn, que fabrica os iPads da Apple, deverá montar mais cinco fábricas no Brasil, além da já anunciada planta para a produção de telas de cristal líquido.
A informação foi dada hoje pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Julio Semeghini.


Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Foxconn afirmou que por enquanto não há confirmação sobre novas fábricas.
Segundo Semeghini, estarão envolvidas fábricas de gabinetes para notebooks e PCs, componentes eletrônicos, conectores, baterias, e de elementos de mecânica de precisão.
A negociação agora é pela localização dessas fábricas. São Paulo quer o investimento, assim como possivelmente os Estados vizinhos.
"Estamos aguardando os executivos voltarem das comemorações do Ano Novo chinês para retormarmos as negociações", disse Semeghini.
Cada uma das plantas deverá ter cerca de mil funcionários, segundo o secretário. Os investimentos não estão definidos, mas devem ser de "centenas de milhares de dólares", segundo o secretário.
As partes produzidas por aqui ajudarão também na montagem dos produtos da Apple, segundo o secretário. Por enquanto, a empresa começa a importar os kits para montagem de iPads e iPhone no Brasil.
BENEFÍCIOS
A empresa já recebeu do governo federal os benefícios fiscais para produzir tablets no Brasil.
Segundo portaria publicada no dia 25 no "Diário Oficial da União", a empresa terá direito aos benefícios previstos no decreto 5.906 de setembro de 2006.
A determinação prevê isenção ou redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS e Cofins para empresas que invistam em atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos de tecnologia.
Segundo a portaria, a regra valerá para tablets com telas sensíveis ao toque, sem teclado e com peso inferior a 750 gramas.
Também estão incluídos na medida os acessórios, cabos, fontes de alimentação e manuais de operação que são relativos aos tablets.
A expectativa é que a Foxconn comece a produzir os aparelhos --principalmente os iPads, da Apple-- na fábrica em Jundiaí, interior paulista.
Entre 2010 e 2011, a Foxconn investiu R$ 300 milhões para a construção de sua terceira fábrica no município, destinada aos aparelhos da Apple, em uma planta prevista para 1.400 funcionários.

China proibe supernavios da Vale entrem em seus portos 31/01/2012


DA REUTERS
O governo chinês não permitirá mais que navios gigantes que superem a capacidade máxima aprovada de 300 mil toneladas atraquem em seus portos, informou o Ministério do Transporte do país nesta terça-feira.
A decisão deve afetar os planos da mineradora Vale de utilizar seus megacargueiros para suprir seu principal mercado de minério de ferro.
Os navios que excediam a capacidade aprovada antes eram avaliados caso a caso, mas o ministério informou em comunicado em seu website nesta terça que navios cargueiros e petroleiros gigantes estão proibidos. A medida entra em vigor imediatamente.
O comunicado surge apenas um mês depois de a Vale tentar descarregar o navio Berge Everest, carregando com 388 mil toneladas de minério de ferro, no porto de Dalian -- rapidamente gerando protestos da influente associação de armadores chinesa (China Shipowners Association). A entidade tem ativamente pedido que Pequim barre os navios gigantes da Vale.
Nenhum porto chinês tem, atualmente, aprovação para receber navios com mais de 300 mil toneladas e os navios da Vale podem carregar até 400 mil toneladas.
Fontes da indústria disseram que a entrada do Berge Everest no porto de Dalian provavelmente ocorreu por uma falha burocrática, uma vez que essas permissões podiam ser emitidas por autoridades das províncias.
DECLÍNIO SETORIAL
O Ministério do Transporte chinês admitiu que sua decisão de proibir navios gigantes também decorre em parte da crise que assola a indústria de navegação chinesa, assim como assuntos de segurança marítima.
Com a desaceleração econômica em importantes regiões no mundo, como a Europa, a demanda por embarcações, muitas delas construídas e operadas por companhias chinesas, caiu, levando também os valores do frete marítimo para baixo.
A frota dos megacargueiros da Vale, mais competitivos que outras embarcações, pelos ganhos de escala, está ampliando sua atuação no mercado justamente neste momento ruim do setor, alimentando o lobby contrário chinês.
A China Shipowners Association e as siderúrgicas disseram que a frota de meganavios da Vale pode ser um "Cavalo de Troia", que permitiria à mineradora monopolizar os mercados de minério de ferro às custas da China.
O vice-presidente executivo da associação de armadores, Zhang Shouguo, é ex-vice-diretor da divisão de transporte marítimo do Ministério do Transporte.
ALTERNATIVA
Com Pequim mantendo seus portos fechados aos Valemax, a mineradora terá de depender do transporte mais caro feito por embarcações que fazem o transbordo da carga em outros países na região para abastecer o maior consumidor de minério de ferro.
Até o momento, a Vale mantinha a posição de que a dificuldade de entrada de seus meganavios na China ocorria principalmente pela falta de adaptação dos portos do país, evitando reconhecer uma motivação política relacionada à crise dos armadores chineses.
Consultada nesta terça-feira sobre a decisão do governo chinês, a área de comunicação da Vale informou que não comentaria imediatamente o tema.
Uma fonte na companhia familiarizada com a situação disse à Reuters que a Vale ainda buscava uma confirmação diretamente com o governo chinês da proibição dos meganavios.
Afirmou também que caso a proibição se mantenha, a alternativa será utilizar países como Filipinas e a Malásia para atracar as embarcações, e repassar o minério a navios menores, que seguiriam para a China.
O projeto da Malásia, chamado de Taluk Rubiah, ainda está em desenvolvimento e tem previsão para operar em 2014. É um centro de distribuição com capacidade de movimentar 60 milhões de toneladas/ano de minério de ferro. Ele foi concebido para atender Japão e Austrália, inicialmente, mas segundo a fonte da empresa, "poderia perfeitamente atender à China".

Governo habilita 18 montadoras para IPI menor 31/01/2012

Compõe a lista Agrale, Caoa (que representa a Hyundai), Fiat, Ford, General Motors, Honda, International Indústria Automotiva da América do Sul, Iveco, MAN Latin America, Mercedes-Benz, MMC Automotores do Brasil, Nissan, Peugeot, Renault, Scania, Toyota, Volkswagen e Volvo 


RIO - Dezoito montadoras de automóveis foram habilitadas pelo governo federal a vender automóveis com as alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sem a majoração de até 30 pontos percentuais.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior publicou a relação com os nomes das fabricantes na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União.
As montadoras habilitadas, em ordem alfabética, são: Agrale, Caoa (que representa a Hyundai), Fiat, Ford, General Motors, Honda, International Indústria Automotiva da América do Sul, Iveco, MAN Latin America, Mercedes-Benz, MMC Automotores do Brasil, Nissan, Peugeot, Renault, Scania, Toyota, Volkswagen e Volvo.
Segundo a portaria publicada no Diário Oficial, as empresas habilitadas poderão desfrutar da redução do IPI até 31 de dezembro de 2012, conforme previsto no decreto que regulamentou a Medida Provisória que instituiu a alteração tarifária.
O governo anunciou em setembro passado um grande aumento na taxação sobre veículos importados, numa ofensiva para estimular as montadoras a elevar a produção nacional.
A medida, que entrou em vigor em dezembro, elevou para até 55 por cento o IPI sobre automóveis.
Para não serem atingidas pela taxação maior, as montadoras instaladas no Brasil precisavam comprovar que se enquadravam em três amplos critérios, entre eles o de que ao menos 65 por cento das peças dos carros fossem produzidas no Brasil, no Mercosul e no México, com quem o país possui acordo bilateral.
O decreto estabelece ainda que as empresas estão sujeitas à verificação dos requisitos exigidos para a redução do IPI.
(Reportagem de Fábio Couto)

A batalha entre os estados por recursos e royalties do petróleo 31/01/2012

A batalha pelos recursos dos royalties do petróleo não acabou junto com o ano de 2011. Ela será retomada este ano com um elemento a mais na disputa. O projeto que redistribui os royalties do petróleo, aprovado no Senado, utiliza Fundo de Participação dos Estados (FPE) para estabelecer o novo rateio. Mas o próprio FPE será tema de debates e alterações.


O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a regra atual e determinou que até dezembro de 2012 os parlamentares elaborem uma lei com novos critérios do rateio dos recursos repassados pela União aos estados, por meio do FPE.

O FPE envolve recursos no valor total de R$48,8 bilhões, provenientes da arrecadação de impostos, que são transferidos pelo governo federal, com base nos dados de 2010. A disputa pelos royalties envolve a metade deste montante. O novo rateio do FPE vai interferir no debate sobre formas de distribuição dos royalties do petróleo.

O critério de divisão atual, adotado em 1990, foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas tem a aplicação assegurada até 31 de dezembro de 2012. Isso porque, segundo a Constituição, o FPE deve “promover o equilíbrio socioeconômico” dos estados e do DF — o que não é possível com coeficientes de participação fixos, já que a revisão dos percentuais, que deveria ter ocorrido em 1991, jamais foi feita.

Criado em 1965, o FPE foi inicialmente dividido conforme critérios geográficos (área da unidade federativa e população) e econômicos (inverso da renda per capita). A Constituição de 1988 estabeleceu percentuais para os repasses aos estados e ao Distrito Federal, além de determinar que, juntas, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste recebessem 85% do total. Os coeficientes resultaram de uma negociação política e a própria previa uma revisão após o Censo de 1990.

Em 2011, o FPE representou R$ 48,07 bilhões repassados pelo Tesouro Nacional aos estados e ao DF. Neste ano, a previsão é de R$ 55,03 bilhões — o equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) projetado no Orçamento de 2012. Os repasses do FPE não se submetem a vinculações e estão livres de contingenciamento — só podem ser retidos temporariamente até a quitação de débitos com a União ou até o cumprimento do gasto mínimo em saúde.

Comissão para FPE

Várias propostas em tramitação no Legislativo tratam do assunto. Consultores da Câmara e do Senado que analisaram os projetos preveem um debate polêmico, a exemplo do que acontece também em temas como reforma tributária ou federalismo fiscal. Isso porque a mudança nos critérios de divisão do FPE entre os estados e o DF tende a representar ganho para alguns e prejuízo para outros.

Dada a importância do FPE, o consultor da Câmara Marcos Souza sugere a criação de uma comissão especial da Câmara com o objetivo de elaborar um projeto de lei complementar (PLP) para estabelecer o novo rateio. O consultor lembrou que deputados da Comissão de Finanças e Tributação criaram anteriormente uma subcomissão especial para discutir a partilha do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), trabalho que resultou em proposta aprovada sem problemas pela Câmara e pelo Senado e sancionada em 1997.

Comissão dos royalties


O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), já criou uma comissão especial para analisar o Projeto de Lei que trata da nova divisão dos royalties da exploração de petróleo, que deve começar a funcionar a partir de fevereiro, quando forem indicados todos os membros do colegiado.

O texto, de autoria do senador Wellington Dias (PT-PI), foi aprovado em outubro pelo Senado. A proposta redistribui os recursos do petróleo, atualmente repassados quase que integralmente para os municípios confrontantes, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, e aumentando a participação de estados e municípios não produtores na divisão dos recursos. De acordo com a proposta, parte dos recursos dos royalties do petróleo deverá ser dividida conforme o rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).

De Brasília
Com agências

Mas é Cuba a fonte dos problemas do mundo? 31/01/2012


 

Reproduzo aí em cima o vídeo da entrevista da Presidenta Dilma Rousssef, que escapa, com firmeza, da estreiteza mental da nossa imprensa, que repete – a maioria sem saber – o discurso da guerra-fria, transformando as restrições do regime cubano como “justificativa” para toda a perseguição e bloqueio do maior – e mais armado – país do mundo a uma pequena ilha, há quase 50 anos.
É curioso que os “regimes amigos” dos EUA jamais sofram qualquer tipo de discriminação por esta questão e, com eles, seja legítimo termos relações de cooperação econômica.
Como é dever de qualquer governante que deseje a soberania de seu país, ela recusa discutir os problemas internos de outra nação.
Dilma, sem ser grosseira, ridiculariza a “idelologização” da mídia sobre a diplomacia brasileira, reaforma nossos desejo de colaborar – e não de colonizar – com as nações latinoamericanas e africanas e, na última provocação, sobre se iria ver Fidel Castro, não titubeira:
- Sim, com muito orgulho, eu vou.

Do blog   http://www.tijolaco.com/

Em Cuba, Dilma não 'derrapa' à direita e prega aliança estratégica 31/01/2012

Em visita a Cuba, Dilma fala sobre Guantánamo, ao comentar direitos humanos, e alfineta embargo dos EUA, ao dizer que Brasil quer cooperar com desenvolvimento cubano. Países fecham nove acordos. Presidenta critica 'práticas violentas' contra movimentos sociais e, com 'muito orgulho', encontra Fidel Castro.



Havana – Segundo líder estrangeiro a fazer uma visita oficial a Cuba em 2012, a presidenta Dilma Rousseff fugiu de “cascas de banana” políticas e diplomáticas que lhe surgiram na primeira etapa dos compromissos desta terça-feira (31). E ainda enfatizou que está na ilha por amizade e desejo de cooperar com o governo e o povo cubanos.

Ao comentar a política de direitos humanos da ilha, lembrou Guantánamo, símbolo de que o grande inimigo da ilha, os Estados Unidos, tem telhado de vidro. Ao falar sobre como o Brasil pode ajudar no desenvolvimento de Cuba, alfinetou o histórico bloqueio imposto pelos norte-americanos e ainda disse que cooperação não deve ser movida por interesse unilateral.

Na entrevista coletiva de cerca de dez minutos que deu à imprensa brasileira e estrangeira, Dilma também mandou recados políticos com significado interno, em resposta a quem quis saber como se poderia interpretar uma agenda que, em uma semana, levou-a ao Fórum Social Temático, em Porto Algere, e a Cuba.

“Vamos falar de direitos humanos? Então nós vamos começar a falar de direitos humanos no Brasil, nos Estados Unidos, uma coisa chamada Guantánamo...”, disse Dilma, logo no primeiro tema levantado durante a coletiva, assunto com potencial para embaraçar as históricas e amistosas relações entre Brasil e Cuba.

Quando foi a Cuba, por exemplo, o ex-presidente Lula sempre fugiu da mesma “derrapagem”, o que também lhe custava críticas – de adversários políticos e da imprensa - de cumplicidade com ditaduras.

“Não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate político e ideológico”, disse a presidenta, para quem o assunto deve ser abordado de forma global. “Direitos humanos não é uma pedra que você joga só de um lado para o outro”, comentando que tem quem atire e possua telhado de vidro, inclusive o Brasil, talvez numa velada referência ao caso Pinheirinho.

Na entrevista, Dilma afirmou que tinha “imenso orgulho” de estar na ilha, onde pretende estabelecer “uma grande parceria com o governo cubano e povo cubano”, “estratégica e duradoura”, para contribuir com o desenvolvimento local, contrapondo-se à postura “do bloqueio, do embargo, do impedimento”, que levam “mais a pobreza e a problemas sérios para as populações”.

Segundo ela, América Latina, Caribe e África são regiões com as quais o Brasil “mais tem obrigação” de construir uma “política decente”. “Não uma política que só olhe o seu interesse, mas seja capaz de construir com o seu interesse, o interesse do outro povo. Eu acho que essa é a novidade da nossa presença internacional.”

Para ajudar a contribuir – e tirar proveito de uma relação que tem dois sentidos -, Dilma e o líder cubano, Raúl Castro, viram seus ministros assinarem nove acordos, depois de uma reunião privada entre os dois, na etapa posterior da agenda da brasileira, depois da entrevista.

A assinatura de atos no Palácio do Governo de Cuba foi precedida da leitura de um comunicado conjunto, em que os dois países ressaltavam a “amizade” histórica existente entre ambos.

Foram fechados acordos pelos quais o Brasil aumenta o financiamento à produção de alimentos em Cuba, na área de transporte, biotecnologia, de melhoria do fluxo de comércio entre os dois países, hoje em US$ 650 milhões por ano.

Tudo se soma agora ao crédito de US$ 650 milhões que o Brasil cedeu a Cuba para ajudar numa das maiores obras em andamento na ilha, o Porto de Mariel, a cerca de 45 minutos de Havana, que Dilma visitaria mais tarde. “[O porto] É fundamental que se criem aqui de concições de sustentabilidade para o desenvolvimento do povo cubano”, dissera a presidenta na entrevista.

Na conversa com os jornalistas, Dilma disse que o Brasil é um país pacífico e que faz política internacional dialogando com todos, Cuba, e Estados Unidos (cujo presidente recebeu no ano passado e a quem deve visitar em março), Argentina e União Européia, China e G-20, como aconteceu no ano passado.

E, neste trecho da entrevista, deu sutis - mas perceptíveis - recados políticos internos. Ao remorar a ida ao Fórum Social, disse que acha “fundamental dialogar com os movimentos sociais”, que passaram 2011 um pouco mau-humorados com a falta de acesso que tiveram 'a presidenta em comparação com a era Lula.

“Não acredito, nem para nós internamente, que as práticas violentas de tratamento de movimentos sociais se justifiquem”, declarou a presidenta, em outra referência velada ao caso Pinheirinho, que ela havia comentado apenas numa reunião fechada (“barbárie”).

“Nem tampouco nós acreditamos que a guerra, o conflito, o confronto, levem a grandes resultados", emendou a presidenta, numa declaração sem endereço mas que pode ser entendida tanto dentro do Brasil, no caso Pinheirinho, quanto em relação à tradicional postura bélica dos EUA.

Quando deu a entrevista, Dilma tinha acabado de participar de uma ceriômia alusiva ao herói da libertação cubana José Martí, em um memorial dedicado a ele na histórica Praça da Revolução, palco dos longos e famosos discursos do líder Fidel Castro, hoje doente e com 85 anos.

Embora não tivesse sido divulgado à imprensa, desde a véspera, segundo a reportagem apurou, já estava certo que Dilma encontraria Fidel, para um visita restrita, na casa do líder cubano, da qual deveriam participar, pelo lado brasileiro, somente o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) e o assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. Ela disse que encontraria Fidel "com muito orgulho".

O encontro ocorreria depois do almoço que Dilma teria apenas com seus assessores mais próximos, no hotel em que a comitiva presidencial está hospedada em Havana. Ela chegou ao hotel por volta das 12h20 no horário local, três horas a menos do que a hora oficial do Brasil.

Entre a visita ao Memorial José Martí e o almoço, Dilma tinha se reunido por mais de uma hora com o irmão de Fidel e atual líder cubano, Raúl Castro, hoje com 80 anos. Antes de Dilma, Raúl recebera em Havana, em 2012, para visita oficial, só o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. E ainda não fez viagens ao exterior neste início do 54 ano da revolução.

Leia Mais:

Com Raúl, Dilma fala de Lula e Celac; com Fidel, 'orgulho' e sigilo

Zona de livre comércio cubana deve iniciar operação no fim de 2013

A endoscopia da crise 31/01/2012


A Grécia funciona como uma espécie de endoscopia em tempo real das consequências sociais e éticas da maior crise capitalista dos últimos 80 anos. A percolação da tragédia na pirâmide social do país escancara os custos humanos de se preservar a riqueza financeira quando o mecanismo que a reproduz já não se sustenta. Esse é o cerne do impasse global que avança para o 4º ano de sacrifícios urbi et orbi.

Mas nada disso parece sensibilizar a mídia demotucana, cuja leitura sugere que o único ponto do planeta que afronta os direitos humanos é uma ilha a 150 quilômetros de sua meca intelectual e política. Por certo não é o que pensam os 26 milhões de desempregados e os 115 milhões de pobres da UE, por exemplo.

Elo mais frágil dessa cadeia, a Grécia emerge como um estuário pedagógico de perdas e danos. No interior do seu metabolismo,um a um, rompem-se os elos mais vulneráveis. A infância em primeiro lugar; dentro dela, as crianças pobres; e a partir daí o essencial, a segurança alimentar. Desde março de 2010, a prioridade de Atenas é adequar o país aos 'programas de ajuste' traduzidos em sucessivos cortes orçamentários.

Os macrodados da agonia gega não sensibilizam mais. Mas há detalhes que ainda desconcertam: o orçamento da educação, por exemplo, sofreu um corte de 60% este ano. Em miúdos: a rede pública de ensino dispõe atualmente de quatro de cada dez euros que recebia em 2010. Não há como preservar o essencial quando 60% do alicerce desaba. Inclua-se no essencial a merenda. Das periferias mais pobres, emergem relatos de desfalecimentos em sala de aula. Mas as agencias de notícias informam que a ministra da Educação, Ana Diamantopulu, apressou-se em desmentir a possibilidade de contemplar todas as famílias carentes com uma bolsa alimentação. Não há verbas.

O desmentido ocorreu simultaneamente ao recuo de Angela Merkel, que pretendia nomear um diretório financeiro para comandar o orçamento grego diretamente de Berlim, de modo a assegurar o pagamento dos credores acima de todas as coisas. "A discussão ficou emocional", justificou-se a premiê que hoje é a voz mais nítida do dinheiro no planeta. O recuo de Merkel não alivia o estômago da infância pobre da Grécia. A próxima cena na tela da endoscopia grega será o efeito do corte previsto no salário mínimo nacional. Com a palavra os paladinos dos direitos humanos em Cuba.
Postado por Saul Leblon às 21:11

Hackers tiram site to Bradesco do ar 31/01/2012

Da Band

A operação #OpWeeksPayment, promete derrubar sites de instituições bancárias como forma de protesto contra a corrupção

Da Redação noticias@band.com.br

O grupo de hackers Anonymous assumem a autoria dos ataques que tiraram o site do banco Bradesco do ar por volta das 10h desta segunda feira. O site continua inacessível até o momento.

No Twitter do grupo, @AnonBRNews, é possível ver a mensagem "#OpWeeksPayment - ATENÇÃO MARUJOS: Alvo atingido! O  está à deriva! TANGO DOWN!".
Hoje é o segundo dia da operação #OpWeeksPayment, que promete derrubar sites de instituições bancárias como forma de protesto contra a corrupção.
n>As manifestações  serão feitas ao longo da semana com o intuito de deixar a cada dia um serviço de internet banking fora do ar por pelo menos 12 horas.O primeiro alvo foi o site do banco Itaú, que saiu do ar ontem. O Anonymous informou que escolheu esta semana para as ações, por concentrar dias em que a maioria das empresas faz o pagamento de salários a seus funcionários e, portanto, quando os sites de internet banking têm maiores demandas de acesso.

"Embraer anuncia acordo para assumir controle de portuguesa Ogma" 30.01.12



A Embraer anunciou nesta segunda-feira um acordo com a Sociedade Europeia Aeroespacial e de Defesa (EADS) para assumir o controle da companhia portuguesa Ogma, que as duas compartilhavam por consórcio.A Embraer revelou nesta segunda-feira em comunicado que em 27 de janeiro finalizou o negócio com a EADS para adquirir 30% das ações da Airholding, consórcio constituído em 2005 pelas duas empresas para participar da maioria do capital acionário da Ogma.Com o movimento de ações, a Airholding, agora sob controle total da Embraer, se mantém com 65% de sua participação na Ogma e os 35% restantes permanecem nas mãos do governo português, por meio da empresa estatal de defesa Empordef."Este investimento adicional em Portugal pretende reforçar a aliança estratégica entre Brasil e União Europeia", afirmou Luiz Carlos Aguiar, presidente da divisão de Defesa e Segurança de Embraer.A aprovação final do negócio por parte dos órgãos reguladores do Brasil e da Europa deve ocorrer dentro de um prazo entre 30 e 90 dias, apontou Aguiar.A Ogma oferece serviço de manutenção e reparação de aeronaves civis e de defesa, tanto em motores como em outros componentes, e realiza a montagem de estruturas aeronáuticas.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

92% dos empresários pretendem aumentar salários em 2012 30/01/2012


DO VALOR, EM SÃO PAULO
No Brasil, 92% dos empresários pretendem aumentar o salário de seus funcionários em 2012, número significativamente acima da média global de 66%. Os dados são do International Business Report da Grant Thornton, pesquisa feita com mais de 11 mil empresas de 40 países.
No levantamento anterior, feito no terceiro trimestre de 2011, a porcentagem de empresários brasileiros com planos de aumentar os salários era de 74%.
O número de empregadores que pretendem oferecer aumentos acima da inflação também foi maior este ano, subindo de 30% para 40% dos entrevistados.
No resto do mundo, os países mais otimistas quanto ao aumento salarial são Argentina (100%), México (98%) e Suécia (95%).
Entre os que apresentaram menor porcentagem de empresários dispostos a aumentar a remuneração dos funcionários estão a Grécia (4%) e o Japão (24%).
A Tailândia (78%) e o Peru (52%) registraram o maior número de empresas com planos de dar aumentos acima da inflação.

Com modelo diferente, Brasil consegue crescer na crise, afirma Dilma 30/01/2012

'Hoje, quem empurra o Brasil para a frente é o seu povo, são os consumidores, os trabalhadores e empresários, são aquelas pessoas que criam o ciclo bom, onde uma coisa puxa outra'

Agência Estado SÃO PAULO - A presidente Dilma Rousseff disse nessa segunda-feira, 30, na cerimônia de assinatura da ordem de serviço para o início das obras de urbanização integrada da Bacia do Rio Camaçari (BA), que enquanto o mundo passa por uma grande crise, o Brasil continua crescendo porque adotou um modelo diferente, baseado na melhoria de vida de sua população.
"O mundo passa por uma crise, vemos países até então desenvolvidos serem países que lideram o campeonato de quem mais desemprega no mundo. No Brasil, nosso modelo é diferente, sabemos que o País vai crescer se as pessoas melhorarem de vida. Hoje, quem empurra o Brasil para a frente é o seu povo, são os consumidores, os trabalhadores e empresários, são aquelas pessoas que criam o ciclo bom, onde uma coisa puxa outra. Quem consome cria oportunidade. Assim, a roda vai girando e o Brasil vai crescendo", frisou Dilma.
Segundo a presidente, por conta deste cenário, quem merece a distribuição das riquezas produzidas no País, são aqueles que fazem o Brasil crescer, ou seja, "os brasileiros e as brasileiras". E, como estava em cerimônia na Bahia, emendou: "Os baianos e as baianas", sob grande aplauso do público presente em Camaçari. Ainda no breve discurso, Dilma disse que uma das coisas que tem orgulho é o fato de que os brasileiros e as brasileiras estão melhorando de vida. "Sem garantia de habitação, não temos política de distribuição de renda". "E, melhorar de vida não é só melhor salário, melhor distribuição da renda que a gente recebe, mas é também melhor oportunidade. Tem de ter acesso à moradia, educação e cultura."
Projeto
As obras de urbanização integrada da Bacia do Rio Camaçari, de acordo com a Caixa Econômica Federal, têm como objetivo a recuperação e a revitalização ambiental, buscando a melhoria da qualidade de vida da população local. Serão investidos R$ 163,04 milhões, sendo R$ 143,8 milhões do governo federal e R$ 19,1 milhões provenientes do próprio município, beneficiando cerca de 11,6 mil famílias de Camaçari.
Essas obras fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). E as ações previstas incluem obras de saneamento, abastecimento de água, macro e microdrenagem e reurbanização de margens nos rios que compõem a Bacia do Rio Camaçari - Eiú Branco, Pedreiras, Piaçaveiras, Prata, Mandú, Canal de Acajutiba e Camaçari. O objetivo é que essas modificações auxiliem ainda na recuperação e despoluição dos rios e seus afluentes, reduzindo assim os riscos de enchentes na região.

Irã diz que bloqueio europeu pode levar petróleo a US$ 150 30/01/2012

Parlamento decidirá sobre proibições durante a semana, em retaliação a sanções europeias


TEERÃ - Os preços do petróleo podem subir até US$ 150 o barril devido ao bloqueio da União Europeia ao produto vindo do Irã, disse neste domingo, 29, o vice-ministro do Petróleo do país à agência de notícias oficial IRNA.


"Embora uma previsão precisa não possa ser feita, parece que vamos testemunhar um preço de US$ 120 a US$ 150 o barril no futuro", afirmou o vice-ministro do Petróleo do Irã, Ahmad Qalebani.
O preço do barril tipo Brent subiu para cerca de US$ 111,50 na sexta-feira, devido às expectativas de que o Parlamento iraniano votará pela paralisação das exportações para a UE na próxima semana, em retaliação aos planos do bloco de interromper todas as exportações do produto iraniano até julho.
O aumento das tensões entre o Irã e os países do Ocidente, decorrentes do programa nuclear iraniano, ajudaram a inflacionar o preço do barril tipo Brent em cerca de US$ 8 desde meados de dezembro. Entre as suas ameaças, o Irã diz que pode fechar o Estreito de Ormuz, saída crucial para escoação do petróleo no Oriente Médio.
Mas analistas dizem que o mundo deve ter mais oferta de petróleo no primeiro semestre deste ano, devido à produção adicional feita pela Arábia Saudita, Iraque e Líbia, que poderiam cobrir com sobras a perda do Irã como fornecedor após o bloqueio da UE, marcado para 1º de julho. Para os especialistas, essa "sobra" deve ser refletida no preço do produto.
O Parlamento iraniano deve debater, nesta semana, um projeto que cortaria o fornecimento de petróleo à UE em questão de dias, em resposta a uma decisão, tomada pelo 27 países do bloco na segunda-feira, de interromper as importações do Irã em julho.
A União Europeia também impôs uma série de outras sanções econômicas ao Irã, juntando-se aos Estados Unidos em uma nova rodada de medidas com o objetivo de impedir o desenvolvimento do programa nuclear iraniano.
Qalebani também alertou que as multinacionais do petróleo devem renovar seus contratos com o Irã ou perderão seus benefícios do segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Sob os contratos, os investimentos são pagos em petróleo durante vários anos.

Europa: crise põe 30 milhões de pessoas à beira da pobreza 30/01/2012


Sílvio Guedes Crespo
Atualizado às 16h38
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Enquanto no Brasil os jornais relatam o crescimento da “nova classe média“, na Europa o assunto são os “novos pobres”.
O site do diário espanhol “El País” publicou uma reportagem segundo a qual aumentou em 30 milhões o número de pessoas que estão no limite entre a classe média e a pobreza. Só que esse aumento não se deu pela ascensão de quem estava embaixo, e sim pelo desemprego enfrentado por quem está na faixa média.
Em 2007, antes da crise, havia 85 milhões de pessoas no limite da pobreza (17% da população); em 2009, 115 milhões (23%).

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Os países que mais sofreram foram a Bulgária e a Romênia, segundo o jornal, onde essa proporção quase dobrou, atingindo 46% e 43% da população local, respectivamente. Os países em melhor situação são República Tcheca (14%), Holanda (15%) e Suécia (16%).
Nessa pesquisa, a linha que separa a classe média dos pobres é definida como um domicílio com renda anual de 7.980 euros (R$ 18.200), ou 665 (R$ 1.500) por mês.
Usar números pode parecer uma forma objetiva de classificar a pobreza. Mas um critério subjetivo, só que verdadeiro, tem tomado forma para descrever os “novos pobres”: são as pessoas que costumavam ajudar os desfavorecidos, e agora assumem o papel de buscar ajuda.
É como disse o secretário geral de Caritas Europa, uma entidade de assistência humanitária: “Os voluntários de antes são hoje nossos beneficiários”.
Fim da classe média?
O jornal português “Diário Económico” publicou uma notícia que vai na mesma linha do periódico espanhol. Com o título “Classe média em Portugal poderá desaparecer”, o texto traz uma análise do sociólogo Elísio Estanque segundo a qual esse estrato da sociedade “está em risco de empobrecimento muito rápido”.
Em países com industrialização ou democracia tardia, como é o caso de Portugal, a classe média cresceu rapidamente, mas de forma pouco consistente, baseada na expansão do Estado social.
“Estamos num momento de encruzilhada de viragem. Não é só Portugal. Estamos num mundo conturbado, estamos num momento de transição. Para o bem ou para o mal. A História está em aberto”, disse Estanque ao jornal. Ele é autor do livro “Classe Média: Ascensão e Declínio”.

Hackers tiram site do Itaú do ar e prometem mais 30/01/2012


Hackers tiram site do Itaú do ar e prometem mais Foto: Divulgação

O Anonymous assumiu a autoria do ataque, que foi noticiado em tempo real pelo Twitter e deixou a página do Itaú Unibanco fora do ar por cerca de dez minutos na manhã desta segunda; grupo planeja derrubar páginas de mais bancos ao longo desta semana, que concentra as principais datas para pagamento

30 de Janeiro de 2012 às 17:18
247- O grupo hacker Anonymous divulgou nessa segunda-feira que irá promover uma série de ataques contra páginas online dos principais bancos brasileiros durante esta semana. E o Itaú Unibanco foi a primeira vítima, já nesta segunda-feira. Durante a manhã, a página da instituição financeira ficou fora do ar por alguns minutos.
Por volta das 10 horas da manhã, os hackers anunciaram em sua página oficial no Twitter que fariam o ataque: “#OpWeeksPayment - ATENÇÃO MARUJOS: Primeiro alvo identificado! Abriremos fogo em 15 min. Já sinto o cheiro do estopim queimando! GO GO GO!”. E, ao conseguir derrubar a página oficial do banco, o grupo anunciou o feito em tempo real. “#OpWeeksPayment - ATENÇÃO MARUJOS: Alvo atingido! O @Itau está à deriva! TANGO DOWN!”.
O site ficou por volta de 10 minutos completamente sem oferecer acesso. O plano dos hackers era que a queda dos serviços durasse aproximadamente 12 horas, mas o Itaú Unibanco conseguiu reestabelecer o sistema em poucos minutos.
Pessoas envolvidas no ataque batizaram a ação, no Twitter, de #OpWeeksPayment, movimento que será realizado pelo Anonymous com o objetivo de alertar a população sobre a injustiça e a corrupção que predominam no Brasil. Esta semana foi escolhida por conter os principais dias para pagamento de salários.
Após o ataque, o grupo de hackers ainda comemorou a instabilidade do site do banco em seu perfil no microblog. “#OpWeeksPayment @Itau TANGO de apenas 6min? Tem certeza? Tenho dó de quem se arrisca a fazer transações eletrônicas no meio do fogo cruzado!”.
A ofensiva consiste em sobrecarregar o site, fazendo com que ele receba um grande número de acessos ao mesmo tempo e fique indisponível.

BID elogia modelo de desenvolvimento brasileiro em Davos, na Suíça 30/01/2012


Por: Renata Giraldi - Publicado em 29/01/2012
Brasília – No sábado (28), penúltimo dia do 42º Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, o Brasil foi tema de um painel de debates. O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luís Moreno, elogiou os resultados positivos obtidos nos últimos anos no país. Segundo os participantes do evento, o modelo brasileiro de crescimento associado ao desenvolvimento social é destaque no cenário internacional.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o secretário executivo do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, Alexandre Teixeira, participaram do painel denominado Brasil Outlook, mediado pelo jornalista John Defterios, da emissora norte-americana CNN.

As discussões em tom de otimismo, contrastaram com o clima de apreensão dos debates em Davos, cujo tema principal é a crise econômica internacional que atinge principalmente países da zona do euro, como a Grécia, Espanha e Portugal.

O mediador perguntou a Patriota se o Brasil está pronto para assumir parte da liderança que é exercida pelos Estados Unidos e por alguns países que sofrem os impactos da crise econômica internacional. O chanceler respondeu que os Estados Unidos se mantêm na liderança, assim como outros países.

Porém, Patriota acrescentou que o Brasil tem conquistado seu espaço no cenário internacional pelos esforços feitos para conciliar o crescimento sustentável com os programas de inclusão social e respeito ao meio ambiente. Segundo o chanceler, essa liderança é natural pelo empenho dos brasileiros.

O ministro lembrou ainda que a associação de ações relativas ao estímulo para o crescimento econômico e a melhoria da qualidade de vida dominarão as discussões da Conferência Rio+20, que ocorrerá de 13 a 23 de junho, no Rio de Janeiro. Patriota ressaltou que em um mundo multiétnico e que as questões nucleares estão no topo das discussões, esses temas devem ocupar um lugar de destaque.

 Fonte: Agência Brasil

Cuba vai perfurar poços em águas profundas em busca de petróleo 30/01/2012


DA BBC BRASIL
Cuba fará nos próximos meses perfurações em seu litoral para descobrir se a ilha tem petróleo em águas profundas.
A 50 quilômetros de distância de Havana, uma plataforma de origem chinesa, será operada inicialmente pela petroleira espanhola Repsol.
Em noites claras, é possível avistar a plataforma da capital cubana.
Analistas mais otimistas em Cuba acreditam que existe potencial para se extrair até cinco bilhões de barris.
O primeiro poço está sendo perfurado neste ano e demorará até 60 dias para produzir os primeiros resultados.
A descoberta de petróleo pode transformar a realidade econômica da ilha, que depende de ajuda da Venezula para importar mais de dois terços do total que é consumido no país.

“Não existe a tão aclamada neutralidade da imprensa”, diz diretor do Le Monde Diplomatique 30/01/2012


Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Samir Oliveira
O diretor de redação do jornal francês Le Monde Diplomatique, Ignácio Ramonet, acredita que a mídia deveria se posicionar claramente sobre a linha ideológica e política que segue. Doutor em Sociologia e professor de Teoria da Comunicação, o jornalista, que comanda um periódico abertamente de esquerda, diz que não existe a tão aclamada neutralidade da imprensa.
“Um jornal que diz que é objetivo é um jornal alinhado à direita e que tenta esconder seu ponto de vista”, explica. Ramonet entende que os veículos de comunicação deveriam deixar claras as posições políticas e ideológicas que defendem. “Não tenho nada contra um jornal ser de direita, acho interessante que existam. Mas que fique claro que representa o ponto de vista dos empresários, da burguesia e da classe conservadora”, aponta.
O jornalista esteve em Porto Alegre na semana passada para participar das atividades do Fórum Social Temático e mesmo com uma apertada agenda encontrou tempo para conversar durante meia hora com a reportagem do Sul21. Nesta entrevista, ele analisa também o papel das esquerdas na crise capitalista que assola a Europa e contrapõe a situação no velho continente ao momento vivido pela América Latina. “A América Latina está construindo o Estado de bem-estar social, enquanto na Europa ele está sendo destruído”, compara.
Sul21 – O senhor escreveu o livro A tirania da comunicação. Quais os propósitos por trás da atuação jornalística dos grandes veículos e comunicação?

Ignácio Ramonet – O jornalismo está vivendo várias crises. A primeira delas é a dominação pelos grandes grupos globais. Esses grupos são multimídia, detêm televisões, imprensa escrita, rádios e sites. E se comportam como atores da globalização, o que faz com que não tenham a mesma relação direta com os leitores. A segunda crise jornalística foi criada pela internet. Em muitos países, a imprensa escrita está desaparecendo, sendo substituída pelos meios digitais. E aí vem também uma crise econômica, porque o modelo de sustentação da imprensa escrita não funciona mais. Caíram a publicidade e as tiragens.
Sul21- A internet não trouxe benefícios ao jornalismo?

Ramonet – O problema é que temos dois modelos – o impresso e o digital – e nenhum deles funciona. Provavelmente, o que vai prevalecer será o modelo digital, até porque a informática se aprimora cada dia mais nos países em desenvolvimento. Uma consequência do advento da internet é o que os cidadãos podem intervir muito mais do que antes. O público não é mais passivo, hoje existe a possibilidade de comentar e de difundir a informação. Isso também afeta o trabalho do jornalista, que acaba possuindo um papel diferente, não está mais num pedestal. Não é mais só o jornalista que fala. A relação hoje em dia é muito mais interativa. Por outro lado, isso gera uma crise de identidade: se todo mundo pode ser jornalista, o que é, de fato, ser jornalista? Onde está a especificidade de um jornalista, se qualquer pessoa pode sê-lo?
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – A internet, com a força das redes sociais, está se convertendo numa ferramenta efetiva contra o monopólio da informação pela mídia tradicional?

Ramonet – O panorama está mudando. A internet pode romper os monopólios? Sim, pode ser que seja possível. Mas não acredito que se deva pensar que se alcançará uma fase de democratização da informação. O que há é uma ilusão de democratização, já que hoje em dia todos podemos produzir e difundir informação. Há uma noção de que estaríamos nos auto-informando. Mas, na realidade, todos são auxiliados pelas fontes centrais de informação. Então há uma maior participação das pessoas, mas ainda existem os monopólios. E esses monopólios já integram o Facebook, o Twitter e possuem suas páginas digitais. A democratização existe, mas os monopólios não se enfraqueceram. No fundo, o que está mudando é a defesa das pessoas contra a tentativa de domesticação levada adiante pela mídia dominante. Do ponto de vista ideológico, o objetivo dos grandes meios de comunicação é domesticar a sociedade. Com as novas ferramentas digitais e com as redes sociais, surge um modo de se defender disso.
Sul21 – Aqui no Brasil a mídia se diz imparcial e desprovida de objetivos políticos. Nenhum jornal da imprensa tradicional se qualifica abertamente como de esquerda ou de direita. O senhor, como diretor do Le Monde Diplomatique, um jornal de esquerda, avalia que é necessário haver maior transparência quanto à posição ideológica da mídia?

Ramonet – Acredito que são os leitores que dão identidade a um jornal. O jornal não diz “somos de esquerda”. Mas, sem dúvida, a neutralidade não existe. Um jornal que diz que é objetivo é um jornal alinhado à direita e que tenta esconder seu ponto de vista. Não tenho nada contra um jornal ser de direita ou de centro-direita, pelo contrário, acho interessante que existam. Mas que fique claro que representa o ponto de vista dos empresários, da burguesia e da classe conservadora. Não acredito que se possa dar a informação de maneira objetiva. Existem fatos objetivos, mas o comentário sobre eles será sempre diferente. E é importante que seja assim, desde que se jogue com as cartas na mesa.
Sul21 – O governador Tarso Genro disse num evento do FST que a esquerda precisa perder o medo da mídia e enfrentar temas que a imprensa “mastiga de forma negativa”. É exagerada a cautela dos políticos em relação à mídia?

Ramonet – Os meios de comunicação têm uma função absolutamente indispensável numa sociedade democrática. Mas não são partidos políticos e não devem pensar que o são. Se querem se transformar em partidos, que se apresentem nas eleições. O papel crítico da mídia é indispensável na democracia. Mas não podem confundir crítica com oposição. Na América Latina muitos veículos de comunicação que têm dominado a vida intelectual acreditam que são mais importantes que os partidos políticos. Nesse continente, os latifundiários da imprensa são os novos amos das consciências. Acreditam que podem domesticar a população e não aceitam a autonomia do poder político.
Sul21 – O senhor entende que a esquerda não está conseguindo propor alternativas ao capitalismo. A esquerda também é culpada pela atual crise do sistema?

Ramonet – Claro que sim. A esquerda europeia, por exemplo, não apenas não propôs nenhuma alternativa, como tem se prestado a legitimar as políticas impostas pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Central Europeu. A esquerda social-democrata, quando estava nos governos, deu provas de sua incapacidade, até mesmo teórica, de enfrentar essa crise. Não apenas é uma crise econômica, é também uma crise das esquerdas.
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – E qual a alternativa, já que a esquerda tradicional não está dando conta?

Ramonet - Existem outros partidos de esquerda que estão decididos a adotar políticas diferentes, por exemplo, mudando a relação com o Banco Central Europeu, que não permite ajuda aos países. Há partidos que dizem que se deve obrigar o Banco Central a ajudar, que é preciso adotar uma política de estímulo, não apenas para reduzir o déficit, mas para promover crescimento econômico. Mais ou menos como faz Barack Obama nos Estados Unidos, e ele não é nenhum revolucionário. Mas está promovendo uma política de estímulos, uma política neo-keynesiana e não conservadora. Existem forças propondo uma mudança efetiva, mas elas ainda não estão nos governos europeus.
Sul21 – Aqui no Brasil existem outros partidos de esquerda que propõem ações não previstas no programa do governo federal. Mas alguns deles defendem, inclusive, uma ditadura do proletariado. Até que ponto é possível buscar alternativas mais à esquerda sem incorrer no totalitarismo?

Ramonet – Não faz mais sentido falar em ditadura do proletariado. A história já passou por isso. Hoje, qualquer alternativa deve partir do respeito aos mecanismos democráticos. Quando eu falo de outras esquerdas, não estou falando de esquerdas fora da esfera democrática. A esquerda dentro da democracia é a única que interessa. É a única que pode ser realista e que pode trazer soluções num panorama totalmente democrático.
Sul21 – Como o senhor avalia o contexto político da América Latina, mais especificamente da América do Sul, onde a maioria dos países é governada pela esquerda?

Ramonet – Para muitas esquerdas no mundo, a América Latina é algo que está funcionando. Aqui implementam políticas originais. Não seguem os ditames do FMI, promovem políticas de integração continental, de inclusão social e não de exclusão. A América Latina está construindo o Estado de bem-estar social, enquanto na Europa ele está sendo destruído. E, lá, as esquerdas participam dessa destruição. A América Latina, pela primeira vez na história, aparece para toda a esquerda mundial como uma prática na qual podem se inspirar.
Sul21 – Pode surgir daqui uma saída para a crise capitalista?

Ramonet – A América Latina está num período de construção do Estado de bem-estar e de classes médias. É a mesma situação que viveu a Europa após a Segunda Guerra Mundial. A América Latina lembra a Europa que o Estado é um ator importante, não somente os mercados. Na Europa os mercados governam e os estados e a política não conseguem se impor. E a América Latina lembra o mundo inteiro que a política ainda vale, que os dirigentes políticos ainda valem e que, por consequência, a política e as eleições ainda têm sentido. Na Grécia, na Itália e na Inglaterra os jovens se revoltam. Estão indignados, porque consideram que os políticos não fazem nada e são cúmplices das soluções propostas pelos mercados. A América Latina mostra ao mundo que é possível o Estado se impor aos mercados.
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – Mas há diferenças entre as esquerdas que governam na América Latina. Venezuela, Bolívia e Equador intensificam reformas e mudanças anticapitalistas que países como Brasil, Argentina e Uruguai não parecem dispostos a implementar.

Ramonet – Essa suposta oposição entre as esquerdas na América Latina é muito mais uma invenção dos meios de comunicação ocidentais, que têm interesse em criar oposições artificiais. É evidente que cada país é diferente, mas globalmente todos estão fazendo políticas de inclusão social. Cada um com seus métodos, mas estão construindo o Estado de bem-estar e uma democracia participativa. Tudo isso tem muito mais semelhanças do que diferenças. É claro que há diferenças, mas não há oposição. Toda a América Latina vai pela primeira vez na mesma direção, isso é muito importante..
Sul21 – A Europa está dominada hoje por governos conservadores. Inglaterra, Alemanha, França, Grécia, Itália e Espanha são governados pela direita e implementam soluções reacionárias e autoritárias para sair da crise. Este ano tem eleições na França, se a esquerda vencer o país pode se tornar uma luz no fim do túnel europeu?

Ramonet – Se essa esquerda que tem possibilidade de ganhar as eleições se comportar de maneira diferente da esquerda que estava no poder na Grécia, na Espanha, em Portugal… Se agir da mesma forma, não haverá nenhuma mudança. É bem provável que François Hollande (do Partido Socialista) possa ganhar a eleição. Fará uma política diferente? Muitas pessoas desejam isso. Mas será que ele poderá fazer algo diferente? Os mercados permitirão? A Alemanha permitirá? Não sabemos. O que é seguro dizer é que se a França muda sua política de maneira racional, mas atrevida, terá uma grande influência no mundo inteiro e na Europa. E isso pode mudar as coisas, inclusive numa aliança com a América Latina.

domingo, 29 de janeiro de 2012

"Irã não decide se suspenderá venda de petróleo para UE" 29.01.12



Autoridades iranianas adiaram hoje a proposta de uma lei para suspender imediatamente as exportações de petróleo para a Europa em retaliação ao embargo da Europa ao petróleo do Irã, segundo informou o porta-voz da Comissão de Energia do Parlamento. "Nenhuma lei foi escrita ou enviada ao Parlamento", afirmou o porta-voz Emad Hosseini, à agência de notícias Mehr.Hosseini disse que provavelmente as negociações sobre a lei devem ser concluídas antes de sexta-feira. Inicialmente, as autoridades esperavam enviar a lei ao Parlamento hoje, após ela ter sido solicitada em caracter de emergência.
A proposta visa cortar imediatamente as exportações de petróleo para a Europa com o objetivo de desestabilizar as fragilizadas economias de vários países Europeus. A lei servirá como retaliação ao embargo da União Europeia ao petróleo iraniano anunciado em 16 de janeiro, mas cuja implementação está prevista para os próximos cinco meses a fim de dar tempo para que economias como a Grécia e Espanha encontrem oferta alternativa de petróleo.Hosseini disse que ainda não existe uma lei, apenas uma "ideia das autoridades" que ainda precisa ser estudada pela Comissão de Energia antes de ser aprovada.


As informações são da Dow Jones.

Estrangeiro no Brasil ‘exporta’ dólares 28/01/2012

País deixa de ser apenas receptor de dinheiro de quem está fora do País pois cresce remessa por estrangeiros que trabalham no Brasil 


Fernando Nakagawa, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A recente evolução da economia brasileira pode ser medida de muitas maneiras. Dos grandes números da produção aos bilhões do comércio exterior, muitos dados têm mostrado avanço, fato que chama atenção do mundo. Mas uma cifra pequena, que muitas vezes não chega à casa do milhar, revela uma mudança econômica radical: as remessas feitas por trabalhadores mostram que o Brasil deixou de ser um mero receptor de dólares enviados por brasileiros espalhados pelo mundo. Agora, o País também é fonte de dinheiro para milhares de famílias estrangeiras no exterior.

Há menos de 20 anos, em 1995, o Brasil era um típico receptor de remessas: a entrada de dólares era quase 25 vezes maior que o envio de dinheiro feito por estrangeiros que trabalhavam no País. Dados do Banco Central mostram que a diferença diminuiu gradualmente ao longo do tempo. Em 2008, com o estouro da crise nos Estados Unidos, o movimento se acelerou. Até que no ano passado estrangeiros que trabalham no Brasil enviaram US$ 1 para cada US$ 2,43 que entraram no País, a menor diferença da história.
O recente crescimento da economia brasileira e a pior crise sofrida pelos países ricos nas últimas décadas explicam o fenômeno.
Conexão Brás. Em bairros paulistanos como o Bom Retiro e o Brás, é possível ver o poder de atração de um país em crescimento: nessas regiões, existem muitos empregos considerados bons por trabalhadores de países vizinhos como a Bolívia, Peru e Paraguai. Muitas dessas vagas são precárias e ilegais.
Ao mesmo tempo, a depressão vivida pelos Estados Unidos, Europa e Japão reduziu salários, colocou milhares de brasileiros nas ruas e tem feito com que cada vez mais pessoas façam o caminho de volta para casa, deixando para trás sonhos do lado de lá da fronteira.
Até 2007, o Brasil ocupava um tímido nono lugar no ranking das maiores fontes de remessas feitas por bolivianos pelo mundo. Na época, estava atrás de vizinhos como Peru e Paraguai. No ano passado, a situação era completamente diferente: transferências vindas do Brasil já somavam o quarto maior volume, atrás apenas da Espanha, Estados Unidos e Argentina, segundo dados do Banco Central da Bolívia.
Pior resultado. Já os brasileiros que trabalham ao redor do mundo perdem a capacidade de enviar dinheiro. No ano passado, as remessas vindas dos Estados Unidos somaram US$ 603 milhões, valor 53% menor que o visto em 2008, ano do estouro da crise passada, e o pior resultado desde 2001.
Do Japão, a queda é ainda mais expressiva: 60% em três anos. Em 2011, dekasseguis enviaram US$ 289 milhões ao Brasil, menor valor da série histórica iniciada em 1995.

Tropas entram nos arredores da capital da Síria 29/01/2012

Segundo dissidentes sírios, 62 pessoas morreram durante o fim de semana, 27 só neste domingo


Tropas sírias apoiadas por dezenas de tanques e veículos blindados entraram neste domingo, 29, nos arredores de Damasco, que haviam sido ocupados nos últimos dias por forças de oposição ao regime do presidente Bashar Al Assad. Segundo dissidentes sírios, 62 pessoas morreram em confrontos durante o fim de semana em diferentes pontos do país, 27 delas neste domingo.
Já a agência de notícias oficial Sana disse que seis soldados morreram e outros seis ficaram feridos com a explosão de uma bomba em Sahnaya, um subúrbio ao sul de Damasco.
A ofensiva das forças do governo nos arredores de Damasco sugere que o governo teme que as forças oposicionistas, formadas em grande parte por desertores das Forças Armadas, levem a violência para dentro da capital, que se manteve relativamente calma nos dez meses desde que começou o levante armado contra o regime de Assad.
"As batalhas que estão sendo travadas em damasco e em seus arredores podem não levar à derrubada do regime, mas a ilusão de normalidade que os Assad têm lutado para manter na capital parece ter-se tornado mais difícil de manter", disse o ativista de oposição residente nos EUA Ammar Abdulhamid.
"Há confrontos pesados acontecendo em todos os subúrbios de Damasco. As tropas entraram em algumas áreas, mas estão enfrentando resistência dura em outras", afirmou Rami Abdul-Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres.
"Os bombardeios e as balas não pararam desde ontem. É terrível, não há eletricidade, nem água. É uma guerra de verdade", disse pelo telefone um morador de Ein Tarma que fugiu para Damasco com sua família neste domingo.
Em Adis Abeba (Etiópia), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou o presidente Assad a "deter o derramamento de sangue imediatamente". No Cairo (Egito), o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse estar em contato com os governos da Rússia e da China, buscando um consenso em torno de um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria (Rússia e China têm poder de veto no Conselho e são aliadas do regime de Assad).  

As informações são da Associated Press.

Fórum Social Temático termina com promessa de lutas populares 29/01/2012



Termina neste domingo (29) em Porto Alegre, o Fórum Social Temático. Em meio a pressões de setores imperialistas sobre a “economia verde”, alguma dispersão e diversidade de reivindicações, foi um passo para sistematizar as bandeiras dos movimentos sociais no sentido democrático-popular e anti-imperialista.


De olho na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre em junho, no Rio de Janeiro, o Fórum Social Temático produziu uma agenda de propostas alternativas à negociação formal que será conduzida pelos governos na conferência.

Com o tema Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental, o FST foi a primeira etapa da Cúpula dos Povos, reunião que deverá acontecer paralelamente à Rio+20, em um espaço de manifestação da sociedade civil organizada.

A principal crítica levantada durante os debates do FST foi, justamente, em relação ao conceito de economia verde, tema central da conferência. As organizações argumentam que o modelo vai apenas repetir a lógica do capitalismo, com a “mercantilização da natureza” e a manutenção das desigualdades. O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, chegou a dizer que a Rio+20 será apenas “um teatro governamental”.

Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), declarou ao Vermelho que os movimentos populares não devem restringir a sua agenda a apenas opinar sobre a agenda dos governos e das Nações Unidas. “Devem ser pró-ativos, denunciar as mazelas do capitalismo, combater as políticas do imperialismo, postular as bandeiras de luta mobilizadoras, elaborar em unidade uma plataforma de luta que tenha como centro a defesa dos direitos dos povos, a soberania nacional, a solidariedade com os povos e nações agredidos e a luta pela paz mundial, contra as guerras imperialistas”.

A dirigente considera que a bandeira ambientalista é importante, mas tomada isoladamente é reducionista. “Os povos têm direito a lutar pelo desenvolvimento e isto significa construir modelos próprios, consentâneos com suas realidades nacionais. Nas mãos do imperialismo a bandeira da defesa do meio ambiente é esfarrapada, pois o maior destgruidor do meio ambientye é o próprio imperialismo, capitaneado pelos Estados Unidos”.

Socorro Gomes também demonstrou preocupação com a dispersão, a fragmentação e o poder de convocação e mobilização do Fórum. “Precisamos retomar a discussão sobre a melhor maneira de organizar tais eventos, em nome da eficácia e da acumulação de forças na luta anti-imperialista”.

A Rio+20 foi lembrada no discurso da presidente Dilma Rousseff, que esteve no FST na quinta-feira (26) para um diálogo com representantes da sociedade civil. Dilma defendeu a criação de metas de desenvolvimento sustentável na conferência e articulação direta entre medidas ambientais e de combate à pobreza.

Apesar de bem-recebida pelos movimentos sociais na primeira participação dela em um evento do Fórum Social Mundial como chefe de Estado, Dilma não escapou das críticas. Ativistas cobraram propostas alternativas à economia verde e de mais diálogo da presidente com os movimentos sociais.

As questões ambientais e a Rio+20 dividiram espaço com debates de temas tradicionais do Fórum Social Mundial, como a crítica ao neoliberalismo, o fortalecimento da educação, a luta contra o monopólio dos meios de comunicação pelos imperialistas e as classes dominantes e a luta contra as políticas militaristas e intervencionistas das grandes potências internacionais .

O direito à memória foi tema de um dos eventos mais concorridos da semana, em que o sociólogo e jornalista Ignacio Ramonet defendeu a instalação de comissões da verdade e o direito coletivo de acesso a memórias de ditaduras para que as violações de direitos humanos nesse períodos não sejam esquecidos nem repetidos.

No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o tema também virou assunto no FST, com um evento que lembrou os oito anos do assassinato de três fiscais do trabalho, no episódio conhecido como Chacina de Unaí. Procuradores cobraram respostas do Poder Judiciário, que ainda não levou a julgamento os nove indiciados pelos crimes, entre eles, o prefeito da cidade mineira de Unaí, Antério Mânica, e o irmão dele, Norberto Mãnica, acusados de serem os mandantes.

A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 438/2001, conhecida como PEC do Trabalho Escravo, será a prioridade legislativa da secretaria este ano.

Além do FST, em Porto Alegre, mais 25 eventos devem compor a agenda do Fórum Social Mundial em 2012, entre eles o Fórum Social Palestina Livre, marcado para o fim de novembro, também na capital gaúcha.

Socorro Gomes avalia que o fórum dedicado à libertação da Palestina é um dos mais importantes resultados do Fórum Social Temático de 2012. “Contribuir para os palestinos saírem do seu martírio de mais de seis décadas e se libertarem do jugo sionista-imperialista é um dever de todos os movimentos anti-imperialistas do Brasil e do mundo. O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e luta pela Paz (Cebrapaz) e o Conselho Mundial da Paz (CMP) estão plenamente dedicados a essa causa”.

Cerca de 1,5 mil pessoas participaram neste sábado (28) de uma assembleia que reuniu mais de 100 movimentos sociais participantes do Fórum Social Temático (FST) 2012. Em carta, os ativistas citaram a construção de uma agenda e de ações comuns contra o capitalismo, o patriarcado, o racismo e todo tipo de discriminação e exploração.

A dirigente da Cengtral Única dos Trabalhadores (CUT) e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Rosane Bertotti, explicou que o documento lista elementos em comum em meio à diversidade registrada na assembleia. Entre os destaques, temas como a democratização da comunicação, a violência contra as mulheres, o desenvolvimento sustentável e solidário, a reforma agrária, a agricultura familiar, o trabalho decente, a luta pela educação e pela saúde.

“Rejeitamos toda e qualquer forma de exploração e discriminação, seja ela no mundo do trabalho, sexista ou racial. Rejeitamos também toda forma de criminalização dos movimentos sociais e a forma como o capitalismo se reinventa na proposta de uma economia verde, achando que apenas pintar de verde um espaço vai mudar a realidade.

Entendemos que, para mudar a realidade, não é só pintar de verde, é garantir direitos, liberdade de organização, democracia, proteção social”, disse.

Para o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, o FST constituiu um espaço importante para reunir ativistas de várias partes do mundo que, em 2011, deram lições de cidadania e consciência na luta pelo acesso à educação e pelo direito a uma educação de qualidade.

“O FST funciona como uma orquestra que consegue juntar diferentes opiniões de inúmeros países numa perspectiva de superar as desigualdades sociais e os desequilíbrios que hoje a gente enfrenta no mundo”, ressaltou. Entre as reivindicações do movimento estudantil brasileiro estão a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB)) para a educação, a vinculação de, pelo menos, 50% da arrecadação com a exploração do pré-sal para investimentos em educação e a valorização do professor.

O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, avaliou que os debates do FST ficaram dentro do esperado. “Nós, do movimento sindical, viemos para o fórum para fazer o debate junto com as outras mobilizações dos movimentos sociais, para potencializar a nossa intervenção, as nossas propostas durante a realização da Rio+20.”

A ideia, segundo ele, é fazer com que a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) não seja apenas um espaço de debate para ambientalistas, mas que inclua nas discussões fórmulas para melhorar as condições de trabalho no mundo. “Não basta apenas produzir de forma sustentável, é preciso desconcentrar renda, respeito aos direitos dos trabalhadores, aos direitos sociais e, acima de tudo, ao cidadão.”

Já o presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, disse que a expectativa do movimento negro em relação ao FST foi superada, já que foi possível elaborar um documento com as reivindicações de todos os movimentos sociais.

“A questão racial aparece na carta porque o racismo é uma dimensão importante da opressão. Os movimentos sociais, a cada tempo que vai se passando, por meio do diálogo, vêm tomando entendimento e se sensibilizando a respeito disso”, explicou.

Socorro Gomes também entende que um dos méritos do Fórum Social Temático foi a sistematização das reivindicações dos movimentos sociais. “Todas elas têm relação direta com a luta pela paz mundial, contra as guerras imperialistas, e as políticas espoliadoras dos governos conservadores e neoliberais em todo o mundo”, disse a líder do movimento pela paz.

Da redação, com informações da Agência Brasil

Protestos levam 300 à prisão nos Estados Unidos 29/01/201


Protestos levam 300 à prisão nos Estados Unidos Foto: STEPHEN LAM/REUTERS

Manifestantes do movimento "Ocupe Oakland", que protestam contra a crise econômica, queimaram a bandeira americana e foram duramente reprimidos pela polícia

Por Agência Estado


Dezenas de policiais montaram guarda durante toda a noite de ontem na prefeitura de Oakland, Califórnia, após os protestos que resultaram na prisão de 300 pessoas. No sábado, manifestantes do Ocupe Oakland tentaram invadir um edifício histórico e queimaram a bandeira dos EUA. Os policiais usaram gás para dispersar os manifestantes.
Os protestos de sábado, que foram os mais violentos desde que a polícia desmobilizou o acampamento do movimento Ocupe Oakland em novembro, ocorreram dias após o grupo dizer que havia planejado usar o um prédio público desocupado como centro social e sede do movimento e ameaçaram paralisar o porto, ocupar o aeroporto e tomar a prefeitura.
A prefeita, Jean Quan, que ficou conhecida pelas críticas pesadas às ações dos policiais no último outono, pediu ao movimento para "parar de usar Oakland como parque de diversões". "As pessoas na comunidade e no movimento precisam parar usar desculpas para seu comportamento", afirmou Quan.
Manifestantes entraram em confronto com os policiais durante todo o dia de ontem, usando algumas vezes pedras e garrafas. Os policiais responderam com lançamento de gás lacrimogêneo. O grupo reunido em frente à prefeitura de Oakland marchou pelas ruas da cidade, interrompeu o tráfico e ameaçou tomar o Centro de Convenção Henry Kaiser, que está desocupado.
Oakland, Nova York e Los Angeles estão entre as cidades que registraram os maiores protestos na linha "Ocupe". Os protestos diminuíram depois que estas cidades usaram de força para retirar centenas de manifestantes acampados em ruas destas cidades.
Em Oakland, a política foi duramente criticada por ter usado a força para interromper os protestos anteriores. A prefeita estava entre os que fizeram críticas, mas hoje ela mostrou ter mudado o tom de suas criticas. "Nossos policiais cometeram erros, mas os manifestantes que desafiaram a polícia ontem não fizeram isso pacificamente", afirmou Quan.

"A.Latina é vista como oásis de estabilidade no Fórum de Davos" 29.01.12



A América Latina foi identificada como um "oásis" de estabilidade, crescimento e oportunidades durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que encerra neste domingo, em contraste com a incerteza geral devido à crise financeira e econômica que castiga a Europa e os Estados Unidos.O problema da dívida soberana da eurozona, a lenta recuperação econômica dos Estados Unidos e a desaceleração do crescimento de países emergentes despejaram pessimismo ao encontro anual celebrado na localidade suíça de Davos. A injeção de otimismo ficou por conta da América Latina.Presidentes e ministros da América Latina tiveram de cumprir agendas apertadas em consequência da enorme demanda de reuniões com presidentes e executivos-chefes de multinacionais e grandes companhias que se reúnem a cada ano no Fórum de Davos."Francamente, aqui não tivemos tempo para nada diferente do que atender entrevistas, receber empresários e investidores interessados no setor mineiro-energético da Colômbia", declarou a Efe o ministro de Energia e Minas colombiano, Mauricio Cárdenas.Esta edição do Fórum de Davos foi, nesse sentido, muito diferente das anteriores, nas quais o "apetite" era principalmente direcionado aos grandes países emergentes, em particular China e Índia, que neste ano assumiram mais nitidamente seu novo papel de países investidores em busca de oportunidades de negócios na América Latina.Cárdenas, por exemplo, teve diversas reuniões com investidores indianos e chineses, interessados em desenvolver atividades no setor metalúrgico e energético, respectivamente, da Colômbia.Os Governos procuram igualmente aproveitar o Fórum de Davos para ajudar as empresas a fazer negócios no exterior, como foi o caso do chanceler peruano, Rafael Roncagliolo, quem conversou com seu colega australiano, Kevin Rudd.Rudd explicou a Efe que falou com Roncagliolo a respeito de uma reunião que seu Governo organiza entre representantes políticos e empresariais da Austrália e da América Latina para maio."A razão é que vemos a América como um pilar sólido do crescimento econômico global nas próximas décadas e queremos sentar os alicerces agora", declarou o ministro australiano.Roncagliolo ressaltou a Efe que o Peru está atento aos países da Bacia do Pacífico e entre eles há um interesse especial "em desenvolver as relações com a Austrália para elevar os investimentos e o comércio".Uma área central para os investimentos australianos no Peru é a mineração, revelou o ministro. Ele acrescentou que Rudd defende a ligação aérea dos dois países. O objetivo do Peru é atrair as operações da companhia aérea Qantas, fomentando assim o tráfego de passageiros e mercadorias.Ao contrário do passado, o interesse que desperta América Latina entre os investidores permite agora, admitiram vários políticos e empresários em Davos, "escolher" os investimentos que cumprem com os critérios de responsabilidade ecológica e social exigidos pelos Governos, particularmente na indústria extrativa de matérias-primas não renováveis como a mineração e os hidrocarbonetos.No esforço de aproveitar as oportunidades geradas pelo foco na região, os presidentes do Peru, Ollanta Humala; do Panamá, Ricardo Martinelli; e do México, Felipe Calderón, participaram desta edição do Fórum de Davos.Os três presidentes organizaram um jantar com participantes do Fórum que foi muito prestigiado.

"Fórum de Davos termina em clima de otimismo cauteloso" 29.01.12



"Otimismo cauteloso" foi a palavra de ordem dos banqueiros que participaram da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, encerrada hoje em Davos (Suíça). Embora tenham persistido as conversas sobre o risco de fragmentação da zona do euro, poucos esperam que isso venha a acontecer, pelo menos no curto prazo.Para os banqueiros, muita gente ainda está subestimando a oferta do Banco Central Europeu (BCE), de oferecer crédito ilimitado aos bancos por três anos. Segundo um deles, essa política é parte relaxamento quantitativo da política monetária e parte recapitalização dos bancos "pela porta dos fundos", por meio de estímulos ao crescimento dos lucros. O banqueiro acrescentou que ao remover do cenário a perspectiva de uma crise bancária sistêmica, o BCE comprou tempo para a zona do euro.
O otimismo ganhará impulso se a Grécia fizer um acordo nos próximos dias com seus credores privados. A perspectiva de um acordo melhorou depois de se admitir que os provedores oficiais de crédito para a Grécia - a União Europeia (UE), o BCE e o FMI (Fundo Monetário Internacional) - também sofrerão perdas se um acordo com os credores privados não for suficiente para colocar a dívida grega numa base sustentável.Qualquer perda para os credores oficiais da Grécia deverá assumir a forma de reduções nas taxas de juro, e não de um perdão da dívida, disse o comissário de Assuntos Econômicos da União Europeia, Olli Rehn. Isso torna menos provável que a Grécia seja forçada a um default (calote) que inclua perdas substanciais para a exposição do BCE à dívida grega, estimada em ? 45 bilhões, já que isso precipitaria a saída do país da zona do euro.A cautela dos banqueiros reflete a preocupação de que os governos dos países da zona do euro não usem da melhor maneira o tempo que estão ganhando. Os desafios são bem entendidos; a controvérsia em andamento sobre uma possível perda de soberania da Grécia (com a instalação permanente de um monitor da UE no país, com poder de veto sobre decisões de gastos, como defende a Alemanha) é um lembrete de que o risco de um acidente político segue elevado.Há consenso de que tanto a Itália como a Espanha precisam avançar com reformas que impulsionem o crescimento e melhorem a produtividade. Ao mesmo tempo, a austeridade fiscal e a desalavancagem deverão continuar a prejudicar o crescimento. A zona do euro precisa aumentar o tamanho de seus fundos de assistência financeira, de modo a criar uma "firewall" que evite contágios no caso de algum outro país ficar sem acesso aos mercados financeiros. Além disso, Portugal ainda poderá precisar de mais ajuda e muitos acreditam que somente um compromisso claro de transferências diretas de recursos entre governos e de emissões de bônus da zona do euro como um todo poderão convencer os mercados de que a moeda única vai sobreviver.Enquanto essas dúvidas permanecerem, os bancos continuarão a se preparar para o pior. Muitos usarão o crédito barato do BCE para comprar bônus domésticos, mas a maioria continuará a reduzir sua exposição à dívida de outros países. Os bancos também deverão continuar priorizando a concessão de crédito em seus próprios países, ao mesmo tempo em que reduzem sua alavancagem. As autoridades reguladoras devem encorajar esse processo, ao tentar blindar seus respectivos sistemas financeiros.


As informações são da Dow Jones.

Irã corta petróleo da UE 29/01/2012

Irão corta petróleo à UE

O servilismo da UE aos diktats do governo estado-unidense manifestou-se, mais uma vez, na decisão de 23 de Janeiro de sancionar o Irão. Verifica-se que as pressões do governo Obama encontraram plena aquiescência nas instâncias comunitárias. Mas este tiro poderá sair pela culatra. A mais penalizada por tal decisão será a própria Europa e não o Irão. Não faltam compradores para o petróleo iraniano — mas os países europeus que importavam petróleo do Irão terão agora de ir buscá-lo mais longe e mais caro.
Quanto ao congelamento dos activos do Banco Central do Irão, foi uma mera palhaçada psicológica da UE pois o BCI não tinha nem um cêntimo depositado em bancos europeus. Além disso, tal medida contribuiu para descredibilizar – ainda mais – o já debilitado sistema bancário europeu. Bem fez o Presidente Chávez quando mandou retirar todos os activos venezuelanos depositados na banca europeia.
resistir.info
Parlamento iraniano. TEERÃO (FNA) – Membros do Parlamento iraniano concluíram um projecto de lei sobre o corte das exportações de petróleo do país para estados europeus, como retaliação pelo embargo de petróleo da UE contra Teerão, declarou sábado, 28, um deputado iraniano.

"O diploma tem quatro artigos, incluindo um que declara que a República Islâmica do Irão cortará todas as exportações de petróleo para os estados europeus até que estes cessem suas sanções petrolíferas contra o país", disse o vice-presidente da Comissão de Energia do Parlamento, Nasser Soudani.

Por outro lado, acrescentou, outro artigo exige que o governo cesse de importar mercadorias dos países envolvidos nestas sanções contra o Irão.

Após meses de debates, os estados membros da UE, na sua reunião de 23 de Janeiro, alcançaram finalmente um acordo para sancionar importações de petróleo do Irão e congelar os activos do Banco Central do Irão dentro da UE.

A seguir à decisão, a responsável pela política externa da UE, Catherine Ashton, afirmou as sanções destinam-se a pressionar o Irão a retornar às conversações sobre o seu programa nuclear.

Contudo, apesar das afirmações de Ashton, o Irão sempre sublinhou estar preparado para retomar conversações com o Ocidente mas tem enfatizado que nunca aceitará quaisquer pré-condições para as mesmas.

O ministro iraniano do Petróleo, numa declaração segunda-feira passada, minimizou os efeitos das sanções petrolíferas unilaterais dos EUA e da UE contra Teerão, considerando que tais embargos simplesmente prejudicarão as economias europeias.

"A apressada decisão de estados da UE de utilizarem o petróleo como ferramenta política terá um impacto negativo sobre a economia mundial e especialmente sobre a recuperação de economias europeias que estão a combater para ultrapassar a crise financeira global", declarou o ministro. E acrescentou que apenas 18 por cento do petróleo produzido pelo Irão é exportado para países europeus.
O original encontra-se em http://english.farsnews.com/newstext.php?nn=9010172771

Esta notícia encontra-se em http://resistir.info/

"Reestruturação da dívida de Portugal é inevitável" 28.01.12



A reestruturação da dívida soberana de Portugal irá, inevitavelmente, seguir a da Grécia e há uma elevada probabilidade de que a Irlanda e a Espanha terão de realizar a mesma remodelação dos pesados endividamentos de seus bancos, de acordo com o economista e acadêmico norte-americano Kenneth Rogoff. Professor de Economia da Universidade de Harvard que realizou uma extensa pesquisa sobre a história das crises financeiras e de defaults de dívida, Rogoff afirmou que acredita que as asserções dos líderes europeus de que não haverá outra reestruturação depois da Grécia são tão falsas quanto as afirmações anteriores de que a carga da dívida grega seria sustentável.
Em entrevista concedida nos bastidores do Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), Rogoff disse que a atual melhora nos mercados de títulos da dívida de países periféricos da zona do euro é "uma ilusão". Segundo o economista, o Banco Central Europeu está "financiando esses títulos e é essa razão da queda dos spreads (de juros)."Rogoff declarou que os governos "claramente precisam alongar as dívidas", mas, eventualmente, eles terão de "absorver" as perdas e os bancos que estão atualmente comprando os títulos com o financiamento temporário do BCE precisarão ser recapitalizados."Que será necessária uma reestruturação na Grécia e em Portugal está claro e, provavelmente, também na Irlanda, onde deve ser suficiente remodelar as dívidas dos bancos, assim como na Espanha, se for considerada a dívida do setor privado e dos grandes bancos", afirmou. "A Itália é um caso a parte e o que deve estar ocorrendo por lá é apenas uma questão de liquidez".Ele afirmou ainda que o Chipre e outros países menores da zona do euro também precisarão, certamente, de reestruturação, mas a Bélgica, assim como a Itália, deve, provavelmente, escapar por meio de "um gerenciamento razoável".
Segundo Rogoff, reestruturações da França e Alemanha, por outro lado, são "extremamente improváveis".
A pressão para forçar essas ações drásticas deve ser mais política do que econômica, disse Rogoff, citando exemplos históricos que formam parte dos dados acumulados pelo seu livro "This Time Is Different", escrito em parceria com Carmen Reinhart."Não se pode apenas pedir aos países periféricos para que absorvam os títulos e depois paguem porque eles estão sendo impelidos a fazer coisas politicamente que nunca fizeram antes", observou. "Nós observamos o caso da Romênia, onde o (ex-ditador Nicolae) Ceausescu foi obstinado em pagar a dívida. Eles fizeram isso, mas ninguém tinha aquecimento durante o inverno. As pessoas eram miseráveis. Isso é simplesmente insustentável em uma democracia".


As informações são da Associated Press.