sábado, 28 de janeiro de 2012

Pinheirinho: Bloco de Esquerda envia carta à presidente do Brasil 27/01/2012


Bloquistas repudiam a violência policial contra os mais de 10 mil moradores do bairro do Pinheirinho, no interior do estado de São Paulo, que nasceu de uma ocupação ocorrida há oito anos.
Ocupação foi feita há oito anos. Os mais de 10 mil moradores perderam moradias e pertences devido à operação de guerra.
O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda enviou uma carta à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, para manifestar o seu repúdio relativamente aos atos de violência praticados contra os mais de 10 mil moradores do bairro do Pinheirinho, no interior de São Paulo, na região do Vale do Paraíba, desocupado violentamente pela polícia militar do Estado de São Paulo. Os deputados bloquistas citam relatos divulgados que afirmam que a operação de reintegração de posse causou várias vítimas, “entre elas cidadãos atingidos por balas reais”, e indignam-se pela violência “dos 2000 agentes policiais que recorreram a gás lacrimogéneo e balas de borracha contra uma população indefesa”.
A desocupação do Pinheirinho, bairro popular nascido de uma ocupação ocorrida há oito anos, foi desencadeada no dia 22 de janeiro. Dois mil polícias, apoiados por dois helicópteros, 220 viaturas e 40 cães desalojaram a população, expulsando das suas casas mulheres, crianças e idosos desarmados.
A responsabilidade de toda a violência recai sobre o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que ordenou a operação de guerra contra pessoas cujo crime era o de assegurar o direito constitucional a uma moradia básica.
O proprietário do terreno é a empresa falida Selecta, do especulador Naji Nahas, que chegou a ser preso em 2008 por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Em julho do ano passado, a Justiça paulista mandou devolver o terreno à Selecta.
“O que ocorreu no Pinheirinho foi um verdadeiro estado de exceção. Uma truculência absurda da polícia do estado e da guarda municipal”, disse Antonio Donizete Ferreira, um dos advogados do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
“Essa desocupação é o próprio retrato do Brasil, que ainda trata as questões sociais como caso de polícia”, afirmou o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que tentou intermediar negociações quando o caso começou a complicar-se, no início do ano.

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