Bloquistas repudiam a violência policial contra os mais de 10 mil moradores do bairro do Pinheirinho, no interior do estado de São Paulo, que nasceu de uma ocupação ocorrida há oito anos.
Ocupação foi feita há oito anos. Os mais de 10 mil moradores perderam moradias e pertences devido à operação de guerra.
A desocupação do Pinheirinho, bairro popular nascido de uma ocupação ocorrida há oito anos, foi desencadeada no dia 22 de janeiro. Dois mil polícias, apoiados por dois helicópteros, 220 viaturas e 40 cães desalojaram a população, expulsando das suas casas mulheres, crianças e idosos desarmados.
A responsabilidade de toda a violência recai sobre o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que ordenou a operação de guerra contra pessoas cujo crime era o de assegurar o direito constitucional a uma moradia básica.
O proprietário do terreno é a empresa falida Selecta, do especulador Naji Nahas, que chegou a ser preso em 2008 por evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Em julho do ano passado, a Justiça paulista mandou devolver o terreno à Selecta.
“O que ocorreu no Pinheirinho foi um verdadeiro estado de exceção. Uma truculência absurda da polícia do estado e da guarda municipal”, disse Antonio Donizete Ferreira, um dos advogados do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
“Essa desocupação é o próprio retrato do Brasil, que ainda trata as questões sociais como caso de polícia”, afirmou o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que tentou intermediar negociações quando o caso começou a complicar-se, no início do ano.
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