quinta-feira, 31 de março de 2016

Brasil e Rússia sob ataque de “Guerra Híbrida” 31/03/2016

 



“Se o veneno, a paixão, o estupro, a punhalada
Não bordaram ainda com desenhos finos
A trama vã de nossos míseros destinos,
É que nossa alma arriscou pouco ou quase nada.”

As flores do mal [1857], Charles Baudelaire, sem indicação do tradutor*

por Pepe Escobar, no Russia Today

Revoluções Coloridas nunca bastariam. O Excepcionalistão vive à procura de grandes atualizações de estratégia capazes de garantir a hegemonia perpétua do Império do Caos.

A matriz ideológica e o modus operandi das revoluções coloridas já são, hoje, assunto de domínio público. Mas não, ainda, o conceito de Guerra Não Convencional (GNC) [orig. Unconventional War (UW).

Essa guerra não convencional apareceu explicada no manual das Forças Especiais para Guerra Não Convencional dos EUA, em 2010. O parágrafo chave é:

"1-1. A intenção dos esforços de GNC dos EUA é explorar vulnerabilidades políticas, militares, econômicos e psicológicos de um poder hostil, mediante o desenvolvimento e sustentação de forças de resistência, para alcançar os objetivos estratégicos dos EUA. (...) Para o futuro previsível, as forças dos EUA se engajarão predominantemente em operações de guerra irregular"



"Hostil" não se aplica apenas a potências militares; qualquer estado que se atreva a desafiar alguma trampa importante para a "ordem" mundial Washington-cêntrica - do Sudão à Argentina -, pode ser declarado"hostil".

Hoje, as ligações perigosas entre Revoluções Coloridas e Guerra Não Convencional já desabrocharam, como Guerra Híbrida: caso pervertido de Flores do Mal. Uma 'revolução colorida' é apenas o primeiro estágio do que, adiante, será convertido em Guerra Híbrida. E Guerra Híbrida pode ser interpretada, na essência, como a teoria-do-caos armada - paixão conceitual dos militares dos EUA ("política é a continuação da guerra por meios linguísticos"). No fundo, meu livro de 2014, Empire of Chaos rastreia as miríades de manifestações desse conceito.

Os detalhados e bem construídos argumentos [de Andrew Koribko, um dos capítulos já traduzidos, e outros em tradução (NTs)] dessa tese em três partes esclarece perfeitamente o objetivo central por trás de uma grande Guerra Híbrida:

"O grande objetivo por trás de toda e qualquer Guerra Híbrida é esfacelar projetos multipolares transnacionais conectivos, mediante conflitos de identidade provocados de fora para dentro (étnicos, religiosos, regionais, políticos, etc.), dentro de um estado de trânsito tomado como alvo."

Os BRICS - palavra/conceito de péssima reputação em Washington e no Eixo de Wall Street - teriam de ser os alvos preferenciais de Guerra Híbrida. Por incontáveis razões, dentre as quais: o movimento na direção de comerciar e negociar em suas próprias respectivas moedas, deixando de lado o dólar norte-americano; a criação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS; o confessado interesse na direção da integração da Eurásia, simbolizada pelos projetos: Novas Rotas da Seda - ou, na terminologia oficial, Um Cinturão, uma Estrada [ing. One Belt, One Road (OBOR)] liderados pela China; e União Econômica Eurasiana (UEE) liderada pela Rússia.

Implica que a Guerra Híbrida mais cedo ou mais tarde atingirá a Ásia Central: o Quirguistão é candidato ideal a laboratório primário para experimentos tipo revolução colorida, do Excepcionalistão.

No estado em que estamos hoje, a Guerra Híbrida está muito ativa nas fronteiras ocidentais da Rússia (Ucrânia) mas ainda é embrionária em Xinjiang, no extremo oeste da China, que Pequim microadministra como falcão. A Guerra Híbrida também já está sendo aplicada para impedir um gambito crucial do Oleogasodutostão: a construção do Ramo Turco. E também será acionada de pleno para interromper a Rota da Seda dos Bálcãs - essencial para os negócios/comércio da China com a Europa Ocidental.

Dado que os BRICS são o único real contrapoder ante o Excepcionalistão, foi preciso desenvolver uma estratégia para cada um dos principais atores. Jogaram tudo contra a Rússia - de sanções à mais total demonização; de ataque contra a moeda russa até uma guerra dos preços do petróleo, que incluiu até algumas (patéticas) tentativas de iniciar uma revolução colorida nas ruas de Moscou.

Para nodo mais fraco no grupo BRICS, teria de ser desenvolvida estratégia mais sutil. O que afinal nos leva até a complexíssima Guerra Híbrida que se vê hoje lançada com o objetivo de conseguir a mais massiva e real desestabilização política/econômica do Brasil.

No Manual dos EUA para Guerra Não Convencional lê-se que fazer balançar as percepções de uma vasta "população média não engajada" é essencial na rota do sucesso, até que esses "não engajados" acabem por voltar-se contra os líderes políticos.

O processo inclui de tudo, de "apoiar grupos insurgentes" (como foi feito na Síria) até implantar "o mais amplo descontentamento, mediante propaganda e esforços políticos e psicológicos para desacreditar o governo" (como no Brasil). E, à medida que uma insurreição vá crescendo, deve-se "intensificar a propaganda e a preparação psicológica da população para a rebelião". Assim, num parágrafo, está pintado o caso do Brasil.

Precisamos de um Saddam para chamar de nosso

O principal objetivo do Excepcionalistão é quase sempre conseguir um mix de revolução colorida e guerra não convencional. Mas a sociedade brasileira e sua vibrante democracia sempre seriam sofisticadas demais para uma abordagem de Guerra Não Convencional hardcore, como sanções ou o conto da "Responsabilidade de Proteger" (R2P).

Não surpreende que São Paulo tenha sido convertido em epicentro da Guerra Híbrida contra o Brasil. São Paulo, o estado mais rico do Brasil, onde está também a capital econômica e financeira da América Latina, é o nodo chave numa estrutura de poder interconectada nacional/internacional.

O sistema da finança global centrado em Wall Street - e que governa virtualmente todo o Ocidente - simplesmente não poderia de modo algum permitir qualquer ação de plena soberania nacional, num ator regional com a importância do Brasil.

A 'Primavera Brasileira", de início, foi virtualmente invisível, fenômeno exclusivamente das mídias sociais - como na Síria, no início de 2011.

Então, em junho de 2013, Edward Snowden vazou aquelas sempre as mesmas práticas de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA. No Brasil, a ASN-EUA espionava a Petrobrás por todos os lados. E então, de repente, sem mais nem menos, um juiz regional, Sergio Moro, baseado numa única fonte - depoimento de um corretor clandestino de câmbio no mercado negro ("doleiro") - teve acesso a uma grande lixeira de documentos da Petrobrás. Até agora, a investigação de corrupção que já dura dois anos, "Operação Car Wash", ainda não revelou como conseguiram saber tanto sobre o que os próprios investigadores chamam de "célula criminosa" que agiria dentro da Petrobrás.

O que realmente interessa é que o modus operandi da revolução colorida - a "luta contra a corrupção" e"em defesa da democracia" - já estava posta em andamento. Foi o primeiro passo da Guerra Híbrida.

Assim como o Excepcionalistão inventou terroristas "bons" e terroristas "maus" cujos confrontos criaram a mais terrível confusão e agitações por todo o "Siriaque", no Brasil surgiu a figura do corrupto "bom" e do corrupto "mau".

Wikileaks também revelou como o Excepcionalistão classificava o Brasil como "ameaça à segurança nacional dos EUA", porque poderia projetar um submarino nuclear [esse Wicki-telegrama é de 2009, o mesmo ano do 'curso' que o juiz Moro fez no Rio de Janeiro. Só pode ter sido por acaso (NTs)]; como a empresa construtora Odebrecht estava-se tornando global; como a Petrobrás desenvolvera, a própria empresa, a tecnologia para explorar os depósitos de petróleo do pré-sal (a maior descoberta de petróleo confirmada desse início do século 21, da qual o Big Oil foi excluído por, ninguém mais, ninguém menos, que o presidente Lula.[2]

Adiante, por efeito das revelações de Snowden, o governo Rousseff passou a exigir que todas as agências governamentais usassem empresas de tecnologia estatais, para atender todas as necessidades do governo. Significaria que as empresas norte-americanas do setor perderiam, em dois anos, ganhos já previstos de $35 bilhões, se fossem alijadas dos negócios de tecnologia da 7ª maior economia do mundo - como o grupo Information Technology & Innovation Foundation rapidamente descobriu.

O futuro acontece agora

A marcha na direção de Guerra Híbrida no Brasil pouco tem a ver com direita ou esquerda política. Consiste, basicamente, de mobilizar algumas famílias ricas que realmente governam o país; subornar fatias imensas do Congresso; pôr sob estrito controle as principais empresas de mídia; pôr-se a agir como senhores de engenho de escravos do século 19 (as relações sociais da escravidão ainda permeiam todas as relações na sociedade brasileira); e legitimar a coisa toda com discursos de uma tradição intelectual robusta, mas oca.

Todos esses dariam o sinal para mobilizar as classes médias altas.

O sociólogo Jesse de Souza identificou um fenômeno freudiano de "gratificação de substituição", pelo qual as classes médias altas brasileiras - que, em grandes números vivem agora a exigir mudança de regime - imitam os poucos muito ricos, ao mesmo tempo em que são cruelmente exploradas por eles, mediante montanhas de impostos e taxas de juros estratosféricas.

Os 0,0001% mais ricos e as classes médias altas precisavam de um Outro para demonizar - à moda do Excepcionalistão. E ninguém seria mais perfeito para o complexo judicial-policial-midiático-velhas-elites-comprador, que a figura que tratariam de converter num Saddam Hussein tropical: o ex-presidente Lula.

"Movimentos" de ultradireita financiados pelos nefandos Koch Brothers repentinamente começaram a surgir nas redes sociais e em movimentos de rua. O advogado-geral do Brasil visitou o Império do Caos chefiando uma equipe da "Operação Car Wash para entregar informações da Petrobrás que talvez levassem a uma acusação formal pelo Departamento de Estado.

A "Operação Car Wash" e o - imensamente corrupto - Congresso brasileiro, o mesmo que, agora, vai decidir sobre um possível impeachment da presidenta Rousseff, já se mostram absolutamente indistinguíveis, uma e outro.

Àquela altura, os autores do roteiro estavam certos de que já havia uma infraestrutura implantada para mudança de regime no Brasil na numa massa-crítica antigoverno, o que pode levar ao pleno desabrochar da revolução colorida. E assim se pavimentou a trilha para um golpe soft no Brasil - sem nem ser preciso recorrer ao letal terrorismo urbano (como na Ucrânia).

Problema hoje é que, se o tal golpe soft falhar - como agora já parece pelo menos possível que falhe -, será muito difícil desencadear golpe hard, de estilo Pinochet, com recursos de Guerra Não Convencional, contra o governo sitiado de Rousseff; vale dizer, completar o ciclo de uma Guerra Híbrida Total.

Num plano socioeconômico, a "Operação Car Wash" só seria plenamente "bem-sucedida" se levasse a um afrouxamento das leis brasileiras sobre exploração de petróleo, abertura do país ao Big Oil dos EUA. Paralelamente, todos os gastos em programas sociais teriam de ser esmagados.

Mas, diferente disso, o que se vê agora é a mobilização progressiva da sociedade civil no Brasil contra esse cenário de golpe branco/soft em cenário de golpe/mudança de regime.

Atores crucialmente importantes na sociedade brasileira estão agora firmemente posicionados contra oimpeachment da presidenta Rousseff, da Igreja Católica a grandes igrejas evangélicas; professores universitários respeitados; pelo menos 15 governadores de estados; artistas, massas de trabalhadores da 'economia informal', sindicalistas; intelectuais públicos; a grande maioria dos principais advogados do país; e afinal, mas não menos importante, o "Brasil profundo" que votou e elegeu Rousseff legalmente, com 54,5 milhões de votos.

Ainda não acabou e só acabará quando algum homem gordo na Suprema Corte do Brasil cantar. O que é certo é que já há pensadores brasileiros independentes que começam a construir as bases teóricas para estudar a "Operação Car Wash" não como mera 'investigação' ou 'movimento' massivo "contra a corrupção"; mas, isso sim, como legítimo caso exemplar, a ser estudado, de estratégia geopolítica do Excepcionalistão aplicada a ambiente globalizado sofisticado, com ativas redes sociais e dominado pelas TIs.

Todo o mundo em desenvolvimento muito tem a ganhar, se se mantiver com os olhos bem abertos - e aprender as lições que dali brotem, porque é bem possível que o Brasil venha a entrar para a história como caso exemplar de Guerra Híbrida (só) Soft. *****

http://www.ocafezinho.com/2016/03/31/brasil-e-russia-sob-ataque-de-guerra-hibrida/

terça-feira, 29 de março de 2016

Guerra psicológica em curso: mesmo com Temer, oposição hoje não tem votos para dar o golpe 29/03/2016





Foto: Igo Estrela/ PMDB Nacional

Não está escrito nas estrelas, nem na tela da Globo, que o golpe paulista vai vingar. Com ou sem PMDB, golpe pode ser barrado: nas redes, nas ruas, no STF e na ação miúda do governo

por Rodrigo Vianna, na Revista Fórum

Hoje (terça-feira, 29 de março) é dia de guerra psicológica. E essa guerra vai-se estender por semanas. Por isso, muita calma nessa hora.

Entidades empresariais (as mesmas que apoiaram o golpe de 64) pagam anúncios gigantes em jornais defendendo o golpe jurídico/parlamentar contra Dilma. E o PMDB (com transmissão pela TV) anuncia rompimento formal com governo…

O objetivo de Temer/Cunha/Globo/Serra é criar uma onda, um clima de que “acabou o jogo”.

Isso é falso!

A oposição golpista, mesmo com adesão oficial do PMDB e do traidor Michel Temer, não tem 342 votos para dar o golpe. Ainda não tem. Poderá ter mais à frente? Quem sabe…

Mil conversas estão rolando: pedaços do PR, PSD e PP podem ocupar no governo os espaços abertos por Temer traíra e seus golpistas.

E atenção ao PRB: PT articula nos bastidores o apoio oficial a Crivella na disputa pela Prefeitura do Rio, além de mais espaço no ministério – o que em tese poderia garantir 24 votos do partido contra o impeachment. As conversas avançam rapidamente, e podemos ter surpresas nas próximas horas.

Claro que esse jogo é volátil. Muda a cada minuto. Faz parte do jogo desanimar o campo adversário com uma onda de “agora já era”.

Com pedaços do PR/PP/PSD, o governo poderia sim reunir tranquilamente 30 votos na Câmara (principalmente nas bancadas do Norte/Nordeste). Contaria, ainda, com ao menos 10 dissidentes do PMDB (nem todos os ministros entregarão cargos, alguns têm capacidade de reunir pequenas “bancadas” avulsas). E mais a articulação com o PRB.

Reparem: isso poderia garantir em torno de 65 votos. Seriam suficientes para (somados aos 110 votos da bancada de esquerda, firmemente contra o golpe na Câmara) barrar o impeachment.

Reparem também que, desses 65 votos de centro-direita que o governo precisa garantir nos próximos dias, nem todos precisam ir a plenário e votar “não” ao impeachment. Basta que se abstenham.

Fora isso, há reação nas ruas: a OAB golpista foi escorraçada na Câmara, um acampamento contra o golpe foi montado em São Paulo, e o dia 31 vem aí com marchas em Brasília e acampamentos contra o golpe Brasil afora.

E lembro a ação do jornalista Juca Kfouri, que sozinho pôs pra correr arruaceiros fascistas que o incomodavam de madrugada, em frente de casa – o que indica o caminho da indignação cívica e democrática contra o golpe, para além de qualquer defesa do PT (clique aqui para saber mais sobre a reação de Juca).

Isso tudo quer dizer que Dilma, necessariamente, fica?
Não. Quer dizer que o jogo está sendo jogado. E que a direita partidária, empresarial e midiática pretende desanimar a turma do lado de cá. Pelo que tenho visto nas ruas e nas redes, essa tentativa vai falhar.

Há cerca de 20% do país decidido a ir pra guerra contra o golpe. Se a esse pessoal o governo conseguir agregar setores centristas, mostrando que o golpe é paulista e joga contra os interesses do Norte/Nordeste, o impeachment será barrado. No voto.

Sem contar que há novidades para surgir no STF nos próximos dias. O tribunal pode ser instado a paralisar o processo de impeachment – já que o presidente da Câmara e ao menos 30 dos integrantes da comissão especial estão sob grave suspeita.

Mais que isso. Devemos ter claro que a defesa da democracia terá que se estender por muitos meses. Aconteça o que acontecer!

Se Dilma derrotar o impeachment, o país seguirá conflagrado. Mas ao menos teremos claro quem é quem. Teremos um governo sitiado, com uma base parlamentar pequena mas sólida. Temer terá ganho a pecha de traidor, de porteiro de filme de terror. E a esquerda poderá se recompor em outras bases. Na rua.

E se, ao contrário, Temer/Serra/Cunha/FIESP/Gilmar/Globo ganharem e derem o golpe, terão um governo que só se sustentará debaixo de porrada. Porque as ruas vão virar um inferno!

Portanto, não é hora de desespero, nem de euforia. O outro lado é muito forte. Mas não terá um passeio no parque pela frente.

Não está escrito nas estrelas, nem na tela da Globo, que o golpe paulista vai vingar. Com ou sem PMDB, pode ser barrado: nas redes, nas ruas e na ação miúda do governo.

http://www.ocafezinho.com/2016/03/29/guerra-psicologica-em-curso-mesmo-com-temer-oposicao-hoje-nao-tem-votos-para-dar-o-golpe/

DIA NACIONAL DE LUTA PELA DEMOCRACIA E CONTRA O GOLPE 29/03/2016



(No final, atos em outros países)

ATOS NAS CAPITAIS E NO DISTRITO FEDERAL

Cena Nacional pela Democracia – Bloco Teatro e Artístico - BELÉM - PA

18h00 - Almirante Barroso https://www.facebook.com/events/992360614177962/

Dia Nacional da Mobilização – BELO HORIZONTE – MG

17h00 - Praça Afonso Arinos

Marcha Nacional em Defesa da Democracia – BRASILIA – DF

14h00 – Concentração e atrações culturais

Estádio Mané Garrincha

18h00 – Marcha pelo Eixo Monumental e Esplanada dos Ministérios

Ato Político Cultural/Contra o Golpe/Pela Democracia/Defesa do Pré-sal/

Fora Cunha/Por outra política econômica/Contra retirada de direitos

18h00 - Ponto de Cem Réis (Rua Artur Aquiles, 80) JOÃO PESSOA - PB

https://www.facebook.com/events/249982185340675/

Mulheres pela democracia – NATAL - RN

16h00 - Av. Bernardo Vieira, 3775

Dia 31 de março vai ser maior – PORTO ALEGRE - RS

17h00 - Esquina Democrática https://www.facebook.com/events/1534996123468317/

Ato em Defesa da Democracia – RECIFE-PE

15h00 - Praça do Derby

https://www.facebook.com/events/211983352498502/

Jornada pela democracia – RIO DE JANEIRO - RJ

16h00 - Largo da Carioca

https://www.facebook.com/events/997580850320860/

Queremos Chico, Caetano e Gil - em praça pública - pela democracia!

RIO DE JANEIRO - RJ

16h00 - Largo da Carioca

https://www.facebook.com/events/1691589101095014/

Dia Nacional de Mobilização contra o golpe – SÃO PAULO - SP

16h00 - Praça da Sé

https://www.facebook.com/events/1695214090691495/

Ato Político-Cultural em Defesa da Democracia e Contra o Golpe

18h00 - Assembleia Legislativa do ES

 Avenida Américo Buaiz, 205 – VITÓRIA - ES

https://www.facebook.com/events/692828940859428/

ATOS NAS CIDADES DO INTERIOR

Dia Nacional da Mobilização – ILHEUS (BA)

 09h00 - Praça da Catedral de Ilhéus

Região Sul pela democracia, contra o golpe PELOTAS - RS

17h00 - Em frente à sede da Prefeitura de Pelotas

https://www.facebook.com/events/261219420875768/

Dia Nacional da Mobilização – BARRA MANSA - RJ

17h00 - Corredor Cultural

Dia Nacional da Mobilização – BALSAS - MA

18h00 - Avenida Litorânea

 Ato Binacional em Defesa da Democracia

18h00 - Parque Internacional - Sant'Ana do Livramento - RS

https://www.facebook.com/events/933147553473427/


Ato em Defesa da Democracia – ERECHIM – RS

18h00 - Praça Prefeito Jayme Lago

https://www.facebook.com/events/1529435397358228/

Dia Nacional da Mobilização – IJUÍ - RS

18h00 - Praça da República

ATOS NO MUNDO

Não ao Golpe - PARIS

19h00 - Maison de l´Amérique latine

https://www.facebook.com/events/1649103942019535/


Não ao Golpe/ Nein zum Putsch - BERLIM

19h00 - Pariser Platz - Berlim, Alemanha

https://www.facebook.com/events/1794707547415247/

Não ao Golpe - MUNIQUE

14h00 - Consulado Geral do Brasil em Munique

https://www.facebook.com/events/1705901246331484/

Não ao Golpe - CHILE

17h00 - Embaixada do Brasil no Chile

https://www.facebook.com/events/862704053852633/

Vem pra Democracia - LONDRES

17H30  - 14-16 Cockspur St, London SW1Y 5BL

https://www.facebook.com/events/347223575402116/

Abaixo, informação de manifestações em defesa da democracia que ocorrem em Lisboa:

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/todos-a-rua-dia-31-nao-vai-ter-golpe

E se... 29/03/2016



Texto escrito por Francisco Costa

1 - E se Dilma tivesse 22 processos por corrupção, como Eduardo Cunha (PMDB)?

2 - E se Dilma tivesse 18 processos por corrupção, como José Serra (PSDB)?

3 - E se Dilma colocasse sob sigilo, por 25 anos, as contabilidades da Petrobras, Banco do Brasil e BNDES, como Geraldo Alckmin (PSDB) colocou as do Sistema Ferroviário paulista, das Sabesp e da Polícia Militar, após se iniciarem investigações da Polícia Federal, apontando desvios de muitos milhões?

4 - E se Dilma tivesse comprado um apartamento no bairro mais nobre de Paris e, dividindo-se o valor do imóvel pelos seus rendimentos, se constatasse que ela teria que ter presidido este país por quase trezentos anos para tê-lo comprado, caso de FHC (PSDB)?

5 - E se a filha da Dilma tivesse tido um único emprego, de assessora da mãe, e a revista Forbes a colocasse como detentora de um das maiores fortunas brasileiras, como no caso do Serra(PSDB) e sua filhinha?

6 - E se Dilma tivesse dado dois Habeas Corpus, em menos de 48 horas, a um banqueiro que lesou o sistema financeiro nacional, para que ele fugisse do país; desse um Habeas Corpus a um médico que dopava a suas clientes e as estuprava (foram 37 as acusadoras), para que ele fugisse para o Líbano; se fizesse uso sistemático de aviões do senador cassado, por corrupção, Demóstenes Torres (DEM); se tivesse votado contra a Lei da Ficha Limpa por entender que tornar inelegível um ladrão é uma “atitude nazi-fascista” (sic), tendo a família envolvida em grilagem de terras indígenas, como Gilmar Mendes (Ministro do STF)?

7 - E se Dilma tivesse sido denunciada seis vezes, por seis delatores diferentes, na operação Lava Jato, e fossem encontradas quatro contas suas, secretas, na Suíça, alimentadas por 23 outras contas, em paraísos fiscais, e o dinheiro tivesse sido bloqueado pelo Ministério público suíço, por entendê-lo fruto de fonte escusa, e tivesse mandado toda a documentação para o Brasil, com a assinatura dela, como aconteceu com Eduardo Cunha (PMDB)?

8 - E se Dilma tivesse vendido uma estatal, avaliada em mais de 100 bilhões, por apenas 3,6 bilhões, como FHC (PSDB) fez com a Cia Vale do Rio Doce?

9 - E se Dilma tivesse construído dois aeroportos, com dinheiro público, em fazendas da família, como fez Aécio Neves (PSDB)?

10 - E se Dilma tivesse sido manchete de capa no New York Times, por suspeição de narcotráfico internacional, gerando diversas reportagens na televisão norte americana e agentes do DEA (Departamento Anti Drogas dos EUA) tivessem vindo ao Brasil para investigá-la e um helicóptero com quase meia tonelada de pasta de cocaína fosse apreendido em uma fazenda de um amigo pessoal e sócio dela como ocorreu com Aécio Neves (PSDB)?

11 - E se Dilma estivesse na lista de Furnas, junto com FHC, Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves (todos do PSDB...) entre outros?

12 - E se Dilma estivesse acusada de receber propinas da Petrobrás, como Aloysio Nunes (PSDB)?

13 - E se Dilma estivesse sendo processada no STF, por ter recebido propinas da empreiteira OAS e ter achacado o Detran do seu estado, em 1 milhão de reais, como fez Agripino Maia (DEM)?

14 - E se Dilma tivesse sido denunciada como beneficiária do contraventor Cachoeirinha, além de estar sendo processada, por exploração de trabalho escravo, em sua fazenda, como Ronaldo Caiado (DEM)?

15 - E se Dilma estivesse sendo investigada na Operação Zelotes, por ter sonegado 1,8 milhão de reais e corrompido funcionários públicos, para que essa dívida sumisse do sistema da Receita Federal, como Nardes (Conselheiro do TCU, ligado ao PSDB)?

16 - E se a filha de Dilma fosse assessora do presidente da CPI da Petrobrás e lobista junto a Nardes, um conselheiro do TCU, e tivesse uma conta secreta no HSBC suíço, por onde passaram milhões de dólares, como Daniele Cunha, a filha de Eduardo Cunha (PMDB)?

17 - E se Dilma tivesse sido presa em 2004, por fraude em licitação de grandes obras, no Amapá, e tivesse sido condenada por corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, como Flexa Ribeiro (PSDB)?

18 - E se Dilma, quando prefeita de Belo Horizonte , tivesse sumido com 166 milhões das obras do Metrô, como Antônio Imbassay (PSDB)?

19 - E se Dilma tivesse sido governadora e, como tal, cassada, por conta de compra de votos na campanha eleitoral, corrupção e caixa dois, como Cássio Cunha Lima (PSDB)?

20 - E se Dilma, em sociedade com Mário Covas (PSDB) tivesse comprado uma enorme fazenda no município mineiro de Buritis, em pleno mandato, e recebesse um aeroporto de presente, construído gratuitamente, de uma empreiteira, constatando-se depois que foi essa empreiteira a que mais ganhou licitações no governo FHC (PSDB), sócio de Covas?

21 - E se Dilma declarasse à Receita Federal e ao TRE ter um patrimônio de 1,5 milhão e a sua filha entrasse na justiça, reclamando os seus direitos sobre 16 milhões, só parte do seu patrimônio, como aconteceu com Álvaro Dias (PSDB)?

22 - E se Dilma estivesse sendo acusada de ter recebido 250 mil de uma empreiteira, na Operação Lava Jato, como Carlos Sampaio (PSDB)?

23 - E se Dilma fosse proprietária da maior rede de televisão do país, devendo quase um bilhão de impostos e mais dois bilhões no sistema financeiro, e tivesse o compromisso de proteger corruptos e derrubar a presidente, em troca do perdão da dívida com o fisco e financiamento do BNDES, para quitar as dívidas da empresa, como ocorreu no passado, caso dos irmãos Marinho, proprietários da Rede Globo de Televisão?

Certamente Dilma, investigada noite e dia, em todas as instâncias, sem um indiciamento, sem sequer evidências de crimes, no dizer do promotor da Lava Jato e de um dos advogados dos réus, “uma mulher honrada”, não estaria com os citados pedindo o seu impeachment.

O seu crime? Chegou o dia de pagar os carentes do Bolsa família e o tesouro não tinha dinheiro. A Caixa Econômica Federal pagou e recebeu três dias depois. Isto é pedalada e por isso todos os citados acima a querem fora do governo.

Porque é desonesta ou porque é um risco para os desonestos?

Para apressar a tramitação dos processos em curso ou para arquivá-los?"



http://jornalggn.com.br/noticia/o-delito-imperdoavel-de-se-condenar-um-inocente-por-sergio-medeiros#comments

Entrevista a David Harvey, geógrafo y teórico social británico “La izquierda tiene que repensar su aparato teórico y táctico” 29/03/2016




AK Malabocas
Roar Magazine




David Harvey, uno de los pensadores marxistas más prominentes de nuestro tiempo, se sentó con el activista colectivo AK Malabocas a discutir las transformaciones en el modo de acumulación capitalista, la centralidad del terreno urbano en las luchas de clase contemporáneas, y las implicancias de todo esto para la organización anti-capitalista.

AK Malabocas: En los últimos 40 años, el modo de acumulación capitalista ha cambiado globalmente. ¿Qué significan estos cambios para la lucha contra el capitalismo?

DH: Desde una perspectiva macro, cualquier modo de producción tiende a generar un tipo distintivo de oposición, la cual es un espejo curioso de sí mismo. Si miras atrás, en los ’60 o ’70, cuando el capital estaba organizado en grandes formas corporativas, jerárquicas, tenías estructuras de oposición que eran corporativas, tipos sindicalistas de aparatos políticos. En otras palabras, un sistema fordista generaba una oposición de tipo fordista.

Con el quiebre de esta forma de organización industrial, particularmente en los países capitalistas avanzados, se terminaba con una configuración del capital mucho más descentralizada: más fluida sobre el espacio y el tiempo que lo pensado previamente. Al mismo tiempo veíamos el surgimiento de una oposición que está ligada a las redes, a la descentralización y a la que no le gusta la jerarquía y las formas previas de oposición de tipo fordista.

Así, que de una manera curiosa, las y los militantes de izquierda se reorganizan a sí mismos en el mismo modo en el que la acumulación del capital se reorganiza. Si entendemos que la izquierda es una imagen en espejo de lo que estamos criticando, entonces tal vez lo que debamos hacer es romper el espejo y salir de esta relación simbiótica con aquello que estamos criticando.

MK: ¿En la era fordista, la fábrica era el principal sitio de resistencia. Dónde podemos encontrarla ahora que el capital se ha movido lejos del piso fabril hacia el terreno urbano?

DH: Antes que nada, la forma fabril no ha desaparecido. Todavía encuentras fábricas en Bangladesh o en China. Lo que es interesante es cómo el modo de producción en las ciudades centrales cambió. Por ejemplo, el sector logístico se ha expandido: UPS, DHL y todos sus trabajadores y trabajadoras están produciendo valores enormes hoy en día.

En las últimas décadas, un gran cambio tuvo lugar en el sector servicios también: los más grandes empleadores de mano de obra en la década de 1970 en los Estados Unidos eran General Motors, Ford y US Steel. Los más grandes empleadores de mano de obra hoy son Mc Donalds, Kentucky Fried Chicken y Walmart. Antes, la fábrica era el centro de la clase obrera, pero hoy encontramos a la clase obrera más que nada en el sector servicios. ¿Por qué diríamos que producir autos es más importante que producir hamburguesas?

Desafortunadamente la izquierda no se siente cómoda con la idea de organizar a los trabajadores y trabajadoras de la comida rápida. Su imagen de la tradicional clase obrera no encaja con la producción de valor de los trabajadores y trabajadoras de servicios, los de distribución, de restaurants, de los supermercados.

El proletariado no desapareció, pero hay un nuevo proletariado que tiene características diferentes del que tradicionalmente la izquierda solía identificar como la vanguardia de la clase trabajadora. En este sentido, las y los trabajadores de Mc Donalds se convirtieron en las y los trabajadores metalúrgicos del siglo XX.

MK: ¿Si esto es lo que es el nuevo proletariado, cuáles son los lugares desde organizar la resistencia hoy?

DH: Es muy difícil de organizar en los lugares de trabajo. Por ejemplo, las y los trabajadorss de la distribución se mueven de un lado a otro. Así que esta población tal vez podría organizarse mejor fuera del lugar de trabajo, quiero decir, en sus estructuras barriales.

Hay una frase interesante en el trabajo de Gramsci de 1919 que dice que organizarse en el lugar de trabajo y tener concejos fabriles está muy bien, pero que deberíamos tener también concejos en los barrios también. Y los concejos de los barrios, dijo, tienen un mejor entendimiento de lo que son las condiciones de toda la clase trabajadora, comparado con el entendimiento sectorial de la organización en el lugar de trabajo.

Las organizadoras y organizadores fabriles solían saber muy bien lo que un trabajador metalúrgico era, pero no entendían lo que el proletariado era como un todo. La organización barrial habría incluido, por ejemplo, a los trabajadores y trabajadoras de la limpieza urbana, de la distribución y las trabajadoras doméstica. Gramsci nunca tomó esto y dijo: “Vamos! el Partido Comunista debería organizar asambleas barriales”

No obstante, hay algunas excepciones en el contexto europeo donde los partidos comunistas organizaron, de hecho, concejos barriales, porque no podían organizarlos en las fábricas, por ejemplo en España. En la década de 1960 esta era una forma de organización muy poderosa. Por ello, como he discutido por un largo tiempo, deberíamos ver la organización barrial como una forma de organización de la clase. Gramsci sólo lo mencionó una vez en sus escritos y nunca lo desarrolló más en profundidad.

En Gran Bretaña en los ’80, hacía formas de organización laboral en plataformas a lo largo de la ciudad, sobre la base de concejos de oficios, que estaban haciendo lo que Gramsci sugirió. Pero dentro del movimiento sindical, estos concejos siempre fueron mirados como formas inferiores de organización laboral. Nunca se los trató como un componente fundacional de cómo el movimiento sindical debería operar.

De hecho, ocurrió que los concejos de oficios fueron a menudo mucho más radicales que los gremios tradicionales y eso era porque estaban basados en las condiciones de toda la clase trabajadora, no sólo de los sectores más privilegiados de la clase. Así, al punto de que estos tenían una definición mucho más amplia de la clase, los concejos tendieron a darse políticas mucho más radicales. Pero esto nunca fue valorado por el movimiento sindical en general, siempre fue mirado como un espacio en el que lxs radicales podían actuar.

Las ventajas de esta forma de organización son obvias: supera la brecha entre organizarse de manera sectorial, incluye todas las formas de trabajo “desterritorializado” y es muy adaptable a nuevas formas de organizaciones comunitarias y de base asamblearia, como Murray Boockchin planteó, por ejemplo.

MK: En las recientes oleadas de protesta -en España y Grecia, por ejemplo, o el movimiento Occupy- puedes encontrar esta idea de “localizar la resistencia”. Pareciera que estos movimientos tienden a organizarse alrededor de cuestiones de la vida cotidiana, más que en torno a grandes cuestiones ideológicas en las que la izquierda tradicional solía enfocarse.

DH: Por qué dirías que organizarse alrededor de la vida cotidiana no es una de las grandes cuestiones. Yo creo que es una de las grandes cuestiones. Más de la mitad de la población mundial vive en ciudades, y la vida cotidiana urbana es a lo que la gente está expuesta y en lo que encuentra dificultades. Estas dificultades residen tanto en la esfera de realización del valor como en la esfera de la producción del valor.

Este es uno de mis más importantes argumentos teóricos: todo el mundo lee el Volumen I del Capital y nadie lee el Volumen II. El Vol I es acerca de la producción del valor, el II es sobre la realización del valor. Al enfocarse en el Vol II, puedes ver claramente que las condiciones de realización son tan importantes como las de producción.

Marx a menudo hablaba de la necesidad de ver al capital como la unidad contradictoria entre la producción y la realización. Donde el valor es producido y donde es realizado son dos cosas diferentes. Por ejemplo, mucho valor es producido en China y, de hecho, es realizado por Apple o por Walmart en los Estados Unidos. Y, por supuesto, la realización del valor trata de la realización del valor por medio de costoso consumo de la clase obrera.

El capital puede conceder salarios más altos en el punto de la producción, pero luego los recupera en el punto de la realización por el hecho de que los trabajadores y trabajadoras tienen que pagar alquileres y gastos de vivienda más elevados, costos de teléfono, tarjetas de crédito y así sucesivamente. Así que las luchas de clase en torno a la realización, alrededor de viviendas más baratas por ejemplo, son tan significativas para la clase trabajadora como las luchas acerca de salarios y condiciones de trabajo. Cuál es el punto de tener un salario más alto si te es inmediatamente extraído en términos de gastos más elevados para tener un techo?

En su relación con la clase trabajadora, los capitalistas han aprendido hace mucho que pueden hacer un montón de dinero recuperando lo que antes habían entregado. Y, al punto que -particularmente en los 60 y 70- lxs trabajadorxs se empoderaron de manera creciente en la esfera del consumo, así que el capital comienza a concentrar mucho más en extraer valor a través del consumo.

Así que las luchas en la esfera de la realización, que no eran tan fuertes en los tiempos de Marx, y el hecho de que nadie lea el maldito libro (Vol II), es un problema para la izquierda convencional. Cuando vos me decís: “¿cuál es el problema macro aquí?”- bueno, ¡esto es un problema macro! La concepción del capital y la relación entre producción y realización. Si no ves la unidad contradictoria entre ambos entonces no vas a tener la imagen completa. Tiene lucha de clases escrita todo alrededor y no puedo entender por qué un montón de marxistas no logran ver cuán importante es esto.

El problema es cómo entendemos a Marx en el 2015. En los tiempos de Marx, la extensión de la urbanización era relativamente conveniente y el consumo de la clase trabajadora era casi inexistente, así que de lo único que Marx tenía que hablar era acerca de la clase trabajadora arreglándoselas para sobrevivir con un salario magro y cómo eran bastante sofisticados para hacerlo. El capital los dejaba hacer con sus propios dispositivos lo que les gustaba.

Pero hoy en día, vivimos en un mundo en el que el consumo es responsable de casi el 30 % de la dinámica de la economía global; en EE UU llega al 70 %. Así que ¿por qué estamos aquí sentados y diciendo que el consumo es casi irrelevante, pegándonos al Volúmen I y hablando acerca de la producción en lugar del consumo?

Lo que hace la urbanización es forzarnos a cierto tipo de consumo, por ejemplo: tienes que tener un auto. Y tu estilo de vida está dictado en muchos sentidos por la forma que toma la urbanización. Y de nuevo, en los tiempos de Marx esto no era significativo, pero en nuestros días es crucial. Tenemos que amigarnos con formas de organización que de hecho reconozcan este cambio en la dinámica de la lucha de clases.

Los grupos que marcaron los recientes movimientos con su estilo, viniendo de tradiciones anarquistas y autonomistas, están mucho más metidos en la política de la vida cotidiana, mucho más que las y los marxistas tradicionales.

Les tengo mucha simpatía a las y los anarquistas, tienen una mucha mejor línea en este tema, precisamente al lidiar con la política del consumo y su crítica acerca de lo que el consumo es. Parte de su objetivo es cambiar y reorganizar la vida cotidiana alrededor de nuevos y diferentes principios. Así que creo que esto es un punto crucial hacia el cual mucha de la acción política debería ser dirigida en estos días. Pero desacuerdo con vos cuando decís que esta no es una “gran cuestión”.

MK: Así que, mirando ejemplos de Europa del Sur -redes de solidaridad en Grecia, auto-organización en España o Turquía- parece ser muy crucial para construir movimientos sociales alrededor de la vida cotidiana y las necesidades básicas en estos días. ¿Ves esto como un acercamiento promisorio?

DH: Creo que es muy promisorio, pero hay una clara limitación ahí, lo que es un problema para mí. La propia limitación es la reticencia para tomar el poder en algún punto. Bookchin, en su último libro, dice que el problema con las y los anarquistas es su negación del significado del poder y su inhabilidad para tomarlo. Bookchin no va tan lejos, pero yo creo que es su rechazo a ver al Estado como un posible aliado hacia la transformación radical.

Hay una tendencia a considerar al Estado como enemigo, el enemigo al 100 %. Y hay muchos ejemplos de estados represivos fuera del control público en el que este es el caso. No hay duda: el estado capitalista debe ser combatido, pero sin dominar el poder del estado y sin tomarlo, pronto vuelves a la historia de lo que pasó por ejemplo en 1936 y 1937 en Barcelona y luego en toda España. Al rechazar tomar el Estado en un momento en el que tenían el poder para hacerlo, los revolucionarios y revolucionarias de España permitieron que el estado volviera a caer en las manos de la burguesía y del ala estalinista del movimiento comunista. Y el estado se reorganizó y aplastó la resistencia.

MK: Eso puede ser cierto para el estado español en la década de 1930, pero si miramos al estado neoliberal contemporáneo y el retroceso del estado de bienestar, ¿que queda de estado para conquistar, para aprovechar?

DH: Para empezar, la izquierda no es muy buena para responder la pregunta de cómo construimos infraestructura masiva. ¿Como construirá la izquierda el puente de Brooklyn, por ejemplo? Toda sociedad reposa sobre grandes infraestructuras, infraestructuras para toda una ciudad, como el suministro de agua, electricidad, etc. Yo creo que hay una gran reticencia dentro de la izquierda para reconocer que necesitamos diferentes formas de organización.

Hay áreas del aparato de estado, aún del aparato de estado neoliberal, que son terriblemente importantes; el centro de control de enfermedades, por ejemplo. ¿Cómo respondemos a epidemias globales como el Ébola o similares? No puedes hacerlo al modo anarquista del “hazlo tu mismo o tú misma”. Hay muchas instancias en las que necesitas alguna forma de infraestructura de tipo estatal. No podemos confrontar el problema del calentamiento global a través de formas descentralizadas de confrontación y actividades solamente.

Un ejemplo que es frecuentemente mencionado, a pesar de sus muchos inconvenientes, es el Protocolo de Montreal para enfrentar el uso de clorofuorocarbono en heladeras para limitar la afectación de la capa de ozono. Fue reforzada de manera exitosa en los ’90 pero necesitó de un tipo de organización que es muy diferente a aquella que proviene de una política basada en asambleas.

MK: Desde una perspectiva anarquista, yo diría que es posible reemplazar aún instituciones supranacionales como la OMS con organizaciones confederales que serían construidas de abajo hacia arriba y que eventualmente arribarían a una toma de decisiones global.

DH: Quizás a un cierto grado, pero tenemos que ser conscientes de que siempre habrá algún tipo de jerarquías y de que siempre enfrentaremos problemas como la responsabilidad o el recurso correcto. Siempre habrá relaciones complicadas entre, por ejemplo, gente lidiando con el problema del calentamiento global desde el punto de vista del mundo como un todo y desde el punto de vista de un grupo que está en el territorio, digamos, en Hanover o similar, y que se pregunta, por qué debería escuchar lo que ellxs están diciendo?

MK: Entonces, ¿crees que esto requeriría alguna forma de autoridad?

DH: No, va a haber estructuras de autoridad de cualquier modo, siempre las habrá. Nunca he estado en una reunión anarquista en la que no hubiera una estructura de autoridad secreta. Está siempre esa fantasía de todo siendo horizontal, pero me siento, miro y pienso, “oh dios, hay toda una estructura jerárquica acá pero está encubierta”

MK: Volviendo a las protestas recientes alrededor del Mediterráneo, muchos movimientos se han concentrado en luchas locales. ¿Cuál es el siguiente paso hacia la transformación social?

DH: En algún punto tenemos que crear organizaciones que sean capaces de ensamblar y reforzar el cambio social en una escala más amplia. Por ejemplo, será ¿Podemos en España capaz de hacer eso? En una situación caótica como la crisis económicas de los últimos años, es importante que la izquierda actúe. Si la izquierda no lo hace, entonces la derecha será la siguiente opción. Yo pienso -y odio decirlo- que la izquierda tiene que ser más pragmática en relación a las dinámicas que están ocurriendo ahora.

MK: ¿Más pragmática en qué sentido?

DH: Bueno, ¿por qué apoyé a SYRIZA aunque este no fuera un partido revolucionario? Porque abría un espacio en el que algo diferente podía pasar y eso era una movida progresiva para mí.

Es un poco como Marx diciendo: el primer paso hacia la libertad es la limitación de la duración de la jornada de trabajo. Demandas muy estrechas abren un espacio para resultados más revolucionarios, y aún cuando no hay ninguna posibilidad para ningún resultado revolucionario, tenemos que buscar soluciones de compromiso que sin embargo se apartan del sinsentido de la austeridad neoliberal y abren el espacio en el que nuevas formas de organización pueden tener lugar.

Por ejemplo, sería interesante si Podemos buscara organizar formas de confederalismo democrático, porque en cierto modo Podemos surgió de un montón de reuniones de tipo asambleario teniendo lugar a lo largo de España, así que tienen mucha experiencia con ese tipo de estructura.

La cuestión es cómo conectarán la forma asamblearia a formas más permanentes de organización, en relación a su creciente posición como un partido fuerte en el parlamento. Esto también vuelve a la pregunta de la consolidación del poder: tienes que encontrar maneras de hacerlo, porque si no la burguesía y el capitalismo corporativo van a encontrar modos de reafirmarse y tomar nuevamente el poder.

MK: ¿Qué piensas acerca del dilema de las redes de solidaridad llenando el vacío que dejó la retirada del estado de bienestar e indirectamente convirtiéndose en un aliado del neoliberalismo en ese sentido?

DH: Hay dos formas de organizarse. Una es el vasto crecimiento del sector ONG, pero mucho de eso está financiado de manera externa, no son organizaciones de base, y eso no se acerca a la cuestión de los grandes donantes que marcan la agenda, la cual no será una agenda radical. Aquí nos acercamos a la privatización del Estado de bienestar. Esto me parece que es muy diferente políticamente a las organizaciones de base en las que la gente dice “Ok, el estado no se ocupa de nada, así que vamos a tener que hacernos cargo de nosotros y nosotras mismas” Esto me parece que tiende a formas de organizaciones de base con un status político muy diferente.

MK: Pero ¿cómo evitar llenar esa brecha al ayudar, por ejemplo, a gente desempleada para que no sean exprimidos por el estado neoliberal?

DH: Bueno, tiene que haber una agenda anti-capitalista, para que cuando el grupo trabaje con gente todo el mundo sepa que no se trata sólo de ayudarla a arreglárselas sino que hay todo un intento organizado de tratar de cambiar políticamente el sistema en su integralidad. Esto quiere decir tener un proyecto político muy claro, lo cual es problemático con tipos de movimientos no centralizados, no homogéneos, donde alguna gente trabaja de un modo, otra trabajan de manera diferente y no hay ningún proyecto colectivo en común.

Y esto se conecta con la primera pregunta que hiciste: no hay coordinación acerca de lo que son los objetivos políticos. Y el peligro es que sólo estes ayudando a la gente a arreglárselas y que no haya política saliendo de ahí. Por ejemplo, Occupy Sandy ayudó a la gente a volver a sus casa e hizo un maravilloso trabajo, pero en última instancia, hicieron lo que la Cruz Roja y los servicios de emergencia federales deberían haber hecho.

MK: El fin de la historia parece haber pasado de largo. Mirando las condiciones actuales y los ejemplos concretos de lucha anti capitalista, ¿piensas que “ganar” es todavía una opción?

DH: Definitivamente; y más aún, tienes fábricas ocupadas en Grecia, economías solidarias a través de cadenas productivas siendo forjadas, instituciones de democracia radical en España y muchas cosas hermosas ocurriendo en muchos otros lugares. Hay un crecimiento saludable del reconocimiento de que necesitamos ser mucho más amplios y amplias en lo que concierne a la política en todas esas iniciativas.

La izquierda marxista tiende a desdeñar un poco estas cosas y creo que está equivocada. Pero al mismo tiempo no creo que ninguna de estas cuestiones sea lo suficientemente grande en sí misma como para lidiar con las estructuras fundamentales de poder que necesitan ser desafiadas. Aquí hablamos de nada menos que del Estado. Así que la izquierda debe repensar su aparato teórico y táctico.

Fuente: https://roarmag.org/magazine/david-harvey-consolidating-power/

Traducción: de Gabriela Mitidieri para Democracia Socialista, editado por VIENTO SUR



http://www.rebelion.org/noticia.php?id=210507

Benayon: Império anglo-americano usa Lava Jato para destruir empresas nacionais 29/03/2016





Tirar os antolhos

Adriano Benayon*, via e-mail, 16.03.2016

Grande parte do povo brasileiro precisa livrar-se dos antolhos que o fazem enxergar somente o que lhes mostra a televisão e as revistas de “opinião” da grande mídia. Há também a visão monocular, que priva do sentido de profundidade.

2. Falo dos instrumentos limitantes da visão política, econômica e estratégica: a secular doutrinação ideológica e a massiva desinformação, por parte da mídia movida a dinheiro e dos que a retroalimentam.

3. Não desminto a responsabilidade da atual chefe do Executivo, nem a do ex-presidente Lula, em alguns dos fatos que têm sido difundidos e magnificados pelos mentores do processo de desestabilização daquela e de desmoralização deste.

4. Entretanto, não se deve ignorar que esse processo é patrocinado e teleguiado do exterior, e que seu objetivo está longe de ser o bem do País. Muito pelo contrário.

5. Ele ganha corpo, desde o mensalão, julgado no STF em 2012, e as manifestações de 2013, para as quais foram divulgados os abusos nas despesas superfaturadas e desnecessárias da construção de estádios e realização de obras para a Copa do Mundo de 2014.

6. Há corrupção em tudo isso, como também nas relações das empresas de engenharia com a Petrobrás. Mas isso ocorreu, em dimensões até maiores, em administrações do PSDB e outras, sem que fosse deblaterado pela mesma mídia que vergasta os petistas. Mais grave, ainda: sem que sofra repressão do Ministério Público, da Polícia Federal ou do Judiciário.

7. Exemplos de conduta condenável são as propinas de FHC para obter o apoio de deputados à emenda da reeleição, o mensalão mineiro do ex-governador Azeredo, o escandaloso superfaturamento de obras praticado por administrações do PSDB em São Paulo, como no anel rodoviário e no metrô. Não menos gritantes, os negócios escusos com a Petrobrás durante o governe FHC, o mais deletério que o País já teve.

8. Também as calamitosas negociatas do BANESTADO, em que foram desviados U$ 150 bilhões ao exterior, nos anos 90, viabilizadas por regulamentação das contas CC5, pelo próprio Banco Central.

9. Veja-se a acusação das procuradoras Valquíria Nunes e Raquel Branquinho, ajuizada em dezembro de 2003: (http://www.oficinainforma.com.br/textos/acaocivil.rtf) em que pedem a condenação por crime de improbidade administrativa de Gustavo Loyola, Gustavo Franco, Ricardo Sérgio de Oliveira e mais 12 ex-dirigentes do Banco Central e de mais cinco bancos.

10. Que dizer das privatizações lesivas ao patrimônio público (dezenas de trilhões de dólares), cujas ilegalidades as fizeram ser impugnadas por decisões judiciais, cassadas em liminares injustificáveis, até hoje pendentes de julgamento?

11. Passando a coisas recentes, por que Eduardo Cunha permanece presidente da Câmara, embora acusado, com provas, de delitos gravíssimos, pelo procurador-geral da República?

12. Por que a grande mídia noticia tão pouco e distorce o que acontece na Operação Zelotes, a qual envolve sonegação de impostos de R$ 600 bilhões? Será porque estão envolvidos Cunha e outros figurões, além de grande empresa midiática e concentradores econômicos?

13. Em suma, por que tão espantosa e inexplicável diferença de tratamento por parte da grande mídia, do MP, da PF e de instâncias judiciárias ?

14. A resposta parecer ser que o regime tem regra constitucional não-escrita, que dá liberdade de saquear e imunidade penal aos que prejudicam o interesse nacional.

15. Outra regra diz: será perseguido aquele que, mesmo fazendo enormes concessões contrárias ao País, o favoreça em algum aspecto. Daí provém o assédio sobre Lula. Não adianta jogar carne às feras: o apetite delas não diminui: muito pelo contrário.

16. O império, mesmo quando já obtém mais de 90% do que deseja, quer 100%. Além disso, não admite qualquer governante ou partido que se pretenda manter, por decênios, à frente do Executivo. Até Collor, que entregou tudo, foi deposto, porque almejava perpetuar-se, mercê de dinheiro e da compra de uma rede nacional de TV.

17. Em artigo de 15.03.2016 — A Lavajato quer tirar Brasil do BRICS e CELAC – Beto Almeida observa que os governos petistas retomaram políticas valiosas para a economia e a defesa nacionais, que remontam a medidas do presidente Geisel (1974-1978): apoio às empresas de engenharia nacionais, que – graças ao poder de compra de Petrobrás — desenvolveram capacidade competitiva em obras no exterior.

18. Recorde-se Henry Kissinger: “Não podemos tolerar o surgimento de um novo Japão no Hemisfério Ocidental.” O império assegurou seu objetivo, desde agosto de 1954, fazendo o Brasil entregar, com subsídios, às empresas transnacionais o grosso dos mercados da indústria, iniciando a desnacionalização da economia brasileira.

19. Atualmente, com a Lavajato, o império anglo-americano faz demolir as empresas nacionais que sobreviveram à inviabilização, pela política econômica, de atividades de elevado valor agregado.

*Adriano Benayon é doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Alemanha; autor de Globalização versus Desenvolvimento.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/benayon-imperio-anglo-americano-usa-lava-jato-para-destruir-empresas-nacionais.html

segunda-feira, 28 de março de 2016

A última criação de Langley: A revolução do pato amarelo no Brasil 28/03/2016



por Wayne Madsen [*]

A mais recente revolução cozinhada pelos agentes "soft power" da Central Intelligence Agency que actuam nos legislativos federal e estaduais brasileiros, nos media corporativos, nos tribunais e nos gabinetes de promotores – todos eles incitados pela ajuda financeira de organizações não governamentais de George Soros – é a "Revolução do pato amarelo".

Enormes patos amarelos infláveis – que dizem representar a "fraude" económica da presidente Dilma Rousseff e do seu governo do Partido dos Trabalhadores – surgiram nas manifestações de rua financiadas pelos EUA em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Os principais coordenadores destes protestos são encontráveis nas maiores federações corporativas e nos conglomerados de media possuídos por corporações e todos eles têm ligações a organizações internas não lucrativas como o Vem Pra Rua – uma típica denominação em estilo Soros – e o Movimento Brasil Livre , que por sua vez é financiado pelos suspeitos habituais: o National Endowment for Democracy ( NED ), a US Agency for International Development (USAID) e o Open Society Institute de Soros.

Depois de tentar armar uma derrota eleitoral da presidente progressista e de esquerda [1] do Brasil, Dilma Rousseff, através de uma combinação de assassínio de um candidato presidencial (o assassinato aéreo de Eduardo Campo em 2014 para abrir o caminho à presidência à candidata verde ao serviço da Wall Street, Marina Silva, companheira de lista de Campos), de "contratar uma multidão" para manifestações de rua e de propaganda nos media corporativos, os diabos de Langley agora estão a tentar correr Rousseff do cargo através de um processo de impeachment "Made in America". Consciente de que o antecessor e mentor progressista de Rousseff [1] , Luís Inácio Lula da Silva , fora visado por promotores brasileiros na folha de pagamentos da CIA para prisão e processo por suborno, ela nomeou-o para o seu governo com nível ministerial e imunidade a processo [em baixa instância, NR]. Lula só se tornou um alvo porque manifestou o seu desejo de concorrer à presidência após o término do mandato de Rousseff em 2016.

O Partido dos Trabalhadores destaca correctamente que as manobras de impeachment legislativo contra Rousseff e as operações judiciais contra ambos, Rousseff e Lula, emanam de Washington. As mesmas "regras da lei" foram avançadas pela CIA nas operações contra os presidente Cristina Fernandez de Kirchner na Argentina, Rafael Correa no Equador, Evo Morales na Bolívia, Nicolas Maduro na Venezuela, Fernando Lugo no Paraguai e Manuel Zelaya em Honduras. Nos casos de Lugo e Zelaya, as operações tiveram êxito e ambos os líderes foram removidos do poder por forças direitistas apoiadas pela CIA.

Protestos de rua contra Rousseff, desde que começaram em 2014, assumiram a típica concepção de Soros de uma revolução. Tal como os desastrosos protestos da Primavera Árabe, inspirados por Soros e alimentados pela CIA, no Egipto, Líbia, Síria e Tunísia, assim como o protesto do Euromaidan na Ucrânia, o movimento Vem Pra Rua e o seu associado Movimento Brasil Livre são basicamente campanhas capitalistas politicamente motivadas apoiadas no Facebook, Twitter, redes de rádio, televisão, jornais e sítios web pró insurreição.

Além dos patos amarelos insufláveis, os protestos de rua foram assinalados por bonecos fabricados rapidamente com Lula em uniforme de prisão [2] e um cartaz em que se retratava Rousseff com um sinal de "Não" em diagonal vermelha. Os dispositivos para os protestos de rua, os quais incluem também bandeiras e vestuário verde e amarelo, são sinais reveladores dos montantes de dinheiro significativos que apoiam estes truques de guerra psicológica.

Promotores brasileiros na folha de pagamento de Langley prenderam Lula depois de encenarem uma maciça investida policial à sua casa. A polícia também prendeu a antiga Primeira-Dama do Brasil, a esposa de Lula, Marisa Letícia. Lula disse sentir que fora sequestrado pela polícia. Em 2009, tropas hondurenhas realmente sequestraram o presidente Manuel Zelaya no meio da noite e detiveram-no numa cela militar antes de o expulsarem do país. Aquela operação, tal como esta contra Lula e Rousseff, foi apoiada não só pela CIA e NSA como também pelo US Southern Command com sede em Miami. O golpe hondurenho também foi corroborado pelo Supremo Tribunal de Honduras. Para impedir uma nova prisão política do seu antecessor, Rousseff nomeou Lula seu chefe da Casa Civil, uma posição ministerial que lhe permite alguma protecção à contínua fustigação judicial e processos legais pelo Supremo Tribunal.

Em 16 de Março, o juiz Sérgio Moro, o qual está encarregado da Operação " Lava-jato ", a investigação da Petrobrás que perdura há dois anos e o alegado suborno envolvendo Rousseff e Lula, divulgou duas intercepções de chamadas telefónicas entre a presidente e o antigo presidente. A conversação telefónica "grampeada" envolvia planos de Rousseff para nomear Lula como seu chefe da Casa Civil, um cargo ministerial, como meio de lhe dar alguma protecção em relação à operação em andamento de golpe judicial apoiada pela CIA. Rousseff anteriormente trabalhara como chefe da Casa Civil de Lula. Documentos classificados da National Security Agency – revelados pelo denunciante Ed Snowden – ilustram como a NSA espionou o gabinete de Rousseff e seus telemóveis. O presidente Obama afirmou ter ordenado acabar com a espionagem a líderes mundiais amistosos para com os Estados Unidos. A declaração de Obama era falsa.

O nome do juiz Sérgio Moro aparece em um dos telegramas vazados do Departamento de Estado. Em 30 de Outubro de 2009, a embaixada dos EUA em Brasília relatou que Moro compareceu a uma conferência patrocinada pela embaixada no Rio de Janeiro efectuada de 4 a 9 de Outubro. Intitulada "Illicit Financial Crimes", a conferência parece ter sido uma avenida para a CIA e outras agências de inteligência dos EUA treinarem-se quanto à imposição das leis federal e estaduais do Brasil – bem como de outros responsáveis de polícias da Argentina, Paraguai, Panamá e Uruguai – em procedimentos para montar falsos processos criminais de líderes latino-americanos considerados inamistosos para com os Estados Unidos. O telegrama do Departamento de Estado, datado de Brasília, declara: "Moro... discutiu as 15 questões mais comuns que ele considera em casos de lavagem de dinheiro nos tribunais brasileiros".

Um ítem que não constava na agenda do seminário da embaixada dos EUA era a espionagem da NSA das comunicações de Rousseff, Lula e da companhia petrolífera estatal brasileira Petrobrás. Numa técnica conhecida como "construção paralela" processual, promotores estado-unidenses aos quais fora dado acesso a comunicações interceptadas ilegalmente, iniciaram processos contra cidadãos americanos com base na utilização selectiva de intercepções sem permissão. Se tais tácticas podem ser utilizadas nos Estados Unidos, certamente também podem ser utilizadas contra líderes como Rousseff, Lula e outros. As intercepções da operação Lava Jato às conversações telefónicas de Rousseff-Lula divulgadas para os media pelo juiz Moro podem ter tido origem na NSA e sua base de dados XKEYSCORE de intercepções do governo brasileiro e de comunicações efectuadas através de operações de escuta com os nomes de código KATEEL, POCOMOKE e SILVERZEPHYR .

No que poderia ser denominado a "Doutrina Obama", a CIA mudou o seu plano de jogo para derrube de governos legítimos pela utilização utilização ostensiva de meios "legais". Ao invés de confiar em juntas de generais e em tanques nas ruas a fim de impor a sua vontade, a CIA, ao contrário, tem empregue promotores, juízes, líderes de partidos da oposição, editores de jornais e administradores de sítios web, bem como truques utilizando multidões [3] – tudo, desde patos amarelos insufláveis, fantoches de papier-mâché, t-shirts recém-pintadas com serigrafia, bandeiras e faixas de pano – como instrumentos facilitadores de revoluções coloridas.

Como mostram os telegramas vazados do Departamento de Estado, a CIA identificou um certo número de agentes de influência nos quais pode confiar para proporcionar inteligência tanto sobre Rousseff como sobre Lula. Estas fontes incluíram a liderança sénior do Partido dos Trabalhadores; responsáveis da Petrobrás ansiosos por vez a sua companhia vendida a saldo aos abutres financeiros que melhor pagassem; executivos do Banco Central do Brasil e oficiais da inteligência militar brasileira que originalmente haviam sido treinados pelas agências de inteligência e militares dos EUA.

Além do Brasil, outros países membros dos BRICS também tem assistido ao aumento dos esforços dos EUA para organizar revoluções coloridas. A África do Sul está na lista alvo, tal como a Rússia e a China.

24/Março/2016 NR
[1] A classificação é do autor, a publicação do seu artigo não significa o endosso de resistir.info a tudo o que diz.
[2] Há notícia de que cada boneco insuflável de Lula em uniforme de presidiário custa 137 mil reais (cerca de 34 mil euros).
[3] A utilização de multidões por parte da CIA está bem documentada no derrube do governo democrático Mossadegh, no Irão, que impôs o regime do Xá. V. por exemplo "Os homens do Xá: O golpe no Irão e as origens do terrorismo no Médio Oriente", de Stephen Kinzer, ed. Tinta da China, Lisboa, 2007, 352 p., ISBN 978-972-8955-23-6

Ver também:

Brazil, like Russia, under attack by Hybrid War , de Pepe Escobar Ilusões progressistas devoradas pela crise , de Jorge Beinstein

[*] Jornalista de investigação, escritor, membro da Society of Professional Journalists (SPJ) dos EUA e do National Press Club.

O original encontra-se em www.strategic-culture.org/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

http://resistir.info/brasil/madsen_24mar16.html

Questões sobre o pedido de impeachment que todos precisam saber 28/03/2016




da Carta Maior

10 coisas que o Brasil inteiro precisa saber

O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem NADA A VER com a Operação Lava Jato, nem com qualquer outra iniciativa de combate à corrupção.

por Igor Fuser *

É preciso avisar tod@s @s brasileir@s, informar de um modo tão claro e objetivo que até as carrancas do Rio São Francisco tenham conhecimento de que:

1.O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem NADA A VER com a Operação Lava Jato, nem com qualquer outra iniciativa de combate à corrupção. Dilma não é acusada de roubar um único centavo. O pretexto usado pelos políticos da oposição para tentar afastá-la do governo, a chamada “pedalada fiscal”, é um procedimento de gestão do orçamento público de rotina em todos os níveis de governo, federal, estadual e municipal, e foi adotado nos mandatos de Fernando Henrique e de Lula sem qualquer problema. Ela, simplesmente, colocou dinheiro da Caixa Econômica Federal em programas sociais, para conseguir fechar as contas e, no ano seguinte, devolveu esse dinheiro à Caixa. Não obteve nenhum benefício pessoal e nem os seus piores inimigos conseguem acusá-la de qualquer ato de corrupção.

2.O impeachment é um golpe justamente por isso, porque a presidente só pode ser afastada se estiver comprovado que ela cometeu um crime - e esse crime não aconteceu, tanto que, até agora, o nome de Dilma tem ficado de fora de todas as investigações de corrupção, pois não existe, contra ela, nem mesma a mínima suspeita.

3.Ao contrário da presidenta Dilma, os políticos que pedem o afastamento estão mais sujos que pau de galinheiro. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que como presidente da Câmara é o responsável pelo processo do impeachment, recebeu mais de R$ 52 milhões só da corrupção na Petrobrás e é dono de depósitos milionários em contas secretas na Suíça e em outros paraísos fiscais. Na comissão de deputados que analisará o pedido de impeachment, com 65 integrantes, 37 (mais da metade!) estão na mira da Justiça, investigados por corrupção. Se eles conseguirem depor a presidenta, esperam receber, em troca, a impunidade pelas falcatruas cometidas.

4.Quem lidera a campanha pelo impeachment é o PSDB, partido oposicionista DERROTADO nas eleições presidenciais de 2014. Seu candidato, Aecio Neves, alcançar no tapetão o mesmo resultado político que não foi capaz de obter nas urnas, desrespeitando o voto de 54.499.901 brasileiros e brasileiras que votaram em Dilma (3,4% mais do que os eleitores de Aecio no segundo turno).

5.Se o golpe se consumar, a oposição colocará em prática todas as propostas elitistas e autoritárias que Aecio planejava implementar se tivesse ganho a eleição. O presidente golpista irá, com toda certeza, mudar as leis trabalhistas, em prejuízo dos assalariados; revogar a política de valorização do salário mínimo; implantar a terceirização irrestrita da mão-de-obra; entregar as reservas de petróleo do pré-sal às empresas transnacionais (como defende o senador José Serra); privatizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal; introduzir o ensino pago nas universidades federais, como primeiro passo para a sua privatização; reprimir os movimentos sociais e a liberdade de expressão na internet; expulsar os cubanos que trabalham no Programa Mais Médicos; dar sinal verde ao agronegócio para se apropriar das terras indígenas; eliminar a política externa independente, rebaixando o Brasil ao papel de serviçal dos Estados Unidos. É isso, muito mais do que o mandato da presidenta Dilma ou o futuro político de Lula, o que está em jogo na batalha do impeachment.

6.É um engano supor que a economia irá melhorar depois de uma eventual mudança na presidência da república. Todos os fatores que conduziram o país à atual crise continuarão presentes, com vários agravantes. A instabilidade política será a regra. Os líderes da atual campanha golpista passarão a se digladiar pelo poder, como piranhas ao redor de um pedaço de carne. E Dilma será substituída por um sujeito fraco, Michel Temer, mais interessado em garantir seu futuro (certamente uma cadeira no Supremo Tribunal Federal) e em se proteger das denúncias de corrupção do que em governar efetivamente. A inflação continuará aumentando, e o desemprego também.

7.No plano político, o Brasil mergulhará num período caótico, de forte instabilidade. A derrubada de uma presidenta eleita, sacramentada pelo voto, levará o país em que, pela primeira vez desde o fim do regime militar, estará à frente do Executivo um mandatário ilegítimo, contestado por uma enorme parcela da sociedade.

8.O conflito dará a tônica da vida social. As tendências fascistas, assanhadas com o golpe, vão se sentir liberadas para pôr em prática seus impulsos violentos, expressos, simbolicamente, nas imagens de bonecos enforcados exibindo o boné do MST ou a estrela do PT e, de uma forma mais concreta, nas invasões e atentados contra sindicatos e partidos políticos, nos ataques selvagens a pessoas cujo único crime é o de vestir uma camisa vermelha. O líder dessa corrente de extrema-direita, o deputado Jair Bolsonaro, já defendeu abertamente, num dos comícios pró-impeachment, que cada fazendeiro carregue consigo um fuzil para matar militantes do MST.

9.Os sindicatos e os movimentos sociais não ficarão de braços cruzados diante da truculência da direita e da ofensiva governista e patronal contra os direitos sociais durante conquistados nas últimas duas décadas. Vão resistir por todos os meios – greves, ocupações de terras, bloqueio de estradas, tomada de imóveis, e muito mais. O Brasil se tornará um país conflagrado, por culpa da irresponsabilidade e da ambição desmedida de meia dúzia de políticos incapazes de chegar ao poder pelo voto popular. Isso é o que nos espera se o golpe contra a presidenta Dilma vingar.

10.Mas isso não acontecerá. A mobilização da cidadania em defesa da legalidade e da democracia está crescendo, com a adesão de mais e mais pessoas e movimentos, independentemente de filiação partidária, de crença religiosa e de apoiar ou não as políticas oficiais. A opinião de cada um de nós a respeito do PT ou do governo Dilma já não é o que importa. Está em jogo a democracia, o respeito ao resultado das urnas e à norma constitucional que proíbe a aplicação de impeachment sem a existência de um crime que justifique essa medida extrema. Mais e mais brasileiros estão percebendo isso e saindo às ruas contra os golpistas. Neste dia 31 de março, a resistência democrática travará mais uma batalha decisiva.

É essencial a participação de todos, em cada canto do Brasil, Todos precisamos sair às ruas, em defesa da legalidade, da Constituição e dos direitos sociais. Todos juntos! O fascismo não passará! Não vai ter golpe!

(*) O texto incorpora trechos de artigos de Jeferson Miola e de Fabio Garrido. Igor Fuser é professor de relações internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).

http://jornalggn.com.br/noticia/questoes-sobre-o-pedido-de-impeachment-que-todos-precisam-saber


Site divulga posição de deputados em relação ao golpe 28/03/2016






na Revista Fórum

O site Mapa da Democracia denuncia deputados que apoiam o golpe para a deposição da presidenta Dilma Rousseff e divulga o nome dos que ainda estão indecisos ou já se posicionaram contrários à medida. A página traz um cronômetro com contagem regressiva para a votação na Câmara Federal.

“A ideia é dar total apoio para quem defende a democracia e disputar os deputados indecisos. Solte o verbo no e-mail, Twitter e Facebook no sentido de mostrar por que você acha que ele tem que votar contra”, pedem os organizadores.

“Impeachment só pode ser aplicado em caso de comprovação de crime de responsabilidade e Dilma não é sequer acusada de um. A Câmara, presidida pelo réu Eduardo Cunha, conduz um processo de impeachment ilegal”, alerta o site.

Para conferir a posição dos parlamentares sobre o golpe, clique abaixo.

 http://www.mapadademocracia.org.br/

domingo, 27 de março de 2016

O mistério das doações da Odebrecht se aprofunda: José Agripino, presidente do DEM, teria recebido R$ 200 mil em 2012 mas não era candidato; há outros 37 casos 27/03/2016





O bilionário dono da marca Itaipava; Agripino entre Aécio, FHC, Alckmin, Serra e Paulinho da Força. Tirando o ex-presidente, estão todos nas planilhas da Odebrecht

Da Redação

A planilha relaciona candidatos a prefeito e à Camara de Vereadores de São Paulo, Salvador, Aracaju, Maceió, Vila Velha (ES) e Rio de Janeiro em 2012.

De repente aparecem dois nomes de políticos que não se candidataram naquele ano: o presidente do Democratas, José Agripino, relacionado no grupo dos “parceiros históricos”, teria recebido R$ 200 mil saídos dos cofres da Odebrecht Infraestrutura. Também aparece o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), com R$ 150 mil que teriam vinda da mesma empresa.

Na lista de empresas ligadas à Odebrecht de onde teriam partido as doações, além da “Infra” constam a Braskem, a ETH Bionergia, a Odebrecht Defesa e Tecnologia, a Odebrecht Realizações Imobiliárias, a Foz do Brasil e a Odebrecht TransPort.



Naquele ano, a Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura, CNPJ 07.668.258/0001-00, não fez doações eleitorais.

Porém, CNPJs de empresas do grupo doaram à direção nacional do DEM pelo menos R$ 1,8 milhão, nos quais poderia estar embutido o dinheiro destinado a Agripino.

Pelos registros públicos, é impossível determinar se ele de fato recebeu o dinheiro e, se sim, qual destino deu à contribuição.

O blog Aos Fatos, em parceria com o UOL, já havia noticiado que políticos que não se candidataram em 2012 aparecem na lista de doações da Odebrecht.

Relacionou o ex-presidente José Sarney (codinome Escritor), o senador Romero Jucá (Cacique), o presidente da Câmara Eduardo Cunha (Caranguejo), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (Proximus) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (Grego), todos do PMDB.

Também mencionou o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, que teria recebido R$ 500 mil sem nunca ter sido candidato a nada.

Segundo a reportagem do Aos Fatos, “também aparecem nas listas de contabilidade de 2012 sem terem se candidatado para prefeito ou vereador o ministro Armando Monteiro (PTB-PE), o deputado Geraldo Simões (PT-BA), o senador Randolfe Rodrigues (Rede, eleito senador pelo PSOL-AP), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB-MT), o ex-governador Renato Casagrande (PSB-ES), ex-ministra Maria do Rosário (PT-RS) e o ex-líder da oposição na Câmara Bruno Araújo (PSDB-PE)”.

Todos os ouvidos pelo Aos Fatos/UOL negam qualquer irregularidade.

Porém, a lista está incompleta. Na verdade, são 38 ao todo os não candidatos que constam na contabilidade paralela da Odebrecht.

Numa planilha datada de 23 de agosto de 2012, a “coluna diversos” menciona pagamento de R$ 100 mil aos “parceiros históricos” José Agripino (DEM) e Garibaldi Alves (PMDB), do Rio Grande do Norte. Nenhum deles disputou eleição naquele ano. É a segunda menção a Agripino na papelada.

Numa anotação manuscrita, em outra planilha, aparece o nome do ex-presidente do Banco de Brasília, Jacques Pena, ao lado da anotação R$ 150 mil.

O hoje governador do Piauí, então senador Wellington Dias, do PT, teria recebido R$ 500 mil.

Como informamos anteriormente, a Odebrecht pode ter dado dinheiro a determinados candidatos ou líderes políticos sob o manto de doações legais aos partidos ou através das empresas Leyroz de Caxias e Praiamar, duas distribuidoras de cerveja cujos nomes aparecem na contabilidade paralela da empresa.

Isso não é ilegal, mas revela os limites do sistema implantado pelo TSE para monitorar a relação econômica entre empresas e candidatos ou ocupantes de cargos públicos.

Há vários exemplos de outros não candidatos que teriam recebido dinheiro da Odebrecht.

Uma doação destinada à campanha do PP, em 2012, na disputa da Prefeitura de João Pessoa, de R$ 150 mil, aparece sob o nome de um certo “Agnaldo”, sediado em Brasília. O então deputado Aguinaldo Ribeiro, líder do PP na Câmara e depois ministro das Cidades, é originário da Paraíba. O PP não teve candidato próprio em João Pessoa naquele ano.

Também de acordo com as planilhas, um certo Fischinha, do PP, recebeu R$ 50 mil reais da Braskem para a campanha à Câmara Municipal de Porto Alegre. No Rio Grande do Sul, o deputado estadual João Fischer tem o apelido de Fixinha.

O deputado estadual Frederico Antunes, do PP, teria recebido R$ 100 mil da Foz do Brasil, do grupo Odebrecht, para aplicar na campanha de candidatos a vereador em Porto Alegre. Já o deputado federal Renato Molling (PP-RS) teria recebido R$ 100 mil da Odebrecht Infraestrutura com o mesmo objetivo: eleger vereadores na Câmara de Porto Alegre.

O deputado Ricardo Barros (PP-PR) teria pedido à Odebrecht que doasse R$ 100 mil ao candidato à Prefeitura de Maringá em 2012. Empresas do grupo Odebrecht não fizeram doações diretas a Roberto Pupin, do PP, que se elegeu prefeito da cidade, mas deram R$ 1,8 milhão à direção nacional do PP naquele ano.

No Rio, o deputado estadual André Corrêa (PSD) teria recebido R$ 200 mil da Braskem para distribuir a candidatos na região do Comperj, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, no qual a empresa pretendia àquela altura ser sócia da Petrobras.

Outro deputado estadual carioca, Paulo Melo (PMDB), teria recebido R$ 500 mil, sendo metade através do diretório nacional e a outra metade do “parceiro IT”, provavelmente uma das distribuidoras ligadas à cervejaria fabricante da Itaipava.

Na Bahia, o deputado estadual Marcelo Nilo (PDT) aparece na lista com R$ 300 mil recebidos para a campanha à Câmara Municipal de Salvador, metade da Odebrecht Realizações Imobiliárias e outra metade da Odebrecht Infraestrutura. Já o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) teria recebido R$ 150 mil para a campanha local.

Embora não tenham sido candidatos em 2012, os petistas Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann aparecem como destinatários de R$ 1,5 milhão para a campanha a prefeito de Curitiba, onde o PT não teve candidato próprio.

Bernardo, à época, era ministro das Comunicações do governo Dilma.

O deputado federal Marco Maia (PT-RS) teria recebido R$ 200 mil para a campanha municipal em Porto Alegre.

No Rio de Janeiro, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), com o codinome Lindinho, aparece como destinatário de R$ 500 mil. O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ) teria recebido R$ 50 mil e o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), R$ 200 mil. Em tese, teriam recebido o dinheiro para aplicar nas campanhas locais de seus partidos.

Frisamos: intermediar doações de campanha a terceiros não é ilegal, mas demonstra a falta de transparência do sistema que vigorou nos últimos anos.

Uma planilha datada de 23 de julho de 2012, sob “diversos”, menciona que R$ 500 mil seriam destinados pela Odebrecht Infraestrutura e Foz do Brasil a “parceiros históricos” em Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte: Cássio Cunha Lima (PSDB), Teotonio Villela Filho (PSDB), Renan Calheiros (PMDB), José Agripino (DEM), Garibaldi Alves (PMDB), Eunício de Oliveira (PMDB) e José Sarney (PMDB). Nenhum deles saiu candidato em 2012.

Foi a terceira citação a Agripino nos papéis.

Algumas anotações confirmam a suspeita de que distribuidoras de cerveja foram usadas pela Odebrecht como intermediárias.

Uma planilha de 28/08/2012 previa doação de 100 mil reais ao candidato a vereador Raul Jungmann, do PPS, hoje deputado federal. O pagamento seria feito em duas parcelas, em 24 de agosto e 11 de setembro. No dia 13 de setembro de 2012 caiu na conta da campanha de Jungmann um repasse de R$ 100 mil da empresa Praiamar.

O deputado Roberto Freire, também do PPS, confirmou ao Estadão que recebeu doação de R$ 500 mil, atribuiu a origem do dinheiro à Odebrecht mas apresentou recibo eleitoral da Leyroz de Caxias.

O Viomundo fez um levantamento de todas as doações feitas pelas empresas Leyroz e Praiamar nas eleições de 2010, 2012 e 2014. São cerca de R$ 60 milhões de reais.

Um fato chama a atenção.

Nas eleições de 2010, Leyroz e Praiamar doaram juntas R$ 32 milhões a candidatos, nominalmente. Já as empresas do grupo Odebrecht praticamente não fizeram doações a candidatos, apenas a partidos ou comitês eleitorais.

Em 2012, Leyroz e Praiamar doaram outros R$ 29 milhões. A Odebrecht, de novo, quase não doou a candidatos.

Já em 2014, Leyroz e Praiamar tiveram queda vertiginosa no valor das doações (R$ 3,3 milhões), mas a Odebrecht, de repente, doou quase R$ 40 milhões nominalmente a candidatos.

Essa mudança aconteceu DEPOIS de deflagrada a Operação Lava Jato.

Enquanto isso, num despacho republicado pelo Consultor Jurídico, o juiz Sérgio Moro tirou o pé do assunto:


“É certo que, quanto a essas planilhas apreendidas na residência do executivo, é prematura qualquer conclusão quanto à natureza deles, se ilícitos ou não, já que não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, através do qual eram realizados os pagamentos subreptícios (de propina, por exemplo, aos agentes da Petrobras), e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, escreveu Moro.

E mais: “O ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos apenas diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos. Diante, porém, da apreensão e identificação da referida planilha, a cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal”.

Há duas explicações possíveis para este comportamento.

1. Depois da repreensão pública do ministro Teori Zavascki, do STF, Moro está mais cauteloso.

2. Moro, assim como a TV Globo, que escondeu o conteúdo das planilhas através de uma sopa de letras, não quer atrapalhar o andamento do processo de impeachment, especialmente agora que o PMDB já anunciou que vai desembarcar do governo Dilma.

Afinal, na lista de doações da Odebrecht/Leyroz de Caxias/Praiamar, além de 11 líderes do PMDB definidos como “parceiros históricos” da empreiteira Odebrecht, aparecem também os tucanos Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves, o demo José Agripino e o comunista Roberto Freire. Ou seja, a fina flor da campanha do impeachment.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/o-misterio-das-doacoes-da-odebrecht-se-aprofunda-jose-agripino-presidente-do-dem-recebeu-r-200-mil-em-2012-mas-nao-era-candidato.html

O que está acontecendo no Brasil é pior que Donald Trump (legendado em port) 27/03/2016


sábado, 19 de março de 2016

Paulinho: tem muita gente pra financiar impeachment 19/03/2014

SP 247 - O deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), um dos maiores aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e defensor árduo do golpe contra a presidente Dilma Rousseff, foi flagrado expondo como será a campanha para financiar o golpe.
Em áudio de conversa divulgada na internet, Paulinho explica que tem muita para financiar o impeachment e deixa claro a força de Cunha na tramitação do golpe. "O impeachment só está acontecendo por causa do Eduardo Cunha. Porque a nossa oposição é muito ruim", afirmou Paulinho. "Essa oposição me deu mais trabalho do que o governo", completou.
Paulinho da Força conta na conversa a disposição de se criar um comitê nacional pelo impeachment da presidente Dilma. "Vamos juntar a sociedade civil, partidos políticos, e criar um comitê nacional do impeachment. Tem muita gente para financiar o impeachment", afirma, explicando que o recurso seria utilizado em material de campanha do golpe, como adesivos, cartazes, botons e outros itens de divulgação.
O áudio vazado termina com Paulinho confiante: "Eu acho que até dia 5, dia 10 de abril a Dilma está fora".
Ouça o áudio da conversa:
Prova do Golpe!Milhões de pessoas devem ouvir esse áudio, ajude!Paulinho da Força falando.
Publicado por Verdade sem manipulação em Sábado, 19 de março de 2016
http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/221855/Paulinho-tem-muita-gente-pra-financiar-impeachment.htm

sexta-feira, 18 de março de 2016

Algumas fotos das manifestações do Fica Lula, Fica Dilma, Abaixo o Golpe 18/03/2016

Atos reúnem milhares de pessoas em diversas cidades pelo país, que se uniram contra a possibilidade de um golpe jurídico-midiático contra a presidenta Dilma Rousseff
Por Redação
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Maceió (AL). Crédito: Mídia Ninja
Maceió (AL). Crédito: Mídia Ninja
Fortaleza (CE). Foto: Geciola Fonseca / Mídia Ninja
Fortaleza (CE). Foto: Geciola Fonseca / Mídia Ninja
João Pessoa / Foto: CUT
João Pessoa / Foto: CUT
João Pessoa (PB) / Foto: Levante Popular da Juventude
João Pessoa (PB) / Foto: Levante Popular da Juventude
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Mossoró (RN) / Levante Popular da Juventude
Mossoró (RN) / Levante Popular da Juventude
Eunápolis (BA) / Foto: Levante Popular da Juventude
Eunápolis (BA) / Foto: Levante Popular da Juventude
Rio de Janeiro (RJ) / Foto: MST
Rio de Janeiro (RJ) / Foto: MST
Foto de capa: Edu Correia