quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Guerra ao Irã: Cuidado! Os “especialistas” estão chegando! 31/10/2012



31/10/2012, David Sirota, Salon
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Se você é político norte-americano, deseja começar guerra contra o Irã e também deseja ser reeleito, você tem problemas. Depois de mais uma década de guerras, pesquisas mostram [1] que dos dois lados, entre Republicanos e Democratas, os eleitores querem menos intervenção militar em terras distantes. Contudo, também há pesquisas que mostram [2] que uma mínima maioria consideraria a ideia de apoiar uma guerra contra o Irã se se descobrisse que o país estivesse construindo armas nucleares.
Essa deve ser a explicação para ainda haver tanta gente [3] favorável a mais guerras, políticos e jornalistas, [4]que não se cansam de repetir que o país está(ria) cansado de saber que, sim, o Irã está(ria) construindo armas nucleares. E, por causa dessa martelação incansável, há pesquisas que mostram que muitos norte-americanos creem piamente que, sim, o Irã está(ria) construindo as tais armas.
Nada, contudo, mais longe da verdade. Apesar de matéria, semana passada, no New York Times  [5] sobre a usina Fordo, no Irã, insistir ainda em criar o fantasma de um Irã nuclear, a verdade é que: (a) a Agência Internacional de Energia Atômica [6] e (b) todo o aparato de inteligência dos EUA já disseram que não há prova alguma, até agora, de que o Irã esteja construindo armas nucleares.
Mapa aerofotogramétrico de instalações nucleares do Irã
O próprio Times [7] informava, há alguns meses, sob a manchete “Agências da inteligência dos EUA não veem qualquer movimento na direção de o Irã construir armas nucleares”; e o jornal também informava que “avaliação feita pelas agências de espionagem dos EUA confirmam amplamente informes de 2007, segundo os quais o Irã abandonou, já, há anos, seu programa de armas nucleares”. Na sequência, o mesmo Times acrescentava que “essa avaliação foi amplamente reafirmada num [documento] 2010 National Intelligence Estimate; e permanece como avaliação consensual das 16 agências de inteligência dos EUA”.
Nos meses vindouros, à medida em que a ideia de guerra plena contra o Irã vai-se tornando mais real e mais central na política dos EUA, essas informações de inteligência provavelmente serão desmentidas. Simultaneamente, muitos começarão a perguntar-se por que os EUA estarão iniciando mais uma guerra “preventiva” no Oriente Médio, se os espiões norte-americanos são tão incompetentes e nossa inteligência tão trapalhona.
O debate, se chegar a esse ponto, conseguirá, provavelmente, corroer ainda mais o já menos que morno apoio que tem hoje a guerra com o Irã. O que nos levará de volta ao problema inicial dos políticos pró-guerra – como conseguirão continuar a defender a ideia de mais guerra?
Como já apareceu em recente entrevista com um dos principais congressistas da Comissão de Segurança Nacional, a resposta é: eles farão o diabo para convencer o país de que guerra não é guerra, recurso sempre útil quando não há argumento que ajude a promover guerra altamente impopular. É o que já se vê nesse vídeo da CNN, pouco divulgado, de entrevista com o presidente (Republicano) da Comissão de Inteligência da Câmara de Deputados Mike Rogers. [8]
Mike Rogers
Como ThinkProgress alerta [9], a única notícia, naquele vídeo, é que Rogers começa a introduzir na discussão geral um argumento vicioso, a saber: que bombardear o Irã nos levará “a um passo da guerra”.
Vê-se aí uma tendência perturbadora, porque esse linguajar orwelliano é assustadoramente semelhante ao usado pelo governo Obama, quando tentava convencer a nação de que a guerra da Líbia não seria guerra. Daquela vez, a palavra-golpe foi “ação militar cinética” [10]; agora, passaríamos a viver “a um passo da guerra”. Mas nos dois casos as palavras têm o significado que têm em discursos à moda 1984 de Orwell: guerra é paz ou, no mínimo, não é guerra-guerra-mesmo-prá valê.
O motivo superevidente desse golpe de mão é conseguir capar completamente qualquer participação democrática, nas decisões sobre segurança nacional – um dos ideais sempre presentes entre os princípios fundantes da democracia norte-americana. Afinal de contas, se a guerra já não está classificada como guerra... o presidente fica dispensado até de fingir que precisa de autorização do Congresso – que a Constituição exige – para envolver o país em conflitos militares.
A exigência de que o Congresso autorize ou não o presidente a envolver o país em guerras foi incluída na Constituição, desde o início, especificamente para assegurar que haja, pelo menos, algum debate público, nas decisões sobre guerra e paz. Mas... se já não se fala oficialmente de “guerra”, Washington pode fazer o que dê na telha de alguém lá, sem sequer ser obrigada a perguntar se o país quer o mesmo que Washington quer.

Notas de rodapé
[1] 25/10/2012, Los Angeles Times, Paul Richter em: Most Americans want less foreign involvement, polls show
[2] Idem Nota [1]
[3] 17/9/2012, ThinkProgress, Bem Ambruster em: “Misinformation On Iran’s Nuclear Program Pervades Sunday Talk Shows
[4] 12/10/2012, The Guardian, Glenn Greenwald em: “Martha Raddatz and the faux objectivity of journalists
[5] 25/10/2012, New York Times, David E. Sanger e William J. Broad  em: “Iran Said to Nearly Finish Nuclear Enrichment Plant
[7] 24/2/2012, New York Times, James Risen e Mark Mazzetti em: U.S. Agencies See No Move by Iran to Build a Bomb
[8] 24/10/2012, ThinkProgress, CNN vídeo a seguir:
[9] 24/10/2012, ThinkProgress, Bem Ambruster em: GOP Rep Says Strike On Iran’s Nuclear Facilities Would Not Be An Act Of War
[10]  24/3/2011, Político, Jonathan Allen, em: “Kinetic military action” or “war”?

Embraer avança nos EUA, China e em Portugal 31/10/2012




Virgínia Silveira


Nos últimos 14 meses, a Embraer deu um grande salto em sua estratégia de se tornar uma empresa brasileira global. No período, a companhia inaugurou novas unidades de produção em Melbourne, nos Estados Unidos, e em Évora, Portugal, onde também aumentou a sua presença, com a compra da participação do grupo europeu EADS na Ogma, empresa de manutenção e reparo de aeronaves.

A internacionalização da fabricante brasileira de aviões também evoluiu com a retomada da produção da fábrica da Embraer em Harbin, a partir do acordo feito com a Avic (Aviation Industry Corporation of China), para implementar uma linha de produção dos jatos executivos Legacy 600/650. Antes do acordo, a Embraer não sabia se a unidade da China, inaugurada em 2003, seria fechada, pois a produção do ERJ-145 foi encerrada no primeiro semestre do ano.

O primeiro grande contrato para a retomada da produção da unidade aconteceu em junho, com a venda de 20 Legacy 650 para a ICBC Financial Leasing, maior instituição de leasing da China e a cliente lançadora do jato da Embraer no país. A ICBC, com capital registrado de US$ 1,27 bilhão, é a primeira a fazer leasing estruturado de aeronaves em zona franca na China.

As aeronaves serão produzidas na Harbin Embraer Aircraft Industry Co., Ltd (Heai), joint venture entre a Embraer e a Avic. As primeiras unidades, segundo a Embraer, começam a ser entregues no final de 2013. A fábrica da China terá uma capacidade inicial de seis aviões por ano, podendo chegar a 24 aeronaves.

O pedido eleva a carteira de jatos executivos da ICBC para 70 aeronaves. As encomendas da Embraer na China totalizam 159 jatos executivos e comerciais.

"Estamos em processo de construção da nova linha em Harbin, o que inclui novo layout, treinamento de funcionários e questões administrativas", diz o vice-presidente de Relações Institucionais da Embraer, Jackson Schneider. Segundo dados da Embraer, a China precisará nos próximos 20 anos de 1005 jatos na categoria de 30 a 120 assentos (15% da demanda mundial) e, em dez anos, de 635 jatos executivos - 33% do porte do Legacy 600/650.

Em Portugal, a Embraer investiu 177 milhões de euros na construção de duas unidades destinadas à fabricação de estruturas de fuselagem e componentes. A fábrica da Ogma em Alverca atua em manutenção de aeronaves civis e militares e na fabricação de partes e peças aeronáuticas. "Além de estratégica para a internacionalização, com capacidade para apoiar clientes em diversas regiões, a Ogma permite que a Embraer explore mais oportunidades no mercado de serviços pós-venda", diz Schneider.

Consumidor poderá exigir velocidade de internet contratada a partir de amanhã 31/10/2012

De O Globo

Velocidade não poderá ser menor do que 20% da contratada pelo usuário
MÔNICA TAVARES
BRASÍLIA - Entram em vigor partir desta quinta-feira as novas regras de qualidade da internet fixa no país estabelecidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os consumidores poderão exigir uma velocidade instantânea da internet, que não poderá ser menor do que 20% da contratada pelo usuário, em 95% das medições realizadas.
Até agora, as empresas não tinham nenhuma obrigação. Caso o usuário contratasse 1 mega de velocidade, não significava que ele realmente estava recebendo esta velocidade no seu computador.
No primeiro ano, a velocidade instantânea é de 20 %. Nos doze meses seguintes, será de 30% e, a partir de então, é de 40%.
As empresas também são obrigadas a ter uma velocidade média da banda larga fixa. Ela é o resultado da média de todas as medições realizadas no mês. A meta a partir de agora é de 60%, nos doze primeiros meses. A partir de novembro de 2013, será de 70% e, a partir de então, sempre de 80%.
As empresas tiveram um ano para adaptar os seus equipamentos as novas regras de qualidade da Anatel estabelecidas no Regulamento de Gestão da Qualidade do Serviço de Comunicação Multimídia. Aquelas que não cumprirem as metas de qualidade poderão ser punidas pela agência.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/tecnologia/consumidor-podera-exigir-velocidade-d...
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Disney compra a Lucasfilm 31/10/2012

Por Pafuncio
Nassif,
Uma notícia bombástica para a indústria do entretenimento que passou desapercebida por aqui:
http://universohq.com/quadrinhos/2012/n31102012_04.cfm
Disney compra Lucasfilm e anuncia nova trilogia de Star Wars
Por Samir Naliato   Siga Samir Naliato no Twitter   | 31-10-2012
Disney e Lucas Film
Em uma notícia que surpreendeu a todos, The Walt Disney Company anunciou a compra de 100% das ações da Lucasfilm Ltd., produtora fundada por George Lucas em 1971 e que possui os direitos das franquias cinematográficas Star Wars e Indiana Jones. A aquisição inclui subsidiárias, como as divisões de efeitos especiais (Industrial Light & Magic - ILM),marketing, produtos de consumo, videogames e animação.
O negócio foi fechado por US$ 4,05 bilhões. Metade deste valor será pago em dinheiro, e o restante em ações. Isso significa que Lucas passa a ser acionista daDisney. Esta é a mesma quantia que o estúdio pagou em 2009 para comprar a Marvel Entertainment. Antes disso, em 2006, já havia adquirido o estúdio de animação Pixar por US$ 7 bilhões.
O estúdio não perdeu tempo e já anunciou uma nova trilogia de Star Wars, com a primeira parte, Star Wars - Episódio VII, chegando aos cinemas em 2015. Isso significa que essa negociação já vem ocorrendo há algum tempo, pois a Disney já está com tudo pronto para o projeto. Após a nova trilogia, o objetivo é lançar novos filmes da franquia a cada dois ou três anos.
Darth Vader, Luke Skywalker, Princesa Leia, Han Solo e outros personagens ainda ganharão atrações nos famosos parques temáticos de Orlando, nos Estados Unidos.
O estúdio revelou ainda que, por enquanto, não há planos para Indiana Jones, e que inicialmente se concentrará na saga espacial.
O ano de 2015 será interessante para a indústria cinematográfica. O novo Star Wars se junta a uma lista que já possui Os Vingadores 2Avatar 2 e, talvez, Liga da Justiça, sendo que este último ainda carece de confirmação oficial.
Disney e Lucas Film
"A Lucasfilm reflete a extraordinária paixão e visão de seu fundador, George Lucas. Essa transação combina um portfólio de primeira classe, incluindo Star Wars, uma das maiores franquias de todos os tempos, com a a incomparável criatividade da Disney em múltiplas plataformas, negócios e mercados para gerar crescimento sustentável", declarou Robert A. Iger, presidente da The Walt Disney Company.
Para George Lucas, um de seus maiores prazeres nos últimos 35 anos foi ver Star Wars passar de uma geração a outra. "Agora é hora de eu passar a franquia para uma nova geração de cineastas. Sempre acreditei que Star Wars poderia sobreviver além de mim, e achei importante cuidar dessa transição ainda em vida. Estou confiante que, dentro das organizações DisneyStar Warscertamente viverá e florescerá para futuras gerações".
Kathleen Kennedy, atual copresidente da Lucasfilm ao lado de George Lucas, assumirá o cargo sob o comando da Disney e ajudará o estúdio no desenvolvimento de novos projetos. Ela será ainda produtora executiva de Star Wars - Episódio 7, com Lucas tendo o cargo de consultor criativo.
Com o anúncio, duas dúvidas ficaram pairando no ar. Como ficam a 20th Century Fox, estúdio que lançou os seis primeiros filmes de Star Wars, e a editora Dark Horse, que há anos publica as histórias em quadrinhos da franquia?
O novo acordo não inclui a distribuição dos filmes já existentes, que continuarão com a Fox, de acordo com contratos existentes atualmente com a Lucasfilm. Isso significa que coleções em home video com a saga completa (filmes existentes com futuros longas-metragens) precisarão ser negociados entre as partes.
O mesmo ocorre com a Dark Horse. Segundo Mike Richardson, presidente da editora, a parceria com a empresa de George Lucas já dura 21 anos, e pelo menos no futuro próximo continuarão publicando revistas do chamado universo expandido. O que não significa que, após o período estipulado em contrato, a Disney decida nãorenovar o vínculo e, quem sabe, até mesmo passar essa área para a Marvel.
Inclusive, a "Casa das Ideias" foi a primeira editora a publicar HQs de Star Wars, o que ocorreu entre 1977 e 1986. Ao todo, foram 107 números de uma série mensal e mais três edições anuais.
Veja abaixo dois vídeos sobre o a compra envolvendo os dois estúdios. No primeiro, George Lucas fala sobre sua intenção de se aposentar e conversa com Kathleen Kennedy a respeito do futuro deStar Wars. Já no segundo, Bob Iger and George Lucas comentam a negociação.

Cadastro eleitoral desatualizado faz aumentar número de brancos, nulos e abstenções? 31/10/2012

Mito desfeito

O mais novo mito das eleições municipais de 2012 informa que tivemos um alto número de brancos, nulos e abstenções. Até a presidente do TSE, Carmen Lucia, se disse preocupada com isso.
Como também tivemos um alto número de votos a favor dos candidatos do PT — partido que mais cresceu entre os grandes, tornou-se lider nacional de votos, além de levar o troféu maior que é São Paulo —  é fácil imaginar que há muita gente associando uma coisa a outra. Assim: baixa participação popular, alta votação para o partido de Lula. Nós sabemos aonde essa turma quer chegar, certo?
Querem dizer que a população está se cansando de votar.
Ainda bem que existem repórteres interessados em descobrir a verdade por baixo das aparências e do senso comum. Roldão Arruda revela, no Estado de hoje, que o problema não está na vontade de votar — mas no registro eleitoral. Em cidades onde o cadastro eleitoral não é atualizado, a contabilidade das  ausências produz números maiores. Uma consulta a votação nas capitais mostra isso. Em cidades como São Paulo e São Luiz, onde o cadastro não é atualizado há mais de 20 anos, a abstenção bateu em 20% entre os paulistanos e chegou a 22% entre os moradores da capital do Maranhão. Já em Curitiba, onde o cadastro foi feito há um ano, a abstenção fica em 10%. Os cadastros velhos mantém como eleitores aqueles cidadãos que já morreram, que se mudaram, que já não tem obrigação de votar. “Se todos os eleitores forem recadastrados, a abstenção tende a cair para 10%, soma razoável de pessoas doentes, que viajaram ou que tem mais de 70 anos e não querem mais votar,”afirma Jairo Nicolau, um dos mais respeitados estudiosos do comportamento do eleitor.
A má interpretação dos abstenções animou a turma que combate o voto obrigatório e prentende instituir o voto facultativo. Há bons argumentos a favor de uma coisa ou de outra mas é bom lembrar que a distribuição renda favorece o voto facultativo. Ou seja: nos países onde o voto é facultativo, há uma proporção maior de ricos que comparecem às urnas, por motivos fáceis de explicar. A  pessoa tem  mais recursos, mais tempo livre, mais facilidades de locomoção, mais facilidade para deixar o trabalho e exercer o direito de escolher o governante. Imagine o voto facultativo no interior de um estado pobre, dominado por nossos coronéis. Bastaria suspender o transporte nos bairros adversários para se ganhar uma eleicão, não é mesmo?

Época

Solo de Marte é semelhante ao do Havaí, diz Nasa 31/10/2012

Missão de R$ 8 bilhões da Nasa está analisando o terreno do Planeta Vermelho


Uma sonda enviada pela agência espacial americana Nasa a Marte descobriu que o solo do planeta é semelhante ao do Havaí.

Região de Mauna Kea, no Havaí, tem minerais similares aos encontrados em Marte - NASA/JSC
NASA/JSC
Região de Mauna Kea, no Havaí, tem minerais similares aos encontrados em Marte
Um instrumento chamado CheMin, colocado na sonda Curiosity, analisou com raio-X partículas do terreno marciano. O objetivo é descobrir pistas sobre a história geológica recente do planeta. Como os cientistas já desconfiavam, a maior parte do solo é composta por materiais basálticos de origem vulcânica, exatamente como o terreno das ilhas do Havaí, nos Estados Unidos.
As amostras tiradas em Marte contêm tanto poeira que estava a milhares de quilômetros do local da sonda, mas foi trazida por tempestades, quanto areia originária da região.
"Até agora, os materiais que a Curiosity analisou são consistentes com nossas ideias iniciais que tínhamos sobre a cratera Gale, mostrando uma transição no tempo de um ambiente úmido para um seco", diz David Bish, um dos pesquisadores do projeto CheMin.
Missão bilionária
A sonda Curiosity chegou no dia 6 de agosto à cratera Gale, um vale enorme na região equatorial de Marte. A missão tem orçamento equivalente a R$ 8 bilhões.
Desde a chegada, a sonda já percorreu 480 metros em sentido leste, rumo a um local conhecido como Glenelg. Imagens de satélite revelam que este ponto é uma interseção de três terrenos geológicos diferentes.
Por ora, a Curiosity parou em uma região conhecida como "Rocknest", onde fez as primeiras análises do solo. Um dos objetivos, segundo os cientistas, é "limpar o paladar" dos instrumentos de análise, já que eles ainda estavam contaminados com pequenas partículas trazidas da Terra.
A análise do material foi a primeira vez que a Nasa conseguiu usar uma técnica chamada de difração de raio-X remotamente, em outro planeta.
A técnica já é usada há anos na Terra. As partículas analisadas são "bombardeadas" com raio-X. A forma como o raio é refletido pelas partículas do solo revelam dados sobre a sua composição química e estrutura.
Os componentes analisados têm até 150 micrometros - a largura de dois fios de cabelo humano. Foram detectadas quantidades grandes de minerais como feldspato, olivina e piroxena.
O próximo passo da sonda será usar o instrumento conhecido como Sample Analysis at Mars (SAM, na sigla em inglês), que procurará detectar materiais orgânicos, para tentar descobrir se é possível haver - ou ter havido - ambiente propício para vida em Marte.
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PF prende 6 por fraudes tributárias em São Paulo 31/10/2012

Operação policial desarticulou quadrilha especializada em crimes financeiros que movimentou cerca de R$ 400 milhões


Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta feira, 31, em São Paulo a Operação Lava Rápido para desarticular organização criminosa especializada em crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e subtração de procedimentos fiscais da Secretaria da Fazenda estadual. Foram cumpridos 6 mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Atibaia e Valinhos. A operação foi autorizada pela 2.ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

Segundo a PF, o inquérito policial teve início em março passado após a constatação de que "uma pequena igreja" havia movimentado em suas contas quase R$ 400 milhões em operações financeiras.Constatou-se que se tratava de uma empresa que jamais teve existência física e que a associação religiosa foi criada por gozar de imunidade tributária, o que diminuiria as probabilidades de fiscalização, na visão dos integrantes do grupo.
Durante as investigações, verificou-se que a criação de empresas de fachada fazia parte de um esquema para sonegação fiscal e evasão de divisas que contava com dois modos de atuação.
No primeiro modo, empresas de fachada eram criadas para que atuassem ficticiamente, recebendo recursos de empresas reais e depois remetendo os valores para o exterior por meio de doleiros, ou seja, de maneira ilegal. Essas empresas de fachada eram utilizadas por um período curto para melhor desviar a atenção da fiscalização.
No segundo modo de atuação, o grupo servia empresas devedoras do Fisco estadual, que já haviam sido autuadas ou que haviam tido seus recursos administrativos julgados improcedentes. Eles contavam com a colaboração de servidores públicos vinculados à área tributária, que atuariam principalmente no "desaparecimento de procedimentos fiscais".
Assim, enquanto os processos eram fisicamente subtraídos das instalações da repartição pública, havia também a exclusão dos registros nos sistemas de informática. Até processos com muitos volumes desapareceram.
A investigação aponta que esses documentos eram levados em partes, escondidos em bolsas ou mochilas. Ao final, eram entregues aos chefes da quadrilha que os entregavam para os empresários envolvidos. Segundo a PF, há evidências de que cada procedimento continha valores de multas fiscais que variam entre R$ 1 milhão e R$ 35 milhões.

Dilma: royalties futuros irão para Educação 31/10/2012

No início da tarde desta quarta, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, interrompeu uma  reunião da bancada do PT na Câmara dos Deputados para transmitir dois recados da presidenta Dilma Rousseff:
1. O governo não admite qualquer mudança na distribuição de royalties do petróleo que modifique contratos já assinados. A posição favorece estados produtores, principalmente Rio de Janeiro e Espírito Santo.
2. Os royalties futuros, decorrentes da exploração de campos a serem licitados, terão que ser 100% investidos na Educação.
O primeiro recado reafirma uma posição do governo federal e bate de frente com o projeto de redistribuição de royalties que seria analisado hoje no plenário da Câmara - a votação foi adiada para a semana que vem.
A segunda decisão, de acordo com o próprio Mercadante, viabiliza a proposta - aprovada pela Comissão Especial do Plano Nacional de Educação formada na Câmara, – de destinar 10% do Produto Interno Bruto para a Educação.
Todos os estados e municípios terão direito a uma parcela dos futuros royalties, mas os recursos terão que ser aplicados integralmente na Educação. 
Detalhe importante:  estados e municípios beneficiados não poderão diminuir a parcela de recursos próprios que já aplicam no setor.

Paulo Metri: Inaugurada a temporada de caça ao petróleo brasileiro 31/10/2012


Inaugurada a temporada de caça ao petróleo brasileiro
(Veiculado pelo Correio da Cidadania a partir de 30/10/12)
por Paulo Metri*
Nos dias atuais, proliferam veículos, na mídia brasileira, que utilizam a desinformação. Como exemplo, surgem artigos, editoriais, notícias e entrevistas dizendo que as rodadas de leilão de áreas para produzir petróleo devem ser realizadas, a Petrobras não tem capacidade para explorar sozinha o Pré-Sal, devido a suas limitações financeira, gerencial e tecnológica e, para ajudar o Brasil a vencer esta dificuldade, as empresas petrolíferas estrangeiras precisam ser convidadas. Nestas mensagens, para atraí-las, é necessário que as concessões do Pré-Sal sejam firmadas sob as regras da lei 9.478, o que significa revogar no Congresso a lei 12.351, recém-aprovada, devolvendo o Pré-Sal à antiga lei 9.478.
Trata-se de uma arrogância sem igual, típica de quem se acha imbatível. Para tentar convencer os leitores ou espectadores, supondo todos desatentos, lançou-se mão de inverdades, acreditando que ninguém vai contestar um grande jornal, revista semanal, rádio ou televisão. Arquitetaram com grande esmero o que pode ser chamado de a “temporada de caça ao petróleo brasileiro”. Felizmente, existem alguns sites, blogs e veículos digitais que estão dispostos a conscientizar a população e publicam novos dados e análises.
Contudo, a mídia do capital, aquela que não prioriza a sociedade, às vezes comete erros, por partir do princípio de que o povo tem um baixo nível de compreensão política. Durante dez anos seguidos (de 1999 a 2008), existiram rodadas de leilões de áreas para exploração de petróleo. Nunca trouxeram para seus veículos uma voz que advogasse a não realização destas rodadas. Em compensação, disseminaram matérias contando as supostas maravilhas das rodadas. Os leitores ou espectadores atentos devem pensar: “Que estranho insistirem tanto em um mesmo ponto!”. Neste instante, eles querem ter acesso a algo, não necessariamente divergente, mas com diferente ângulo de visão, e não encontram, porque estas matérias só existem na imprensa alternativa. Mais cedo ou mais tarde, eles conhecerão os veículos livres, comprometidos com as causas sociais, e entenderão que a grande mídia é um braço camuflado do capital, principalmente o internacional.
Na atual temporada de caça ao nosso petróleo, inúmeras matérias de comunicação satisfazem, sem serem explícitas, aos interesses estrangeiros sobre nosso petróleo. Se fosse rebater cada material divulgado, este artigo iria ficar longo e cansativo; então, comento a seguir as principais acusações dos detratores.
Começo pela que diz que, depois da descoberta do Pré-Sal, o Brasil, em vez de começar a exportar petróleo, está se distanciando da autossuficiência. Para explicar o que ocorre, é preciso desenvolver um raciocínio preliminar.
A velocidade que o governo brasileiro impõe à exploração no setor de petróleo, com uma rodada de leilões por ano, de 1999 até 2008, é do interesse único das empresas estrangeiras, que não têm petróleo em seus países de origem, e dos países desenvolvidos, que precisam do petróleo para mover suas economias. Se não forçassem a Petrobras a ter que participar de tantos leilões, mais recursos sobrariam para os desenvolvimentos de campos e a autossuficiência estaria garantida há mais tempo. Por outro lado, em cada leilão que a Petrobras não participa e não ganha, há uma perda enorme para o país. Além disso, é preciso saber que, entre a declaração de comercialidade de um campo marítimo e o início da sua produção, são necessários em média cinco anos.
Entretanto, estamos hoje bem próximos da autossuficiência, o que não ocorreria, com absoluta certeza, se em 1953 o projeto de interesse das petrolíferas estrangeiras tivesse sido aprovado. No nosso país, hoje, não existiria a Petrobras e a produção nacional seria mínima. As empresas estrangeiras não iriam para a plataforma continental quando a Petrobras foi, em 1974, pois a lógica do capital as levaria para a Arábia Saudita, o Iraque, o Cazaquistão e outros lugares promissores para o petróleo, como de fato ocorreu. Também, certamente ninguém saberia, hoje, da existência do Pré-Sal.
É interessante que não se conta, para garantir a autossuficiência, com o petróleo produzido no país pelas empresas estrangeiras. De forma pouco soberana, raciocina-se que este petróleo é delas e elas não têm a obrigação de abastecer o Brasil. Esta falta de lógica social é resguardada pela lei 9.478 de 1997 e é parte do pensamento subserviente da década de 1990, que imaginava o Brasil como economia complementar à dos desenvolvidos, mero exportador de minerais e produtos agrícolas.
Como boas críticas neoliberais, as matérias lembram sempre os prejuízos da Petrobras no segundo trimestre de 2012. Ela teve prejuízo porque o governo determinou que segurasse o preço dos derivados, uma vez que os aumentos destes preços repercutem muito no índice de inflação. Não se pode beneficiar o cidadão brasileiro em detrimento dos dividendos maravilhosos que seriam dados aos acionistas? Não se pode fazer isto eternamente, mas, de vez em quando, se pode. Além disso, os acionistas não vão ficar sem dividendos. Só não vão ter aqueles maravilhosos.
Acusam gratuitamente as mudanças do setor porque modificaram o sistema de royalties, fato catastrófico, porque desencadeou no Congresso disputa entre os parlamentares dos diferentes estados sobre a distribuição dos mesmos. É verdade que discutir o sistema de royalties foi catastrófico, mas o que os autores não percebem é que, mesmo que a lei 9.478 fosse utilizada para o Pré-Sal, os parlamentares iriam querer modificar seus artigos que estabelecem a distribuição dos royalties arrecadados. O que atraiu estes parlamentares a buscarem mudar esta distribuição foi a perspectiva de arrecadações milionárias deste tributo, quando o Pré-Sal entrasse em operação.
Criticam a lei 12.351 por atribuir à Petrobras participação obrigatória de 30% em cada consórcio e por esta empresa ser a operadora única dos novos contratos do Pré-Sal, determinações estas que seriam desnecessárias, além de outros adjetivos pesados. Assim, transmitem a visão que nos desejam impingir, a qual favorece as empresas estrangeiras. A Petrobras ser a operadora dos consórcios é primordial, pois quem compra bens e serviços para as fases de exploração, desenvolvimento e produção é a operadora. E, dentre as empresas que atuam no Brasil, só a Petrobras compra aqui. As empresas estrangeiras ganharam áreas para explorar petróleo desde 1999 e, até hoje, 14 anos depois, nenhuma delas comprou uma plataforma no Brasil. Os 30% são explicados porque nenhuma empresa consegue ser a operadora com menos de 30% de participação no consórcio.
Criar nova empresa estatal para gerir o programa, que também é motivo de crítica, é na verdade muito importante para, dentre outros objetivos, fiscalizar as contas de todos os consórcios.
Finalizando, os autores invariavelmente criticam o governo por procurar viabilizar uma exploração do Pré-Sal que visa satisfazer a sociedade. Neste momento, dizem que “o governo tenta ressuscitar a ideologia nacionalista de outros tempos”.
Buscam impor o conceito de que nacionalismo é ruim. E trazem, como única crítica ao nacionalismo, o fato de ser “de outros tempos”. Além de ser um preconceito contra o velho, chega a ser engraçado, porque princípios liberais estão nos textos de Adam Smith (1723-1790).
Aliás, seria bom reconhecermos que, graças ao nacionalismo, o Pré-Sal é nosso. Em primeiro lugar, porque o nacionalismo o descobriu. Em segundo lugar, porque foram visões nacionalistas de órgãos do governo brasileiro que lutaram para o estabelecimento da Zona Econômica Exclusiva de 200 milhas, onde se encontra mais de 90% do nosso Pré-Sal. E a conquistaram junto às Nações Unidas.
*Conselheiro da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros e do Clube de Engenharia

Vi o mundo 

Justiça sequestra R$ 81 milhões de Cachoeira e aliados 31/10/2012

Goiás247_ Carlinhos Cachoeira e seus aliados, além de sua mulher, Andressa Mendonça, continuam a enfrentar problemas com a Justiça relacionados ao patrimônio milionário que o grupo amealhou ao longo dos anos. Reportagem do jornal O Popular, de Goiânia, mostra que o juiz federal Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara Criminal de Goiânia, determinou o sequestro e o arresto de bens de 21 pessoas físicas e jurídicas ligadas ao contraventor. Os bens apreendidos já avaliados somam R$ 81 milhões. O destaque é uma fazenda que em nome de Andressa, situada no Entorno do DF e que está avaliada em R$ 20 milhões. Há também uma aeronave no nome da ex-esposa de Cachoeira, André Aprígio de Souza, avaliada em R$ 750 mil. (Confira aqui a reportagem de O Popular – para assinantes)
Em nome de Cachoeira foi sequestrada a sua casa no condomínio de luxo Alphaville. O imóvel custa cerca de R$ 1,5 milhão. O patrimônio de Cachoeira impressiona e dá inveja em muito empresário. De acordo com a reportagem de O Popular são sete veículos, 50 apartamentos, casas e salas comerciais; 30 lotes e terrenos; 12 fazendas chácaras e similares, três prédios e um avião.
Esse o segundo sequestro de bens feito pela Justiça Federal na Operação Monte Carlo, a pedido do Mnistério Público Federal. O primeiro, em menor volume, foi por crimes relacionados a corrupção. Desta vez, os crimes são de lavagem de dinheiro. Entre os bens bloqueados anteriormente pela Justiça, parte já havia sido liberada por decisão do desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
A reportagem do jornal informa que todos os bens sequestrados, cujos proprietários continuarão como fieis depositários para evitar degradação, serão alvo de nova avaliação. O juiz também determinou o sequestro e a indisponibilidade dos ativos financeiros (aplicações financeiras, depósitos, créditos, títulos, valores mobiliários, ações, moeda estrangeira) da empresa Alberto e Pantoja Construções, que seria usada por Cachoeira para lavagem de dinheiro, e em instituições financeiras, no valor superior a R$ 20 mil. O dinheiro apurado deve ser depositado em conta à disposição da 11ª Vara Criminal.
Irmãos
Segundo O Popular, os irmãos de Cachoeira, Marcos Antônio de Almeida Ramos e Paulo Roberto de Almeida Ramos, além do sobrinho do contraventor, Thiago de Almeida Ramos, também tiveram bens imóveis sequestrados. Thiago tem imóveis no valor de R$ 1,6 milhão.
Na sentença, o juiz Alderico Rocha Santos afirma que, no caso, tratam-se de crimes contra a administração pública (corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, contrabando), além de o grupo ser considerado uma organização criminosa. Ele argumenta ainda que o bem protegido na lavagem de dinheiro é distinto daqueles concernentes aos delitos antecedentes, face à autonomia do crime de lavagem.

Histeria da mídia é medo do fim do gigantismo 31/10/2012

247 - A histeria com que as famílias que controlam os veículos de comunicação mais tradicionais do País reagem à iminente aplicação da chamada Lei de Meios na Argentina é compreensível – mas é dificilmente justificável.
O medo, praticamente pânico, haja visto os editoriais histéricos e reportagens parciais que vão sendo apresentadas em veículos como a Folha de S. Paulo, a revista Veja e os noticiosos da Rede Globo, não tem nada a ver com riscos à liberdade de expressão, como se alega. Ao contrário. Baseada em vários aspectos da legislação dos Estados Unidos, que trata as questões relativas à mídia em diferentes áreas de seu arcabouço jurídico, os pontos centrais da lei argentina têm a ver com restrições à propriedade cruzada de meios de comunicação e estabelecimento de um órgão regulador para o acompanhar o setor.
O medo dos barões da mídia brasileira é que, a partir da iniciativa de Cristina, a presidente Dilma se anime em enviar ao Congresso, portanto, formalmente, um amplo projeto de lei para a reorganização do setor de comunicação. Foi exatamente isso o que a colega argentina fez – e a lei entrará em vigor a partir do 10 de dezembro.
Na Argentina, o principal atingido pela mudança na legislação será o Grupo Clarín. Mas isso deve acontecer não, precisamente, como um movimento pelo cerceamento da liberdade de expressão do jornal, mas que o grupo empresarial que controla a publicação abra mãe de seu caráter monopolista. No país vizinho,  o grupo Clarín detém quase duzentas licenças para operar tevê a cabo, quatro canais de televisão, dez rádios AM, uma FM e, ainda, o jornal de maior circulação do país. Numa economia do tamanho da Argentina, mais que um gigante é praticamente um monopólio.
Nos Estados Unidos, um grupo como o Clarín não conseguiria ter tal expressão frente aos concorrentes. Na América, desde 1930 há uma legislação que coibe a super extensão da propriedade cruzada de meios de comunicação. Há, também, um órgão federal regulador, composto por seis indicados pelo presidente da República e que têm de ser sabatinados pelo Congresso. A legislação fiscal, por outro lado, é punitiva frente ao domínio massacrante de uma emissora sobre outras. Para impedir o crescimento desmedido, que na prática poderia criar um monopólio nacional, a lei americana aumenta sobremaneira a cobrança de impostos sobre emissoras que ultrapassarem os 30% de audiência nacional em seus veículos. Assim ocorre, além da falta de incentivo ao crescimento extremo, um direcionamento para que pequenos grupos de mídia floresçam e participem do mercado. Neste sentido, a legislação americana, como é sabido, promove a liberdade de imprensa, e não a cerceia.
A legislação aprovada pela presidente argentina tem o mesmo sentido, mas, como muito do que é feito na Argentina, ganha tintas dramáticas. O governo patrocinou uma invasão às oficinas do Clarín, fez apreensões de jornais e até barrou sua circulação. Os proprietário do grupo de comunicação, em represália, não apenas ameaçam não aderir à lei, como articularam uma rede de solidariedade entre a mídia tradicional do continente.
Ligados pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), os grandes veículos do continente estão batendo duro na Ley de Medios argentina. No Brasil, grandalhões como Folha, Abril e Globo já fazem uma linha de passe que tem na histeria seu tom único. As empresas das famílias Frias, Civita e Marinho se sentem diretamente ameaçadas caso a moda argentina pegue por aqui. A Folha, que já é o maior jornal de São Paulo, detém o maior portal de internet do País, o UOL. A Abril, dona da revista de maior circulação, jamais escondeu sua vontade de ter sua própria rede de tevê. A Rede Globo, com filiais em todo o Brasil, larga presença na rede de tevês por assinatura e dona dos dois maiores jornais do Rio de Janeiro, é talvez quem mais possa perder imediatamente após uma legislação com esse espírito ser implantada no Brasil. Em nenhum lugar do mundo uma mesma companhia de comunicação detém tanto poder.
Até aqui, barrar a ida do jornalista Policarpo Jr. à CPI do Cachoeira era um traço de união entre os barões da mídia brasileira. Agora, o trio de ferro Folha-Abril-Globo está ainda mais unido, porque vislumbra-se que o atual modelo de organização da mídia brasileira tem de se adaptar aos novos tempos – e se democratizar por força de uma legislação mais avançada que a atual.
Abaixo, notícia do Portal Brasil de Fatom sobre a reação de entidades sindicais da Argentina às pressões da SIP contra a Ley de Medios:
Trabalhadores da imprensa argentina repudiam "lobby da mentira" da SIP em favor do Clarín
Frente à chegada do 10 de dezembro, data estabelecida pela Justiça para que o grupo cumpra efetivamente a lei, seus sócios empresários do continente somam-se à estratégia de propor que a legislação atenta contra a liberdade de expressão
17/10/2012
Leonardo Wexell Severo
A Federação Argentina de Trabalhadores da Imprensa (Fatpren) condenou nesta quarta-feira o "lobby da mentira" orquestrado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) – historicamente ligada à CIA e ao Departamento de Estado dos EUA - em favor do grupo monopolista de mídia Clarín, que quer continuar desrespeitando a legislação contra a democratização da comunicação.
Pela Lei de Meios, nenhum conglomerado de comunicação pode ter mais do que 24 outorgas de TV a cabo e 10 de rádio e televisão aberta. Mas o Grupo Clarín possui dez vezes mais licenças de cabo do que o número autorizado pela lei, além de quatro canais de televisão, uma rádio FM, 10 rádios AM, e o jornal de maior tiragem do país.
O fato, destaca a Fatpren, "é que frente à chegada da data estabelecida pela Corte Suprema de Justiça [10 de dezembro] para que o Grupo Clarín cumpra efetivamente com o disposto pela Lei de Serviços de Comunicação em matéria de adequação de licenças, seus sócios empresários do continente se somam à estratégia de propor que a legislação atenta contra a liberdade de expressão".
Com apoio da SIP, denunciam os trabalhadores, "os operadores do grupo Clarín fazem lobby internacional para construir a grande mentira de transformar as restrições à sua posição dominante em restrições à imprensa".
Foi assim, esclarece a Federação, que a SIP anunciou a "possibilidade de enviar uma missão ao nosso país para dezembro". O informe anual publicado pela entidade dos barões da mídia na última terça-feira (16) diz que "na Argentina a presidenta segue sem dar coletivas de imprensa e abusa da cadeia nacional".
De acordo com a Fatpren, no informe, "não fazem referência alguma, como era previsível, à inédita liberdade de expressão que reina no país e permite que os meios publiquem o que desejem sem qualquer restrição".
Porta-voz das ditaduras
A "missão" da SIP é de solidariedade patronal, alertam os trabalhadores, colocando o dedo na ferida: "Seguramente, a missão que a SIP pode enviar à Argentina terá características diferentes das que costumava ter quando vinha para condecorar ditadores, clara definição de qual é a sua posição sobre a liberdade de expressão: liberdade para que suas empresas possam aplicar, desde seus meios, políticas de pressão sobre os governos para impor seus interesses, ao mesmo tempo em que empobrecem os seus trabalhadores para domesticar o discurso".
"A SIP, organização empresarial tomada pela CIA e o Departamento de Estado dos Estados Unidos durante a década de 50, soube outorgar a medalha 'Prêmio das Américas' ao ditador Pedro Eugenio Aramburu, líder da Revolução Fuziladora [que derrubou o governo constitucional de Juan Domingo Perón em 16 de setembro de 1955] enquanto centenas de jornalistas eram perseguidos, torturados e encarcerados. Se a SIP se enfrenta ao Projeto Nacional e Popular, os trabalhadores de imprensa sabemos, sem duvidar, qual é o nosso caminho".
Grande mentira
Há 40 anos, destaca a Fatpren, organizações como a Media Freedom Foundation/Project Censored, vinculada à Universidade de Sonoma, na Califórnia, detalham "como a censura e a autocensura estão muito mais presentes nos países centrais que na nossa região, onde as patronais midiáticas a serviço das corporações econômicas têm a possibilidade de mentir diariamente, sem limite algum, para defender seus interesses antipopulares".
Frente aos desafios colocados pelo embate em defesa da verdade e a justiça, assegura a entidade, "os trabalhadores de imprensa continuaremos batalhando a cada dia, nas redações, nos espaços públicos, onde a realidade nos convoque, para alcançar uma comunicação verdadeiramente democrática, plural, participativa e diversa, e condições dignas de trabalho que nos permitam garantir ao povo seu devido direito à informação".

Dora já prevê a queda da Bastilha, aliás, do Bandeirantes 31/10/2012

247 – Dora Kramer, uma das principais colunistas políticas do País, já prevê A Queda da Bastilha, ou melhor, do Palácio dos Bandeirantes. Pelo andar da carruagem, o PSDB tem tudo para perder sua principal trincheira em 2014. Leia:
Pauliceia desnorteada - DORA KRAMER
O Estado de S.Paulo - 31\10

A gênese da candidatura de José Serra à Prefeitura de São Paulo é de alguma forma síntese das tormentosas bifurcações que assolam o PSDB.

Serra foi candidato por insistência do partido que lhe negara a presidência do instituto nacional de estudos (Teotônio Vilela) no ano anterior e na prévia municipal deu-lhe o aval de candidato com pouco mais da metade dos votos (52%).

Em miúdos, o partido queria, mas não queria muito. Houve quem enxergasse na candidatura a prefeito uma oportunidade de tirar Serra definitivamente da disputa de 2014 - projeto por ele acalentado, embora não necessariamente para presidente -, houve quem preferisse apostar na escolha de um dos quatro candidatos à prévia, mais ou menos equivalentes no tocante à baixa densidade na largada.

Seria uma solução semelhante à encontrada por Lula para o PT com Fernando Haddad que, na análise corrente hoje entre tucanos, se resultasse em derrota ao menos poderia ser menos traumática que a perda para um novato.

Prevaleceu a opinião da cúpula, Serra incluído, que quis evitar a adesão do prefeito Gilberto Kassab ao PT. Assim foi feito e aquele que motivou a candidatura revelou-se em boa medida a razão de seu fracasso.

Não se pode atribuir todo o infortúnio a Kassab. Seria retirar do PSDB suas responsabilidades. Primeiro, deu a vitória como certa e depois considerou secundárias as dificuldades.

Não enfrentou a questão da renúncia de Serra nem soube separar as duas fases da gestão de Kassab, uma como herdeiro, outra como prefeito eleito.

Houve alertas internos nesse sentido? Houve, mas caíram no buraco negro das dissensões, teimosias, animosidades, autofagia, corpo mole e tudo o mais que agora desautoriza as reclamações do departamento de engenharia de obra feita. Se houvesse unidade, comando e tirocínio no partido, o efeito deletério não teria encontrado terreno fértil.

Tudo começa com a cizânia decorrente da candidatura em 2008, depois da interinidade herdada como vice de Serra na chapa vitoriosa quatro anos antes. Muito bem avaliado no mandato-tampão, Kassab ganhou, impôs uma derrota a Geraldo Alckmin que sequer foi ao segundo turno, mas aprofundou a divisão do PSDB e criou enormes arestas.

Depois dos primeiros seis meses na posse de um mandato de fato e direito, desmontou a equipe anterior e começou a dilapidar o patrimônio que amealhara com uma administração considerada desastrosa.

Ao mesmo tempo, na política se aproximou do governo federal tendo como instrumento a criação de um partido (PSD) para prestação de serviços a todas as forças detentoras de poder municipal ou estadual com o objetivo primeiro de ampliar e consolidar seu espaço em São Paulo.

Na eleição, desistiu do PT por alegado compromisso de "lealdade" para com José Serra. Fidelidade que não esperou esfriarem as urnas: a vitória de Fernando Haddad não tinha completado 15 minutos quando Kassab ofereceu sua tropa na Câmara Municipal para dar-lhe "apoio incondicional". Irrestrito, pois.

Junte-se a isso um ministério, mais uma bancada de 47 deputados federais com boa perspectiva de ampliação em 2014 devido à conquista de 497 prefeituras e está feita a receita de Gilberto Kassab para derrubar o PSDB e tornar-se a segunda força política em São Paulo, de braços dados com o PT.

Movimenta-se para fazer com os tucanos de São Paulo o que fez com o DEM no plano nacional no momento em que o partido passava igualmente por uma crise de carência de comando e abundância de discórdia interna.

E o que diz o PSDB enquanto é sorvido ao molde de um mingau, pelas beiradas? À falta de porta-voz autorizado, olha para a cena desorientado, sem saber como dar uma meia volta volver nessa marcha cujo ritmo delineia a perda da principal trincheira em 2014.


Grécia e Troika acertam novo corte de 13,5 bilhões de euros 31/10/2012

Antes de serem aprovadas, medidas serão discutidas e votadas pelo Parlamento grego

O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, anunciou nesta terça-feira (30/10) que o governo chegou a um acordo com representantes da Troika (grupo formado por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) para um corte orçamental de 13,5 bilhões de euros para 2013. Resta agora aprovar as medidas internamente, em uma votação no Parlamento que será apresentada na quarta-feira e votada na próxima semana. As informações são da agência de notícias France Presse.

Com o acordo, o país receberá do grupo um aporte de 31,5 bilhões de euros, utilizado para o rolamento da dívida soberana do país. Segundo Samaras, sem essa quantia, o estado grego não terá dinheiro para ir "além do final de novembro".

As negociações duraram quatro meses e, segundo fontes governamentais, a Troika teria aceitado algumas sugestões do governo para apaziguar as medidas de austeridade, que têm causado cortes no funcionalismo público, queda de investimentos e desemprego.

Em comunicado, Samaras diz que a Grécia foi até a "exaustão de todos os limites de pressão e tempo" para finalizar as negociações, e congratulou-se por "melhoras significativas feitas até ao último momento". Samaras pressionou o Parlamento para aprovar a medida pois, segundo ele, isso garantiria a presença do país na zona euro.

A reforma trabalhista, que prevê uma série de perdas de direitos dos trabalhadores, será apresentada no Parlamento na segunda-feira. O exame detalhado das medidas acordadas entre o governo grego e a Troika está reservada para a próxima reunião formal do eurogrupo, em 12 de novembro.

Crise interna

Há uma pequena possibilidade de a proposta não ser aprovada no Parlamento. O governo de Antonis Samaras é liderado pelo partido conservador Nova Democracia, em aliança com duas legendas de centro-esquerda: o tradicional rival Pasok (Partido Socialista Pan-helênico) e o recém-formado Dimar (Esquerda Democrática). O líder do Dimar, Fotis Kouvelis, adiantou em entrevista a uma rádio local que seu partido "não concorda com o novo acordo" e que sua formação política "lutou pela manutenção das leis trabalhistas apresentando argumentos específicos para proteger direitos que já estavam enfraquecidos".

Ainda assim, abriu espaço para diálogo e compromisso, garantindo que o seu partido "quer verdadeiramente que haja coesão no governo e não deseja uma crise política ou governamental".

No entanto, o possível veto do Dimar não seria um obstáculo para barrar a aprovação do acordo. O governo soma 176 representantes, bem mais do que os 151 necessários para aprovar as alterações orçamentárias. Sem os 16 membros do Dimar, o acordo entre Troika e governo seria aprovado com 160 votos (127 do ND e 33 do Pasok). Para que ele seja recusado, precisaria contar com 13 votos contrários do Pasok.

Segundo o Athens News, o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, do Pasok, tem pressionado deputados do partido anão oferecerem resistência – principalmente em relação ao projeto de privatizações.   

Os US$ 22 milhões de Maluf em Jersey serão devolvidos à prefeitura 31/10/2012

247 – Ao longo da campanha municipal vitoriosa em São Paulo, Fernando Haddad tomou sua decisão política mais arriscada quando aceitou posar para fotos ao lado do aliado Paulo Maluf, do PP, nos jardins da mansão do ex-prefeito.
Logo que for empossado, Haddad terá que se debruçar sobre um processo que pede o repatriamento de US$ 22 milhões que teriam sido supostamente desviados da prefeitura para contas bancárias nas Ilhas Jersey. A esse respeito, o prefeito eleito falou à jornalista Vera Magalhães (assinante da Folha leia aqui).
“A prefeitura, na minha gestão, vai cumprir a lei. O prefeito não tem o direito de decidir dar ou não seguimento a essa iniciativa.
É um dever, não um direito. Não há o que se fazer”, disse ele, que preferiu não atribuir responsabilidade direta a Maluf.Não conheço o processo. Se a Justiça tomar essa decisão, o resgate é imperioso.”
Haddad afirmou ainda que espera ter o apoio de Gilberto Kassab, do PSD, e que a dívida de São Paulo com o governo federal, de R$ 52 bilhões, será renegociada.

Folha também teme “epidemia” contra a mídia 31/10/2012

247 – O debate sobre a democratização dos meios de comunicação ainda engatinha no Brasil, mas as reações dos grandes grupos de comunicação são visíveis. Ontem, no Jornal Nacional, a Globo exibiu longa reportagem da jornalista Delis Ortiz sobre a “epidemia” que pode se alastrar pelo continente. Por “epidemia”, entenda-se a “Ley de Medios” argentina, que tenta evitar a concentração do poder midiático em poucas mãos, o que obrigará o grupo Clarín a vender parte de suas concessões de TV a cabo, até o dia 7 de dezembro.
Assim como a Globo, a Folha também se solidarizou ao Clarín, dedicando três reportagens à “epidemia” na edição de hoje. Numa delas, o jornal informa que o Clarín não venderá suas concessões e se prepara para uma batalha legal com o governo argentino (assinante leia aqui). Em outra, assinada pela correspondente Sylvia Colombo, condena a gestão da publicidade oficial no país vizinho, que teria destinado 606 milhões de pesos à “mídia amiga”, fazendo com que o Estado se tornasse o maior anunciante argentino (leia aqui). Enquanto o Clarín, equivalente à Folha seria prejudicado, estariam sendo favorecidos jornais apontados como menos independentes, como Página 12, supostamente alinhado à Casa Rosada.
Por fim, a Folha cita ainda o exemplo da Venezuela, onde um canal estatal estaria até produzindo uma novela que faria apologia ao socialismo bolivariano, chamada “Teresa em tres estaciones”.
O receio dos grandes grupos de comunicação é que o exemplo argentino seja copiado no Brasil, especialmente agora que lideranças petistas, como Rui Falcão e José Dirceu, falam em colocar este tema na agenda pública.

Um pouco da História: 30 de Outubro - Dia do Quadro de Material Bélico 31/10/2012




 
 Um dos veículos que integram o Quadro de Material Bélico é o Cascavel. Na foto, duas viaturas Cascavel, durante o desfile alusivo ao Dia da Independência, popular 7 de Setembro, em Porto Alegre (RS). - Foto: Gustavo Nardon/Defesanet



As origens do Material Bélico (Mat Bel) remontam ao Brasil Colônia, quando aqui se procurou organizar uma estrutura embrionária de manutenção para os equipamentos das forças militares. Não existiam estabelecimentos fabris, o que acarretou grandes dificuldades para as atividades de manutenção e suprimento das armas e demais petrechos de guerra.

Nesse contexto, em 1762, na Capitania do Rio de Janeiro, foi fundada a primeira unidade específica de material bélico, a CASA DO TREM. Esta denominação provém da expressão portuguesa “Trem de Artilharia”, que compreendia todo o material bélico utilizado pelas tropas.

No brasão de armas da Casa do Trem, estavam sobrepostos dois canhões coloniais cruzados, os quais, até hoje, são ostentados orgulhosamente pelos matbelianos em seus uniformes, como guardiões de uma tradição de mais de dois séculos.Com a vinda da Família Real, novas medidas foram implementadas por determinação do Príncipe Regente D. João. Em 1810, criou-se a Companhia de Artífices, que passou a formar mão de obra especializada para o Arsenal Real, em substituição aos soldados que, até então, eram oriundos dos Regimentos de Artilharia.

Em 1811, D. João mandou criar a Real Junta de Fazenda dos Arsenais, Fábricas e Fundição da Capitania do Rio de Janeiro, nomeando seu primeiro presidente o Tenente-General Carlos Antônio Napion, que já havia exercido cargo semelhante em Portugal.

O Tenente-General Carlos Antônio Napion nasceu em Turim (Itália), em 30 de outubro de 1757. Sua história confunde-se com os primórdios do Material Bélico no Brasil.

Em 1800, após a conquista da Itália por Napoleão, o Ten Gen Napion passou a servir ao Reino de Portugal, vindo para o Brasil em 1808, na comitiva da Família Real. Aqui chegando, foram-lhe atribuídas múltiplas e difíceis missões ligadas à defesa e à implantação da indústria e do ensino militar superior.

No setor de Material Bélico, criou e dirigiu a Fábrica de Pólvora da Lagoa e o Arsenal Real do Exército, origem do atual Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro. Foi também Inspetor Geral de Artilharia, aprimorando a estrutura das fortalezas da Colônia e ampliando a Real Fábrica de Armas da Conceição. Tais organizações foram as raízes da estrutura de Material Bélico no Exército Brasileiro.

Como presidente da Junta Militar da Academia Real Militar, criada por D. João, em 1810, coube ao Ten Gen Napion organizá-la e dirigi-la, fato este que lhe conferiu o privilégio de ter sido o primeiro comandante das Academias Militares em terras brasileiras e ter o seu nome em primeiro lugar na galeria de ex-comandantes da Academia Militar das Agulhas Negras, permanecendo nesta função até a sua morte, em 27 de junho de 1814.

O precioso legado de suas profícuas realizações tornou-o merecedor do reconhecimento da Instituição e do País, que o consagrou Patrono do Quado de Material Bélico

Após a independência, novos arsenais foram construídos no Rio Grande do Sul, na Bahia e em São Paulo, os quais, juntamente com o “Trem de Mato Grosso”, incumbiram-se de realizar, naquelas regiões, as atividades do apoio de Material Bélico. Espingardeiros, coronheiros e artífices  disseminavam, assim, as tradições que o matbeliano de hoje trabalha por honrar.

A Guerra da Tríplice Aliança representou o ponto alto da atuação dos arsenais e fábricas no século XIX. Afora a deficiência de suprimentos, o então Marquês de Caxias deparou-se com a precariedade do material bélico existente. Em sua preparação para a arrancada vitoriosa, o invicto General reequipou a Infantaria e a Cavalaria, bem como dotou a Artilharia com novas peças, fabricadas, em sua maior parte, no País, a fim de reduzir ao máximo a dependência da importação de armamento e munição, indispensáveis às operações de guerra.

Durante a República, em 1915, instituiu-se, no Exército Brasileiro, o Serviço de Material Bélico e, três anos depois, foi inaugurado, no Rio de Janeiro, o Depósito Central de Material Bélico, com a missão de estocar o armamento e a munição da então denominada Diretoria de Material Bélico.

O Estado-Maior do Exército criou, na década de 1930, a Seção de Motomecanização. Em 1938, os blindados Renault, adquiridos na década anterior, foram substituídos pelos carros Ansaldo, de fabricação italiana, que passaram a mobiliar o recém-criado Esquadrão de Autometralhadoras. Mais tarde, tornou-se o Centro de Instrução de Motorização e Mecanização (CIMM), primeiro centro de instrução de Material Bélico. Em 1942, o CIMM transformou-se em Escola de Motomecanização, sob o comando do então Tenente-Coronel Artur da Costa e Silva, futuro Presidente da República.

Durante a Segunda Guerra Mundial, implementou-se a 1ª Companhia Leve de Manutenção, integrante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, a qual foi organizada em três pelotões: o de suprimentos, o de evacuação e reparação auto e o de reparação de armamento, além de uma seção de comando. Fruto das experiências colhidas na campanha da Itália, o Exército reformulou seu apoio de Material Bélico, criando, em 1946, batalhões de manutenção e companhias de manutenção leves, médias e especiais.

Como consequência natural de toda essa evolução, em 1959, foi criado o mais novo componente operacional do Exército, o Quadro de Material Bélico. Sua lei de criação estabelecia que o Material Bélico tivesse as seguintes finalidades:

“Reunir, num só quadro, todos os oficiais que exerçam funções relativas à pesquisa, estudo, fabricação, recuperação, armazenamento e manutenção de material bélico: armamento, munições e explosivos, material de guerra química, instrumentos e equipamentos de observação e direção de tiro,
viaturas, combustíveis e lubrificantes;

Prover as necessidades em pessoal especializado para o exercício de funções de direção, chefia e comando e execução em órgãos da alta administração do Ministério da Guerra, diretorias incumbidas do suprimento, manutenção e fabricação de material bélico, serviços dos grandes comandos, fábricas, arsenais, parques e depósitos, bem como unidades de manutenção.”


Em 1986, com a aprovação pelo Estado-Maior do Exército do manual de campanha C 9-1 – Emprego do Material Bélico, definiu-se a doutrina de emprego até hoje vigente, atribuindo-se ao Quadro, desde então, missões de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico.

As missões de combate consistem no seu emprego como arma base e englobam a defesa de seus locais de trabalho, a sua própria proteção em marchas e estacionamentos, as ações preventivas e repressivas como integrante de forças de segurança de área de retaguarda e, mesmo, o seu emprego como infantaria em situações excepcionais de combate.

As missões de apoio ao combate compreendem a destruição e remoção de granadas e bombas, as informações e a assistência técnica, a defesa química, biológica e nuclear, as inspeções e o estabelecimento de normas técnicas.

As missões logísticas, razão inicial da criação do Material Bélico, são cumpridas por meio de atividades de suprimento e manutenção dos materiais de defesa, da coleta e evacuação do material salvado e capturado; em situações peculiares, essas missões poderão incluir o transporte de material de defesa.

Em síntese, cabe ao Material Bélico assegurar o apoio cerrado e contínuo, que confere o poder de fogo e a mobilidade ao Exército Brasileiro. O renascimento da Aviação do Exército e as recentes operações de manutenção de paz têm demonstrado que, sem um eficiente apoio de Material Bélico, tais missões ficam seriamente comprometidas.

Sendo assim, com as perspectivas de o Brasil se firmar cada vez mais como uma liderança no cenário internacional, aliado ao fato de o País possuir uma das maiores reservas de biodiversidade do planeta, cresce em importância a aquisição, por parte do Exército Brasileiro, de modernos materiais de defesa capazes de garantir a operacionalidade da tropa em ambientes de combate com  características assimétricas. Nesse sentido, os integrantes do Quadro de Material Bélico vêm  buscando seu constante aperfeiçoamento, a fim de estar à altura dos novos desafios advindos do combate moderno.

OPTO – Tecnologia Nacional no Espaço e Defesa 31/10/2012

A empresa OPTO Eletrônica SA eleva a novos patamares a tecnologia nas áreas de espaço e defesa . é a principal fornecedora de optrônicos para as forças armadas brasileiras e referência no ramo na América Latina




  Ministro Amorim recebe detalhes dos técnicos da OPTO na visita do dia 22 Outubro. Foto - OPTO

A OPTO recebeu, no dia 22 de Outubro,   a visita do ministro da Defesa Celso Amorim, acompanhado de uma comitiva do Ministério e de integrantes do Comando da Aeronáutica. Os visitantes percorreram as instalações da unidade e conheceram equipamentos produzidos pela companhia nas áreas médica, aeroespacial e de defesa. “As contribuições da Opto para a sociedade brasileira são extraordinárias”, afirmou o ministro.

Espaço

Os integrantes do Ministério e oficiais foram recebidos pela alta direção da OPTO. A visita teve como objetivo conhecer o segundo modelo de vôo da câmera de imageamento para satélite MUX, que seguirá para a China e irá equipar o satélite sino-brasileiro CBERS-4.  A OPTO, empresa de tecnologia 100% nacional, é a principal fornecedora de optrônicos para as forças armadas brasileiras e referência no ramo na América Latina.

A câmera de imageamento para satélite MUX,  é considerada por especialistas independentes, como um marco da engenharia nacional.  Trata-se da primeira câmera no gênero inteiramente desenvolvida e produzida no País. O equipamento, feito na matriz da Opto, em São Carlos, coloca o Brasil entre os 10 países do mundo a dominar a tecnologia de imageamento aeroespacial. De nome MUX (de multiespectral), a câmera é destinada ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais. 

A MUX pesa mais de 120 kg e é capaz de fazer imagens com 20 metros de resolução do solo, a mais de 750 km de altitude. Desconsiderando a curvatura da Terra e as nuvens (para exemplificar), seria como se, de São Carlos/SP, fosse possível enxergar um ônibus em Brasília/DF. A faixa de largura imageada, extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 km de largura.

A primeira câmera MUX foi enviada pela OPTO  Eletrônica, à China,  em março deste ano. Ela irá equipar o satélite sino-brasileiro CBERS 3. O satélite CBERS 3 tem lançamento programado para novembro deste ano e será levado à órbita por meio do foguete chinês “Longa Marcha”.

Foram construídas versões sucessivas de protótipos, denominadas modelos de engenharia, de qualificação e de voo (modelo final) da câmera MUX. O modelo de qualificação, por exemplo, foi exaustivamente testado (como em provas extremas de choque e vibração). O objetivo da bateria de testes e ensaios foi assegurar que o projeto (e consequentemente o equipamento) suporta as cargas de lançamento e as condições de temperatura, radiação e vácuo no espaço, além de verificar se ele atende aos requisitos de envelhecimento e compatibilidade eletromagnética com os outros sistemas do satélite, mantendo sempre o melhor desempenho funcional.

O ministro Celso Amorim demonstrou apreço pelas inovações produzidas dentro da companhia. “A contribuição da OPTO, por todas as coisas que eu vi nas aplicações médicas, na área de defesa, com o satélite de observação da Terra que nós temos em parceria com a China, são contribuições extraordinárias. O que a OPTO faz é estratégico para o País, sobretudo do ponto de vista da [área de] Defesa.”

Defesa e Segurança Pública

Entre os equipamentos produzidos pela Opto para a área de Defesa, estão as Espoletas Ativas de Proximidade dos Mísseis Ar-Ar Piranha MAA-1 (homologado desde 1998), do MAA-1B, e do Míssil Antirradiação MAR. Estes sistemas têm a função de detectar a presença do alvo dentro do alcance da cabeça de guerra do míssil. A Opto também desenvolveu a Óptica da Unidade de Apontamento e Guiamento (UAG) e sistema de imagem termal (EITMSS, com uso de detectores refrigerados criogenicamente) do Míssil Solo-Solo MSS-1.2, a pedido do Exército Brasileiro.

A empresa integra ainda o projeto de desenvolvimento do Imageador Infravermelho (seeker) do Míssil de 5ª. Geração A-Darter, competidor direto do AIM-9X (EUA), IRIS-T (Consórcio Europeu) e do ASRAAM (Inglaterra). O projeto é fruto de uma parceria entre o Brasil e a África do Sul.  Há ainda o Monóculo Termal VDNX-1, considerado um dos mais leves e compactos do mundo – podendo ser acoplado a capacetes e vários armamentos –, indispensável no combate ao tráfico de drogas em regiões de fronteira, por exemplo.

A área Aeroespacial e de Defesa da OPTO conta com modernas instalações para montagem, integração de subsistemas, realização de testes ópticos de precisão, além de ampla gama de instrumentos para desenvolvimento de avaliações e validação de sistemas optoeletrônicos embarcados, que asseguram a conformidade com os padrões e protocolos mais rigorosos do setor.

Ao final da visita, o ministro recebeu uma homenagem dos funcionários da companhia, por meio de uma placa (afixada ao lado da Sala Limpa da empresa), e de uma reprodução desta em miniatura, presenteada ao ministro.