19.03.2012                        
Escrito por Bianka de Jesus  
Havana  (Prensa Latina) Em 14 de março de 1883 faleceu Carlos Marx, filósofo e  economista alemão, cuja obra e influência transcendem até hoje, como  previu ante sua tumba Federico Engels, fiel amigo e cofundador do  socialismo e do comunismo científicos. Vítima há meses de uma doença  pulmonar, sua morte ocorreu em Londres, serenamente como se estivesse  dormindo, e foi enterrado em 17 de março junto a sua esposa Jenny,  falecida de câncer em 2 de dezembro de 1881.Marx nasceu em 5 de maio de 1818 em  Tréveris (cidade da Prússia renana); estudou nas universidades de Bonn e  Berlin, Direito, História e Filosofia; escreveu em vários meios de  imprensa, e submeteu sua análise e crítica às ideias filosóficas,  econômicas e políticas precedentes.
Sua concepção materialista e dialética,  quanto à filosofia e a sociedade, levam-no a fundar junto a Federico  Engels (1820-1895) uma nova doutrina ideológica.
Marx era, antes de mais nada e,  sobretudo, afirmou Engels, um revolucionário; o homem mais odiado e mais  caluniado de seu tempo...e morre venerado, amado, chorado por milhões  de operários semeados por toda a órbita, desde as minas da Sibéria até a  ponta da Califórnia.
E bem posso dizer com orgulho -asseverou- que, se teve muitos adversários, não conheceu seguramente um só inimigo pessoal.
Assim continua até nossos dias tudo o  referente a Carlos Marx, venerado por milhões e repudiado por outros que  tratam de minimizar seu prestígio para além dos tempos e da lógica.
Sua vida esteve intimamente unida ao  movimento operário e à criação da doutrina denominada marxista, a que  mais prevaleceu desde então, incluídas suas variantes, não só no  proletariado, senão entre as forças de esquerda e socialistas em geral.
Uma boa parte de seus esforços dedicou-os à ciência econômica e a demonstração de sua descoberta a respeito da mais-valia.
É autor de numerosas obras, algumas em  colaboração com Engels, como A sagrada família, A ideologia alemã e o  Manifesto Comunista.
Entre as mais notáveis suas estão,  Contribuição à crítica da economia política (1859) e O Capital (tomo I,  1867); outros textos neste campo foram publicados postumamente.
Marx e Engels fundaram sua amizade em  1844, em Paris, onde residia o primeiro, e depois de afiliar-se à  sociedade secreta Liga dos Comunistas e assistir a seu II Congresso  (1847), redigiram a petição do agrupamento o Manifesto (1848), sem  dúvida um importante documento.
"Um fantasma percorre a Europa: o  fantasma do comunismo. Todas as forças da velha Europa se uniram em  santa cruzada para acossar a esse fantasma...", começa o texto e termina  com a exortação "Proletários de todos os países, uni-vos!"
Foi também o mentor da Associação  Internacional dos Trabalhadores (1864-1872), a I Internacional, criada  em Londres em 28 de setembro de 1864; escreveu seu primeiro Manifesto e  diversos acordos, declarações e apelos.
Suas maiores contribuições radicaram no campo teórico, segundo expressou Engels ante sua tumba.
Bem como Darwin descobriu a lei da  evolução da natureza orgânica, Marx, a lei pela qual se rege o processo  da natureza humana e a especial que preside a dinâmica do regime  capitalista de produção e da sociedade burguesa engendrada por ele (a  lei da mais-valia).
A primeira explica-a Engels com palavras  singelas: até ele aparecia soterrado baixo uma fumaça ideológica que o  homem precisa acima de tudo, comer, beber, ter onde habitar e com que se  vestir, antes de dedicar à política, à ciência, à arte, à religião.
Ou, seja, a produção dos meios materiais  e imediatos de vida, o grau de progresso econômico da cada povo ou da  cada época -destaca-, é a base sobre a que depois se desenvolvem as  instituições do Estado, as concepções jurídicas, a arte e inclusive as  ideias religiosas das pessoas desse povo ou dessa época.
À luz de seu método, denominado  materialismo histórico, escreveu três obras com respeito à história  francesa: As lutas de classes na França de 1848 a 1850, O 18 Brumário de  Luis Bonaparte e A guerra civil na França (1870-1871).
Não obstante o desaparecimento da União  Soviética e do chamado Campo Socialista no final do passado século,  milhões de pessoas estão convencidas que "um fantasma percorre o Mundo: o  fantasma de Carlos Marx", parafraseando o Manifesto Comunista.
Desde 2003, Havana foi sede de várias  conferências internacionais com o título Carlos Marx e os Desafios do  Século XXI, com a participação de numerosos cientistas sociais de  diversa procedência.
"Hoje Marx e Engels estão mais próximos  que nunca, porque nunca como agora tem sido o capitalismo tão voraz e  destruidor", sustenta a professora cubana Isabel Monal, uma das  organizadoras do foro e da revitalização de suas ideias.
Prêmio Nacional de Ciências Sociais  (1998), Monal é Doutora em Ciências Filosóficas, diretora da Cátedra de  Estudos Marxistas, do Instituto de Filosofia, e diretora da revista Marx  Agora.
Conta em seu aval os estudos realizados  na Universidade de Havana, cursos em Educação e em Filosofia, no San  Francisco State College e em Harvard, Estados Unidos; bem como trabalhos  de investigação na Universidade de Humboldt, da Alemanha.
*Historiadora, jornalista e colaboradora da Prensa Latina
http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=6f4b7fd3eea0af87f9990faa8e3287f1&cod=9480
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