quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Morte de defensores de direitos humanos é denunciada na ONU 02/11/2016


 

Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos encaminhou pedido de ação urgente à Organização das Nações Unidas (ONU) para que intervenha junto ao Brasil contra os assassinatos de defensores de direitos humanos em Rondônia; segundo o comitê, de janeiro a outubro deste ano, pelo menos 17 defensores foram mortos no estado, o que representa 30% das mortes do país





Andreia Verdélio, repórter da Agência Brasil* - O Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos encaminhou pedido de ação urgente à Organização das Nações Unidas (ONU) para que intervenha junto ao Brasil contra os assassinatos de defensores de direitos humanos em Rondônia. Segundo o comitê, de janeiro a outubro deste ano, pelo menos 17 defensores foram mortos no estado, o que representa 30% das mortes do país.

A pesquisadora da Justiça Global, Organização Não Governamental (ONG) que faz parte do comitê, Alice de Marchi, disse que 55 pessoas já morreram este ano no Brasil por causa da luta pelos direitos humanos. "E esse é o número que chega ao comitê, pode ser muito mais. E a velocidade nas retaliações em Rondônia está preocupando várias organizações. É muita morte em um estado só", explicou.

Segundo ela, Rondônia tem um contexto especial na questão agrária porque a maioria da terra é território da União e têm uma série de entraves e burocracia na hora de resolver os conflitos de terra. "Tem uma certa dinâmica em que um fica empurrando pro outro a responsabilidade, Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e governo do estado, e os conflitos continuam acontecendo, e estamos em estado alarmante", disse.

Uma missão do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, em junho deste ano, também produziu um relatório com recomendações gerais e específicas a serem implementadas.

Eles identificaram os principais tipos de conflitos na região: aqueles vivenciados pelas comunidades atingidas por barragens; a tensão com os latifundiários, oriunda do problema da grilagem de terras públicas; conflitos em decorrência de políticas ambientais de viés conservacionista e da inexistência de implementação das Reservas Extrativistas; finalmente, os que atingem povos indígenas e quilombolas, causados por racismo ambiental, pois esses são impedidos de ter acesso a políticas públicas de direitos básicos, e pelo sucateamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Incra.

"Ainda assim, é uma morosidade, uma falta de resposta. Como os assassinatos continuam acontecendo, queremos chamar a atenção de uma maneira mais alardeada e sensibilizar as autoridades locais. Se estivesse acontecendo em um estado mais central talvez tivesse mais visibilidade", argumentou.

Segundo Alice de Marchi, agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, quilombolas e indígenas têm uma concepção socioambiental de vida, então eles travam uma luta pela terra que também é uma luta pelo meio ambiente. "A grande maioria que defende o meio ambiente também vive nele e vive de um modo sustentável, que bate de frente com o modelo desenvolvimentista, que é de desmatamento, construção de grandes hidrelétricas, desvio de cursos de rio. Tudo isso favorece as grandes empresas, mineradoras, o agronegócio e é o grande gerador de conflitos", explicou.

Acordo operacional pode viabilizar regularização fundiária

Em nota à imprensa, a Superintendência Regional do Incra em Rondônia informou que chegou a um acordo operacional com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário do estado, dentro do Programa Terra Legal, no sentido de viabilizar a regularização fundiária de dez áreas prioritárias em situação de conflito agrário no estado. A assinatura do acordo ocorreu no dia 26 de outubro.

Segundo o Incra-RO, Rondônia conta atualmente com 106 áreas em situação de disputa, situadas em 23 municípios, com 8.759 famílias acampadas, sendo 25% enquadrados em alto grau de risco de ocorrência de conflitos graves. Do total de imóveis ocupados, cerca de 75% dependem de ação direta do Programa Terra Legal e 25% demandam atuação do Incra.

A expectativa do comitê é de que os seis relatores da ONU que receberam o documento cobrem do governo federal um plano de proteção para as defensoras e defensores vulneráveis e adote medidas para impedir novos ataques aos acampamentos e assentamentos dos movimentos sociais, garantam que as milícias privadas e grupos de extermínio estejam nas prioridades de combate das autoridades brasileiras, com atuação da Polícia Federal, entre outras medidas que enfrentem a causa estrutural da violência, que é a questão da terra.

A Agência Brasil também procurou o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos e não obteve retorno.

"Esse recrudescimento da violência a defensores de direitos humanos, principalmente no campo, tem a ver com o cenário político de forças conservadoras que dá uma legitimidade na desqualificação de movimentos sociais", disse Alice, explicando que a principal preocupação é com a situação dos defensores, entre eles advogados populares e líderes de movimento, alguns deles mulheres que também são desqualificadas por isso.



http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/263553/Morte-de-defensores-de-direitos-humanos-%C3%A9-denunciada-na-ONU.htm

Ocupações mostram que luta contra Temer continua 02/11/2016

 





Na tarde de ontem, quando Eleonora Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres no governo Dilma Rousseff, sentou-se para dar uma a entrevista ao 247, o mapa das mobilizações de estudantes contra a Reforma do Ensino Médio e contra a PEC 241, agora PEC 55, mostrava as dimensões de uma luta gigantesca. Eram 1149 instituições de ensino ocupadas no país: 1016 escolas, 51 universidades e 82 institutos federais, numa mobilização que tende a crescer, mesmo enfrentando medidas de repressão cada vez mais violentas.

"A luta dos estudantes mostra que a resistência democrática continua cada vez mais ativa. Mesmo após as eleições municipais, que representaram uma derrota de toda a esquerda, o governo de Michel Temer está longe de ter o domínio da situação política,"diz Eleonora. "A luta continua,sempre."

Conhecida por uma militância política a favor dos direitos da mulheres e da defesa intransigente da democracia, a feminista Eleonora conhece as lutas estudantis por experiência própria. Estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais, teve uma longa experiência nas mobilizações de sua geração, que marcaram a resistência à ditadura de 1964. Em 1965 foi vice-presidente da União Estadual de Estudantes/MG e no ano seguinte foi eleita vice-presidente da UNE, no Congresso de 1966, realizado em BH. Presa e torturada nas dependências do DOI-CODI de São Paulo, quando testemunhou a morte do jornalista militante Luiz Eduardo da Rocha Merlino, Eleonora foi companheira de cela de Dilma Rousseff. Professora titular de Medicina Coletiva na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ela deu o seguinte depoimento ao 247:

BRASIL 247 -- O Brasil parece viver uma situação política especial. O mesmo país onde a esquerda sofreu uma derrota profunda, nas eleições municipais, assiste a uma mobilização cada vez maior dos estudantes, que resistem a Medida Provisória da Educação e a PEC 241, hoje PEC 55. Recentemente, tivemos a greve dos bancários, uma das maiores da história. Como entender isso?

ELEONORA -- Não há dúvida que o campo da esquerda sofreu uma grande derrota nas eleições. Não foi uma derrota do PT, apenas. Todos os partidos de esquerda perderam, inclusive o PSOL. Essa derrota eleitoral é uma continuação do golpe que afastou a Dilma e se manifesta no plano das instituições. Foi produzida pela judicialização da política, por uma campanha permanente e coordenada de mentiras. O campo democrático perdeu no Brasil inteiro, menos no Acre, São Luiz e alguns municípios do Maranhão e em Fortaleza. Não dá para explicar um resultado dessa dimensão sem levar o golpe em conta, como o fator principal. É fruto de um processo, longamente preparado, articulado, acredito, desde 2013.


247 -- Como explicar, numa situação como esta, que os estudantes estejam engajados em mobilizações importantes, mais amplas do que as realizadas antes do golpe?

ELEONORA -- Eu acho, em primeiro lugar, que não falta motivo para resistir. Os estudantes já perceberam que terão muito a perder e não querem se render. Mesmo mantendo um agudo espírito crítico em relação ao que se fez nos últimos anos, eles não deixam de reconhecer os imensos avanços realizados, as oportunidades oferecidas. Como pensar na formação da cidadania com uma proposta de educação baseada na Escola sem partido?Foi por isso que uma estudante, Ana Julia, foi capaz de dar um depoimento maravilhoso na Assembléia do Paraná, onde limitou-se a dizer verdades que podem ser ditas com serenidade e um sorriso. Outros setores já perceberam essa necessidade, também, como o movimento de mulheres, o feminismo, o movimento sindical do campo e da cidade. Eles também estão engajados, ainda que de forma mais lenta, o que é natural, pois enfrentam situações muito diferentes. A política é sempre um processo pedagógico e, para muitas pessoas, o aprendizado está apenas começando. Muitos chegaram a acreditar que o PT e o governo foram afastados porque cometeram "muitos equívocos." Claro que em treze anos de governo, alguns equívocos aconteceram. Falo dos avanços e acertos. Por exemplo, pela primeira vez implantou-se no Brasil uma política universal de enfrentamento à violência contra as mulheres, desde as Casas da Mulher Brasileira, o disque 180, o combate incessante a cultura do estupro. Não dá para negar avanços importantes no ensino, iniciados na gestão do Fernando Haddad e consolidados com Aloizio Mercadante, que tem autoridade para atuar contra a MP do Ensino Médio e contra a PEC 55. Mas o aprendizado permitirá perceber que fomos afastados por nossos acertos, por aquilo que fizemos de bom para o povo. Este processo pedagógico ajuda a colocar as coisas em seu devido lugar. Mostra que é preciso pesar os fatos, analisar e refletir. Todo o esforço do Temer e seus aliados consiste em tentar colocar na defensiva, como uma força isolada, sem futuro. Mas como acreditar nisso quando a gente sabe que o Lula continua o candidato favorito em 2018 e que segue o mais popular presidente da História?

247 -- A perseguição a Lula, que pode levar a cassação de seus direitos e mesmo a prisão, guarda pontos semelhantes com o processo do regime militar contra Juscelino Kubitscheck logo depois do golpe. Ambos eram os políticos mais populares de seu tempo e representavam uma possibilidade de resistência. Como senhora compara uma situação e outra?

ELEONORA -- Do ponto de vista das consequências políticas, a perseguição ao JK e a Lula são muito semelhantes. Sua finalidade é avançar num processo de consolidação de um golpe de Estado, pela restrição de liberdades e eliminação pura e simples de adversários com lastro popular. A diferença é que Lula tem consciência de seu lugar na democracia brasileira e tem uma visão mais comprometida com o conjunto dos brasileiros. Sabe que seus direitos políticos não representam uma propriedade individual, mas um patrimonio político construído por uma parcela importante da população. Por entender isso, Lula está disposto a resistir e defender seus direitos. Já disse que não vai se entregar nem vai fugir. Vai lutar, inclusive na ONU, um ambiente importante quando é preciso denunciar abusos.



247 -- O que aconteceu com JK?

ELEONORA -- Juscelino pertencia a um grupo de senadores e deputados que se julgava a margem de riscos. Pareciam acreditar que teriam direito a impunidade e jamais seriam perseguidos. Imaginavam que a ditadura não chegaria a eles, embora já tivesse derrubado Jango e mandado Brizola e muitos outros para o exílio. Por isso, nem resistiram a ela. O (Carlos) Lacerda que trabalhou pelo golpe e era seu maior líder civil, imaginava que poderia se tornar presidente com ajuda dos generais. Quando acordou, estava cassado. O Juscelino fez concessões de todo tipo. Chegou a votar em Castello Branco e pediu votos para ele. Foi cassado dois meses e alguns dias depois do golpe. Quando decidiu resistir, com um corajoso discurso na tribuna do Senado, já era tarde demais. Entre políticos de maior expressão no período, o exemplo de resistência foi Tancredo Neves. Não votou em Castello e chamou os golpistas de "canalhas." Mais tarde, quando ocorriam prisões e perseguições de estudantes, fazia questão de nos receber, enquanto estudantes, em sua casa na Praça da Savassi, em Belo Horizonte.



247 -- Como liderança estudantil dos anos 60, você vê semelhanças e diferenças entre as lutas de seu tempo e as ocupações de hoje?

ELEONORA -- É claro que as diferenças são enormes. Na década de 1960, os estudantes com capacidade de mobilização representavam uma parcela pequena da sociedade mas abriram portas para grandes mobilizações. A universidade era um espaço minúsculo, comparado com hoje quando filhos e filhas de familias de baixa renda frequentam as universidades. O ensino secundário possuía lugar para poucos, também. Isso diminuía o impacto social do movimento, que mesmo assim mostrava uma grande força política, como todos sabem. Sem nostalgia, que nunca foi meu modo de ver as coisas, cabe dizer que o ponto fundamental permanece.



247 -- Qual é?

ELEONORA --Os estudantes da década de 1960 e aqueles que estão na luta, 50 anos depois, querem basicamente as mesmas coisas e curiosamente percorrem caminhos muito parecidos. Fazem questão de assumir em suas próprias mãos a responsabilidade pela qualidade do ensino e dessa forma influir desde já no futuro do país. Querem participar e decidir. Não aceitam a ideia de que devem deixar a educação por conta de professores, de diretores de escola, muito menos de governantes.Ficam indignados com o descuido, com a irresponsabilidade. É uma postura que reflete uma preocupação semelhante, que deu origem às comissões paritárias da década de 1960. Num sistema tripartite, com poderes iguais para professores, alunos e funcionários, nós pretendíamos dar conta da reforma do ensino, uma questão que, sem negar os imensos progressos realizados, continua na ordem do dia.



247 -- E os projetos do governo atual?

ELEONORA -- Também não mudaram. No ensino, a perspectiva é a privatização do que for possível e a precarização do resto. Isso vai por conta da PEC 55 e do teto de gastos que na verdade é um poço sem fundo. Na reforma do ensino, a eliminação de área de humanas é um esforço para impedir a formação de espírito crítico dos estudantes, que é o instrumento fundamental de uma educação destinada a formar uma pessoa pela vida inteira e não só para passar num exame no fim de ano. Não vamos esquecer: em 1964, os militares implicavam com o ensino de sociologia e mesmo com a profissão de sociólogo. Outro ponto é a Educação Física. Só o moralismo mais tacanho pode explicar as restrições ao ensino de Educação Física. Numa época em que os cuidados com a saúde são uma prioridade absoluta das sociedades evoluídas, a Educação Física tornou-se uma atividade que cresce em toda parte, em todas as idades. Só o medo da sexualidade explica o receio de que o jovem possa vir a ter noções sobre o próprio corpo. O falso moralismo em ascensão neste governo tem medo, acha perigoso para a juventude.



247 -- Como avaliar abusos contra os estudantes?

ELEONORA -- Há casos de barbárie. Se na década de 1960 havia o CCC, que era um organismo paramilitar disfarçado de movimento anti-comunista, hoje temos milícias que usam a sigla MBL para fazer provocações e atacar as ocupações. Algumas medidas diretas contra o movimento são muito violentas. Cortar água e luz de escolas sob ocupação é um ato de guerra, incompatível com métodos civilizados de governo. Impedir que os jovens se alimentem é um inaceitável. Bons juristas comparam essa medida à tortura. A ordem de que os líderes das ocupações sejam identificados é o primeiro passo para submeter as escolas a um ambiente de espionagem política, típico das ditaduras. Os professores e funcionários, agora, passarão a vigiar as ideias políticas dos estudantes, suas atitudes e seus pontos de vista. Os passos seguintes são a marginalização e a exclusão. Foi assim que o regime militar produziu o decreto 477, que expulsava estudantes acusados de atividades subversivas. Em meus tempos de liderança estudantil, em Belo Horizonte, havia um grupo de 14 estudantes que a polícia vigiava o tempo inteiro. Treze eram homens. Eu era a unica mulher. A vigilância era tão grande que, em meu casamento no cartório, que deveria ser uma cerimônia discreta, para poucas pessoas, havia mais investigadores do DOPS do que parentes e convidados.



247 -- Como feminista e ministra-chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres algum fato tem chamado sua atenção?

ELEONORA -- Foram os gritos dos integrantes do MBL: "Desocupa senão a gente estupra." Antes, numa sociedade onde a luta pelos direitos da mulher estavam muito mais atrasados, não havia essa violência sexual, essa banalização de um crime hediondo. É muito preocupante. O estupro continua em 2016, século 21, sendo usado como crime de guerra, desde a primeira Guerra Mundial até os sequestros e assaltos. A sociedade precisa acordar. Não podemos aceitar a cultura do estrupo como se fosse "normal." Para mim, as jovens que fizeram a Primavera Feminista no Brasil, em 2015, tomaram as ruas do país para acendar a luta contra a violência de gênero, denunciar a cultura e a banalização do estupro.

http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/263518/Ocupa%C3%A7%C3%B5es-mostram-que-luta-contra-Temer-continua.htm





PM de Alckmin atira contra fotógrafa da Folha em desocupação no Centro 02/11/2016




Durante ação para desocupar um prédio ocupado pela Frente de Luta por Moradia (FLM) na rua José Bonifácio, no centro da capital paulistana, policiais militares agrediram sem-teto e a fotógrafa Marlene Bergamo, da Folha; cerca de 250 membros da FLM estavam no prédio; a fotógrafa da Folha viu a confusão e foi perguntar o que estava acontecendo; apesar dela ter levantando as mãos e falado que era da imprensa, um policial deu tiro de bala de borracha na sua barriga; ela foi levada ao hospital





SP 247 - A Polícia Militar do governo Geraldo Alckmin (PSDB) protagonizou novamente cenas de violência e truculência na madrugada dessa quinta-feira, 2.

Durante ação para desocupar um prédio ocupado pela Frente de Luta por Moradia (FLM) na rua José Bonifácio, no centro da capital paulistana, policiais militares agrediram sem-teto e a fotógrafa Marlene Bergamo, da Folha.

Pelo menos 250 pessoas –incluindo crianças e idosos– estavam no interior do edifício. Integrantes da FLM contaram que policiais à paisana e fardados arrombaram uma porta e começaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo.

"A fotógrafa Marlene Bergamo viu a confusão e foi perguntar o que estava acontecendo. Apesar dela ter levantando as mãos e falado que era da imprensa, um policial deu tiro de bala de borracha na sua barriga. Ela foi levada ao hospital", diz reportagem da Folha.

http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/263500/PM-de-Alckmin-atira-contra-fot%C3%B3grafa-da-Folha-em-desocupa%C3%A7%C3%A3o-no-Centro.htm


Felicidade Fechada: uma história da família Genoino Contribua com o financiamento coletivo! 02/11/2016





Hoje pela manhã, nós do Conversa Afiada recebemos a notícia de que Miruna Genoino, filha de José Genoino, havia acabado de lançar uma campanha de crowdfunding - ou financiamento coletivo - para viabilizar seu primeiro livro "Felicidade Fechada".

"Felicidade Fechada" conta a história de coragem, união e superação da família Genoino, após o "vôvi José" ser injustamente condenado e preso por conta da Ação Penal 470 - o "mensalão". A forma que Miruna encontrou para combater essa angústia foi escrever - seus desabafos, seus sentimentos, as cartas para seu pai. Para ela, escrever não foi uma escolha, mas uma necessidade.



Para fazer essa história sair do papel, a família conta com a ajuda da Editora Cosmos. Entretanto, para que "Felicidade Fechada" chegue às mãos dos leitores, Miruna pede a ajuda de todos que estejam dispostos a contribuir com o crowdfunding.

Acesse a página do projeto no Catarse e saiba mais!

http://www.conversaafiada.com.br/brasil/felicidade-fechada-uma-historia-da-familia-genoino

CDH vai ao CNJ contra juiz que mandou cortar água e luz em escola ocupada 02/11/2016




A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados protocolou nesta terça (1º) representação contra o juiz Alex Costa de Oliveira, que autorizou a desocupação forçada de uma escola pública no Distrito Federal, com a utilização de métodos que caracterizam desrespeito à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente; os parlamentares que assinam a representação, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e a deputada Érika Kokay (PT-DF), pedem “apuração e aplicação das sanções legais” cabíveis ao magistrado por estímulo à tortura, violação dos direitos humanos, direitos à participação política e à integridade física e mental dos manifestantes




A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados protocolou na tarde desta terça-feira (1º) representação contra o juiz Alex Costa de Oliveira, que autorizou a desocupação forçada de uma escola pública no Distrito Federal, com a utilização de métodos que caracterizam desrespeito à Constituição e ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Os parlamentares que assinam a representação, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e a deputada Érika Kokay (PT-DF), pedem “apuração e aplicação das sanções legais” cabíveis ao magistrado por estímulo à tortura, violação dos direitos humanos, direitos à participação política e à integridade física e mental dos manifestantes.

Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, o deputado Paulo Pimenta diz que o colegiado pretende entregar a representação para a Presidente do CNJ, ministra Carmen Lúcia, na próxima quinta-feira (3).

Em decisão de reintegração de posse, no último domingo, o juiz Alex Costa de Oliveira autorizou o corte de água, energia e gás, e a utilização de instrumentos sonoros como meio de pressão e tortura aos estudantes para forçar a desocupação no Centro de Ensino Asa Branca de Taguatinga (CEMAB). "Como forma de auxílio no convencimento à desocupação autorizo expressamente que a Polícia Militar utilize meios de restrição à habitabilidade do imóvel, tal como suspensão do corte do fornecimento de água; energia e gás. Da mesma forma, autorizo que restrinja o acesso de terceiros, em especial parentes e conhecidos dos ocupantes, até que a ordem seja cumprida. Autorizo também que impeça a entrada de alimentos. Autorizo, ainda, o uso de instrumentos sonoros contínuos, direcionados ao local da ocupação, para impedir o período de sono".

Para Pimenta, o despacho do magistrado é “gravíssimo” e contribui para levar o país a um clima de intolerância absoluta e violência. “Estamos diante de uma decisão judicial que autoriza técnicas de aniquilação, técnicas de guerra. Essa determinação se soma a uma série de situações que estimulam um ambiente de extrema gravidade pelo qual o nosso país está vivendo, como atuação de grupos paramilitares, ações ilegais promovidas pelas polícias, e promotores e juízes extrapolando suas competências”, apontou Pimenta.

Ao todo, mais de mil escolas estão ocupadas em todo o país, em manifestações contra a Pec 241. Na tarde desta terça-feira, a Comissão de Direitos Humanos realizou uma audiência com estudantes secundaristas para debater as ocupações no Distrito Federal e demais estados brasileiros.



http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/263464/CDH-vai-ao-CNJ-contra-juiz-que-mandou-cortar-%C3%A1gua-e-luz-em-escola-ocupada.htm



terça-feira, 1 de novembro de 2016

Recessão de Temer derruba venda de carros em 17% em outubro 01/11/2016

 

Dados divulgados nesta terça-feira, 1º, pela Fenabrave, a associação nacional das concessionárias de veículos, mostra que a venda de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 17,22% em outubro; no acumulado do ano, a queda é ainda maior, de 22,28%; na comparação com setembro, quando foram vendidas 159.957 unidades, houve uma ligeira queda, de 0,57%, números que voltam a confirmar a incapacidade do governo de Michel Temer de retomar o crescimento da economia do País


247 - Dados divulgados nesta terça-feira, 1º, pela Fenabrave, a associação nacional das concessionárias de veículos, mostra que a venda de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 17,22% em outubro. No acumulado do ano, a queda é ainda maior, de 22,28%.

Os números voltam a confirmar a incapacidade do governo de Michel Temer de retomar o crescimento da economia do País.

Segundo a Fenabrave, foram emplacadas 159.049 unidades em outubro, contra 192.133 unidades no mesmo período de 2015. Nos primeiros 10 meses do ano, foram comercializadas 1,66 milhão de unidades, contra 2,14 milhões em 2015.

Na comparação com setembro, quando foram vendidas 159.957 unidades, houve uma ligeira queda, de 0,57%.

A queda geral é puxada pela baixa nas vendas de automóveis e comerciais, responsáveis por boa parte da frota brasileira. Em outubro foram 154.875 unidades, 100 a menos do que em setembro, e bem abaixo das 185.258 de outubro de 2015.



http://www.brasil247.com/pt/247/economia/263404/Recess%C3%A3o-de-Temer-derruba-venda-de-carros-em-17-em-outubro.htm

Na defesa do governo golpista, Juiz autoriza expressamente a PM a usar técnicas de tortura contra estudantes para desocupar escola do DF 01/11/2016


Juiz autoriza expressamente a PM a usar técnicas de tortura contra estudantes para desocupar escola do DF 



Estudantes passaram a ocupar escolas como forma de protesto contra a PEC 241 e a MP da reforma do ensino médio. Foto: Marcelo Camargo/ABr

Justiça do DF determina uso de técnicas de tortura contra estudantes em ocupações

Entre as ações, estão cortes do fornecimento de água, luz e gás das escolas, uso de ruídos para impedir o período de sono e restrição ao acesso de familiares, amigos e alimentos

por Rodrigo Gomes, da RBA publicado 01/11/2016

São Paulo – O juiz Alex Costa de Oliveira, da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), determinou o uso de técnicas de tortura para “restrição à habitabilidade” das escolas, com objetivo de convencer os estudantes a desocupar os locais. Entre as técnicas estão cortes do fornecimento de água, luz e gás das unidades de ensino; restrição ao acesso de familiares e amigos, inclusive que estejam levando alimentos aos estudantes; e até uso de “instrumentos sonoros contínuos, direcionados ao local da ocupação, para impedir o período de sono” dos adolescentes. A decisão é do último domingo (30).

O juiz ainda ressalta que tais medidas ficam mantidas, “independentemente da presença de menores no local”. “Autorizo expressamente que a Polícia Militar (PM) utilize meio de restrição à habitabilidade do imóvel, tal como, suspenda o corte do fornecimento de água; energia e gás (…) restrinja o acesso de terceiro, em especial parentes e conhecidos dos ocupantes (sic)”, determinou Oliveira.

O magistrado pede ainda a identificação de todos os ocupantes e que a PM observe uma eventual prática de corrupção de menores no local. A determinação para reintegração de posse das escolas é imediata, demandando apenas que a polícia efetive o reconhecimento dos locais, conheça o número de ocupantes e disponibilize efetivo para a ação.

Para o advogado Renan Quinalha, que auxiliou os trabalhos da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, a decisão é absurda e legitima técnicas de tortura contra estudantes nas escolas ocupadas. “É uma reedição de técnicas de tortura. São considerados meios mais amenos, por assim dizer, por que não tem violência direta, mas isso agride física e mentalmente os estudantes. Visa criar o caos entre os jovens. Não é para convencer. É autoritário e violento”, afirmou.

Na madrugada de hoje (1º), um grupo invadiu ilegalmente o Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília e lançou bombas caseiras e coquetéis molotov para expulsar os alunos que ocupavam o local. Pela manhã oficiais de justiça, acompanhados por soldados da Polícia Militar do Distrito Federal, cumpriram mandado de desocupação da escola. Os alunos saíram pacificamente do local.

O Distrito Federal tem outras sete escolas ocupadas nas cidades-satélites de Samambaia, Planaltina, Recanto das Emas, Taguatinga e em Brasília, no Plano Piloto. Também estão ocupados cinco institutos técnicos federais, localizados nas cidades-satélites de São Sebastião, Planaltina, Riacho Fundo, Estrutural e Samambaia. Na noite de ontem, estudantes da Universidade de Brasília (UnB) decidiram ocupar a reitoria.

Em todo o país, mais de mil escolas foram ocupadas em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 (que se tornou PEC 55 na tramitação atual, no Senado), que vai causar cortes de verbas nas áreas sociais, da saúde e da educação, e contra a Medida Provisória 746, que propõe a reforma do ensino médio sem discussão com especialistas, profissionais e estudantes.

Abaixo duas das três páginas da decisão do juiz Alex Costa de Oliveira:





http://www.viomundo.com.br/denuncias/juiz-autoriza-expressamente-a-pm-a-usar-tecnicas-de-tortura-contra-estudantes-para-desocupar-escola-do-df.html