sábado, 21 de maio de 2011

"CSN compra empresas na Espanha por quase 1 bi de euros " 20.05.11


A Companhia Siderúrgica Nacional vai comprar cinco empresas do grupo espanhol Alfonso Gallardo, um dos maiores produtores de aço da Espanha, por cerca de 1 bilhão de euros, um movimento que acontece em meio à crise econômica vivida pelo país. A CSN assinou acordos para a compra da Cementos Balboa, Corrugados Azpeitia, Corrugados Lasao, Stahlwerk Thüringene e Gallardo Sections. As empresas produzem desde cimento a aços longos na Espanha e Alemanha.O valor da operação inclui 543 milhões de euros pela compra da totalidade das ações das empresas, além de dívida de cerca de 403 milhões de euros."Nominalmente é um valor alto, mas a CSN está com um caixa bom... Creio que foi uma oportunidade de preço", afirmou o analista Pedro Galdi, da corretora SLW. "Com a Europa passando por essa fase muito complicada, aparecem oportunidades pontuais de comprar ativos com preço inferior", acrescentou.A operação foi anunciada pouco depois da divulgação de números do Produto Interno Bruto da Espanha nesta semana. No primeiro trimestre, a economia espanhola cresceu ligeiros 0,3 por cento sobre os três últimos meses de 2010. Na comparação anual, a expansão foi de 0,8 por cento, ritmo mais rápido em quase dois anos.Apesar disso, o setor de construção civil espanhol continuou a apresentar dificuldades, encolhendo 10,2 por cento diante da persistência da crise no setor imobiliário do país.Segundo a CSN, a transação servirá para fortalecer a empresa "nos segmentos de cimento e aços longos". Atualmente, a companhia atua mais na produção de aços planos, com a fabricação de cimento iniciada em 2009.Em dezembro, a companhia tinha anunciado que estava negociando a compra da Balboa e também da Azpeitia e da Lasao, com expectativa de concluir o negócio por 382 milhões de euros.A conclusão da operação com o grupo Alfonso Gallardo já havia sido sinalizada pela CSN no início do mês, quando o diretor executivo da companhia, Paulo Penido, afirmou que a empresa estava finalizando as negociações e a modelagem financeira. No comunicado desta sexta-feira, a CSN não deu detalhes sobre o financiamento da transação. Procurada, a empresa se recusou a falar sobre o assunto.Às 11h53, as ações da CSN caíam 1,75 por cento, em meio à estabilidade do índice Ibovespa. "O mercado está muito volátil e quem compra sempre é penalizado num primeiro momento", disse Galdi. "A CSN está se internacionalizando. O negócio é uma forma dela colocar um pé na Espanha e pode facilitar exportação de cimento para o Nordeste do Brasil e de aços longos", acrescentou.
A Balboa possui uma unidade com capacidade de produção anual de 1,4 milhão de toneladas de cimento e de 1,1 milhão de toneladas de clínquer. A empresa ainda tem uma mina de calcário e ardósia a 5 quilômetros da fábrica.Enquanto isso, Azpeitia e Lasao são unidades produtoras de aços longos localizadas no norte da Espanha. A Azpeitia é especializada na produção de vergalhões e tem capacidade para 1,1 milhão de toneladas anuais, enquanto a Lasao produz telas eletro-soldadas, com uma capacidade para 200 mil toneladas anuais.A CSN afirmou ainda que a SWT produz aços longos em Unterwellenborn, região central da Alemanha. A empresa é especializada em perfis e tem capacidade instalada para produção de 1,1 milhão de toneladas de aço.Já a Gallardo Sections é distribuidora do grupo Alfonso Gallardo.Além de aço e cimento, o grupo espanhol possui negócios em energia renovável, combustíveis e comunicações.Em 2009, a CSN acabou vencida por Votorantim e Camargo Corrêa na tentativa de aquisição da cimenteira portuguesa Cimpor. O grupo brasileiro vendeu em abril sua participação na produtora de carvão Riversdale, focada na África, por cerca de 830 milhões de dólares.

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"Israel planeja lançar satélites de base no Brasil" 20.05.11


O Ofeq 10, próximo satélite-espião de Israel, deverá ser lançado do Brasil (IAI/Divulgação)Um acordo de cooperação militar que está sendo fechado entre Brasil e Israel, poderá viabilizar o lançamento de satélites israelenses no Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), no Maranhão. O projeto está sendo discutido entre o Ministério da Defesa e a EAS Soluções Aeroespaciais – uma joint venture entre a estatal Israel Aerospace Industries (IAI) e o grupo Synergy, que controla a companhia aérea Avianca.“Estamos no estágio de pesquisa técnica e ainda não há previsão de quando será o lançamento. Mas essa vontade existe há muito tempo”, afirma Renato Cianflone, diretor de Novos Negócios da EAS. O objetivo é colocar em órbita, a partir da base maranhense, o satélite-espião Ofeq-10 – o equipamento, que será utilizado para comunicação militar, ainda está em fase de testes.As relações militares entre Brasil e Israel tiveram grande avanço no final de 2009, quando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, recebeu o presidente de Israel, Shimon Peres, em Brasília. Na época, Jobim afirmou que um acordo na área de Defesa estava sendo negociado. O documento está na etapa final de elaboração e precisa ser ratificado pelos dois países antes de ir para aprovação no Congresso Nacional.O acordo fornece base legal para projetos no campo aeroespacial, o que abre caminho para que lançamentos, de fato, ocorram em Alcântara. A partir de então, a IAI – que há duas décadas vem demonstrando interesse em realizar projetos no país – pode concretizar a parceria com o grupo Synergy, que pertence ao empresário German Efromovich, para explorar este mercado no Brasil.Interesses no Brasil – O Centro de Lançamentos de Alcântara despertou a atenção da IAI por inúmeras razões. Segundo a publicação americana Space News, Israel tem buscado opções de lançamento de satélites ao redor do mundo. Com apenas 20.700 quilômetros quadrados de área, um pouco menor que o estado de Sergipe, as autoridades locais preocupam-se em ocupar, ao máximo, seu território com indústrias. Assim, o governo do país busca a cooperação de outras nações para conseguir operar seu lançador Shavit 2.A escolha do Brasil, segundo fontes do setor aeroespacial, dá-se por duas razões: a localização de Alcântara – considerada privilegiada se comparada a outras bases da América Latina – e a possibilidade de conseguir estreitar relações comerciais com o país, sobretudo no que se refere à demanda brasileira por serviços de satélite.O interesse de Israel em fortalecer laços econômicos com o país resultou também em encontros com o empresariado brasileiro. Uma missão comandada pelo ministro da Indústria, Comércio e Trabalho israelense, Shalom Simhon, chegou ao país na última segunda-feira para se reunir com presidentes de empresas de São Paulo. O foco do encontro foi a discussão de oportunidades nas áreas de biocombustíveis e telecomunicações. Outro ponto de interesse da missão foi o oferecimento de parcerias com empresas israelenses que têm intenção de investir em projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016.Base de Alcântara – O Centro de Lançamento de Alcântara é vinculado aos ministérios da Defesa e de Ciência e Tecnologia. A base nunca colocou em órbita um satélite, apenas sondas e pequenos foguetes. O primeiro a ser lançado de lá deverá ser o Ciclone, previsto para 2012, e que resulta de um acordo bilateral entre Brasil e Ucrânia. A base de lançamento está sendo construída por um consórcio de construtoras brasileiras – liderado pela Andrade Gutierrez e Odebrecht – e será operado pela estatal binacional Alcântara Cyclone Space. Em 2003, uma explosão durante o lançamento de uma sonda meteorológica em Alcântara matou 21 pessoas.

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Brasil e outros cinco emergentes redefinirão economia global" 17.05.11


O Brasil está incluído em um grupo de seis economias emergentes que, segundo o Banco Mundial, irão redefinir a estrutura econômica global no futuro próximo.De acordo com um relatório lançado nesta terça-feira, em Washington, até 2025 as economias do Brasil, China, Índia, Rússia, Indonésia e Coreia do Sul vão responder por mais da metade do crescimento global."À medida que o poder econômico muda, essas economias bem-sucedidas vão ajudar a conduzir o crescimento em países de baixa renda por meio de transações comerciais e financeiras transfronteiriças", diz o documento.
Segundo o relatório Global Development Horizons 2011 - Multipolarity: The New Global Economy ("Horizontes do Desenvolvimento Mundial 2011 - Multipolaridade: a Nova Economia Mundial", em tradução livre), os emergentes vão crescer em média 4,7% até 2025.Os países avançados, apesar de continuarem a ter um peso importante na economia global, deverão crescer em média apenas 2,3% no mesmo período."A rápida ascensão de economias emergentes conduziu uma mudança pela qual agora os centros de crescimento econômico estão distribuídos entre as economias desenvolvidas e em desenvolvimento", disse o economista-chefe e vice-presidente para Economia do Desenvolvimento do banco, Justin Yifu Lin.
"Estamos em um mundo realmente multipolar", afirmou.Para se consolidar como polo de crescimento, no entanto, o Brasil precisa enfrentar desafios, como melhorar o acesso à educação."O capital humano é uma preocupação em alguns polos potenciais de crescimento, particularmente o Brasil, a Índia e a Indonésia", diz o relatório."Reduzir lacunas educacionais e garantir acesso à educação é central", afirma o Banco Mundial.Segundo o banco, essas medidas poderiam estimular a adaptação tecnológica doméstica, capacidade de inovação e geração de conhecimento.De acordo com o relatório, as mudanças no balanço de poder econômico e financeiro terão reflexos em setores como os mercados de investimentos, fusões e aquisições."As multinacionais dos mercados emergentes estão se tornando uma força na reconfiguração da indústria global, com rápida expansão dos investimentos Sul-Sul e fluxos de investimentos estrangeiros diretos", disse Lin."As instituições financeiras internacionais terão de se adaptar rapidamente."Segundo o documento, a participação e a influência crescentes de empresas originárias de mercados emergentes nas finanças e nos investimentos globais podem levar à criação de um marco multilateral para regular os investimentos transfronteiriços.O Banco Mundial projeta ainda que, até 2025, o sistema monetário internacional não será mais dominado por uma única moeda."Ao longo da próxima década, o tamanho da China e a rápida globalização de suas corporações e bancos deverão significar um papel mais importante para o yuan (a moeda chinesa)", disse o principal autor do relatório, Mansoor Dailami."O mais provável é que em 2025 o panorama monetário internacional se caracterize pela presença de múltiplas moedas, com predomínio do dólar, do euro e do yuan", afirmou.Segundo o Banco Mundial, a maioria dos países em desenvolvimento seguirá usando moedas estrangeiras em suas transações com o resto do mundo.

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Marinha começará produzir combustível para submarino nuclear

Janaína Simões - Inovação Unicamp - 17/05/2011
A Marinha deve começar a operar a nova unidade de conversão para produção de combustível para o submarino nuclear em setembro próximo e, até 2014, deverão estar prontas as instalações para os testes do reator que vai ser usado no submarino.
A unidade de conversão e o reator estão sendo construídos no Centro Experimental de Aramar, localizado na cidade de Iperó, interior de São Paulo, onde está parte das atividades de pesquisa e desenvolvimento da Marinha.
Submarino nuclear brasileiro
A ideia de ter um submarino nuclear brasileiro surgiu há mais de 20 anos, mas o programa andou a passos muito lentos, com projetos e encomendas pontuais de construção de componentes para o submarino.
O acordo entre os governos do Brasil e da França, em 2008, trouxe novo alento ao projeto brasileiro de ter um submarino nuclear. A previsão é de que o primeiro submarino nuclear nacional fique pronto em 2022.
O acordo define que a França vai trabalhar os aspectos da engenharia naval, dos sistemas eletrônicos e dos armamentos. Técnicos brasileiros serão treinados na França e há previsão de transferência de tecnologia para o Brasil. Serão fornecidos os submarinos Scorpenes, da empresa Direction des Constructions Navales et Services (DCNS).
Além dos quatro convencionais, o acordo prevê a construção do submarino nuclear, mas, nesse caso, a França vai entrar apenas com a parte não nuclear do projeto, ou seja, o Brasil é subcontratado pelos franceses para desenvolver o reator nuclear.
Propulsão nacional
A tecnologia da propulsão será nacional, explicou o contra-almirante Luciano Pagano Júnior, superintendente do programa do submarino nuclear, no seminário "Marinha do Brasil: o Programa do Submarino Nuclear Brasileiro (PROSUB)", organizado pelo Observatório da Inovação e Competitividade, do Instituto de Estudos Avançados da USP, realizado na Escola Politécnica da USP, em São Paulo no dia 2 de maio.
Será responsabilidade nacional também construir o estaleiro que fabricará o novo submarino e também a base da Marinha de onde ele vai atuar quanto entrar em operação. Os franceses participam como parceiros desses projetos, pois servirão para construção dos submarinos convencionais. Mas as demandas da Marinha relacionadas ao submarino nuclear vão requerer investimento em desenvolvimento tecnológico, já que um estaleiro e uma base para uma embarcação movida a propulsão nuclear difere, em aspectos técnicos e, principalmente, de segurança, de empreendimentos convencionais do setor.
Segundo o contra-almirante, a nova base da Marinha que deverá abrigar o submarino nuclear ficará na Baía de Sepetiba, no litoral sul do Rio de Janeiro, próximo do Porto de Itaguaí. O processo de licenciamento ambiental está em análise no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o licenciamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), responsável por analisar o aspecto da segurança no caso de empreendimentos nucleares, está em andamento. Já no Centro Aramar, em São Paulo, a obra do prédio das turbinas está em andamento.
Já em setembro deste ano deve entrar em operação a unidade de conversão em Aramar. Ela fará uma etapa da produção do combustível nuclear - a conversão do chamado yellow cake, o urânio em forma de pó, para o gás hexafluoreto de urânio. É preciso converter para gás porque assim fica mais fácil separar o urânio 235, presente em mais baixa concentração no mineral, mas que interessa para fazer o combustível, do urânio 238, seu isótopo, que não interessa para fins de geração de energia. Atualmente, o Brasil faz a etapa de conversão no exterior.
Combustível para submarino nuclear
A unidade de conversão em Iperó é considerada piloto e vai atender apenas as demandas da Marinha relacionadas ao abastecimento de combustível do submarino nuclear. As necessidades das usinas nucleares brasileiras, portanto, não serão atendidas pela nova unidade de conversão da Marinha.
Isso ocorre por causa do volume de combustível nuclear necessário para o submarino, bem menor do que a demanda das usinas. A unidade da Marinha poderá converter até 40 toneladas de yellow cake por ano. Para as usinas Angra 1, 2 e 3 é preciso converter 500 toneladas.
Já os prédios que abrigam o reator e as turbinas são parte do Laboratório de Geração Nucleo-Elétrica (Labgene), que, na verdade, é um protótipo em terra do submarino nuclear, onde serão feitos os testes.
O reator nuclear ali desenvolvido será o primeiro totalmente construído no Brasil. Ele é cem vezes menor do que o reator da usina Angra 2, por exemplo. "Estamos construindo dentro do prédio uma espécie de charuto de aço não-resistente que simula o tamanho do submarino, para anteciparmos problemas na montagem do reator no submarino", comentou o oficial da Marinha durante a palestra na USP.
Propulsão elétrica com energia nuclear
A energia que o reator vai produzir servirá para movimentar o submarino e alimentar sistema de iluminação, sistemas eletrônicos e outros utilizados pela embarcação. Os principais equipamentos para sua construção foram adquiridos ao longo dos anos.
Apesar do nome, o submarino brasileiro não usará armamento nuclear. Já o motor, em si, será elétrico. "O primeiro a ser testado será um motor francês [fornecido pela empresa francesa Jeumont], parte da nossa parceria com a França. Mas queremos desenvolver o motor também no Brasil e já temos dois parceiros potenciais, a Vale Soluções em Energia e a Weg", contou Pagano ao Inovação. Há outros parceiros privados no projeto, como a Odebrecht, que está entrando no segmento de Defesa e vai participar da construção do estaleiro em conjunto com a francesa DCNS; a Jaraguá, a estatal Nuclep, Smar, Bardella, entre outras.
Pagano afirmou ainda que o grupo de P&D da Marinha que fica na base situada na Ilha do Governador (RJ) não trabalha com tecnologias nucleares. Os técnicos estão discutindo como os sistemas relacionados ao reator serão desenvolvidos. "A ideia é fazer isso com empresas, ter tecnologia desenvolvida em parceria e comercializada depois [tecnologia dual, usada no setor de Defesa, mas com potencial de aplicação na área civil]", disse. Mas ele lembrou que muitas das empresas que já forneceram tecnologia para o programa nuclear da Marinha desapareceram. "As empresas precisam de fluxo de encomendas, elas tentam dar um caráter dual, mas nem sempre é possível", apontou.
Ele lembrou, ainda, que é comum o governo dos EUA encomendarem novos submarinos mesmo que sua Marinha não esteja precisando. Isso é feito apenas para preservar o conhecimento adquirido pelas empresas no desenvolvimento de tecnologia para o setor. "Imagina, no Brasil, se a gente fizer isso. O arcabouço legal é diferente", acrescentou.
Ele contou que a Marinha fez uma licitação, certa vez, para fornecimento de ligas de alumínio. A empresa vencedora colocou um preço bastante abaixo do mercado, garantindo que atenderia as especificações técnicas pedidas. Por vencer a licitação, já que ofereceu o menor preço, a empresa foi contratada para o fornecimento. A empresa tentou trazer o alumínio da China e não conseguiu porque não atendia as especificações, e não há na lei brasileira nada para tratar dessa situação. "A Lei de Licitação não serve bem para essa área de P&D", opinou.
Submarinos brasileiros
O programa de construção de submarinos no Brasil começou em 1983, a partir de uma parceria com a Alemanha, mas que não previa transferência de tecnologia nem a construção de submarinos nucleares. Pelo acordo, um submarino foi totalmente feito na Alemanha e os outros três no Brasil, mas o projeto foi todo europeu, sem participação de técnicos nacionais.
"Entre a década de 1990 e 2007, vivemos um período de orçamento vegetativo, que era suficiente para manter o que o Brasil já tinha [em relação ao programa de submarino e às pesquisas nucleares]. Mas foram anos difíceis, em que a crise impactou o volume de investimento público e privado", apontou o contra-almirante Pagano Júnior.
Segundo ele, apenas a partir de 2008, quando surgiu o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e foi assinada a parceria com os franceses, o governo passou a manter um padrão mais estável na execução orçamentária, sem os contingenciamentos de recursos, frequentes no período anterior.
Contudo, em 2011, diante da necessidade de corte no orçamento, a presidente Dilma Rousseff reduziu a verba disponível para o Prosub de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,5 bilhão - mas, até o momento, o corte não levou a mudanças substanciais no cronograma do projeto. O contrato com a França no âmbito do Prosub prevê multas para o caso de atraso do Brasil no repasse do dinheiro para que os franceses executem sua parte do projeto. Os investimentos para todo o Prosub são de € 6,7 bilhões (R$ 15,8 bilhões).
Por que um submarino nuclear?
No seminário apresentado na USP, o contra-almirante justificou a opção da Marinha em ter um submarino nuclear. O primeiro é estratégico: aproveitar que o Brasil tem reserva de urânio e sabe fazer o processo de enriquecimento. O segundo aspecto é puramente técnico: o submarino convencional, movido por motor a diesel, fica muito menos tempo submerso do que o nuclear e é menos veloz.
Quando submerge, um submarino convencional precisa desligar motor para não gerar gases de exaustão, o que faria uma contrapressão na coluna de água marítima e impediria a submersão. Os convencionais são mantidos por baterias quando submersos, e o tempo que podem permanecer escondidos embaixo da água é o da duração das baterias. "O tempo de submersão é a proteção do submarino, que não tem muitos mecanismos de defesa. Ele precisa estar escondido, na superfície é um alvo vulnerável", explicou. Submarinos nucleares podem ficar meses submersos - o limite é o estresse da tripulação. Também atingem velocidades superiores em relação aos submarinos convencionais, o que é vantajoso em situações de fuga ou perseguição. O primeiro submarino nuclear do mundo a entrar em operação foi o Nautilus, em 1954, construído pelos EUA.
Hoje, esse tipo de embarcação é produzido pelos Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França. A Índia chegou a lançar um submarino nuclear em 2009, o INS Arihant, mas circularam informações extraoficiais, na época, sobre o submarino apresentado não ter sido equipado com o reator nuclear. Em agosto de 2010, a Rússia entregou à Índia o submarino nuclear Nerpa, em regime de aluguel, com opção de compra por parte dos indianos. O Nerpa sofreu um acidente em novembro de 2008, quando 20 pessoas morreram e outras 41 ficaram feridas depois da ativação do sistema de extinção de incêndios, durante testes de navegação.

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Energia eólica recebe R$ 25 bilhões e vai produzir mais que Belo Monte" 16.05.11


No momento em que são cada vez mais questionadas as construções de usinas hidrelétricas e nucleares, devido a seus impactos socioambientais e custos elevados, as fontes renováveis de energia, como eólica, biomassa e solar, começam a ganhar espaço no Brasil. Dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), por exemplo, revelam que, até 2013, serão investidos no país R$ 25 bilhões em 141 projetos do setor, espalhados pelos estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Rio Grande do Sul, informa a reportagem de Ramona Ordoñez. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, informou que, dentro de dois anos, o país produzirá 5.272 megawatts (MW) de energia eólica, um grande avanço se for considerado que, em 2005, o Brasil gerava apenas 29 MW. O volume total de energia que será gerada a partir dos ventos - os novos projetos proporcionarão um incremento de 4.343 MW - é superior aos cerca de 4.500 MW previstos para a polêmica Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Além disso, chega perto do total a ser produzido pelas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia: 6.300 MW.Estrangeiros investem em fontes renováveis no Brasil.Atualmente, a capacidade de geração de energia eólica no Brasil é de 928,9 MW. Segundo o presidente da EPE, estatal federal, as fontes renováveis de energia representam, hoje, aproximadamente 8% da eletricidade produzida no país. Em dez anos, devem chegar a 14%. Somente a CPFL Energias Renováveis está investindo R$ 5,8 bilhões no setor. Já a Renova Energia planeja aplicar R$ 1,2 bilhão em vários projetos, principalmente parques eólicos.
- A energia eólica vai reduzir a operação das usinas térmicas a gás natural que são acionadas de forma complementar às hidrelétricas - destacou Tolmasquim.O presidente da Abeeólica, Ricardo Simões, disse que a energia produzida a partir dos ventos corresponde hoje a 0,7% do total de eletricidade do país, mas, em 2013, esse percentual passará para 4,3%. Segundo ele, diversos fabricantes estrangeiros de equipamentos começam a se instalar no Brasil, o que permitirá uma redução gradual dos custos do setor.- É uma energia limpa, que não depende do petróleo. Por isso defendemos que o governo realize um leilão só para a oferta de projetos de energia eólica. A tendência é de os preços caírem cada vez mais - afirmou Simões


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"Sumitomo construirá fábrica de pneus no Brasil" 16.05.11


A Sumitomo Rubber Industries pretende investir 28 bilhões de ienes (346,6 milhões de dólares) na construção de uma fábrica de pneus automotivos no Brasil, sua primeira base de produção nas Américas do Sul e Central, publicou o jornal Nikkei. A companhia avalia a construção da fábrica no Paraná, diante da proximidade do Estado com o polo produtor de veículos de São Paulo. Uma filial local da empresa deve ser estabelecida até julho.Os trabalhos de construção terão início no ano que vem e a produção deve começar em 2013. A capacidade de produção será aumentada gradualmente, com a fábrica produzindo 15 mil pneus ao dia em 2016, segundo o diário de negócios.O jornal publicou que a expectativa é que a nova fábrica responda por cerca de 6 por cento da capacidade total de produção da Sumitomo Rubber, que produz marcas como Dunlop. A fábrica deve empregar 1.600 pessoas e ocupar uma área de 500 mil metros quadrados.Pneus feitos na fábrica serão vendidos na América Central e do Sul, mercados para os quais a Sumitomo Rubber tem exportado pneus do Japão e a partir de outros locais, afirma o Nikkei.

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"BB quer investir US$ 7 milhões no Uruguai por meio do Patagônia" 16.05.11


O Banco do Brasil, por meio do recém-adquirido Banco Patagônia, aprovou a transformação da instituição financeira que o argentino controla no Uruguai em banco.O novo banco deve receber um aporte de capital de US$ 7 milhões, para alongar a atual oferta de serviços e a base de clientes.A diretoria do Patagônia informou que a medida está "de acordo com a política de crescimento dos negócios da sociedade", em comunicado ao mercado registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).O Banco Patagônia ainda vai apresentar pedidos de autorização aos órgãos financeiros na Argentina e no Uruguai.

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