quarta-feira, 12 de novembro de 2014

País dividido? 12/11/2014



[*] Adriano Benayon − 10.11.2014
Texto enviado pelo autor
Ilustrações catadas na internet pela redecastorphoto


País dividido...



1 − Só insensatos duvidam que a união faz a força. Quanto mais dividido um país, mais fraco ele fica. Por isso, os impérios, sempre usaram a estratégia de dividir os povos a conquistar.


2. “Divide et impera” foi o lema da Roma Antiga, durante os setecentos anos em que dominou o mundo, e de outros, antes dela. Tem sido seguido, com semelhante perfídia e brutalidade, pelo império britânico e por seu sucessor e associado, o Império Anglo-americano-sionista, nestes 350 anos.


3. O Brasil é vítima da predação imperial, desde quando exportava suas mercadorias sob direção das casas comerciais britânicas e tinha as finanças externas e a infra-estrutura controladas por bancos e empresas estrangeiras.


4. Ao aparecer, com capitais nacionais, a promissora industrialização, na 1ª metade do século XX, antes, durante e depois da Revolução de 1930, o império, descontente com isso, fomentou o divisionismo em nosso País, justamente em São Paulo, onde despontara a industrialização, e de onde saía o café e outros produtos exportados.


5. No início dos anos 1930s, tendo as receitas da exportação caído 2/3 em relação a 1929, sobreveio a falsamente denominada revolução constitucionalista de 1932. De fato, o governo chefiado por Vargas já organizava eleições e o processo varguista culminou na Constituição de 1934.



País dividido...

6. O movimento de 5 de julho de 1932, de conotações separatistas, visava, na realidade, sustar a industrialização e reamarrar o comércio exterior à finança e à direção imperiais.


7. Foi liderado pelos barões da pseudo-elite agrária da Av. Paulista, econômica e culturalmente vinculados a Londres, juntamente com a grande mídia já prostituída.


8. Atitude irracional, pois o retrocesso ao modelo colonial prejudicaria os industriais e até os cafeicultores, que estavam sendo salvos da ruína pela política do presidente Vargas, através da compra pelo governo dos invendáveis estoques de café e de sua queima.


9. Esse é um dos antecedentes do presente tsunami de ignorância, que leva os pró-imperiais de hoje a alimentar mentiras, como a que atribui as misérias do País ao Nordeste e ao Norte, quando elas provêm do modelo dependente, adotado a partir da queda de Vargas, em 1954, quando a política passou a favorecer os carteis transnacionais.


10. É por causa desse modelo que a economia do Brasil se desnacionaliza e se desindustrializa, que as transferências de renda das transnacionais para o exterior só aumentam e que se criaram mecanismos para fazer crescer, sem parar, a dívida pública.


11. Para poder encobrir os fatos importantes, o império, desde os anos 50, investe bilhões de dólares, em contracultura, desinformação e aviltamento dos padrões éticos e culturais, além de cooptação de pessoas em todas as instituições públicas e privadas de maior porte.



País dividido...

12. Essa é a corrupção da grossa, incrementada aceleradamente nos mandatos de FHC (1995-2002), que a mídia sequer menciona. É a que faz dezenas de milhões de brasileiros crerem que um governo do PSDB, vinculadíssimo aos interesses imperiais reduza, e não aumente, a corrupção.


13. Apesar do tsunami de ignorância gerado pelo império e das fraudes eleitorais, o povo brasileiro escapou da radicalização do entreguismo. Entretanto, não escapou de seu avanço, impregnado que está na estrutura econômica e nas instituições.


14. A presidente é alvo de intensa campanha de desestabilização, visando, no mínimo, acuá-la a fazer concessões mais radicais que as que têm feito a banqueiros e transnacionais.


15. As influências imperiais estão dentro do próprio Executivo e suas agências reguladoras, e também no PT, que nunca mostrou consciência clara da questão nacional em face das transnacionais e das potências que as representam.


16. Além disso, o Congresso e os executivos e legislativos estaduais têm composições cada vez menos favoráveis aos interesses do País, e os demais poderes e instituições da República estão grandemente infiltrados pelos esquemas pró-imperiais.


17. Ilustrativa de não ter cessado a campanha de desestabilização da presidente, sequer no dia das eleições, foi a balela proclamada nas grandes redes de TV, na mesma noite do resultado, segundo a qual o País estaria dividido, diante do apertado o resultado das urnas.


18. Logo a seguir, comentaristas e pseudocientistas políticos passaram a difundir a estória de que a divisão do País se manifesta ao longo de linhas de classes sociais e de áreas geográficas.



País dividido...

19. Mais relevante do que fomentar a divisão entre as regiões Norte e Nordeste e o Sul, seria reconhecer a falta de acesso do grosso da população do País inteiro a condições de vida condizentes com os excelentes recursos naturais do País e com as possibilidades tecnológicas dele, se não tivesse sido alijado do real desenvolvimento, devido ao modelo econômico dependente.


20. Esse modelo causa o endividamento, os juros absurdos, as transferências de renda ao exterior, o atraso tecnológico e tudo mais que enfraquece o País.


21. Ele vem de meados dos anos 1950s, sendo, pois, ridículo atribuir suas mazelas só ao presente Executivo federal. Cabe, condenar, em primeiro lugar, governos que mais contribuíram para acentuá-las.


22. O ridículo chega ao absurdo, quando os entreguistas acusam o Executivo de que sua política econômica afugenta os investidores. Ora, o montante dos investimentos, mormente os estrangeiros, nunca foi tão alto. Entretanto, mais que proporcionalmente crescem as transferências de renda e de supostas despesas para o exterior, e mais ainda as de recursos reais.


23. É o modelo de dependência financeira e tecnológica que faz minguar verbas para os investimentos produtivos e sociais, e também direcionar erradamente boa parte deles.



País dividido...

24. Ora, quanto maior o espaço geográfico do mercado nacional, mais cada região tem a ganhar com o comércio e a interação financeira internos.


25. De todo o exposto, decorre que o império, primeiramente tratou de desestruturar o País como um todo. Isso o amoleceu para a etapa seguinte: desmembrá-lo, como se delineia, em face das demarcações de supostas terras indígenas, sobretudo na Amazônia, entregando-as ao controle de fundações, ONGs e igrejas controladas pelos oligarcas donos dos carteis mineradores de âmbito mundial.


26. Outra vertente do projeto separatista parece ser a radicalização da ignorância política e econômica, que investe nas diferenças regionais e de classes de renda.


27. Essa está imbricada com o divisionismo ideológico direita/esquerda. O Império Anglo-Americano-Sionista o tem fomentado, em todo o mundo, desde os tempos da revolução francesa. No Brasil, muito contribuiu para acirrá-lo, como a tentativa de golpe comunista em 1935.


28. Especialmente em função da geopolítica, nunca foram altas as chances de o partido comunista chegar ao poder, mesmo em curtos períodos pós-IIª Guerra Mundial, em que contou com recursos e teve apreciável penetração eleitoral. De qualquer forma, a suposta ameaça comunista encaixou-se como uma luva na estratégia imperial para fazer abortar o desenvolvimento do Brasil.


29. Assim, qualquer coisa que implicasse modificar a arcaica estrutura social e que não fosse favorável aos carteis econômicos e financeiros transnacionais, passou a ser associada ao comunismo, na versão da grande mídia e dos demais instrumentos da intervenção imperial anglo-americana-sionista.



País dividido...

30. Não só empresas transnacionais, mas também industriais e outros empresários nacionais investiram para derrubar os governos voltados para o desenvolvimento industrial e tecnológico.


31. Mas os proprietários brasileiros foram expropriados - não como temiam, pelos comunistas - mas, sim, pelo capital estrangeiro, privilegiado com favores inacreditáveis por governos egressos de golpes cuja direção, como, em 1954, era orientada de fora do País.


32. Esse resultou da armação por serviços secretos estrangeiros de atentado para supostamente matar um adversário do presidente, no qual foi morto um oficial da Aeronáutica. Os comunistas não apoiavam Vargas e até o criticavam.


33. Em 1964, a par das provocações suscitadas para envolver o governo em atos de indisciplina de militares, houve intensa campanha para que fossem vistos como de molde comunista os projetos de reforma econômica e social de Goulart.


34. Apesar de o PT não representar resistência séria à intensificação do modelo dependente, ele nasceu sob falsas bandeiras vermelhas, para dividir a esquerda e, em última análise, participar dos golpes do sistema para cortar as chances de Leonel Brizola.


35. Apesar, também, da política externa simpática a governos vizinhos de inclinação bolivariana, embora não partilhando dela, a retórica e os clichês do PT e sobre ele oferecem campo fértil ao Império Anglo-Americano-Sionista para pressionar a presidente e intensificar as ações para a sua desestabilização.




[*] Adriano Benayon: Consultor em finanças e em biomassa. Doutor em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Bacharel em Direito, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Diplomado no Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco, Itamaraty. Diplomata de carreira, postos na Holanda, Paraguai, Bulgária, Alemanha, Estados Unidos e México. Delegado do Brasil em reuniões multilaterais nas áreas econômica e tecnológica. Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na área de economia. Professor da Universidade de Brasília (Empresas Multinacionais; Sistema Financeiro Internacional; Estado e Desenvolvimento no Brasil). Autor de Globalização versus Desenvolvimento, 2ª ed. Editora Escrituras, São Paulo.

POSTADO POR CASTOR FILHO




http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/11/pais-dividido.html

sábado, 8 de novembro de 2014

A Revolução Russa em 12 cartazes 08/11/2014

Para se consolidar politicamente, a Revolução precisava também vencer a batalha das ideias. Os valores do socialismo precisavam ser disseminados entre os operários, camponeses, estudantes, soldados, intelectuais e formadores de opinião na sociedade em geral. O Partido Comunista atribuía grande importância ao trabalho de agitação e propaganda. Os cartazes vieram a se tornar uma manifestação política e ideológica. Com eles a revolução criou também uma nova estética.

Confira os cartazes da Revolução Russa traduzidos:
"Para o futuro brilhante da sociedade comunista, prosperidade universal e paz duradoura"



 "A pátria está chamando"

Cartaz de 1920. "Morte ao capital, saúde à ditadura do proletariado"

Cartaz de 1920. "Literatura: caminho para o comunismo"

Cartaz de 1920. “Mantenha-se em guarda!”

Cartaz de 1918. "Mulheres, vão às cooperativas"
"O poder soviético é um milhão de vezes mais democrático que a mais democrática república burguesa"



Cartaz em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. "Operária organizada ajuda companheira a sair debaixo dos destroços do mundo trabalho"



Cartaz de 1920. "Devemos trabalhar, mas com o rifle por perto"

Cartaz de 1919. "Trabalhadores, a revolução de outubro deu-lhe as fábricas"


Cartaz de 1920. "Ucranianos e russos gritam - Não haverá senhor sobre o trabalhador, Milorde!"



Cartaz de 1918. ”Você já se alistou como voluntário?”

Da redação do Vermelho


http://www.vermelho.org.br/noticia/253081-11

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Lançamento ao mar do Navio Hidroceanográfico Fluvial ‘Rio Branco’ 07/11/2014



No dia 20 de outubro, foi lançado ao mar, no estaleiro INACE (Indústria Naval do Ceará), em Fortaleza (CE), o Navio Hidroceanográfico Fluvial “Rio Branco”. O NHoFlu “Rio Branco” teve seu projeto de concepção realizado pelo Centro de Projetos de Navios, tendo sido posteriormente detalhado pelo estaleiro INACE, contratado após ter sido selecionado em processo licitatório.
A construção foi iniciada em 06 de dezembro de 2012, com a supervisão da Diretoria de Engenharia Naval. Seu batimento de quilha foi realizado no dia 23 de abril de 2013 e sua entrega à Marinha está prevista para dezembro de 2014.
A obtenção do novo meio está inserida no Projeto de Cartografia da Amazônia, realizado em parceria com o Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira e o Serviço Geológico do Brasil, sob coordenação do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, órgão subordinado ao Ministério da Defesa.
Ao navio serão atribuídas tarefas de levantamentos hidroceanográficos, coleta de dados ambientais, atualização contínua de cartas e publicações náuticas das principais hidrovias da região amazônica, além de poder atuar de forma extraordinária em apoio a órgãos governamentais na Defesa Civil, em ações de socorro e ações cívico-sociais.
FONTE: MB

Postado por Helio Borba

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Pepe Escobar: Agora, é guerra total contra os BRICS 06/11/2014



4/11/2014, [*] Pepe Escobar, Rússia Today
It’s now total war against the BRICS
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu



BRICS - Reunião de Fortaleza - 15/7/2014

Apertem os cintos, a guerra de informação já desencadeada contra a Rússia deve expandir-se para Brasil, Índia e China.


Brasil, Rússia, Índia e China, como o mundo inteiro sabe, são os quatro principais países do grupo BRICS de potências emergentes, que também inclui a África do Sul e em futuro próximo incorporará também outras nações do Sul Global. Os BRICS perturbam imensamente Washington – e sua Think-Tank-elândia – porque são a corporificação do impulso concertado do Sul Global rumo a um mundo multipolar.


Podem-se apostar garrafas de champanhe crimeano que a resposta dos EUA a esse processo deve ser alguma espécie de guerra total de informação – não muito diferente, em espírito, do “Conhecimento Total de Informação” [orig. Total Information Awareness (TIA)], elemento central da Doutrina da Dominação de Pleno Espectro, do Pentágono. Os BRICS são vistos como importante ameaça –, e conseguir contratorpedeá-los implica dominar toda a grade informacional.


Vladimir Davydov, diretor do Instituto de América Latina da Academia de Ciências da Rússia, acertou o olho do alvo quando observou que:


(...) a situação atual mostra que há tentativas para suprimir não só a Rússia, mas também os BRICS, dado que o papel global daquela associação só faz crescer.


A demonização da Rússia escalou rapidamente nos EUA, das sanções relacionadas à Ucrânia, para Putin o “novo Hitler” e a ressureição do bicho-papão bem testado ao longo da Guerra Fria, tipo “Os Russos estão chegando”.




Dilma Rousseff

No caso do Brasil a guerra de informação já começou antes da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Assim como Wall Street e suas elites comprador locais faziam de tudo para bombardear o que definem como economia “estatista”, Dilma foi também pessoalmente demonizada.


Passos não inimagináveis para futuro próximo talvez incluam sanções contra a China, por causa de sua posição “agressiva” no Mar do Sul da China, ou Hong Kong, ou Tibet; sanções contra a Índia por causa do Kashmir; sanções contra o Brasil por causa de violações de direitos humanos ou excesso de desflorestamento. Seletos diplomatas indianos, lamentam, off the record, que o primeiro dos BRICS a ser afivelado sob pressão será a Índia.


Dado que os BRICS são tijolos realmente chaves na construção de um sistema global de relações internacionais e um sistema financeiro mais inclusivo – e não há outros no mercado – eles que, pelo menos, mantenham-se bem alertas. Se não, cada um deles será abatido, um depois do outro.


Georgy Toloraya, diretor executivo da Comissão Nacional Russa de Pesquisa sobre os BRICS, lembra que hoje, pelo menos, há “mais e mais comunicação acontecendo pelos canais BRICS.”


Os brasileiros, por exemplo, estão particularmente interessados em cooperação de investimentos. O Banco de Desenvolvimento dos BRICS será realidade já em 2015. E uma equipe russa está preparando relatório detalhado sobre perspectivas futuras para cooperação entre os BRICS, para ser discutido em Pequim, em profundidade, durante uma semana, enquanto acontece a reunião de cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico [orig., Asia-Pacific Economic Cooperation, APEC].


Da guerra de energia à guerra da moeda


O novo choque do petróleo dos sauditas – que, no mínimo, recebeu luz verde do governo Obama – combina perfeitamente com o padrão “Conhecimento Total de Informação” (TIA), em termos de ofensiva contra os BRICS, com dois deles no papel de alvos chaves: Rússia e Brasil.



O preço do petróleo é a questão

Mais de 50% do orçamento da Rússia vem da venda de petróleo e gás. Cada redução de US$ 10 no preço do barril de petróleo significa que a Rússia deixa de receber coisa como US$ 14,6 bilhões por ano. Pode ser, de certo modo, compensado pela desvalorização do rublo – mais de 25% contra o dólar norte-americano, desde o início de 2014. E a Rússia, claro, ainda tem cerca de US$ 450 bilhões em reservas. Mesmo assim, a economia russa pode crescer só de0,5 a 2% em 2015.


Com a redução de US$ 1 nos preços do petróleo cru, a maior empresa brasileira, Petrobras, perde mais de US$ 900 milhões. Aos preços atuais do petróleo, a Petrobras estará perdendo em torno de US$ 14 bilhões por ano. A queda dos preços portanto mina a expansão de longo prazo da Petrobrás para financiar novos projetos de infraestrutura e de exploração conectados aos seus valiosos depósitos de petróleo do pré-sal. A Petrobras foi alvo preferencial para a demonização de Rousseff.


O Irã não é membro dos BRICS, mas partilha o impulso do grupo com vistas a um mundo multipolar. Para equilibrar o próprio orçamento, o Irã precisa de petróleo a US$ 136 o barril. Um acordo nuclear a ser firmado com o P5+1 em três semanas, dia 24/11/2014, pode levar a um alívio nas sanções – pelo menos as vindas da Europa – e permitir que o Irã melhore suas exportações de petróleo. Mas em Teerã não há ilusões sobre o quanto a manipulação dos preços foi cerebrada para desestabilizar ainda mais a economia iraniana e minar sua posição nas negociações nucleares.




Acordo nuclear Irã e P5+1

No front econômico, a doutrina do “Conhecimento Total de Informação” [orig. Total Information Awareness (TIA)] manifesta-se em o Fed pôr fim ao quantitative easing, QE [injeção de dólares recém impressos na economia, lit. “facilitação quantitativa” ou “alívio quantitativo”]: significa que o dólar dos EUA continuará a subir e mais dólares dos EUA deixarão os mercados emergentes. A rede chinesa Xinhua expôs e discutiu seriamente essa questão.


O dólar norte-americano e o Yuan estão efetivamente ligados. Quando o dólar norte-americano sobe, o Yuan também sobe. Mas é a economia chinesa que sofre. O que preocupa Pequim é que é possível que a manufatura chinesa torne-se excessivamente cara, em muitíssimos países nos quais as margens de lucro já são muito estreitas.


Portanto, o que com certeza acontecerá é o Banco Central da China determinar uma queda controlada do Yuan – e ao mesmo tempo desenvolver mecanismos para combater a saída de dinheiro quente, sobretudo para Hong Kong.


A China pode até ser relativamente imune ao fim do QE. Mas todos na Ásia lembram ainda muito bem da crise financeira de 1997, que respingou na Rússia em 1998. Os únicos beneficiados então foram – e quem seria?! – os interesses privados norte-americanos e a hegemonia de Washington.


O centro não se mantém coeso [orig. The center cannot hold]


A demonização dos BRICS, em graus diferentes, prossegue sem parar – com o foco central na Rússia, a qual, por falar dela, iniciará a IIIª Guerra Mundial. Por quê? Porque os EUA dizem que sim.



A adesão de outros países do Sul-Global fortalece os BRICS

A mais recente ação envolve o Serviço de Inteligência da Defesa Dinamarquesa [orig. Danish Defense Intelligence Service (DDIS)], que noticiou, semana passada que a Rússia simulara um ataque com jatos e mísseis sobre a ilha de Bornholm em junho/2014.


DDIS não distribuiu qualquer detalhe concreto sobre o ataque simulado. Mas enfatizou que foi o maior exercício militar russo sobre o Mar Báltico desce 1991. DDIS distribuiu um documento “Avaliação de Risco 2014” [orig. Risk Assessment 2014], no qual prevê que:


(...) ao longo dos próximos poucos anos, a situação no leste da Ucrânia tem alta probabilidade de converter-se em novo conflito europeu frio.


Mas os dinamarqueses foram muito claros:


Não há indicações de que a Rússia constitua crescente ameaça militar direta ao território dinamarquês.



Immanuel Wallerstein

Nada disso impediu que os chefes militares norte-americanos de sempre se pusessem a repetir que a Rússia se prepara para iniciar a IIIª Guerra Mundial.


Não há absolutamente nenhuma prova de que Washington esteja preparada sequer para discutir a possibilidade de modificar o atual sistema-mundo, como teorizado por Immanuel Wallerstein, na busca por gestão mais democrática. A próxima reunião do G20 na Austrália, mais uma vez, deixará isso bem claro.


O que se vê, portanto, é o sistema, cada dia mais fragmentado, deslizando inexoravelmente rumo a um catastrófico ponto de ruptura. O “Conhecimento Total de Informação” [orig.Total Information Awareness (TIA)] e suas reviravoltas e circunvoluções não passam de “estratégia” desesperada para adiar uma decadência inevitável.


No fim, Wallerstein estava certo. O mundo do pós-Guerra Fria está condenado a permanecer imensamente volátil.



[*] Pepe Escobar (1954) é jornalista, brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna (The Roving Eye) no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como: Tom Dispatch, Information Clearing House, Red Voltaire e outros; é correspondente/ articulista das redes Russia Today, The Real News Network Televison e Al-Jazeera. Seus artigos podem ser lidos, traduzidos para o português pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e João Aroldo, no blog redecastorphoto.
Livros:
Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Nimble Books, 2007.
Red Zone Blues: A Snapshot of Baghdad During the Surge, Nimble Books, 2007.
Obama Does Globalistan, Nimble Books, 2009.
− Seu novo livro, Empire of Chaos, será publicado em novembro/2014 pela Nimble Books.


POSTADO POR CASTOR FILHO


http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/11/pepe-escobar-agora-e-guerra-total.html

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Maior túnel do Projeto São Francisco apresenta 94,4% de conclusão 05/11/2014


O túnel Cuncas 1, com 15 km, é o mais extenso para transporte de água da América Latina e interliga os Estados do Ceará e Paraíba.


Mauriti (CE) - 03/11/2014 - O Ministério da Integração Nacional realizou, na semana passada, a última detonação dentro do túnel Cuncas 1. A estrutura, a partir de agora, interliga o Estado do Ceará à Paraíba, pelo Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. Com 94,4% executado, o túnel Cuncas 1 é considerado o maior da América Latina para transporte de água. A estrutura tem 15 quilômetros de extensão e seção de 9 metros de altura por 9 de largura.

Atualmente, cerca de 300 profissionais trabalham na estrutura. Ao todo, mais de 1.600 profissionais contribuíram na construção desse túnel. O consórcio responsável pelas obras adotou um sistema de perfuração com fogo controlado, conhecido como novo método de tunelamento austríaco (NATM, sigla em inglês).

Durante os trabalhos, a obra contou com uma moderna máquina importada da Finlândia para as escavações - a perfuratriz hidráulica chamada Jumbo. Cada ciclo de detonações ao longo de sua construção levou entre 12h e 15h. Foram empregados cerca de 700 quilos de explosivos em cada etapa. O avanço médio de cada ciclo foi de 4,5 metros de túnel escavado.

Os operários foram distribuídos em quatro frentes de serviço simultâneas, nas duas extremidades dos túneis (entrada e saída), e em mais duas frentes de serviço em janelas de acesso intermediário. Na medida em que as perfurações avançavam, as equipes se deslocavam em sentidos opostos até as escavações se encontrarem.

Além do Cuncas 1, também faz parte do empreendimento o túnel Cuncas 2, já concluído, com 4 km de extensão, que começa em São José de Piranhas e termina em Cajazeiras, ambos os municípios na Paraíba.

Ao todo, o Projeto de Integração do Rio São Francisco possui quatro túneis, sendo três no Eixo Norte (Cuncas 1, Cuncas 2 e Milagres) e um no Eixo Leste (Eng. Giancarlo de Lins Cavalcanti). O túnel Milagres, com quase 1 km, está localizado em Penaforte (CE), e o túnel Eng. Giancarlo de Lins Cavalcanti (antigo túnel Monteiro) liga Sertânia (PE) a Monteiro (PB) e possui 3 km de extensão.

Projeto São Francisco

O empreendimento é formado por 477 km de extensão, 14 aquedutos, nove estações de bombeamento, 27 reservatórios e quatro túneis. A obra, que vai beneficiar 12 milhões de pessoas nos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, está com 66,1% de sua execução física concluída.

Mais de 11.400 mil pessoas estão empregadas na maior obra de infraestrutura hídrica do País. Com previsão de conclusão em 2015, o Projeto de Integração do São Francisco faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O empreendimento vai garantir a segurança hídrica de mais de 390 municípios.



http://www.mi.gov.br/pt/noticias/-/asset_publisher/xW1t/content/maior-tunel-do-projeto-sao-francisco-apresenta-94-4-de-conclusao?redirect=http%3A%2F%2Fwww.mi.gov.br%2Fpt%2Fnoticias%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_xW1t%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-3%26p_p_col_pos%3D3%26p_p_col_count%3D4

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Brasil investe em cabo de Internet para evitar a vigilância da NSA 03/11/2014

Kathleen Caulderwood | 01/11/14

O Brasil está instalando um cabo através do Atlântico para escapar do alcance da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA).



"Dilma discursando durante aberturada 68ª Assembleia das Nações Unidas" - Foto: Roberto Stuckert Filho/PR, disponível em http://fotospublicas.com

Esta operação é uma das muitas maneiras que o governo brasileiro está quebrando os laços com as empresas de tecnologia americanas - mas não sairá barato.

O cabo de fibra óptica de 3.500 quilômetros vai ser esticado a partir de Fortaleza para Portugal, com um custo estimado de US $ 185 milhões, informou a Bloomberg.

É claro, nada disso vai para os fornecedores americanos.

No ano passado, Edward Snowden vazou documentos que mostraram que a NSA estava acessando informações pessoais de cidadãos brasileiros, inclusive ouvindo telefonemas da presidente Dilma Rousseff, das suas embaixadas e da companhia petrolífera estatal Petrobras.

"Como muitos outros latino-americanos, eu lutei contra o autoritarismo e a censura e não posso deixar de defender, de forma intransigente, o direito à privacidade dos indivíduos e da soberania do meu país", disse Dilma Rousseff na ONU que ano.

"Os argumentos de que a interceptação ilegal de dados e informações visa proteger as nações contra o terrorismo não pode ser sustentado. O Brasil, Sr. Presidente, sabe como se proteger. Rejeitamos, lutamos e não abrigamos grupos terroristas ", disse ela.

Conforme declarou a Presidente Dilma, “Sem o direito à privacidade não há verdadeira liberdade de opinião e não há democracia. (…) Não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo”. Voltando-se a Barack Obama, completou dizendo que “o Brasil, senhor presidente, sabe proteger-se. O Brasil, senhor presidente, repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas”. Este discurso, cabe ressaltar, foi aplaudido por Snowden, delator das ações ilegais da NSA. Em entrevista, disse Snowden: “foi um discurso incrível, porque ela (Dilma) foi a primeira presidente que tomou a liderança para dizer ‘Temos o direito de falar, de nos comunicarmos sem sermos espionados’. E esses não são direitos de um país. São direitos humanos. Não há justificativa para espionar a Petrobras. Por que o presidente americano quer ler os e-mails da Dilma Rousseff? Obama disse que não sabia.



Dilma Rousseff do Brasil olha pela janela de um avião da Força Aérea Brasileira, ao deixar o Palácio da Alvorada, em Brasília, no dia 29 de outubro de 2014. Reuters / Ueslei Marcelino

O Brasil já mudou seu sistema de e-mail dominante do Microsoft Outlook para uma plataforma desenvolvida pelo Estado chamado Expresso, e em novembro passado exigiu que todos os órgãos do governo usem empresas estatais para os seus serviços de tecnologia.

O Brasil é a sétimo maior economia do mundo e as empresas americanas poderiam perder até US $ 35 bilhões em receita nos próximos dois anos, enquanto os compradores possam duvidar da segurança de suas conexões, de acordo com o grupo de pesquisa Tecnologia da Informação & Innovation Foundation.

O cabo está previsto para ser construído no início de 2015, supervisionado pela empresa estatal Telecomunicações Brasileiras SA, conhecida como a Telebrás.

Informações:

http://www.ibtimes.com/brazil-builds-internet-cable-portugal-avoid-nsa-s...

https://onial.wordpress.com/author/onialufsc/

Abreu e Lima começa a operar e já entrega diesel em dezembro 03/11/2014

 Autor: Fernando Brito




Com nenhum destaque na mídia, depois de um clima de denúncias que ameaçou jogar fora a criança junto com a água do banho, a Refinaria do Nordeste da Petrobras, conhecida como Abreu e Lima, recebeu hoje a licença ambiental necessária para operar parcialmente, com 40% de sua capacidade de produção de derivados de petróleo, 70% dos quais serão óleo diesel para a frota de caminhões e ônibus e para instalações industriais do país.

Como toda instalação complexa, o funcionamento será, de início, parcial e interrompido para ajustes, mas ainda logo atingirá a plenitude do primeiro conjunto de refino – “trem”, na linguagem petroleira – dos dois que comporão sua capacidade final. O segundo deve operar em meados de 2015.

O Brasil, hoje, tem de importar anualmente pouco mais de 10 bilhões de litros de óleo diesel.

Nos próximos meses, esta primeira fase da Abreu e Lima, junto ao porto de Suape, em Pernambuco, vai suprir cerca de 20% destas necessidades.

O que tiver de ser apurado sobre irregularidades na obra, que seja trazido às claras.

Mas nada pode apagar a importância desta conquista, por há exatos 30 anos o Brasil não constrói uma grande refinaria de petróleo. A última, a Revap, teve suas obras iniciadas num longínquo 1974, tendo sido concluída seis anos depois.

Neste período, apenas uma pequena planta de refino, basicamente local, no Rio Grande do Norte, foi construída e inagurada.

E por Lula, que iniciou a grande refinaria que agora começa a operar.

http://tijolaco.com.br/blog/?p=22737