quinta-feira, 29 de março de 2012

Espanha: Sindicatos sublinham adesão “massiva” à Greve Geral 29/03/2012

Setores da indústria, recolha de lixo, construção de infraestruturas, setor mineiro, correios e transporte, são, segundo os sindicatos, os mais afetados pela Greve Geral. Sindicatos denunciam pressões e ameaças. Registaram-se alguns confrontos durante a noite que, segundo o Ministério do Interior, resultaram em dezenas de detenções e alguns feridos.
Foto de Juan Carlos Cardenas, EPA/Lusa.

As principais centrais sindicais espanholas, CCOO e UGT, acreditam que a adesão à Greve Geral está a ser massiva e irá mesmo ultrapassar os números atingidos em setembro. Entre os 14 milhões de trabalhadores assalariados, a adesão deverá rondar os 85% a 90%, segundo avançam estas estruturas sindicais.
Segundo divulga a UGT e as CC OO em comunicado conjunto, as fábricas de automóveis estão praticamente paradas e o setor dos transportes só cumpre os serviços mínimos. 26 portos da rede de Portos do Estado estão totalmente parados. No setor da aviação, 2300 voos poderão ser afetados pela paralisação e a empresa Transmediterránea prevê o cancelamento de atividades em 22 dos seus trajetos marítimos. Nas fábricas da Renault, SEAT en Martorell, Volkswagen Navarra, Ford Almusafes e Bosch Madrid, e Airbus en Toledo a adesão à greve é total.
Os grandes centros de abastecimento da Andaluzia, especialmente o Mercasevilla, o Mercabarna e o Mercavalencia, na Catalunha, e a plataforma logística de Mercadona em Leon encerraram portas e os setores da alimentação e o setor químico registam níveis de adesão que rondam os 80 a 90%. O turno da noite da fábrica da Repsol em Puertollano parou por completo.
No setor mineiro a adesão é de 100% e no setor têxtil atinge os 82%. A fáfrica da Inditex na Corunha encerrou por completo. Na recolha de lixo a adesão é de 95%, ascendendo a 100% em cidades como Madrid, Corunha, Zaragoza, Ceuta, Toledo, entre outras. No setor das limpezas a adesão foi, por sua vez, de 70%.
No que respeita à construção de infraestruturas, a greve chegou mesmo a parar por absoluto as obras da Adif e do prolongamento da linha 9 do metro.
O setor postal regista uma adesão à greve de 74%, atingindo os 100% na Catalunha e os 98% na Andaluzia.
Também os media espanhóis optaram por aderir ao protesto. O Telemadrid, Canal Sur Televisión e o TV3 da Catalunha encerraram as emissões pelas zero horas do dia 29. A adesão na redação digital do diário Público é de 100%. No que respeita à imprensa escrita, regista-se uma adesão de 80% no El País e La Vanguardia e de 70% no resto da imprensa escrita da Catalunha.
Outro indicador que traduz o êxito desta Greve Geral diz respeito à diminuição do consumo de energia, que traduz a redução da atividade económica. Cerca das sete da manhã, a procura já registava um decréscimo, face à semana anterior, de 23,37%, segundo a Rede Elétrica de Espanha.
Forte contingente policial
A greve tem sido acompanhada de perto por um enorme contingente policial que, inclusive, chegou a cortar os acessos em Madrid, junto ao Congresso.
Registaram-se alguns confrontos durante os piquetes da madrugada, que resultaram, segundo o Ministério do Interior, em dezenas de detenções e alguns feridos.
Os sindicatos denunciaram, entretanto, que os trabalhadores têm vindo a ser alvo de pressões e chantagens por parte dos empresários e dos serviços públicos no sentido de não aderirem à greve.
Contra a reforma laboral e pelos serviços públicos
A Greve Geral de 29 de março constitui uma protesto contra a reforma laboral promovida pelo executivo de Rajoy, considerada pelos sindicatos como “a mais regressiva da história da democracia”, e pela defesa dos serviços públicos.
Para os representantes da CC OO e da UGT, esta é uma mobilização “justa e necessária” perante a “regressão social” provocada pela política posta em marcha pelo atual governo.
Na Galiza também foi convocada pela Confederação Intersindical Galega uma greve geral para 29 de março. Para o País Basco e para Navarra, as centrais ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE e Hiru, também já teriam anunciado uma paralisação geral para este mesmo dia.
O protesto não merece o apoio do Partido Nacionalista Basco, sendo duramente condenado pelo Partido Popular.
O partido Esquerda Unida congratulou, por sua vez, a decisão das estruturais sindicais. Cayo Lara, citado pelo El Pais, defendeu que esta é uma “reforma duríssima, ante a qual o governo tem duas opções: ou negoceia com os sindicatos e partidos dentro do trâmite parlamentar ou terá mais mobilizações”.

Esquerdanet

Espanha enfrenta greve geral 29/03/2012


Manifestação contra reformas trabalhistas e cortes de gastos interrompe voos e serviços

EFE
A greve geral convocada na Espanha contra a reforma trabalhista aprovada pelo Governo de Mariano Rajoy transcorre de maneira desigual, com maior adesão na indústria e nos transportes e pouco apoio no setor de serviços.


Os sindicatos estimaram nesta quinta-feira em 85% a adesão nas primeiras 9h de greve, percentual que recuará para 75% uma vez incorporados os dados da administração, da educação, saúde e do comércio.
Por sua vez, o Governo garante que a greve está tendo pouca incidência a julgar pelos dados de consumo de eletricidade e o funcionamento com normalidade das administrações públicas, dos shoppings e dos bancos.
"A normalidade nos centros de trabalho espanhóis é elevada", resumiu a diretora-geral de Política Interna, Cristina Díaz.
A greve de 24 horas, convocada pelos sindicatos majoritários Comissões Operárias (CCOO) e a União Geral de Trabalhadores (UGT), coincide com os primeiros cem dias do Executivo de Mariano Rajoy, que apresentará nesta sexta-feira orçamentos com drásticos cortes para cumprir com o objetivo de déficit de 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Enquanto isso, o Governo acredita que o impacto da greve é "claramente inferior" ao da paralisação convocada em setembro de 2010 contra a reforma trabalhista aprovada pelo então Executivo do socialista José Luis Rodríguez Zapatero, os sindicatos consideram que é superior.
A participação durante o turno de noite superou "amplamente" os 90% nos setores de recolhimento de lixo, limpeza diária e indústria, segundo os sindicatos, que criticaram o forte aparato policial em algumas cidades.
Na educação, 70% dos empregados aderiram à greve, conforme os sindicatos, que também protestam contra os "cortes" na educação.

Durante o dia, foram contabilizadas nove pessoas levemente feridas, seis são agentes, e 58 detidos.
A normalidade está sendo a tônica dominante tanto nos hospitais públicos de Madri quanto nas cafeterias e bares de todo o país.
Os sindicatos patronais CEOE e CEPYME garantiram que a adesão depende dos setores e das regiões, e que é mais pronunciado na indústria e no norte da Espanha.
As associações de trabalhadores autônomos afirmaram que apenas 17% dos negócios aderiram à greve.
No setor aéreo, até as 4h15 (de Brasília) tinham operado 246 voos nos aeroportos espanhóis, conforme o gerente aeroportuário Aena.

Com a convocação da greve, a oitava da democracia na Espanha, os sindicatos protestam contra a nova legislação trabalhista aprovada em fevereiro pelo Governo do conservador do Partido Popular (PP), reivindicada pela patronal espanhola e organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os sindicatos acreditam que a reforma - uma das primeiras medidas aprovadas pelo Governo de Rajoy - danifica os direitos dos trabalhadores, barateia a demissão e não servirá para criar novos empregos em um país que tem 5,2 milhões de desempregados, 23% da população ativa, com a economia entrando em recessão.
O Executivo argumenta, no entanto, que o alto desemprego é a razão principal pela qual é necessária a reforma, que tem o objetivo de flexibilizar o mercado de trabalho.

Brasil e Índia querem uma nova ordem mundial 29/03/2012


Brasil e Índia querem uma nova ordem mundial Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação

Presidente Dilma Rousseff diz que os dois países defendem reformas no Conselho de Segurança das Nações Unidas que levem em consideração a nova realidade do mundo



247 – A presidente Dilma Rousseff declarou em sua viagem à Índia que o Brasil quer uma nova ordem mundial. "Brasil e Índia convergem fortemente para a reforma das organizações internacionais, seja a ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a criação de um novo modelo de responsabilidade do FMI ou o estabelecimento de novos fóruns de alto nível, como o G20, IBAS, BASIC e Brics", afirmou em um artigo publicado no jornal "The Times of India".
Dilma participa, em Nova Déli, da IV Reunião de Cúpula dos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e na sexta-feira fará uma visita de Estado ao país anfitrião.
A presidente aproveitou para criticar novamente as políticas adotadas pelos Estados Unidos e Europa para combater a crise financeira. "(A crise) não será superada por meio de meras medidas de austeridade, consolidação fiscal e desvalorização da força do trabalho. Menos ainda por meio de políticas expansionistas que ensejam uma guerra cambial e introduzem no mundo novas e perversas formas de protecionismo", disse a presidente durante um discurso na Universidade de Nova Déli, onde ela recebeu o título de doutora honoris causa.

Ativista americano vem ao Brasil e aprende ativismo político 29/03/2012




Stephen Lerner, mentor intelectual do movimento “Ocupe Wall Street”, está no Brasil. Ontem, deu uma palestra no Sindicato dos Bancários de São Paulo sobre a luta dos estadunidenses contra o poder e a ganância do sistema financeiro em seu país. Mas penso que não foi só essa a razão que o trouxe ao nosso país.
Estive ontem no Sindicato entrevistando-o junto a mais uns dez jornalistas da mídia alternativa – porque, incrivelmente, a velha mídia nem tomou conhecimento de presença tão ilustre no Brasil.
Aliás, vale dizer que se tivéssemos imprensa de verdade, por aqui, deveria haver uma fila de jornalistas dos grandes meios querendo entrevistá-lo.
Menos mal, porém, que há uma mídia alternativa. E, para quem quiser se animar, tenho uma boa novidade. Lerner aproveitará sua estada aqui também para coletar o know how brasileiro em termos de ativismo político, apesar de que o nosso país não chega a ser o que tem o ativismo mais intenso.
Todavia, o Brasil é o país latino-americano mais parecido com os Estados Unidos, tanto do ponto de vista institucional quanto econômico e social. Desta maneira, compreende-se o interesse do mentor de um movimento que está abalando a visão da sociedade americana sobre o seu país.
Minhas perguntas a Lerner foram sobre se acredita que a sociedade americana finalmente acordou e sobre como é possível que após o país ter sido afundado pelos neoliberais o povo ainda cogite votar no Partido Republicano, ainda que o Democrata não seja muito melhor, e sobre se ele não acha que o movimento Ocupe Wall Street precisa de uma liderança.
As respostas foram vagas. Na verdade, nem ele sabe essas respostas. Mas o que vale relatar neste post é o que ele não disse e que os companheiros do Sindicato disseram. Antes, porém, uma frase de Lerner para introduzir o tema: ele disse que os americanos elegeram Obama e foram dormir.
Sabem o que isso quer dizer? Eles fizeram lá o que fizemos aqui. Elegemos Dilma e fomos dormir, ou seja, acreditamos, americanos e brasileiros, que bastaria eleger Obama ou Dilma que tudo estaria resolvido, achando que, no presidencialismo americano ou no brasileiro, um presidente manda alguma coisa.
Lerner relatou como o seu país se acomodou com a sociedade de consumo artificial que construiu e como essa sociedade se esqueceu de como lutar. Por isso, com a visita dele os ativistas americanos aprenderão com os brasileiros a enfrentar o grande capital que por décadas incontáveis dominou aquela nação sem que ninguém oferecesse resistência.
Com o inverno, os americanos nova-iorquinos tiveram que abandonar o Ocupe Wall Street, pois não dava para fazer ativismo sob temperaturas muito abaixo de zero grau. Com a chegada da primavera, porém, estão voltando. E planejando ações que coincidirão com assembléias de grandes grupos econômicos, ao longo deste ano.
Haverá nos EUA, nos próximos meses, reuniões de grandes grupos como Wells Fargo ou Bank of America, entre muitos outros, e os  ativistas do Ocupe Wall Street usarão táticas que o Brasil já usa há muito e que parecem inspiradas em nós.
Por exemplo: para poderem participar das reuniões dessas corporações a fim de protestar, estão adquirindo uma só ação de cada grande grupo por ativista de forma a terem direito legal de participar das assembléias a fim de “meterem o bedelho”, ou seja, de protestarem e darem os seus recados.
É o Brasil exportando um know how que um povo que pôs o homem na Lua desaprendeu.
Lerner, nas respostas que deu às minhas questões, fez questão de ressaltar que, pela primeira vez em décadas incontáveis, os jovens americanos estão mais pobres do que os ascendentes, ou seja, do que pais e avós. E informa que essa realidade, aos poucos, irá mudar a face – e a mentalidade obtusa – de seu pais.
Talvez, leitor, você goste de saber que o Brasil está exportando “tecnologia” para perturbar o grande capital. Aqui está dando muito certo. Apesar de este país ser mais injusto, se os americanos conseguirem diminuir a injustiça social como estamos diminuindo, o choque de igualdade que será gerado poderá varrer o mundo.

Do Blog da Cidadania de Eduardo Guimarães

"PSA Peugeot Citröen suspende acordo com montadora do Irã" 28.03.12


A montadora General Motors disse nesta quarta-feira que sua parceira francesa, a PSA Peugeot Citroën, suspendeu todas as entregas de autopeças para uma fabricante iraniana de automóveis, com a qual a Peugeot tinha parceria. A GM disse que sua aliança com a Peugeot "cumpre totalmente as leis do governo dos Estados Unidos a respeito do comércio com o Irã".A General Motors enfrentou críticas de grupos e entidades nos EUA que se opõem ao regime iraniano, por concordar em comprar 7% de participação acionária na montadora Peugeot Citroën. A Peugeot tinha uma longa parceria com a montadora Iran Khodro, para a qual fornecia autopeças para carros que são montados no Irã. Alguns analistas questionaram se, ao tornar-se a segunda maior acionista na Peugeot, a GM não estaria rompendo o embargo econômico dos EUA ao Irã. O governo dos EUA é um dos maiores acionistas na General Motors e tem 32% de participação acionária na montadora, informa o Wall Street Journal.A GM disse "que nós discutimos essa questão com a Peugeot. Nós entendemos que eles tomaram essa decisão de suspender a produção e o envio de autopeças ao Irã há algum tempo - antes que nossa aliança entrasse em efeito - e decidimos continuar com essa suspensão. Nosso acordo com a Peugeot cumpre totalmente com as leis do governo dos EUA a respeito do Irã e não tem nenhuma intenção de beneficiar o Irã de qualquer jeito". O Tesouro dos EUA não fez comentários.
A Peugeot disse que não tem investimentos diretos no Irã, apenas vendia autopeças à Iran Khodro. Um porta-voz da Peugeot disse no começo de março que o acordo com a Khodro representou apenas 1,5% do faturamento da unidade automotiva da Peugeot em 2011. As informações são da Dow Jones.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Venda de imóveis novos em SP tem alta de 29% em janeiro 28/03/2012


DE SÃO PAULO
A venda de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo cresceu 28,7% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2011, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Secovi (sindicato da habitação).
Foram comercializados 1.068 imóveis no mês, diante das 830 unidades de janeiro de 2011.
O volume movimentado com as vendas aumentou 17,2%, com R$ 504 milhões no primeiro mês deste ano e R$ 430,1 milhões em igual período de 2011. Com a correção do valor pelo INCC (Índice Nacional de Custos da Construção, da Fundação Getúlio Vargas), a alta ficou em 9,5%.
Em 2011, a venda de imóveis novos residenciais na capital paulista somou 28,3 mil unidades, com retração de 21% ante o ano anterior.
Já a quantidade de lançamentos, contabilizada pela Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos sobre o Patrimônio), registrou queda de 1,3% no mesmo comparativo, totalizando 37,7 mil moradias postas à venda no ano passado.
DORMITÓRIOS
Imóveis de dois e três dormitórios responderam, juntos, por 82,6% das vendas em unidades do primeiro mês de 2012 --sendo 43,7% e 38,9%, respectivamente.
Os lançamentos residenciais na capital paulista totalizaram 674 unidades em janeiro, com alta de 12,1% em relação às 601 unidades do primeiro mês de 2011.
De acordo com a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), 62% das unidades lançadas no mês correspondiam a imóveis de 2 dormitórios (418 imóveis).
"O ano deve superar os resultados de 2011, que foi bom, mas abaixo das expectativas em relação aos excepcionais registrados nos anos anteriores", diz o Secovi em nota.
"A economia provavelmente estará aquecida nesse período [segundo semestre], que, tradicionalmente, movimenta em torno de 65% do total comercializado por ano", afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Espanha: sindicatos convocam greve geral para quinta-feira 28/03/2012

País vive uma das crises econômicas mais agudas de sua história, com taxa de desemprego de 23%


Robson Morelli, enviado à Espanha
Os dois sindicatos mais fortes da Espanha convocaram uma greve geral no país para esta quinta-feira, 29. A paralisação vai ser de um dia apenas e deve contar com a adesão de 35% a 45% dos trabalhadores, conforme expectativa dos analistas. Os transportes públicos de cidades como Madri, por exemplo, vão funcionar com 30% de sua capacidade, o que deverá gerar muita demora e espera sobretudo nas estações de metrô. A promessa é de que o comércio também feche suas portas. Até a tarde desta quarta-feira, funcionários de restaurantes e bares ainda não sabiam se estavam liberados para aderir ao movimento grevista.
Segundo os dois líderes sindicais mais influentes do país, Ignacio Fernández Toxo (CC OO) e Cândido Méndez (UGT), motivos não faltam para parar a Espanha, que vive uma das crises econômicas mais agudas de sua história, com taxa de desemprego batendo nos 23%.
Só em Madri são 635 mil desempregados. Há no país 5,27 milhões de pessoas sem trabalho - 1 milhão a mais desde que o governo espanhol entrou em estado de alerta a reboque dos percalços financeiros da Grécia. De lá para cá, 3 milhões de trabalhadores perderam o posto. É possível ver nas ruas de Madri boa parte desses desempregados, alguns viraram pedintes em esquinas e no metrô. Mesmo assim, a ordem ainda prevalece na cidade.
As centrais sindicais informam que 2,6 milhões do total de desempregados na Espanha estão sem ter o que fazer há mais de um ano. Os mais atingidos são os jovens até 25 anos. Eles representam quase 50% do total de desempregados. Alguns deles passam o dia sentados nas praças e bancos das avenidas de Madri, quase sempre em grupos.
A sociedade espanhola se transforma de forma acelerada. E para pior. Restaurantes e lojas estão vazios em Madri a maior parte do expediente. Esse cenário contrasta com as ruas cada vez mais cheias. Pedro Reques Velasco, catedrático de geografia humana da Universidade de Cantabria, informa em seu artigo no diário Cinco Días desta quarta-feira, 28, que, desde 2000, 900 mil cidadãos da classe média passaram a fazer parte dos mais desfavorecidos. Desceram na escala social.
Esta é a sétima greve geral que a Espanha faz nos últimos anos. A última foi em 2010. Dentre os problemas que motivaram a convocação da paralisação há dois que saltam aos olhos dos líderes sindicais: o arrocho salarial dos que "ainda" estão empregados e falta de diálogo dos representantes dos trabalhadores com o governo. "O governo ignorou olimpicamente todas as nossas propostas. E os patrões estão se valendo e tentando se safar como mensageiros do medo", contestou Fernández Toxo, da CC OO. O sindicalista cobra uma reforma trabalhista profunda no país.
De acordo com os analistas políticos, o resultado da greve geral desta quinta-feira (o tamanho de sua adesão) poderá fortalecer ou enfraquecer de vez os líderes sindicais. Se a paralisação der em nada, o governo terá caminho aberto para recuperar o país do jeito que quiser.