quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vírus que atacou Irã é uma de várias armas cibernéticas. 29/12/2011

Vírus que atacou Irã pode ter “primos”

Por Agências
Stuxnet, que ano passado prejudicou programa nuclear do país, pode fazer parte de um conjunto de cinco armas cibernéticas
SÃO FRANCISCO – O vírus Stuxnet, que no ano passado prejudicou o programa nuclear do Irã, é provavelmente parte de um conjunto de cinco armas cibernéticas cujas origens remontam a 2007, de acordo com novas pesquisas do grupo russo de segurança na computação Kaspersky Labs.
Especialistas em segurança acreditam que os Estados Unidos e Israel sejam responsáveis pela criação do Stuxnet, embora os dois países se recusem a comentar o assunto oficialmente.
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Um porta-voz do Pentágono se recusou na quinta, 29, a comentar sobre a pesquisa da Kaspersky, que não aponta quem pode ter sido o responsável pelo Stuxnet.
O Stuxnet já foi conectado a um outro vírus, o cavalo de Tróia Duqu, que rouba dados, mas as pesquisas da Kaspersky sugerem que o programa de armas cibernéticas dirigidas contra o Irã pode ser muito mais sofisticado do que se imaginava anteriormente.
O diretor mundial de pesquisa e análise da Kaspersky, Constantin Raiu, disse à Reuters na quarta-feira que sua equipe havia recolhido provas que demonstram que a mesma plataforma usada para criar o Stuxnet e o Duqu também havia sido empregada para desenvolver outras três formas de malware.
Raiu disse que a plataforma é formada por um grupo de módulos compatíveis de software criados para funcionar juntos, cada qual com funções diferentes. Os criadores podem criar novas armas cibernéticas ao acrescentar e remover módulos.
“É como brincar com Lego: os componentes podem ser montados como você preferir -uma casa, um robô ou um tanque de guerra”, disse.
A Kaspersky deu à plataforma o nome “Tilded”, porque muitos dos arquivos no Duqu e Stuxnext tem nomes iniciados por um til – ~ – e pela letra “D”.
Os pesquisadores do Kaspersky não encontraram novos tipos de malware criados com a plataforma Tilded, disse Raiu, mas estão certos de que existem porque componentes compartilhados pelo Stuxnet e Duqu parecem estar procurando por seus “parentes”.
Quando uma máquina é infectada pelo Duqu ou Stuxnet, os componentes compartilhados da plataforma buscam por duas chaves de registro únicas usadas pelo Duqu e Stuxnet no computador, e as usam para carregar o malware na máquina, afirmou.
/ Reuters

Sergipe: Filha de assentados conquista o 1º lugar em medicina 28/12/2011

O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT) homenageou a aluna Ellen Silva de Carvalho de 19 anos, a segunda colocada geral no vestibular da Universidade Federal de Sergipe, sendo a primeira colocada no primeiro vestibular de Medicina realizado para o Campus da cidade de Lagarto. Ela é filha de assentados do assentamento Che Guevara daquele município.


Ellen é filha de Luzinete Silva de Carvalho e Edvaldo Santos de Carvalho assentados do assentamento Ernesto Che Guevara, ela cursou o ensino fundamental e médio em uma escola filantrópica e foi bolsista em um colégio particular de Aracaju, e graças a seu esforço e dedicação conquistou o primeiro lugar no curso mais concorrido da universidade com 16.605,99 pontos.

Ellen destacou a importância do campus em Lagarto para moradores da região. "Sempre quis fazer medicina e tinha consciência das dificuldades. Para cursar o pré-vestibular, passava a semana em Aracaju e os finais de semana aqui, em Lagarto. Sem dúvida o novo campus fará uma enorme diferença na vida dos jovens que sonham ingressar no curso superior. E cursar Medicina perto de minha casa, de minha família é muito melhor", disse.

"Estou orgulhoso. A aprovação de minha filha é uma satisfação enorme, só tenho a agradecer à Deus", disse Edvaldo, pai de Ellen.

São Paulo registra recorde de emissão de passaportes 29/12/2011


São Paulo registra recorde de emissão de passaportes Foto: DIVULGAÇÃO

A Polícia Federal atingiu a marca histórica de mais de 700 mil passaportes expedidos no Estado em menos de um ano; até novembro, foram entregues 707.633 documentos, produção jamais alcançada

Por Agência Estado


A Polícia Federal (PF) em São Paulo atingiu a marca histórica de mais de 700 mil passaportes expedidos no Estado em menos de um ano - em 2011, até novembro, a PF entregou 707.633 passaportes, produção jamais alcançada. Os dados não contemplam dezembro porque ainda não foi fechado o balanço de emissão do documento do último mês.
Em 2010, de janeiro a dezembro, a PF entregou 574.067 passaportes em todo o Estado. Na capital, também houve uma explosão no número de passaportes liberados. Em 2010, foi registrada a emissão de 365.758 documento. Em 2011, até novembro esse número chegou a 431.557 passaportes - em um único mês deste ano, agosto, a PF emitiu 47.353 passaportes apenas na capital, o pico do atendimento. De maio a setembro de 2011, nenhum mês ficou abaixo da meta de 40 mil passaportes na capital.
As informações foram divulgadas pelo delegado Diógenes Perez de Souza, chefe do Núcleo de Passaportes na Superintendência Regional da PF em São Paulo. Ele afirma que o posto instalado na sede da superintendência, no bairro da Lapa (Rua Hugo Dant'olla, 95), zona oeste da cidade, já está agendando entrevista com os usuários "para o dia seguinte". "Não há mais fila de espera aqui no posto da Lapa, por isso o agendamento é possível para o próximo dia", garantiu o delegado. "No posto do Shopping Light, a espera é de apenas dois a três dias úteis."
Os longos períodos de espera para agendamento eram uma rotina na PF, especialmente no posto da Lapa, por causa da grande demanda e de gargalos no processo de atendimento. Até maio deste ano, o interessado tinha de aguardar pelo menos 70 dias para ser atendido, provocando críticas da população.
Segundo Diógenes, "um conjunto de medidas de planejamento e adequações administrativas" propiciou a melhoria no serviço - a abertura de novos postos, a ampliação do horário de atendimento atingindo turnos de até 14 horas por dia, como no posto do Shopping Light e em delegacias do interior, além de reforço de pessoal e alterações do sistema de atendimento.

Irã afirma ter identificado porta-aviões americano em área de manobras navais 29/12/2011

DA FRANCE PRESSE
Um avião iraniano "identificou" um porta-aviões americano na área de manobras navais organizada pela Marinha do Irã na região particularmente sensível do Estreito de Ormuz, anunciaram autoridades militares.
"Um avião de vigilância iraniano identificou um porta-aviões americano na zona de manobras em que estão mobilizados navios iranianos, fez fotos e filmou", declarou o almirante Mahmud Musavi.
"Isto demonstra que a Marinha iraniana observa e vigia todos os movimentos das forças na região", completou.
A 5ª Frota americana tem como porto base o Bahrein, o que permite a Washington ter uma importante presença naval no Golfo Pérsico e em Omã.
O Irã, que iniciou no sábado um exercício naval de 10 dias na região do Estreito de Ormuz, no mar de Omã e no Oceano Índico, cogita a possibilidade de fechar o estreito, caso as potências ocidentais adotem novas sanções para impedir suas exportações de petróleo.

Ali Mohammadi/France Presse
Militares iranianos controlam embarcação durante exercícios navais no estreito de Ormuz, no sul do Irã
Militares iranianos controlam embarcação durante exercícios navais no estreito de Ormuz, no sul do Irã
"Fechar o estreito é muito fácil para as Forças Armadas iranianas. É como beber um copo de água, como se diz em persa", declarou na quarta-feira o comandante da Marinha do país, almirante Habibollah Sayyari.
"Atualmente não precisamos fechar o estreito porque controlamos o mar do Omã e podemos controlar o tráfego marítimo e petrolífero", completou.
O estreito, pode onde circula 40% do tráfego marítimo de petróleo mundial, é particularmente vulnerável pela pequena distância entre as duas costas, 50 km, e por sua profundidade, que não supera 60 metros.
O governo dos Estados Unidos advertiu o Irã contra uma tentativa de interferir na navegação do Estreito de Ormuz, o que segundo Washington não seria tolerado.

Israel ataca a faixa de Gaza e é retaliado com lançamento de foguete 29/12/2011

DA FRANCE PRESSE, EM JERUSALÉM
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um foguete foi disparado nesta quinta-feira contra o território israelense a partir da faixa de Gaza, pouco depois de um ataque aéreo de Israel contra alvos "terroristas" no centro e norte do território palestino, anunciou o Exército.
"Um foguete foi disparado de Gaza contra um campo da região de Eshkol", declarou à agência France Presse um porta-voz do Exército israelense.
"Aviões da Força Aérea israelense apontaram contra um alvo de atividades terroristas no centro da faixa de Gaza, assim como contra um túnel na zona norte deste território", afirma o Exército em um comunicado.
"Os ataques diretos foram confirmados. Os alvos foram atacados em resposta ao disparo de foguetes contra Israel na quarta-feira", completa a nota.
Segundo um porta-voz israelense, ativistas palestinos dispararam cinco foguetes na quarta-feira contra o sul de Israel. Os ataques não provocaram vítimas ou danos.
Os foguetes foram disparados em resposta a outros dois ataques da aviação israelense contra a faixa de Gaza que deixaram um morto e 20 feridos na terça-feira.
NOVA OPERAÇÃO
Na quarta-feira, o chefe do Exército israelense, Benny Gantz, disse acreditar que a operação "Chumbo Fundido", lançada há três anos contra Gaza para interromper ataques com foguetes a Israel, teve bons resultados, mas terá que ser repetida no futuro.
Em uma entrevista à rádio militar do país, Gantz afirmou que a ofensiva, na qual morreram 1.400 palestinos e 11 mil moradias foram destruídas ou danificadas, foi "uma operação excelente", informou o jornal israelense "Haaretz".
O lançamento de foguetes contra Israel pelas milícias de Gaza reduziu desde o ataque, apesar de as partes estarem se envolvendo em um aumento da tensão nos últimos dias.
Estes conflitos e a consequente sensação em Israel de que o Exército tem que se recuperar da dissuasão obtida na operação aumentaram as vozes de dentro e fora do governo que pedem uma nova invasão ainda mais dura na faixa de Gaza.
"Não aconselho ao Hamas que ponha em prova nosso brio", disse Gantz antes de afirmar que Israel não tem mais escolha, a não ser lançar, cedo ou tarde, uma nova e grande ofensiva na região, que terá que ser "rápida e dolorosa".
Com relação a quando ocorreria a nova operação, Gantz se limitou a dizer que será realizada "quando se derem as condições apropriadas".

Miami abre portas para brasileiros que gastam 28/12/2011

Indústria do turismo americana faz pressão para que governo derrube exigência de visto


The New York Times
MIAMI - Mesmo em uma cidade que recebeu tantas ondas de imigrantes latinos - a ponto de ser considerada a única capital sul-americana na América do Norte - nenhum grupo até hoje foi tão cortejado e mimado quanto o dos brasileiros.
Com os bolsos cheios de dinheiro por conta de uma economia próspera, os brasileiros têm visitado o sul da Flórida em grandes números, gastando milhões de dólares em condomínios de férias, roupas, joias, móveis, carros e obras de arte, artigos que são muito mais baratos em Miami do que no Brasil.
Como forma de agradecimento, os habitantes da Flórida estão criando maneiras inovadoras de agradar aos brasileiros. Os agentes imobiliários, por exemplo, fazem parcerias com empresas que reúnem diferentes serviços para proporcionar uma compra completa, oferecendo decoração, recepção e até consultoria jurídica e ajuda com vistos. Alguns agentes chegaram até a abrir escritórios no Brasil para facilitar o processo.
Conscientes de que os brasileiros não gastam livremente a não ser que se sintam em casa, os shoppings passaram a atrair fregueses brasileiros com a contratação de vendedores que sabem português, encarregados de oferecer vestidos Dolce & Gabbana e relógios Hublot. Há até ofertas de emprego em português.
O "hola" e os beijos mandados pelos ares ainda são muito comuns aqui, mas o "oi" - a saudação brasileira - está ganhando cada vez mais espaço.
"Viemos a Miami para investir porque, no Brasil, os imóveis são muito caros", disse Claudio Coppola Di Todaro, investidor de um fundo de hedge de São Paulo que comprou recentemente uma unidade no condomínio Trump Towers, em Sunny Isles Beach, e outro apartamento no Trump SoHo, em Manhattan (os brasileiros também adoram Nova York). "Gostamos de vir passar férias em Miami algumas vezes ao ano, e muitos brasileiros têm feito isso ultimamente."
Enquanto Estados Unidos e Europa ainda se veem às voltas com a recessão, a economia brasileira segue avançando, impulsionada pelas exportações, por uma base manufatureira em expansão e pela abundância em recursos naturais.
Em outubro, o desemprego no País era de 5,8% e, esta semana, o Brasil ultrapassou a Grã-Bretanha, tornando-se a sexta maior economia do mundo.
Os que mais gastam
Brasileiros que buscam marcas específicas adoram gastar seu dinheiro (à vista, principalmente). Isso fez os turistas do Brasil chegarem a ocupar o primeiro posto em gasto per capita entre os 10 principais grupos de visitantes estrangeiros aos Estados Unidos - lista que inclui franceses, britânicos e alemães.
Ao todo, 1,2 milhão de brasileiros foram para os EUA no ano passado, gastando US$ 5,9 bilhões - o que equivale a US$ 4.940 por visitante. Somente os turistas da Índia e da China gastam mais do que os brasileiros. Mas estes tendem a ir em menor número.
Sem visto
O impacto econômico provocado pelos brasileiros é tão poderoso que a indústria de turismo, restaurantes e varejo - e também a câmara do comércio dos EUA - têm feito pressão em Washington para que os brasileiros possam visitar o país sem a necessidade de vistos, como ocorre com os visitantes de países da União Europeia.
Em novembro, o departamento de Estado concordou em aumentar o número de funcionários nos consulados americanos no Brasil para acelerar o processo de concessão de vistos.
A Flórida foi a principal beneficiada com a nova riqueza dos brasileiros e a expansão da classe média do País. A maioria dos brasileiros que vêm aos EUA vai à Flórida e, nos primeiros nove meses deste ano, estima-se que 1,1 milhão tenham gasto US$ 1,6 bilhão no estado, quase 60% mais em relação ao ano anterior.
O dinheiro dos brasileiros ajudou a ressuscitar o mercado imobiliário em Miami. Os estrangeiros respondem por mais da metade das vendas na cidade, e os condomínios em forma de torre que antes jaziam vazios estão sendo rapidamente ocupados.
"Sob muitos aspectos, os brasileiros foram a salvação da cidade", disse Edgard Defortuna, presidente da Fortune International Realty, que tem escritórios em Miami e no Brasil. "Para eles, o preço não é problema."
Em Mimai, os brasileiros continuam com seu estilo de vida: fazem jantares tardios, ouvem música e consomem comida com os quais estão familiarizados. Por isso, o número de restaurantes brasileiros também está aumentando, incluindo filiais da rede Giraffas, que oferece pão de queijo e determinados cortes especiais de carne.
Braço
E a relativa segurança dos EUA é mais um aspecto positivo. Apesar da recente queda, o número de homicídios no Rio de Janeiro ainda é três vezes superior ao de Miami. "Em Miami, eles podem passear com seus relógios caros e seus carros conversíveis, sem correr o risco de terem o braço cortado por algum meliante interessado em suas joias, como ocorre em casa", disse Alexandre Piquet, advogado brasileiro da Piquet Realty, fundada pelo irmão dele, Christian, conhecido piloto de corridas.
"Aqui, não temos que nos preocupar com a possibilidade de as crianças serem sequestradas na rua, problema que ainda nos afeta em casa. É triste, mas é a realidade", diz ele.
A Piquet Realty, fundada em 2005, dobrou seu volume de negócios no ano passado, segundo Piquet. Alguns dos apartamentos vendidos pela imobiliária são oferecidos já mobiliados pela Artefacto, uma conhecida loja brasileira de móveis.
Se os brasileiros precisarem de ajuda com transações legais, questões fiscais ou orientação para assuntos relacionados à imigração, a empresa também oferece tais serviços. E mais: se um cliente quiser uma Ferrari, a Piquet Realty pode obtê-la.
Além de Miami, outras cidades também querem os brasileiros. Orlando, por exemplo, tenta atrair os brasileiros que preferem os shoppings da cidade aos seus conhecidos parques temáticos. Na cidade, a Pegasus Transportation opera passeios de compras em outlets com regularidade, trazendo milhares de brasileiros às lojas. "Eles compram tudo que se pode imaginar", disse Claudia Menezes, vice-presidente da Pegasus. "Laptops, câmeras, roupas de marca - muitas peças da Prada e da Louis Vuitton."
Ter acesso a tanto dinheiro é o principal motivo pelo qual a batalha dos vistos começa a receber alguma atenção no Capitólio. Há apenas quatro escritórios do consulado americano no Brasil, País de dimensões comparáveis às dos EUA.
Para obter um visto, muitos dos aspirantes precisam percorrer longas distâncias de suas cidades até os consulados para serem entrevistados e conseguir os documentos de entrada. O processo é longo e oneroso. Mas apesar disso, foram feitas 820 mil solicitações de visto este ano, com um tempo médio de espera de 50 dias - período longo demais, dizem representantes da indústria do turismo.
Os lobistas têm pressionado o Congresso e o departamento de Estado para que alterem este processo. Excluída esta possibilidade, pedem a abertura de um maior número de escritórios consulares e o anúncio de um programa piloto que analisaria os solicitantes de visto por meio de videoconferência. O Congresso analisa sete propostas de lei relacionadas à questão.
Enquanto isso, a Europa atrai um grande número de brasileiros pois oferece relativa facilidade, já que o visto não é necessário. A Europa Ocidental recebe 52% dos brasileiros que viajam para o exterior. Os EUA, 29%.
"Seria provavelmente possível dobrar o número de brasileiros que visitam os EUA" se não houvesse a exigência de vistos, disse Patricia Rojas, vice-presidente da Associação Americana das Viagens. "Estamos numa situação de completa desvantagem."  (Lizette Alvarez)
Tradução de Augusto Calil

Governo finaliza plano com metas para reduzir obesidade em 10 anos 29/12/2011



FERNANDA BASSETTE - O Estado de S.Paulo
Os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social, em parceria com outros 17 ministérios, finalizaram um documento que vai subsidiar as metas para controle e redução da obesidade no Brasil para os próximos dez anos. O plano deve ser lançado em janeiro.
O Plano Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade tem como objetivos principais reverter a curva de crescimento da obesidade reduzindo drasticamente os índices entre crianças de 5 a 9 anos e estacionar a evolução do problema entre adultos.
Segundo Maya Takagi, secretária nacional de segurança alimentar e nutricional do Ministério de Desenvolvimento Social, o plano terá três eixos para atingir as metas: o primeiro é aumentar a disponibilidade e a oferta de alimentos frescos (frutas, hortaliças, grãos e peixes), fortalecendo o programa de alimentação escolar, ofertando cardápios mais saudáveis em restaurantes populares e ampliando a comercialização das 15 frutas e das 10 hortaliças mais consumidas.
O segundo eixo é de educação e informação, detalhando como a alimentação saudável deve ser trabalhada em escolas e em políticas públicas. A ideia é atualizar os guias alimentares levando em consideração as condições regionais e elaborar materiais de orientação à população, com campanhas educativas na TV, rádio, jornais, redes sociais etc.
O terceiro eixo é a promoção de modos de vida mais saudáveis, com incentivos para a construção de ciclovias, academias populares e outras ações que tenham como foco a adoção de hábitos para uma vida saudável.
"Esse é um plano que temos fomentado. As metas são para dez anos porque mudar hábito alimentar não é uma coisa que se muda de uma hora para outra. Por isso, nossa proposta é lançar o plano já com ações operacionais no início de 2012", diz Maya.
Epidemia. A obesidade é considerada uma epidemia pelo Ministério da Saúde. Isso porque, em 1975, 18,5% dos homens adultos estavam com excesso de peso - em 2010, esse índice saltou para 50,1%. Os dados apontam que na década de 70, apenas 2,8% deles eram obesos, enquanto em 2010 esse valor saltou para 12,4%.
Entre as mulheres adultas os valores também preocupam o governo: na década de 70, 28,7% delas tinham excesso de peso e 8% eram obesas. Em 2010, 48% delas estavam acima do peso e 16,9% eram obesas.
Infância. Evitar o avanço da obesidade infantil é uma das principais metas do plano. "Se conseguirmos barrar o crescimento da obesidade entre adultos já será um grande avanço. Por isso nosso foco será reduzir os índices entre crianças. Elas estão cada vez mais gordinhas e ainda estão adquirindo os hábitos alimentares", explica Maya.
Enquanto em 1975 apenas 2,9% dos meninos de 5 a 9 anos eram obesos, em 2009 eles somavam 16,6%. A meta é chegar ao patamar de 1998, de 8%.
Entre as meninas da mesma idade, em 1975, 1,8% delas eram obesas. Em 2009, 11,8% estavam obesas. Nesse caso, a meta também é chegar ao índice de 1998, que era de 5%.
"Se mantivermos essa tendência de crescimento da obesidade entre as crianças, em 13 anos chegaremos a um nível inaceitável. Deter o avanço dessa epidemia é uma questão de saúde pública", afirmou Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Academias. Barbosa, do Ministério da Saúde, diz que uma das ações para tentar estimular a prática de atividade física entre a população foi o lançamento das academias da saúde em várias regiões do País.
São academias ao ar livre e com equipamentos públicos, instaladas em regiões mais pobres, em que um profissional orienta a população sobre prática de exercícios. O objetivo é inaugurar 4 mil unidades em quatro anos. "O fato de ter uma academia pública perto de casa aumenta em quatro vezes a prática de exercícios físicos", diz Barbosa.
Outra ação de combate à obesidade foi o acordo que o ministério fez com a indústria para redução dos teores de gordura, sódio e açúcar dos alimentos industrializados. "É um processo lento, ainda não é o ideal, mas a gente tem de começar de alguma maneira", diz o secretário.