quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

1919 - Alemanha inaugura a República de Weimar 20/02/2013

Opera Mundi

Período foi marcado por intensa perseguição de grupos opositores ao regime

Em 6 de fevereiro de 1919, três meses após o armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), uma assembleia constituinte alemã se reúne na cidade natal dos célebres autores Goethe e Schiller e dá origem à República de Weimar.
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Ela formalizaria as instituições republicanas nascidas da capitulação alemã e da abdicação do imperador Guilherme II. Desde 9 de novembro de 1918, numa atmosfera de revolução e de derrota, o líder social-democrata Philipp Scheidemann tornou extinto oficialmente o segundo Reich alemão e proclamou a República.
No mesmo dia, um outro líder social-democrata, Friedrich Ebert, ascende à chancelaria para substituir o príncipe Max de Bade. Troca em seguida seu título de chanceler pelo de Presidente do Conselho de Comissários do Povo, um título destinado a tranquilizar os agitadores e propagandistas revolucionários.
Esses tentam valer-se da derrota militar para instaurar nas grandes cidades alemãs os Conselhos Operários, inspirados no exemplo bolchevique. Os militares, e, em primeiro lugar, o general Ludendorff, atribuiriam a essa agitação a tese de que a derrota da Alemanha deveu-se a uma "apunhalada nas costas" (em alemão, Dolchstoss) pelos traídores da própria pátria, os marxistas e os judeus.
Na noite que se seguiu a sua posse, Friedrich Ebert conclui um acordo secreto com o exército para pôr fim às desordens. Sem esperar que os combates cessassem, o exército e os grupos revolucionários iniciam um braço de ferro nas grandes cidades do país.
Os Espartaquistas desencadeiam uma greve geral em Berlim. O movimento revolucionário era ligado aos bolcheviques russos e seu nome derivava do escravo romano Spartacus, que liderou 100 mil homens na mais célebre revolta de escravos da Roma Antiga. A greve é esmagada pelo exército no decurso da semana sangrenta, de 11 a 15 de janeiro de 1919. Na data, os dirigentes espartaquistas, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, eram assassinados enquanto estavam detidos.
Em Berlim e nas metrópoles alemãs, ex-combatentes e desempregados foram recrutados para integrarem os corpos francos, uma organização paramilitar destinada a se opor às manifestações comunistas.
Em Munique, onde a insurreição foi particularmente virulenta, um ex-combatente é designado pelo exército como oficial político para vigiar os movimentos dos comunistas. Seu nome era Adolf Hitler.
Em Weimar, reunia-se a Assembleia Nacional, majoritariamente constituída de socialistas e democratas-cristãos. Os deputados criam instituições republicanas que vão substituir o segundo Reich. Elegem um presidente da República, oficialmente chamado de Reichspresident, e, dessa forma, conservam o nome de Reich, império, em português.
O mandato do presidente é de sete anos, com amplos poderes, inclusive o de suspender os direitos fundamentais dos cidadãos e de autorizar o chanceler a governar por decretos-leis, isto é, sem que recorra ao voto do parlamento.
O primeiro presidente é Friedrich Ebert. Foi designado pela Assembleia e jamais seria legitimado pelo sufrágio universal, como previa a Constituição de Weimar.
Desejoso de criar o sistema mais democrático possível, os constituintes introduziram o referendo de iniciativa popular, mas, também, o escrutínio proporcional integral. Esse sistema se revelaria uma fonte de desestabilização posto que favorecia as cisões políticas em detrimento da eficácia.
Ao aceitar a humilhação do Tratado de Versalhes de 28 de junho de 1919, o novo regime maquiou sua imagem diante da opinião pública. As enormes reparações de guerra impostas à Alemanha impediam uma consolidação.
Com a morte do presidente Ebert, em 1925, o marechal Paul von Hindenburg é eleito, aos 78 anos. Seria ele a convidar Hitler para a chefia do governo em 1933. O fato marcaria o fim da República de Weimar.

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