terça-feira, 1 de abril de 2014

Escracho na frente da casa do torturador Capitão Ubirajara em SP 01/04/2014


Ex-agente do DOI-Codi, Capitão Ubirajara é alvo de escracho em São Paulo

Cíntia Alves

Jornal GGN – O ex-delegado da Polícia Civil Aparecido Laertes Calandra, mais conhecido como Capitão Ubirajara, acusado de atividades de tortura e morte nas dependências do DOI-Codi, foi alvo de um “escracho” durante a manhã desta terça (1º). Entre as denúncias contra Calandra está o envolvimento na alteração do laudo de morte do jornalista Vladimir Herzog, que apontava como causa o suicídio.

O ato pacífico ocorreu em frente à residência do delegado aposentado, no bairro Ipiranga, em São Paulo, por volta das 6h30. A Polícia Militar informou que a ação reuniu cerca de 30 participantes. Já os organizadores, membros do Levante Popular da Juventude, contabilizaram o triplo de adesões.

Durante o movimento, integrantes do Levante entregaram panfletos e conversaram com vizinhos. O grupo, que sustenta que "já que não há justiça, há escracho", também organizou, em 31 de março, o protesto contra o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Eles pintaram os rostos, fizeram batucada e picharam frases como “Aqui mora um torturador” em muros próximos à casa dos agentes da ditadura militar.



Ubirajara é considerado um dos principais agentes do DOI-CODI. De acordo com o movimento Tortura Nunca Mais, ele está envolvido no desaparecimento do estudante Hiroaki Torigoe; na tortura e morte do ex-dirigente do PCdoB, Carlos Nicolau Danielli, de Maria Amélia, do jornalista Sérgio Gomes, do deputado estadual Adriano Diogo (PT), do jornalista Arthur Scavone e do deputado federal Nilmário Miranda.

Em dezembro do ano passado, à Comissão Nacional da Verdade, Ubirajara negou que tenha participado de sessões de tortura durante os anos de chumbo. Ele argumentou que cuidava da parte burocrática do maior centro de repressão do País. A sessão em que Calandra falou à CNV foi marcada por tensão, pois muitos dos presos políticos da ditadura dizem reconhecer o delegado e ficaram, portanto, indignados com seu depoimento.

Segundo o Levante, a importância do ato em frente à casa de Calandra é não deixar que as ações da ditadura caiam no esquecimento. “O escracho tem como objetivo não deixar que a juventude brasileira esqueça o dia em se completa os 50 anos do golpe mlitar, e denunciar todos os abusos e violências sofridas pelos militantes que se recusaram a aceitar as arbitrariedades impostas pelo regime de exceção que vigorou no Brasil até 1985”, diz a nota do movimento.

Com informações da Agência Brasil

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