"Sucesso econômico consolida o Brasil como destino alternativo para milhões de imigrantes" 06.07.11 La Vanguardia

Mas não tinha documentos. Nem sorte. "Um dia a Guarda Civil me pegou e me mandou de volta para meu país", conta. Isso foi em 2009. Jimena passou dois anos com sua família em Santa Cruz. Tentou conseguir visto para voltar à Espanha, "mas então não tinha dinheiro suficiente". Há alguns meses decidiu ir para São Paulo. "Uma prima que vive aqui me disse que no Brasil há trabalho e se ganha um pouco mais", explica durante um pequeno descanso de seu trabalho de cozinheira na casa de comidas Illimani, situada na Rua Coimbra, a via com maior concentração de bolivianos na megalópole brasileira.Esse é seu segundo emprego. Antes Jimena passou algumas semanas "na costura", isto é, em uma das inúmeras oficinas da cidade onde patrões sem escrúpulos - na maioria coreanos, como nesse caso - exploram milhares de imigrantes. "Ali trabalhava 14 horas por dia e me pagavam R$ 400 por mês. O deixei quando não aguentei mais. Agora estou um pouquinho melhor", diz. Jimena gostaria de voltar à Espanha, mas sabe que por enquanto não lhe convém. Já antes de sair de lá viu que muitos comp

Some-se a isso o contraste entre as respectivas conjunturas no setor da construção: um "boom" contra um "crash", e isso praticamente sem que as grandes obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 tenham começado. "O Brasil está se transformando em uma meca do trabalho para os estrangeiros", declarou há dias em Genebra o ministro do Trabalho brasileiro, Carlos Lupi. Não se referia só aos latino-americanos. "A quantidade de chineses que nos pedem visto é enorme", exclamou, abrindo os braços.As palavras do ministro, assim como os números, podem dar uma ideia errada da situação. O Brasil pode ser uma alternativa para o trabalhador estrangeiro, mas também é um paraíso da precariedade em muitos casos. A história de Jimena indica isso. A paisagem da Rua Coimbra e arredores o confirma. Não é felicidade plena o que irradia o semblante dos que moram ali. Há trabalho, sim, mas muita exploração.É um clássico na faixa inferior de cada mercado de trabalho. Quando um país decola e novas oportunidades se abrem para seus trabalhadores, logo começam a faltar mãos para os empregos pior remunerados. Então os estrangeiros preenchem o vazio. Aconteceu na Espanha há pouco tempo e agora ocorre no Brasil. Um dos setores onde o fenômeno é mais evidente é o das empregadas domésticas. Em São Paulo as residências dos bairros abastados costumam ter um quarto para serviçais, o que obviamente delata certo hábito de contratar empregadas fixas.Mulheres entre as quais cada dia se veem menos brasileiras e mais latinas de países vizinhos. É o que confirmam os intermediários, legais ou informais. "Uma cozinheira disposta a morar na casa que a emprega vale ouro no mercado", disse ao jornal "Folha de S.Paulo" o gerente da agência Domésticas, Luciano Segura. "Muitas latinas já vêm buscando especificamente esses lugares", acrescentou o padre Mário Geremia, da ONG Pastoral do Imigrante.
postado por inteligênciabrasileira @ 13:45
Nenhum comentário:
Postar um comentário