Inflação de 1995 a 2012 08/02/2013

Comentário do Luis Nassif 

 

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O jornalismo econômico brasileiro é de uma indigência de dar pena.
Eu, que não sou economista, fui até o site do IBGE e baixei os dados da inflação mensal; em seguida fiz uma planilha no LibreOffice com a média da inflação para cada mês.
Resultado:



Esse gráfico mostra claramente a sazonalidade da inflação -- Foi assim em em 1995, foi assim em 2012, e será assim em 2013.
O pico da inflação costuma ser em janeiro. A partir daí começa a baixar, até atingir um mínimo em setembro; para subir novamente no final do ano.
Outra coisa interessante é que a inflação média de janeiro tende a ser 60% maior do que a média anual, e quatro vezes maior do que a inflação de setembro. (Todos devem se lembrar que no ano passado a imprensa fez o mesmo tipo terrorismo, que começou a diminuir por volta de setembro, para voltar agora com força total.)
Se a inflação medida em janeiro foi de 0,86%, podemos estimar que a média mensal será de 0.53%, e que o acumulado do ano seja de 6.72%. Ou seja, a inflação pode superar a meta, mas nós estamos em janeiro -- o governo não pode descuidar, mas não estamos diante da tragédia anunciada pela mídia.

Finalmente... vamos colocar a inflação em perspectiva?
Aqui vai um gráfico que mostra a variação de 1980 até 2012:


Para concluir, quero deixar aqui a minha indignação diante do terrorismo econômico. Talvez por ter interesse no aumento dos juros a maioria dos "analistas" econômicos, não colocam as coisas em perspectiva e por isso deixam seus leitores completamente desinformados. Quando um leigo com uma planilha eletrônica faz um trabalho melhor do que o economistas dos jornais, rádios e TVs você pode desconfiar.
Não estou dizendo que a economia é uma ciência exata; mas pelo menos estou mostrando que, com dados contextualizados, podemos entender melhor do que se passa; e aparentemente nem todos querem que você entenda.
De tudo isso, espero que a maioria das pessoas se lembrem de apenas duas coisas: 1) a inflação de janeiro costuma ser 60% maior do que a inflação média mensal; e 2) os analistas econômicos da grande mídia não são confiáveis.