segunda-feira, 25 de março de 2013

Inaugurada a primeira etapa do Sistema Adutor Pajeú, em Serra Talhada, Pernambuco 25/03/2013

PE247 – O clima entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a presidente Dilma Rousseff (PT) parece ter voltado à serenidade. Em meio aos discursos sobre os efeitos da seca e as medidas adotadas para combater a estiagem em Serra Talhada, no sertão pernambucano, na manhã desta segunda-feira, não faltaram elogios e reafirmações de apoio de ambas as partes. Os dois inauguram a primeira etapa do Sistema Adutor Pajeú.
Campos aproveitou a ocasião para falar sobre a importância do diálogo, independente de questões partidárias. "Conheço e a senhora também conhece o gosto e o fel dos que não compreendem a importância do debate para embalar os sonhos do futuro", disse Campos. "Eu e Renata [Campos, esposa do governador], a recebemos sob o símbolo da fraternidade e respeito à sua biografia", disse.
"Agradeço desde já às parcerias que temos. Tenho certeza de que as parcerias de ontem e de hoje que estamos firmando vão na mesma direção, na possibilidade de construirmos um país mais equilibrado, mais justo", disse. Em recado direto a Dilma, o governador disse que "não tem faltado apoio político ao governo de Vossa Excelência" e garantiu: "Aqui, a senhora tem um governador, mas tem também um companheiro, um amigo de grande jornada". Ele lembrou, ainda, do avô, o ex-governador Miguel Arraes, que contava das dificuldades dos sertanejos e dos migrantes nordestinos para conseguir água ou nos deslocamento rumo a outras regiões do País.
A presidente contou com o reforço do prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), que exaltou a gestão da petista ao dizer que no governo dela é que está se materializando a "estrada" (Adutora do Pajeú) que ligará os municípios sertanejos até Brasília (DF). "Presidente Dilma, no ano passado falamos que iríamos construir uma estrada até Brasília. Era uma metáfora, mas hoje, nesse momento, a metáfora se materializa com sua presença aqui", disse Duque, referindo-se à adutora. "É essa ordem de serviço que é a estrada que falamos", acrescentou.
Já o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), disse que Eduardo Campos é o "melhor governador que o Brasil tem". "Tenho certeza que hoje é um dia histórico para Pernambuco. Celebramos importantes conquistas. Vamos caminhar juntos, unidos", acrescentou. O ministro se disse agradecido por "ter recebido tanto apoio e orientação (de Campos) para chegar (no ministério) e dizer que valeu a pena", afirmou.
Este foi o primeiro encontro entre Dilma e Campos depois que o governador deu início a uma mudança em seu discurso, ao fazer mais críticas à gestão da presidente em relação à política econômica, sobretudo alertando sobre a necessidade de se criar um novo Pacto Federativo. Mas hoje o governador fez afagos à presidente.
Investimentos
Com um investimento de R$ 198 milhões, o trecho da adutora é de 118 quilômetros de extensão e, quando passar a captar água do Eixo Leste do projeto de Transposição do Rio São Francisco, vai beneficiar 400 mil pessoas em 21 cidades de Pernambuco e oito da Paraíba. No evento, a presidente Dilma também anunciou a compra de 22 retroescavadeiras, com um investimento de R$ 3,8 milhões. A estimativa é que 68 cidades pernambucanas sejam beneficiadas com a aquisição dos equipamentos, cujo objetivo é reestruturar estradas vacinais dessas localidades.
Outras medidas que estiveram na agenda da petista foi o anúncio da aquisição de 50 ônibus escolares para 29 municípios e a assinatura da ordem serviço da barragem Ingazeira, cujo aporte será de R$ 42 milhões, e tem como finalidade levar água para famílias dos municípios de Tabira, Afogados da Ingazeira, São José do Egito e Tuparetama. A medida beneficiará 36 mil pessoas e, segundo o ministério da Integração Nacional, a barragem ampliará em 500 hectares a potencialidade de irrigação daquela região, além de gerar mil empregos diretos e três mil indiretos.
Eleitorado 
O encontro entre Campos e Dilma soa como uma tentativa de ambos "marcarem território" no Sertão para ganharem, cada vez mais, a confiança do eleitorado sertanejo. De um lado, Dilma, que procura manter a credibilidade em alta, sobretudo no Nordeste, a região mais beneficiada dos programas de transferência de renda, umas das principais marcas da gestão do PT desde o governo Lula. Do outro, (ou melhor, do mesmo lado), um governador com uma popularidade de quase 90%, tendo como uma das principais marcas a "interiorização econômica".

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