A obtenção em maio de um
certificado de prestadora oficial de serviços da Petrobras abriu as portas para
a companhia de engenharia espanhola Ghenovapara conseguir grandes negócios no
Brasil, segundo seus porta-vozes."A certidão é um
passaporte que nos abre as portas para um mercado muito maior; nos dá grande visibilidade
e nos permite participar diretamente de licitações da Petrobras", disse à
agência Efe Rui Miguel de Souza Vieira, diretor da Ghenova no Brasil.A empresa se instalou no
Brasil em 2010 para atuar inicialmente como consultora de estaleiros que constroem
navios de apoio para operações de extração de petróleo em alto-mar.Segundo Souza Vieira, as
perspectivas para a companhia se tornaram totalmente diferentes desde que
obteve o Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC) que a
Petrobras concede às companhias que cumprem todos os requisitos para se
transformarem em suas fornecedoras de serviços.A certidão, afirma o
executivo, atesta a capacidade da Ghenova para projetar e executar projetos
integrais de construção naval e de petroleiros tanto para a Petrobras como para
os estaleiros contratados pela companhia."Agora recebemos
consultas diretas de estaleiros porque aparecemos na lista da Petrobras.
Estamos no radar de potenciais fornecedores. A visibilidade da empresa cresceu
não só no setor naval, mas também em outros setores", disse Raúl Arévalo
Grillo, diretor corporativo de operações da Ghenova.Souza Vieira afirmou que a
empresa espanhola tinha que se limitar antes a ser terceirizada por empresas
certificadas pela Petrobras e deu o passo que lhe permitiu passar pelo difícil
filtro da Petrobras em 2012, ao conseguir um contrato da construtora Promar
para desenvolver a engenharia de oito navios para o transporte de gás
encomendados pela Transpetro."A Transpetro conheceu
nosso trabalho e passou a mencioná-lo como referência. A Transpetro nos
impulsionou", afirmou.A Ghenova está atenta
atualmente à quarta e quinta rodadas de leilões lançadas pela Petrobras neste
ano para a contratação de navios. A quarta prevê a contratação de 23
embarcações para serem construídos no Brasil, e a quinta, voltada igualmente a
estaleiros com sede no país, somará outros 24 navios de apoio.A construção naval é um dos
mercados mais promissores do Brasil pois a Petrobras precisa de centenas de
sondas, navios de apoio e plataformas para explorar a camada do pré-sal, novo
horizonte de prospecção que descobriu em águas muito profundas do Atlântico e
que pode transformar o país em um dos maiores exportadores mundiais de
petróleo.O Brasil é atualmente o
quarto maior cliente mundial em encomendas de navios, apenas superado por
Noruega, Estados Unidos e Grécia, e tem planos para competir também como grande
construtor."Por isso a certidão
muda totalmente nossas perspectivas. Agora queremos ser um dos grandes atores
do mercado e oferecer projetos não só de navios de apoio, mas também de
produtores", explicou Souza Vieira.Com esse objetivo, a empresa
espanhola montou uma prateleira na Navalshore, a principal feira da indústria
naval brasileira que foi realizada nesta semana no Rio de Janeiro, para
apresentar seus novos projetos dos navios de apoio OSRV 750, PSV 4500, PSV
6000, AHTS e Pipelayer."São desenhos de
embarcações que já operam e estão certificadas na Europa, mas adaptados para
atender as rigorosas exigências da Petrobras, as especificações do mercado
brasileiro e as necessidades da crescente demanda do país", segundo
Arévalo Grillo.A Ghenova, que faturou R$ 1
milhão em seu primeiro ano no Brasil e R$ 7,4 milhões em 2012, prevê para 2013 um
faturamento de R$ 14 milhões por seus contratos com cinco estaleiros."As previsões a partir
do próximo ano são mais difíceis devido às potencialidades, mas faremos um
orçamento no último trimestre a partir da análise das licitações feitas pela
Petrobras e das necessidades dos estaleiros", afirmou o executivo, que
calcula que inicialmente o elenco tem que ser aumentado dos atuais 35
funcionários para cerca de 50 no próximo ano.
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