terça-feira, 24 de maio de 2016

Golpista Feliciano é vaiado em audiência sobre Cultura na Câmara 24/05/2016


Feliciano é vaiado em audiência sobre Cultura na Câmara

Deputado Marco Feliciano, líder do PSC na Câmara, foi alvo de protestos nesta tarde durante audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara sobre a extinção e a posterior recriação do Ministério da Cultura no governo interino de Michel Temer; diante de uma plateia lotada de artistas, entre eles o músico Tico Santa Cruz, e trabalhadores da cultura, Feliciano entrou no Plenário sob os gritos de "golpista", "fascista" e muitas vaias; representantes de movimentos culturais garantiram que vão manter a ocupação de prédios públicos em defesa do MinC




Da Agência Câmara - A presença do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) causou tumulto, na tarde desta terça-feira, 24, na audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara que discute a extinção e a posterior recriação do Ministério da Cultura no governo interino de Michel Temer.

Diante de uma plateia lotada de artistas e trabalhadores da cultura, Feliciano entrou no Plenário sob os gritos de "golpista", "fascista" e muitas vaias. A segurança foi reforçada em torno do deputado.

Diante da confusão, a representante do Movimento Ocupa MinC Brasil, Marina Brito, só conseguiu concluir o seu pronunciamento em coro com a plateia.

Ela reafirmou a manutenção da ocupação de órgãos públicos da cultura em todos os estados do País, disse que o movimento exige a proteção da "diversidade cultural" e leu a carta do movimento em que afirma que "democracia é inegociável" e, por isso, o movimento não admite negociar nem dialogar com o governo Temer.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) acrescentou: "Feliciano, você não combina com cultura".

Feliciano insistiu em discursar, mas o presidente da Comissão de Cultura, deputado Chico D'Angelo (PT-RJ), afirmou que será respeitada a lista de inscrições de pronunciamentos, na qual Feliciano aparece na última posição. A plateia já anunciou que deixará o plenário durante o pronunciamento do deputado paulista.

Ocupações serão mantidas

Representantes de movimentos culturais garantiram que vão manter a ocupação de prédios públicos em defesa do Ministério da Cultura. Eles participam de audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara, neste momento, que discute a extinção e a posterior recriação do ministério no governo interino de Michel Temer.

Integrante da Frente Nacional do Teatro, Fernando Yamamoto afirmou que esta é a maior mobilização do setor cultural já realizada no país e atinge todos os estados. "São ocupações pacíficas, poéticas e afetivas diante de atos policialescos de um governo golpista".

Yamamoto pediu o apoio do Congresso Nacional diante do que chamou de tentativa de criminalização do movimento cultural, que, segundo ele, estaria em curso no governo Temer.

Também participam da audiência pública, entre outros, o mamulengueiro Chico Simões e os músicos Tico Santa Cruz e Silvério Pontes, que tocou, no trompete, a música "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré. A música foi seguida de gritos de "Ocupa, ocupa e resiste!!!" e "Fora Temer".

Na reforma ministerial, o presidente interino Michel Temer extinguiu o Ministério da Cultura por meio da Medida Provisória 726/16. Suas atividades foram incorporadas ao Ministério da Educação, comandado pelo deputado licenciado Mendonça Filho (DEM-PE). No entanto, protestos veementes da classe artística e ocupações de prédios de órgãos culturais – como a Funarte, em vários estados, e o Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, onde funciona o IPHAN – levaram Temer a recriar a pasta da cultura.

Na segunda-feira (23), o governo editou a Medida Provisória 728/16, que recria o Ministério da Cultura e nomeia, como ministro, o ex-secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero, que toma posse nesta tarde. A MP 728 também cria os cargos de natureza especial de secretário especial do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura; e de secretário especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério da Justiça e Cidadania.

Diante de uma plateia lotada de representantes de movimentos culturais, o presidente da Comissão de Cultura da Câmara, deputado Chico D'Angelo (PT-RJ), elogiou a mobilização dos artistas e servidores dos órgãos culturais "na resistência às ações de um governo ilegítimo". A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reconheceu que a recriação do ministério "é uma vitória", mas ressaltou que a volta da pasta não significa a manutenção das políticas culturais "que levaram anos para ser construídas".

Antes do início da audiência pública, servidores do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) distribuíram comunicado em que defendem a manutenção das políticas culturais "heterogêneas e múltiplas, o aprimoramento do seu marco legal, o aperfeiçoamento e a ampliação do quadro técnico e administrativo, e a devida valorização da carreira dos servidores.

"Enquanto isso não ocorre, seguimos resistindo", diz a nota. Eles também questionam o papel da nova secretaria criada na MP 728. "O que fará a Sephan?", mostra um dos cartazes.

A audiência atende a pedido do presidente da Comissão de Cultura, deputado Chico D'Angelo, e dos deputados Waldenor Pereira (PT-BA), Jean Wyllys (Psol-RJ), Luizianne Lins (PT-CE), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).



http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/234212/Feliciano-%C3%A9-vaiado-em-audi%C3%AAncia-sobre-Cultura-na-C%C3%A2mara.htm

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