sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Empresário Pernambucano investe R$ 1 bilhão na busca pelo gás mineiro 02/12/2011

A Petra Energia, do economista Roberto Viana, tem mais de 50% dos blocos licitados pela ANP na região e diz que já encontrou gás

Yan Boechat, iG São Paulo

Foto: Divulgação Ampliar
Técnico da Petra perfura de poço em Corinto (MG), onde empresa diz que já encontrou gás
Criada em 2005 pelo empresário pernambucano Roberto Viana no rastro da expansão da indústria de óleo e gás do país, a Petra Energia é a empresa que mais apostas tem feito na Bacia do São Francisco. Ao todo, a companhia brasileira adquiriu 24 dos 39 blocos que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) licitou desde 2005 em Minas Gerais e é a que promete fazer o maior volume de investimentos em busca de gás na região. Em quatro anos, a companhia planeja aportar mais de R$ 1 bilhão na busca pelo gás no sertão mineiro.

Caso raro nesse segmento, a Petra optou por explorar os blocos da Bacia do São Francisco sozinha, sem nenhum parceiro. “A Bacia do São Francisco é nossa prioridade número um”, diz Ana Bizzotto, gerente de comunicação da Petra Energia. “A expectativa é muito positiva, capaz de até contribuir de forma marcante para mudar a o perfil da matriz energética brasileira”.
Ao contrário de suas principais concorrentes, como o grupo EBX do empresário Eike Batista, e a HRT, de Márcio Mello, a Petra é uma empresa que prefere o silêncio à publicidade. Roberto Viana, um economista da cidade de Timbaúba, no interior de Pernambuco, é absolutamente avesso a dar entrevistas ou ter sua imagem divulgada nos meios de comunicação. Raras foram as vezes que se pronunciou publicamente sobre sua empresa, que tem como sócio o banco BTG, com 9% das ações e não abriu seu capital. Até hoje a companhia não tem nem mesmo uma página na internet.
Veja vídeo do gás "brotando" da terra em região próxima de onde a Petra atua
Formando em Economia pela universidade de Cambridge, Roberto Viana foi presidente do Conselho de Administração da Companhia Energética de Pernambuco e da Companhia Pernambucana de Gás, na década de 90. No início dos anos 2000 criou a SRT, que hoje detém 91% das ações da Petra. Viana já atuou no banco alemão Dresden Bank como consultor e se considera um especialista no filósofo alemão Arthur Schopenhauer. É um profundo admirador de literatura e artes plásticas e mantém uma relação próxima com escritores como Ferreira Gullar e pintores como Siron Franco.
Apesar do perfil reservado e ligado às artes, Roberto Viana tem prestígio no mundo político. Em fevereiro, quando fez uma festa em Timbaúba para comemorar seus 30 anos de casamento, recebeu convidados como governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercandante, e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra de Souza.

Foto: Divulgação Ampliar
A Petra já investiu R$ 200 milhões e vai abrir mais três frentes de exploração em 2012
Roberto Viana aposta tanto no potencial do sertão mineiro que decidiu se desfazer de blocos exploratórios que havia adquirido em leilões anteriores da ANP na Bacia do Solimões, no Amazonas. As operações no Norte do país foram vendidas á uma concorrente brasileira, a HRT, e à TNK-BP, a primeira companhia russa do setor de petróleo e gás a investir na exploração do combustível no Brasil. Com os recursos, – o mercado estima que a companhia possa ter arrecadado até R$ 1 bilhão – a Petra está colocando em prática um projeto agressivo de busca pelo gás no sertão mineiro.
Entre 2010 e esse ano a companhia já desembolsou R$ 200 milhões na perfuração de um poço na cidade de Corinto e no mapeamento sísmico da região em uma área de 10 mil quilômetros. Para os próximos dois anos a Petra estima que fará investimentos na exploração da ordem de R$ 810 milhões, principalmente na perfuração de três novos poços nas cidades de Quartel Geral e João Pinheiro.
Até agora, diz a empresa, os resultados têm sido promissores. No poço que está perfurando em Corinto já foram encontrados indícios de gás. A companhia ainda não sabe qual a dimensão da reserva, mas já informou à ANP a existência de hidrocarbonetos.

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