sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Projetos de energia beneficiam eólicas 29/12/2011

O BNDES liberou neste ano o dobro de recursos oferecidos em 2010 para o setor
Os estímulos governamentais ao setor, aliados ao mecanismo de leilões de energia realizados nos últimos anos, podem levar o Brasil a atingir até 2014, a capacidade instalada de 7 mil megawatts de energia eólica, ante os 1 mil megawatts atuais, segundo estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia. Isso representa um crescimento de 600% em relação a 2011.
Essa expansão prevista pela EPE deve beneficiar diretamente duas empresas que atuam no setor instaladas em Sorocaba: a Tecsis a Wobben Windpower. Esta última, subsidiária da companhia alemã Enercon, segundo seu superintendente comercial, Eduardo Lopes, ressalta que se houver demanda, a empresa poderá dobrar sua capacidade de produção no Brasil.

Prova dessa expansão do mercado de energia eólica são dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na semana passada, o banco divulgou que irá terminar este ano com a liberação de pouco mais de R$ 1,6 bilhão para projetos de energia eólica, o dobro do que foi emprestado pelo banco para esse segmento em 2010. No mesmo período, o BNDES triplicou as aprovações de crédito para parques eólicos, atingindo o recorde de quase R$ 3,4 bilhões aprovados este ano.

"Esses financiamentos estão ligados a projetos apresentados por empresas interessadas em utilizar-se da energia eólica. Está havendo uma demanda crescente dessa fonte de energia e com isso mais investidores passaram a buscar financiamentos, como os oferecidos pelo BNDES. Essa é uma tendência que vemos com muito otimismo", disse o executivo.

Esse cenário positivo para a energia eólica, conta Lopes, começou apenas em 2008, com o primeiro leilão exclusivo para a geração de energia dos ventos. Até então, lembra o executivo, o mercado viveu das ações esporádicas, como as ocorridas ainda no final dos anos 90 promovidas pelos governos estaduais do Paraná e do Ceará e do início do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). À época, foram contratados parques eólicos cuja capacidade instalada mal ultrapassava 30 MW. Hoje, conta com um portfólio de projetos já contratados que chegará a 1 GW até 2012. De cerca de 1,4 GW instalados no Brasil, 40% dos aerogeradores foram fabricados em suas instalações. Entre os clientes da companhia estão grandes agentes do setor elétrico, como EDP, CPFL, Copel, Eletrosul, Petrobrás e Tractebel.

A expansão dos negócios ao patamar atual foi possível, ressalta, em decorrência dos leilões de eólica promovidos pelo governo. Em apenas três certames, realizados a partir de 2008, estão concentrados cerca de 60% dos negócios da Wobben no Brasil. "Entrar no mercado livre pode trazer ao setor maior previsibilidade de demanda e, dessa forma, melhorar a cadeia de produção e de fornecimento", afirmou.

Lopes não diz números, afirma ser uma política da empresa em nível mundial, mas que a companhia no Brasil poderia até mesmo dobrar a produção atual se houver uma demanda perene. "Atualmente isso não é possível, porque não há certeza sobre a realização de leilões por um longo período de tempo, que justificaria investimento no aumento da produção", ponderou. A reportagem tentou ouvir representantes da Tecsis, mas segundo informações de sua assessoria de comunicação, nenhum executivo da companhia estava em Sorocaba.
 
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