domingo, 25 de dezembro de 2011

Occupy: Redescobrir o desejo geral em tempos difíceis 24/12/2011

Entreouvido na Vila Vudu:
O artigo é excelente, dadas as circunstâncias objetivas. Mas o problema dos pós-tudos (e pré-quase-nadas) é que eles são tão autistas, tão autorreferentes, que eles acham que eles mesmos terão de reescrever tuuuuudo. Isso ainda é doença da onipotência (revolucionária) da burguesia: “Todos somos filhos do “fim da história”, por mais que critiquemos os livros sobre o “fim da história”” – como já disse, louco-certeiro, o Zizek  [1]. BINGO! 
Fato é que:
(1) os pós-tudo jogaram Marx pela janela, junto com a água do banho – e com Stálin, como bem convinha ao capital então rampante, e que se globalizaria logo depois; e como todo o ocidente aprendeu a fazer nos anos da Guerra Fria et pour cause), quando os pós-tudos faziam tabula rasa-faxina “ético”-autista-fundamentalista-culpada, do passado; e
(2), como volta fatal do que foi empurrado para baixo do tapete burguês deles... eles agora já estão chegando bem pertinho de REESCREVER Marx! 
Já reescreveram Marx praticamente inteiro (embora sem a precisão generosa e revolucionária de Marx, infelizmente). Infelizmente também eles ainda entendem que, um dia, o capitalismo será encerrado (ou eles o declararão morto, talvez, quando tiverem “democratizado” o Merval Pereira?); e ainda NÃO sabem, sequer, o que Marx já sabia e escreveu, no século 19, sobre “IDEOLOGIA”. 
“O que prova a ação conservadora da ideologia!” [risos, risos e aplausos alegres, aqui na nossa roda, porque ESSA FOI BOOOA!].
O problema é que, sem ENTENDER o modo como a ideologia opera e sem desmontar a ideologia, NINGUÉM completa a “virada da economia política” nem controi nenhuma hegemonia dos pobres. Mas... se reescreverem Marx melhor que Marx, estaremos no lucro. E, se reescreverem pior, teremos de esperar que passem uma ou duas gerações de pós-tudos ainda liberais burgueses, até que eles também deem côs burros n’água, e todos consigamos voltar a Marx, depois da catástrofe neoliberal. Afinal, a catástrofe neoliberal foi muuuito pior que a catástrofe stalinista, mas ainda não foi avaliada por esse ângulo, porque os pós-tudos não são pós-tuuudo, são só pós-quase-tudo, e ainda são filhos da Guerra Fria.
Mas... OK, OK. Nós não podemos escolher as lutas.
Se é isso que temos, vamos com eles. E o artigo é, sim, muito claro e muito útil e expõe com muita clareza, sim, pelo menos UMA ideia EXCELENTE (ver nota 9), que tem potência para atacar diretamente o coração da ideologia des-democrática, que está matando os pobres.
Natalie Fenton
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Nick  Couldry







23/12/2011, Nick Couldry e Natalie Fenton, Possible Futures 
Traduzido e comentado pelo pessoal da Vila Vudu


“A democracia”, escreveu John Dewey [2], “é mais que uma forma de governo”. [3] A imagem de democracia que recebemos é quase sempre reduzida a administração, implementação e gerenciamento do necessário; mas a legitimidade do Estado nas democracias é inseparável de alguma noção do que seja o desejo geral. 
A democracia, Rousseau argumentou, exige algum processo ou mecanismo para que se constitua o “desejo geral”, em relação ao qual o processo de tomada de decisões possa ser avaliado. [4] O movimento Occupy é uma tentativa de formar o desejo geral, por vias diferentes. Como tal, é contribuição potencialmente fundamental para resolver a crise contemporânea, pela qual passa a democracia.
Acampamento do Occupy Movement
Essa nossa opinião, escrita de Londres, é informada por observação da ocupação à frente da Catedral de St Paul, chamada também “Occupy LSX”, não dos movimentos Occupy que se espalham pelo mundo. Não que isso seja alguma espécie de defeito: um dos pontos centrais do movimento Occupy é que o próprio movimento oferece o quadro específico no qual muitas ações locais podem ressoar politicamente. O que nos preocupa é o destino da ideia básica que torna possível essa ressonância: o que implica? Aonde nos levará? Como essa ação pode ser mantida ativa?
Não é acaso que a teoria da democracia de John Dewey – a democracia é um processo social – tenha sido formulada, na maior parte, durante a Depressão dos anos 1930s, a pior crise financeira que o mundo conheceu, pelo menos até agora. Uma severa deslocação econômica obriga a questionar a utilidade dos meios convencionais pelos quais manifestamos nosso desejo geral: eleições, engajamento em partidos políticos, atenção incansável às notícias do dia.
Quando economias nacionais são destruídas pelo declínio da moeda, há desemprego em massa, a atividade econômica quase pára, sem muita esperança de que possa ser reativada, as conexões entre eleição e cada eleitor obter resultado que lhe seja, no mínimo, satisfatório, para cada eleitor e sua família, ou para a comunidade na qual vive o eleitor, são muito forçadas, esticadas até o limite do rompimento. E é exatamente essa disjunção, entre o processo democrático e os resultados aos quais ele aspira, que enfrentamos hoje – já no quinto ano de uma crise financeira global, que começou com o colapso do mercado de papéis podres nos EUA no final de 2007.
A crise da democracia, que vivemos hoje, demorou mais de 30 anos para configurar-se plenamente. A fissura que separa a promessa democrática de dar voz a todos e o que temos hoje é inerente ao modo como as democracias de mercado vêm sendo governadas desde o final dos anos 1970s. [5]
Só agora, em 2011, o euro, um dos pilares de sustentação de todo o sistema financeiro global, aparece ameaçado, à vista de todos, e vê-se que as economias de quatro países europeus enfrentam riscos gravíssimos. Afinal a fissura apareceu e já pode ser enfrentada nas ruas.
Há pelo menos duas boas razões pelas quais os efeitos dessa fissura que compromete a democracia foram ignorados até agora. Primeiro, porque o dia a dia das finanças nos estados-nação contemporâneos são completamente determinados pela operação dos mercados financeiros globais: vivemos no que Colin Leys chama de “democracias movidas a mercado”, e assim tem sido há pelo menos 20 anos. Segundo, porque se constituiu toda uma doutrina da cultura, para explicar que o primeiro item acima seria inevitável, porque aquela seria “a natureza” do governo, em qualquer sociedade.
Como Foucault mostrou, a ideia de que “mercados” sejam realidades mais fundamentais que os governos tem raízes no final do século 18, início do século 19, mas só alcançou plena maturidade no neoliberalismo de Milton Friedman e Friedrich Von Hayek, que começou a infiltrar-se nos governos ocidentais em meados dos anos 1970s. [6]
O impacto desses dois fatores na experiência diária da democracia foi devastador. Toda uma geração cresceu habituada a viver em democracias que absolutamente não funcionavam, quer dizer: não funcionavam como democracias.
Exceto algumas exceções absolutas, quando o significado simbólico dos rituais democráticos foi temporariamente mobilizado (como na eleição de Obama, em 2008, que é a exceção mais notável), vemos, todos os dias, a realidade de uma “pós-democracia”, onde os votos não contam no campo das decisões econômicas, com consequências que afetam todos os demais campos da vida e do governo. [7]
Verdade terrível hoje é que vivemos em sociedades que só são democráticas no nome.
O que mais chama a atenção no movimento Occupy é que é tentativa pacífica e coletiva, de expor e encarar essa terrível verdade ‘pós-democrática’, e de explorar novos meios para que todos experienciem o desejo geral. 
Não surpreende, pois, que haja tantas dificuldades e incertezas. O declínio, ao longo de décadas, dos partidos políticos e dos sindicatos em muitos países criou legiões de pessoas sem qualquer experiência e nenhuma prática do que sejam os processos e as artes da deliberação política. 
Não que não haja oportunidade política. Mas é, praticamente sempre, oportunidade política viciada e viciosa: há muitas formas, como escreveu Pierre Rosanvallon, de praticar uma “contrademocracia” [8] – meios para protestar e dizer “não” – e pouquíssimas oportunidades de “ganhar experiência no exercício do desejo geral” – influir e participar ativamente das decisões políticas, quer dizer, praticamente nenhuma instância ou meio para que os eleitores possam ver-se e ouvir-se dizendo “sim”[9]
O movimento Occupy interrompe a rotina cega da contrademocracia. Claro que diz vários “não” – aos salários e bônus pagos a altos executivos de bancos, em troca do segredo eterno, para que não revelem o que sabem; aos cortes nos orçamentos públicos que prejudicam os mais pobres, e muitos outros ‘não’. Mas em todos esses casos, o “não” é parte do dizer “sim” à possibilidade de pensar por outras vias sobre as consequências políticas da ação dos mercados globais; é dizer “não” onde os mercados digam “sim”. Assim se pode começar a reimaginar outros modos de pôr em ação a democracia.
Nada, porém, é mais difícil do que isso. Todos os dias, quando acordamos para os noticiários, a economia é apresentada como destino, como natureza. E temos de reaprender a vê-la como “espaço e exercício de decisões” [10] – e como processo que tem de ser exposto à discussão democrática. Para fazer isso, é preciso abrir novas vias de pensamento, novos modos de pensar. E é preciso também conseguir novos modos de agir, até construirmos o hábito, a prática, pela primeira vez, de tratar nós mesmos e os que nos são próximos como cidadãos que têm contribuição válida a fazer nas decisões sobre como a economia deve ser dirigida. 
Isso implica negar a vários outros – comentaristas de economia, porta-vozes de empresas e de ONGs mantidas por corporações comerciais, ao poder corporativo em geral e às faculdades de economia do mundo globalizado – o poder de monopolizar o debate sobre a economia, que eles monopolizaram há tanto tempo.
Trata-se de ver como inadequada (e tratá-la como ilegítima e danosa) a aparente liberdade de decidir no campo econômico que cada consumidor supõe que tenha porque tem um cartão de crédito. Significa repor a economia no campo político e ético democrático: instrumento para a busca comum por elementos necessários ao viver bem. [11]
É indispensável, em outras palavras, repensar nós mesmos como sujeitos políticos, como atores políticos [12].
Essa é a razão pela qual as formas imaginativas do movimento Occupy têm de ser acompanhadas com extrema atenção. São muito mais que só espetáculo, por mais que, muitas vezes operem como espetáculo.
A pergunta grafitada no teto de uma barraca à frente da Catedral St Paul – “O que Jesus teria feito?” (outra: um manifestante fantasiado de Jesus levava um cartaz em que se lia “Algum motivo eu tive, pra expulsar os vendilhões no templo, né-não?!” [13]) – era muito mais que maneira esperta de desmascarar a falsa sofisticação das campanhas de publicidade & marketing também das autoridades religiosas, num importante local de culto. Foi reformulação com atenção à ética da política democrática, de muito do que se diz sobre o governo da economia global que, por quase 40 anos, foi tratado como se fosse imune a qualquer compromisso ético-democrático, superior à discussão política democrática.
O que mais nos chamou a atenção, na ocupação à frente da Catedral de St Paul foi o senso de deliberação séria, o compromisso com procurar outros meios para articular o que está errado, com o que tem de ser feito. 
Esse específico experimento para redefinir o desejo geral talvez fracasse. Não importa que a ideia desse experimento não frutifique ou que não ganhe corpo. A ideia já está lançada nos movimentos Occupy em muitos países e replicada dentro dos países, em muitas cidades. Mas é preciso buscar alguns sucessos, projetos em que o “desejo geral” apareça claramente expresso, para que a ideia seja mantida ativa e possa ser tentada mais vezes.
E está emergindo um desafio ainda maior, de longo prazo: como conectar os sucessos, se houver, do movimento Occupy ao processo político mais amplo? John Dewey escreveu sobre converter “a Grande Sociedade em Grande Comunidade”, mas, infelizmente, os dois termos degradaram-se no uso abusivo que receberam, como máscara para encobrir o negócio neoliberal de sempre. Mas o que interessa não é como descrevemos o processo.
O que interessa é o projeto que anima o processo e que só poderá emergir de luta longa, intensa e coletiva, até que os ganhos de imaginação e de prática do movimento Occupy sejam incorporados no processo político formal. Se isso for mesmo impossível, até que consigamos descobrir meios para manter ativo o trabalho criativo de repensar todo aquele processo político.
Em muitas das até hoje plácidas democracias neoliberais – da Grécia à Grã-Bretanha e aos EUA – há multidões de pé, nas ruas, prontas para dar andamento a essa luta.
Como intelectuais e acadêmicos que ainda têm o privilégio de ter tempo para pensar e escrever, [14] nossa principal tarefa talvez, hoje, seja sair de nossas instituições, ouvir o que as ruas estão dizendo, voltar às nossas universidades e, então, escancarar todas as portas ainda fechadas aos pobres [15].

Notas dos tradutores
[1] Slavoj Zizek fala à rede Al Jazeera: “Agora, o campo está aberto” (entrevista transcrita e traduzida), 8/11/2011.  
[2] Vale lembrar, pra que se possa avaliar pelo menos um pouco do estrago que a catástrofe neoliberal fez ao desenvolvimento do pensamento democrático, em todo o mundo – mas muito especialmente no Brasil, que chegou ao neoliberalismo depois de 30 anos de ditadura, 300 anos de escravidão e mais de 500 de governos de “elites” MUITO ATRASADAS, sub-do-sub da “elite” portuguesa, que no século 15 já era a “elite” (católica) mais atrasada da Europa – que John Dewey foi o pensador que inspirava Anísio Teixeira (1900-1971), no Brasil. Há vasta bibliografia sobre ele. Basta registrar, prôs que não o conheçam, que Anysio Teixeira participou da construção do projeto do que deveria ser (mas nunca foi) a Universidade de Brasília (UnB), inaugurada em 1961, da qual foi reitor em 1963, até ser cassado pelo golpe militar de 1964. Anísio morreu, em circunstâncias jamais esclarecidas completamente, dia 14/3/1971, ano dos mais negros da violência da ditadura brasileira. Pois John Dewey é velho conhecido dos brasileiros. Até Paulo Freire reconhece que muito deve àquele pensamento. Está esquecido no Brasil – embora valha o suficiente ainda, pelo menos, pra inspirar algum pensamento pró-democrático, em 2011, como se vê acima. Que aqui fique registrado o fato, então, de mais uma das muitas perdas que nos custou, por aqui, a catástrofe neoliberal.
[3]  John Dewey, The Political Writings (Indianapolis: Hackett, 1993), 110. 
[4]  Jean-Jacques Rousseau, The Social Contract and the Discourses (London: Dent, 1973). 
[5]  Nick Couldry, Why Voice Matters: Culture and Politics After Neoliberalism (London: Sage, 2010).
[6]  No Brasil, as ideias do neoliberalismo são incansavelmente promovidas, até hoje, sem parar um dia, pelo Instituto Millenium, que conta, entre seus afiliados, com muitos dos principais jornalistas brasileiros: Ali Kamel, Carlos Alberto Sardembergh e José Nêumane Pinto, para citar três (em ordem alfabética); e muitos dos mais conhecidos “consultores” de economia, “ética” e outros negócios, todos sempre ativos pelos principais jornais e na Rede Globo, no Brasil, como Bolívar Lemounier, Roberto Civita, Roberto da Matta, Roberto Romano, para ficar nesses; e muitos diretores de fundações e “avulsos” ativos, como Claudia Costin e Cora Ronai, para dizer duas; e muitos articulistas feudatários de colunas fixas dos principais jornais, como Demétrio Magnoli, Denis Rosenfeld, Eugênio Bucci (e até Marcelo Madureira, Merval Pereira, Nelson Motta, Reinaldo Azevedo, Ricardo Amorim e Sandra Cavalcanti – lacerdista histórica, lá presente, deve-se supor, em estado já de ectoplasma, mas sempre reverenciada e citada por D. Dora Kramer, do Estadão, como “a professora Sandra Cavalcanti” – lá estão!), para não encher essa lista com dezenas de nomes; inúmeros ex-ministros dos governos do PSDB, como Edmar Bacha, Luis Felipe Lampreia, Pedro Mallan, incansavelmente reverenciados como “autoridades” nos programas da Globo News, o canal para assinantes da Rede Globo; e, até, Yoani Sanchez, blogueira cubana conhecida em todo mundo pelos serviços que presta à CIA, contra Cuba (todos, com nomes e fotos, estão listados em Articulistas e Especialistas 
[7]  Colin Crouch, Post-Democracy (London: The Fabian Society, 2000); Couldry, Why Voice Matters.
[8]  Pierre Rosanvallon, Counter-Democracy (Cambridge: Cambridge University Press, 2008), 312.
[9] Colin Crouch, Post-Democracy (London: The Fabian Society, 2000); Couldry, Why Voice Matters. [Essa ideia é interessantíssima: de que nos serve(ria) uma mídia dita independente, mas que, como qualquer imprensa-jornalismo-que-há, ainda vive da fantasia (ideológica, de má consciência, liberalóide) segundo a qual a imprensa existiria para “fiscalizar o poder” e mostrar uma inalcançável “verdade do fato”, se essa mídia pressuposta “nossa” NÃO EXISTE PARA DIZER SIM, ao que nos interessa obter e promover?! MUITO BOA ESSA IDEIA! Daí se pode extrair um discurso de legitimação da imprensa de propaganda de democratização e de redemocratização – que tanta falta nos faz!
[10] Colin Crouch, Post-Democracy (London: The Fabian Society, 2000); Couldry, Why Voice Matters
[11] Colin Crouch, Post-Democracy (London: The Fabian Society, 2000); Couldry, Why Voice Matters.
[12] J. K. Gibson-Graham, A Post-Capitalist Politics (Minneapolis: University of Minnesota Press, 2006), 87.
[13] Em “Levantem-se como leões”, BELO filme distribuído dia 23/12/2011, por Anonymous, pelo Twitter, que pode ser visto (em inglês).
[14] Amartya Sen, On Ethics and Economics (Blackwell: Oxford. 1987). 
[15] O que os governos Lula-Dilma já fizeram no Brasil. Infelizmente, não é tão simples escancarar também as portas ideológicas que mantêm cerradas as cabeças de praticamente TODOS os intelectuais brasileiros midiáticos – fascistas sinceros, uns; fascistas-oportunistas, outros, dos proprietários dos veículos da imprensa-empresa - todos neoliberais ferozes; dos jornalistas empregados que os patrões, nesse ramo da indústria cultural, fábrica de ideologia e de reprodução de ideologia, mantêm sob cabresto; e dos jornalistas que, eles mesmos, se acabrestam, instrumentos ideológicos de repetição dos discursos de legitimação do jornalismo-que-há (liberal conservador, jamais revolucionário).

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