O Irã realizará ações preventivas contra seus inimigos se sentir que há perigo aos seus interesses nacionais, disse o comandante-adjunto das Forças Armadas do país na terça-feira (21) à agência Fars.
"Nossa estratégia agora é que, se sentirmos que nossos inimigos querem colocar em perigo os interesses nacionais do Irã (...), vamos agir sem esperar suas ações", disse Mohammad Hejazi.
O Irã enfrenta crescente pressão internacional por seu programa nuclear, que Israel e governos ocidentais acusam de estar voltado para o desenvolvimento de armas. Teerã nega sistematicamente as acusações.
Novas sanções ocidentais nos últimos meses tentam bloquear as exportações iranianas de petróleo, vitais para a economia do país. A República Islâmica ameaça reagir fechando o estreito de Ormuz, única saída do golfo Pérsico, rota crucial para o comércio petrolífero mundial.
Os Estados Unidos e Israel não descartam uma ação militar para destruir o programa nuclear iraniano - que tem finalidades pacíficas. Na semana passada, uma fonte graduada de inteligência dos EUA disse que as agências norte-americanas de espionagem acreditam que o Irã reagirá se for atacado, mas dificilmente iniciará um conflito.
Manobras
O Irã anunciou nesta segunda-feira (20) que iniciou quatro dias de manobras destinadas a aumentar suas defesas antiaéreas para proteger suas instalações nucleares no sul do país.
"Estes exercícios têm por objetivo reforçar as capacidades integradas das defesas antiaéreas do país", informa um comunicado da base aérea de Katem-ol-Anbia, que coordena os sistemas de mísseis balísticos e defesa antiaérea do Irã.
Ao mesmo tempo, no entanto, o principal negociador do Irã para os temas nucleares, Said Jalili, propôs em um encontro das potências do grupo 5+1 - Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha - a retomada na "primeira oportunidade" das negociações sobre o programa nuclear iraniano, sempre e enquanto forem respeitados seu direito à energia atômica com fins pacíficos.
Petróleo
Também nesta segunda-feira (20), o presidente da companhia nacional petroleira do Irã, Ahmad Ghalebani, afirmou que Teerã poderá encerrar suas vendas de petróleo a outros países europeus além de França e Reino Unido, se a Europa continuar com as "ações hostis" contra Teerã, disse
Citado pela agência Mehr, Ghalebani mencionou a Alemanha, Espanha, Itália, Grécia, Portugal e Holanda como "alvos potenciais da medida", em represália ao embargo decidido em janeiro pela UE (União Europeia) sobre a compra de petróleo iraniano.
No domingo (19), o porta-voz do ministério iraniano de Petróleo, Alireza Nikzad, anunciou oficialmente a suspensão das vendas de petróleo às companhias petroleiras francesas e britânicas. A notícia foi oficialmente divulgada através do site do Ministério.
Os 27 países-membros da UE (União Europeia) decidiram parar de importar petróleo de Irã a partir de 1º de julho.
Fonte: Folha.com
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