terça-feira, 9 de outubro de 2012

Receita anticrise dá certo e produção industrial avança 09/10/2012

247 – As nuvens negras sopradas pelo FMI estão chegando dissipadas – e atrasadas - ao Brasil. Apesar de o Fundo estar prevendo o risco "alarmante" de uma forte recessão mundial, com projeção sinistra para a economia brasileira, que seria a segunda do globo a sofrer o maior impacto este ano, a verdade de todos os indicadores é a de que o País já começou a ultrapassar a crise. E pelo setor mais representativo da força de qualquer economia: a indústria. Dados do IBGE divulgados nesta terça-feira 9 apontam para uma retomada de alta na produção industrial em nove entre d14 regiões pesquisadas. No Estado campeão da aceleração industrial, Goiás, a atividade fabril avançou 10,3% em setembro sobre agosto. Uma verdadeira disparada.
A reaceleração da indústria, que se verifica no momento seguinte ao da manutenção de forte atividade no setor terciário, de comércio, é um mais um gol da dupla de área Dilma Rousseff-Guido Mantega. Atuando em sintonia, a presidente da República deu a ordem, ainda em meados do ano passado, para o ministro da Fazenda e sua equipe dispararem uma série de medidas de incentivo à indústria, ao consumo interno e às exportações. Benefícios fiscais foram espalhados por diferentes setores, assim como foram feitas calibragens na política de incentivo à contratação de mão de obra. Com isso, todos os indicadores apontaram para um crescimento de até 4% no PIB para 2013, mas os dados apurados no terceiro trimestre deste ano, e confirmados agora, com maior acento, mostram que o País já cresce, neste último trimestre do ano, na toada prevista para o próximo período. A sinistrose do FMI ficou para trás.
Abaixo, notícia do portal G1 a respeito da retomada da produção industrial:
A produção da indústria aumentou em 9 dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de julho para agosto, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (9). O maior destaque neste mês ficou com Goiás, cuja atividade fabril avançou 10,3%, após recuar 13,3% no mês anterior.
Considerando todos os locais, a produção da indústria cresceu 1,5%. As regiões que tiveram aumento acima dessa média foram Amazonas (7,6%), após cair 5,5% no mês anterior, Rio Grande do Sul (4,8%), Minas Gerais (3,3%), Paraná (3,0%) e São Paulo (2,7%). Ficaram abaixo da média, mas ainda com taxa positiva, Rio de Janeiro (0,6%), Santa Catarina (0,5%) e Bahia (0,1%).
Na contramão, registraram recuo no índice de produção Espírito Santo (-2,4%), Ceará (-1,5%), Pará (-0,7%) e Pernambuco (-0,7%). A taxa do Nordeste ficou inalterada.
Comparação com 2011
Em relação a agosto de 2011, cuja média média nacional ficara em -2,0%, a produção industrial caiu em nove dos 14 locais, com destaque para Paraná (-10,8%) e Espírito Santo (-7,5%), "pressionados em grande parte pelo comportamento negativo na produção de livros e de caminhões, no primeiro local, e dos setores de metalurgia básica e extrativo, no segundo".
Também houve quedas na atividade fabril do Pará (-5,7%), do Rio de Janeiro (-5,6%), de São Paulo (-4,6%), do Amazonas (-4,6%), do Ceará (-2,2%), de Santa Catarina (-2,2%) e do Rio Grande do Sul (-1,5%).
Já Minas Gerais (4,6%), Goiás (3,7%), Bahia (3,4%), região Nordeste (1,7%) e Pernambuco (1,5%) tiveram resultados positivos.
De janeiro a agosto
No ano, de janeiro a agosto, a queda na produção foi registrada em 9 locais, com destaque para Amazonas (-7,2%), Rio de Janeiro (-6,5%), Espírito Santo (-6,2%) e São Paulo (-5,6%), com recuos acima da média nacional (-3,4%). Goiás (5,3%), Pernambuco (3,8%), Bahia (3,1%), região Nordeste (2,2%) e Paraná (0,2%) tiveram resultados positivos.
Em 1 ano
No índice acumulado em 12 meses, 8 dos 14 locais tiveram queda na produção, com destaque para as perdas do Rio de Janeiro (-4,9%), São Paulo (-4,8%), Santa Catarina (-4,2%), Ceará (-3,6%) e Espírito Santo (-3,5%). Tiveram aumento na atividade fabril, por outro lado, Goiás (7,0%), Paraná (3,9%) e Pernambuco (3,8%).
Abaixo, notícia do Portal Terra sobre a avaliação positiva da Confederação Nacional da Indústria quanto a retomada da produção industrial;
Mesmo com a utilização da capacidade abaixo da média histórica e recuo nos empregos, a indústria encerrou o mês de agosto com forte crescimento no faturamento, de acordo com os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na série com ajuste sazonal, o faturamento real subiu 4,8% em agosto sobre julho, maior alta mensal desde fevereiro de 2011, e atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em 2005. Em índice, o faturamento está em 130,1, crescimento de 30% desde 2006 e alta de 4,83% sobre dezembro de 2012. Sobre agosto do ano passado a alta é de 7%.
Já a Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) encerrou agosto em 80,9 pontos, em estabilidade sobre julho, que teve sua leitura revisada de 81,6 pontos, para 80,9 pontos, também na série com ajuste sazonal. A média histórica, desde 2005, é de 81,52%. O Nuci apresenta tendência de queda desde fevereiro de 2011, quando marcava 83,3 pontos.
O emprego, também dessazonalizado, mostrou retração de 0,3% em agosto na comparação com julho, e caiu 1% sobre agosto de 2011. A massa salarial real também caiu no confronto mensal, cedendo 2,6%, mas sobre agosto do ano passado, apresentou crescimento de 4,6%.
Para a CNI, os dados corroboram a expectativa de recuperação que a instituição tinha e tem para a indústria nos próximos meses. "Com isso fica caracterizada uma melhora da atividade, sempre lembrando que o quadro geral que domina a economia mundial não mudou. O que mudou foram as variáveis domésticas e alguns estímulos", disse o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, ressalvando que os desafios de manter a produtividade permanecem.
De acordo com Castelo Branco, essa postura positiva da CNI decorre da mudança de ambiente macroeconômico doméstico, como a alteração da relação câmbio/ juros, e também capta alguma reação às medidas de estímulo que foram implementadas pelo governo nos últimos meses, em especial aquelas voltadas aos bens duráveis.
Para o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, quando os indicadores apontam um para cada lado, os números mais robustos são mesmo o faturamento e a renda, pois não abrem muito espaço para discussões sobre metodologia de cálculo.
Mas mesmo com esses dois fatores mostrando variação positiva no comparativo anual, Gonçalves ainda acha que é cedo para afirmar que o setor industrial entrou em um período de recuperação.
"Estamos num período angustiante. Não se sabe se essa virada é uma recuperação firme ou alguma acomodação mais leve", disse.
Gonçalves reconhece, no entanto, que faz parte da "minoria", já que a "maioria" dos analistas acredita que o Brasil crescerá 1% por trimestre daqui para frente.
De acordo com o economista, além da falta de consistência dos dados econômicos, outro fator que o deixa reticente é a própria avaliação do Banco Central (BC), que tem previsão de crescimento em 2013 para abaixo dos 4%. No Relatório de Inflação de setembro, o BC estima crescimento de 3,3% do PIB nos quatro trimestres até junho de 2013.

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