Os quase R$ 4 trilhões de investimentos que devem ser realizados
no País no quadriênio 2013/2016 é a maior cifra identificada pela pesquisa do
BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), realizada desde 2006. O
mapeamento, divulgado na terça-feira (5) pelo BNDES, foi antecipado pela
edição
do jornal O Estado de S. Paulo no dia 17 do mês passado.Fernando Puga,
economista-chefe do banco e superintendente da área de pesquisa,
afirma que a pesquisa mostra "um primeiro sinal" de retomada do
investimento. Junto com a indústria e a agropecuária, o investimento foi
vilão
do fraco desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) em 2012.Apesar de o
valor monetário do investimento previsto entre 2013 e 2016 ser
recorde, a taxa de crescimento em relação ao levantamento anterior não é
a
maior já registrada. Entre a pesquisa do quadriênio 2008/2011 e a do
quadriênio
2013/2016, o investimento deve crescer 29%.— Em 2007 e em
2008, antes da crise, a taxa era maior e os investimentos cresciam em todos os
segmentos.Hoje, no entanto,
essa tendência não é uniforme. Prova disso é que, dos 21 segmentos pesquisados,
três devem ter retração no investimento no período de quatro anos. São eles:
indústria extrativa mineral, indústria sucroalcooleira e siderurgia.A pesquisa do BNDES
considera investimentos nacionais, estrangeiros e de várias fontes de financiamento. Os dados são levantados
não só nos planos estratégicos das empresas, mas também consideram as análises
de mercado, não apenas as informações dos bancos.O ano de 2012 foi
expurgado do levantamento para não misturar o investimento projetado, explica o
economista.O grande destaque
entre os setores em termos de taxa de crescimento do investimento é o de
infraestrutura. De acordo com o estudo, serão aplicados até 2016 R$ 489 bilhões
em energia elétrica, telecomunicações, saneamento, transporte rodoviário,
ferroviário, portos e aeroportos. Esse montante é 36,2% maior em relação ao
quadriênio anterior (2008/2011). A fatia da indústria
no total investido é maior, passa de R$ 1 trilhão até 2016, mas a taxa de
crescimento é menor (22%) comparada à da infraestrutura.Paulo Godoy,
presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de
Base), observa que o resultado da pesquisa do BNDES é coerente com as projeções
feita pela sua entidade.Considerando os
mesmos segmentos da pesquisa do banco como sendo de infraestrutura, isto é,
expurgando petróleo e gás, a Abdib projeta que o investimento anual desses
setores, que somou R$ 103 bilhões no ano passado, atinja a cifra anual de R$
165 bilhões em 2016.Só a parte de
transporte e logística deve saltar de uma base anual de R$ 31 bilhões para R$
65 bilhões. — O resultado é
animador. Mas ele pondera, no
entanto, que faltam estruturas regulatórias que permitam modelagens desses
projetos para atrair especialmente o capital estrangeiro.Eventos como Copa
do Mundo e Olimpíada, por exemplo, já desencadearam investimentos de empresas
ligadas ao setor de logística. A Atlas Transportes & Logística acaba de
investir R$ 18 milhões na compra de 40 caminhões e 180 carretas.Segundo o diretor
de planejamento e marketing da empresa, Lauro Felipe Megale, o investimento é
"um pouco maior" comparado ao dos últimos anos. E um dos fatores é
que esses eventos vão movimentar a economia.
As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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