O Congresso do Equador aprovou nesta sexta-feira por ampla maioria uma lei de comunicação que regula a mídia e reduzirá a participação do setor privado por meio de uma nova concessão de frequências de rádio e TV.A iniciativa foi votada por capítulos, sendo que quatro deles foram aprovados com uma votação de 108 votos a favor, 26 contra e uma abstenção.Os três restantes foram aprovados com 110 votos a favor e 25 negativos.O texto promovido pelo movimento Aliança País (AP), do presidente de esquerda Rafael Correa, foi aprovado quatro anos depois de iniciado seu trâmite e depois que, em julho de 2012, foi suspenso o último debate.A lei estabelece uma nova concessão de frequências e licenças de rádio e televisão, atribuindo 34% para os meios comunitários, 33% para o setor público e 33% para os privados com fins lucrativos.O setor privado controla atualmente 85,5% das frequências de rádio e 71% das televisivas, segundo a Superintendência de Telecomunicações.
Da
mesma forma, a lei cria um conselho regulador, que restringirá a difusão de
conteúdos explicitamente sexuais ou discriminatórios.Essa
instância, com autoridade para punir com multas as empresas que se neguem a
retificar informações, sob o princípio de responsabilidade posterior, será
formada por cinco membros: um delegado do governo, um dos municípios, um do
Conselho da Igualdade, um dos organismos de controle da função pública e um da
Defensoria do Povo.A
lei se soma a outras medidas promovidas por Correa que tiveram impacto sobre a
imprensa desde que ele chegou ao poder, em 2007.O
presidente mantém um duro confronto com o setor jornalístico privado, ao qual
acusa de manipular a informação com o objetivo de desestabilizar seu governo.A
Constituição de 2008 impede que banqueiros possam ser proprietários de meios de
comunicação, enquanto que um referendo votado em 2010 proibiu às empresas
jornalísticas e ao setor financeiro investir em outros setores da economia.Da
mesma forma, em 2009, foi imposto o IVA sobre o papel de jornal, o que, segundo
alguns grupos jornalísticos, elevou seus custos e reduziu a circulação dos
periódicos.
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