Polícia alegou que manifestantes descumpriram acordo ao entrarem na rua da Consolação, mas negociação mostra coronel pedindo que manifestantes ficassem na avenida
Policiais atiram contra manifestantes nesta quinta-feira, em São Paulo
Uma cena presenciada pelo iG
contraria a versão da Polícia Militar sobre o motivo dos ataques a
manifestantes na quinta-feira. Segundo o coronel Reinaldo Rossi, um dos
responsáveis pela operação, os manifestantes teriam descumprido um acordo ao entrarem na rua da Consolação
. “Em razão da ausência de lideranças começaram a atirar objetos nos policiais”, disse o coronel.
No entanto, o iG
presenciou uma negociação entre líderes do protesto e o coronel Bem Hur
Junqueira Neto, outro dos responsáveis pela operação. Na conversa,
ocorrida na esquina das Consolação e Caio Prado, o coronel e um dos
líderes da manifestação fecham um acordo no qual o protesto continuaria
parado naquele local até que outro dos líderes chegasse e as duas partes
definissem os próximos passos da marcha.
“Traz ele aqui (o outro líder) para a gente
conversar. Assim que ele chegar a gente volta a conversar aqui”,
garantiu o coronel. O manifestante concordou e o coronel chegou a
elogiar o andamento da manifestação até ali. “Desta vez está pacífica”,
afirmou o militar.
Veja o vídeo abaixo:
No entanto, segundos depois, quando o coronel
ainda se afastava do local da negociação, um contingente surgiu da rua
Maria Antônia e sem aviso prévio começou a disparar balas de borracha,
bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
A ação policial transformou a região central em
uma praça de guerra. Pessoas que nada tinham com o protesto sofreram
com as explosões e com os efeitos do gás lacrimogêneo. Os conflitos se
espalharam pelos bairros dos Jardins e Higienópolis e aumentaram o clima
de animosidade entre manifestantes e polícia.
Manifestantes tomam as ruas de SP em protesto contra aumento da tarifa de ônibus. Foto: Euclides Oltramari Jr./Futura Press
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