Técnicos da troika aterrissam nesta segunda-feira em Lisboa para
começar os trabalhos prévios à oitava avaliação do resgate a Portugal, marcada
sobretudo pela ambiciosa reforma do Estado que os organismos internacionais
exigem do país. A missão oficial da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu
e do Fundo Monetário Internacional só começará no próximo dia 15 de julho,
embora nestas três semanas se espera "antecipar algum trabalho",
segundo informou o próprio Ministério das Finanças português. Em cima da mesa
está a reforma do Estado que Portugal deve realizar a pedido da troika, e que
incluirá ajustes que permitam uma economia permanente de 4,7 bilhões de euros
no gasto público, equivalente a 3% do PIB do país. Estas medidas têm que entrar
em vigor entre 2013 e 2014, e embora algumas delas já tenham sido aprovadas,
muitas das verbas que serão reduzidas ainda faltam ser processadas. O Governo
português, de sinal conservador, já antecipou que esta reforma afetará o quadro
de funcionários públicos e o sistema de previdência, embora falte concretizar
em que termos. Portugal atravessa hoje a considerada como pior crise de sua
história recente, acumula três anos consecutivos de recessão (2011, 2012 e
2013) e o desemprego disparou neste período até rondar os 18%. A aliança
conservadora que preside o Executivo defende sua gestão pela melhora da imagem
do país frente aos mercados, o que lhe permitiu diminuir os juros exigidos
pelos investidores para comprar seus títulos de dívida, e se mostra confiante
em que o crescimento voltará no próximo ano.
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