segunda-feira, 22 de julho de 2013

Show de improviso marca chegada do papa ao Rio 22/07/2013

247 - "A cidade vai criar todas as condições para que o papa possa circular à vontade", garantiu, no fim da manhã, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Pelo jeito, o prefeito do Rio não contava com o caráter informal do papa Francisco, cuja comitiva foi cercada pelas ruas do Rio de Janeiro por populares que queriam tocar no pontífice. Com pouca segurança, os fiéis se aproximaram do carro onde Francisco seguia para a Catedral Metropolitana. O papa, por sua vez, não chegou nem a fechar sua janela e até beijou uma criança.
Francisco pisou no Brasil às 16h desta segunda-feira e foi recebido pela presidente Dilma Rousseff logo que desceu do avião. Na sequência, Francisco cumprimentou autoridades como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), o prefeito Eduardo Paes (PMDB), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os ministros Antônio Patriota (Relações Exteriores), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Comunicações). Em homenagem ao pontífice, um coral de 140 crianças cantou a música oficial da Jornada Mundial da Juventude no aeroporto, enquanto ele cumprimentava as autoridades.
A aeronave que trouxe o papa Francisco para o Brasil entrou em espaço aéreo brasileiro às 14h desta segunda-feira e, às 15h, as ruas do Centro do Rio de Janeiro, por onde o pontífice desfila no papamóvel até o Palácio da Guanabara, já estavam fechadas. A presidente Dilma Rousseff vai receber o papa junto com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito Eduardo Paes. Mas o papa, que vem ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, que começa nesta terça e vai até domingo, também será esperado por manifestantes.
O grupo Anonymous Rio, que conta com 153 mil seguidores no Facebook, tem uma manifestação prevista para as proximidades do Palácio nesta segunda-feira. Uma organização de defesa dos direitos dos homossexuais também convocou seus seguidores para se reunirem no Largo do Machado e, depois, marcharem até o palácio. Há um 'beijaço' marcado para a recepção do pontífice.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, informou, contudo, que o público não terá acesso às proximidades do Palácio, localizado em Laranjeiras. Pelo menos 300 policiais patrulham o entorno do Palácio Guanabara desde o fim da manhã desta segunda. Os PMs se concentram entre as sede do governo e a sede do Fluminense. Quase todos os policiais portam escudos e, até o fim da manhã, não havia manifestantes no local.
Seguro
O papa estará totalmente seguro e poderá circular livremente pela cidade durante a Jornada Mundial da Juventude, garantiu o prefeito Eduardo Paes. Ele informou, no entanto, que a JMJ será o grande evento mais complexo da cidade do ponto de vista logístico, se comparada a outros como a Rio+20 e a Copa das Confederações, que o Rio sediou nos últimos 12 meses.
Para a jornada, são esperados milhares de visitantes, que se deslocarão pela cidade, mas outra característica contribui para o desafio da organização: "Sabemos que o papa Francisco quebra regras e isso é um orgulho para a nossa cidade, porque mostra que ele estará à vontade", disse o prefeito, que concedeu uma entrevista coletiva ao lado do arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, para dar boas-vindas aos jornalistas.
Sobre as manifestações que podem ocorrer durante a presença do pontífice, Paes disse que isso é já é esperado e que não há cidade visitada pelo papa em que não haja protestos. "A cidade vai criar todas as condições para que o papa possa circular à vontade. Ele é querido pelos católicos e por pessoas de outras religiões, e o carioca tem uma tradição de receber bem os visitantes".
O prefeito disse ainda não ter números, mas afirmou que a primeira impressão é a de que a cidade receberá uma quantidade de visitantes ainda maior do que o esperado, o que considerou bom. Em seu discurso, Paes reconheceu que a maior exposição do Rio evidencia suas contradições, mazelas e desafios, assim como suas qualidades. Apesar disso, para o prefeito, a imagem que ficará será a de uma cidade que está se desenvolvendo.
"Fica o compromisso de usar essa visita do papa como estímulo a superar os desafios e a receber o papa de braços abertos", disse o prefeito, que garantiu: "Realizaremos a melhor JMJ de todos os tempos".
Jovens
O arcebispo do Rio destacou a participação de jovens na organização da jornada, já que sua presença no Comitê Organizador Local passa de 80% dos membros. Dom Orani disse crer que o encontro fortalecerá as esperanças da população e dos fiéis, e que a jornada "vem para estender a mão a todas as pessoas que queiram construir um mundo mais justo e fraterno."
"Sabemos que existem movimentos e ideais diversificados e que nem todos pensam como nós, mas temos a mesma preocupação com a dignidade humana", enfatizou o arcebispo.
Ao lado de Paes e Orani, seis jovens católicos de diferentes partes do mundo deram testemunhos na coletiva. Entre eles estava o carioca Allan Farias, da zona norte, que é DJ e tocará música eletrônica em um dos atos culturais da programação, na Cidade do Samba. Além dele, falaram representantes da China, de Moçambique, da Argentina, do México e da Síria.
Dilma
A presidente Dilma deixou o Palácio Alvorada por volta das 13h40 em direção à Base Aérea de Brasília, onde embarcou para o Rio. Dilma presenteará o papa com uma estátua em cobre que retrata um frade com um livro nas mãos. Será o segundo encontro entre Dilma e o papa Francisco.
Em março, quando houve a cerimônia de celebração do começo do pontificado de Francisco, a presidente foi ao Vaticano e teve um encontro privado com o papa. Na ocasião, Francisco demonstrou acompanhar os acontecimentos no Brasil e lamentou a tragédia ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando um incêndio matou 242 pessoas.
Dilma deve ter um encontro reservado com o papa no Palácio Guanabra e volta ainda hoje do Rio para Brasília.
Com Agência Brasil

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