Vermelho
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) ocuparam ontem (18) as sedes dos Conselhos Regionais de Medicina do Ceará e de Pernambuco para pressionar os órgãos a agilizarem o processo e concederem o registro profissional que permitirá aos médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior exercerem a medicina no Brasil pelo Programa Mais Médicos, do Governo Federal.

"Para nós, isso é um absurdo. Os estrangeiros já estão acostumados a trabalharem em brigadas internacionais, então para eles o programa é mais uma missão do que um emprego. Como vai ficar o povo destas áreas de risco, de pobreza? Os médicos estrangeiros já estão acostumados com isso e os médicos brasileiros querem trabalhar em ‘padrão Fifa’”, ressaltou.
Com o fim do processo de adaptação e formação dos primeiros grupos de médicos estrangeiros cadastrados no Programa Mais Médicos, nesta semana, os profissionais ficam dependendo apenas dos registros para começarem a trabalhar. No entanto, ainda não há garantias de quando isso irá ocorrer.
Apesar de afirmar que o processo para concessão dos registros está em andamento e dentro do prazo do programa, o secretário do Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec), Dalgimar Bezerra, não garantiu a entrega do registro para cerca de 30 médicos estrangeiros, a maioria cubanos, nesta sexta-feira (20).
"Nós tínhamos conseguido uma liminar para não registrar os médicos, mas foi derrubada pelo Tribunal da 5ª Região em Recife. Com a derrubada da liminar, o processo [de registro dos médicos] está normal, mas estamos apelando para outras instâncias federais”, revelou.
No último dia 10, a Justiça Federal do Ceará concedeu uma liminar dispensando o Conselho Regional de Medicina do estado (Cremec) da obrigatoriedade de registrar os profissionais de medicina formados no exterior. No entanto, a liminar que impedia a atuação dos médicos estrangeiros no Ceará, pelo Programa Mais Médicos, foi derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) de Recife (Pernambuco) a pedido do governo federal por meio da Advocacia Geral da União (AGU).
Prevenção e atendimento humanizado

Um atendimento com foco na prevenção, na realidade de vida dos pacientes e na humanização da saúde, que inclui visitas domiciliares e a orientação para a mudança de hábitos, é a base do atendimento de médicos do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) formados em Cuba.
Em entrevista para a página do MST, três médicos/as brasileiros/as formados na ilha contam como é a experiência de aplicar no campo, as práticas baseadas nos conceitos cubanos. A paraense Luciana Brandão, que se formou em 2005, na primeira turma de médicos do MST em Cuba, disse que tinha "muita bagagem da teoria e prática cubana” para aplicar no Brasil, mas tinha muito que aprender no sistema brasileiro.
Fonte: Página do MST
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