sexta-feira, 22 de novembro de 2013

DILMA GANHA MAIS UMA: ÁGIO DE 293% NO GALEÃO 22/11/2013




Expectativa da presidente Dilma Rousseff de "competição forte" na disputa dos aeroportos, colocada em entrevista exclusiva ao 247, se confirma; consórcio liderado pelo grupo Odebrecht, em parceria com o grupo Changi, de Cingapura, fez proposta de R$ 19 bilhões pelo terminal internacional do Rio de Janeiro, com ágio de 293%; "o Brasil já vive o maior ciclo de investimentos em infraestrutura de toda a sua história", diz a presidente; resultado do leilão torna risível a crítica sobre desconfiança de empresários em relação ao Brasil; em Confins, disputa segue acirrada

22 DE NOVEMBRO DE 2013 ÀS 10:41

Marco Damiani - 247 - Acabam de ser feitas as propostas para os terminais aeroportuários levados a leilão nesta sexta-feira. No mais disputado, o consórcio Aeroportos do Futuro, formado pelos grupos Odebrecht e Changi, de Cingapura, apresentou proposta de nada menos que R$ 19 bilhões – o que representa um ágio de 293%. A proposta é bastante superior à dos grupos CCR (R$ 13,1 bilhões), Carioca (R$ 14,5 bilhões) e Queiroz Galvão (R$ 6,5 bilhões).

O valor é também a confirmação das melhores expectativas da presidente Dilma Rousseff, que, ontem, em entrevista exclusiva ao 247 (leia aqui), previu "competição forte" entre grupos do Brasil e do mundo pelos aeroportos nacionais. "O Brasil já vive o maior ciclo de investimentos em infraestrutura de sua história", disse ela, ao 247.

O resultado parcial do Galeão torna risível a crítica sobre a desconfiança dos empresários nacionais e internacionais em relação ao Brasil. O ágio – de 293% – fala por si. Na fase de viva-voz do leilão, os concorrentes não fizeram propostas, o que sacramentou a vitória do Aeroportos do Brasil.

Em Confins, a primeira parcial apontou liderança do consórcio AeroBrasil, composto por CCR e a Flughafen, de Zurique, na Suíça, com ágio de 27,7% e oferta de R$ 1,4 bilhão. Em seguida, houve disputa – e o mesmo consórcio elevou a proposta para R$ 1,6 bilhão, mas foi superado por Queiroz Galvão, que jogou o valor para R$ 1,7 bilhão.

Abaixo reportagem da Agência Brasil sobre o leilão:

Leilão de aeroportos tem lances de até R$ 19 bilhões


Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Acabou agora pouco a etapa de apresentação dos lances escritos no leilão para concessão dos aeroportos internacionais Antônio Carlos Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, e Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. Foram feitos cinco lances para os direitos de ampliação, manutenção e exploração do aeroporto carioca e três para o mineiro.

O maior lance para o Galeão foi do consórcio Aeroportos do Futuro, com um valor de outorga de R$ 19 bilhões. O lance mínimo era de R$ 4,82 bilhões. Para Confins, o maior lance foi do consórcio Aerobrasil, R$ 1,4 bilhão. O lance mínimo para o terminal mineiro era de R$ 1,09 bilhão.

As propostas estão sendo verificadas. Os consórcios que tiverem os três melhores lances considerados válidos poderão continuar participando do leilão na etapa de viva voz.

Juntos, os dois aeroportos movimentam 14% do total de passageiros do país, 10% da carga e 12% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro. Atualmente, o Galeão movimenta, por ano, cerca de 17,5 milhões de passageiros. O prazo de concessão será 25 anos, podendo ser prorrogado uma vez, por mais cinco anos. Segundo a Anac, a expectativa é que 60 milhões de passageiros utilizem o aeroporto em 2038, ano em que acaba a concessão.

Em relação a Confins prazo de concessão será 30 anos, também com possibilidade de prorrogação por mais cinco anos. Atualmente, o movimento é 10,4 milhões de passageiros por ano, e ao fim da concessão, a expectativa é 43 milhões de passageiros utilizando o aeroporto anualmente.

Abaixo reportagem da Reuters sobre o leilão:

Por Roberta Vilas Boas e Leonardo Goy

SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal realiza nesta sexta-feira o leilão dos aeroportos dos aeroportos Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, e Tancredo Neves (Confins), em Minas Gerais, em mais uma etapa das diversas concessões no setor de infraestrutura, com previsão de início às 10h, na sede da BM&FBovespa.

No total, cinco consórcios entregaram propostas para participar, sendo que três deles fizeram propostas tanto para Galeão quanto para Confins.

Trata-se do segundo leilão desse tipo no setor de infraestrutura aeroportuária no país, que inclui a estatal Infraero como sócia minoritária com 49 por cento dos empreendimentos. Em fevereiro de 2012, o governo federal transferiu o controle dos terminais Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) para a iniciativa privada, arrecadando 24,5 bilhões de reais.

O primeiro leilão de concessão de aeroportos, o de São Gonçalo do Amarante (RN), realizado em 2011, teve um modelo diferente, com uma concessão 100 por cento privada, ou seja, sem a participação da Infraero.

Para o leilão desta sexta-feira, cinco consórcios apresentaram proposta por Galeão (RJ) e três deles disputarão também a concessão de Confins (MG), disse à Reuters uma fonte do governo que acompanha o processo nesta semana.

Destaca-se também a presença de operadores de grandes aeroportos internacionais, como a Changi, de Cingapura, a Fraport, de Frankfurt, e a ADP, de Paris, além da espanhola Ferrovial, que administra o aeroporto de Heathrow, em Londres.

Entre os consórcios aptos a participar, a brasileira CCR associou-se à Flughafen, que opera os aeroportos de Munique e Zurique, enquanto a Odebrecht formou consórcio com a Changi, e a Queiroz Galvão se uniu à espanhola Ferrovial. Esses três consórcios entregaram propostas tanto para Galeão, quanto para Confins.

A Ecorodovias se uniu à alemã Fraport, e à Invepar, que entrou como minoritária no consórcio por já operar o aeroporto de Guarulhos. A Carioca Engenharia formou consórcio com francesa ADP e a holandesa Schiphol

Durante a abertura dos envelopes, serão lidas todas as propostas, e então, serão consideradas como ofertas ativas as três maiores por cada aeroporto ou aquelas cujo valor não seja menor que 90 por cento da maior oferta de cada terminal.

No caso dos consórcios que fizerem ofertas pelos dois aeroportos, uma das propostas será considerada inativa caso a outra seja a oferta titular. Pelas regras do governo, cada aeroporto terá um vencedor distinto.

INVESTIMENTOS

De acordo com o edital, o aeroporto de Galeão exigirá um lance mínimo de 4,828 bilhões de reais e Confins, de 1,096 bilhão de reais. O valor final do lance será pago em parcelas anuais ao longo do prazo de concessão, que é de 25 anos para o Galeão e de 30 anos para Confins.

Os investimentos estimados no aeroporto fluminense são de 5,7 bilhões de reais e no mineiro, de 3,5 bilhões de reais. Segundo a Anac, Galeão e Confins respondem juntos por 14 por cento da movimentação de passageiros e 10 por cento de carga no país.

Entre os investimentos exigidos pelo governo estão a construção de 26 novas pontes de embarque e a ampliação do pátio de aeronaves do Galeão até 2016. Em Confins, o vencedor terá que construir um novo terminal com no mínimo 14 pontes de embarque também até 2016, entre outras obrigações.

Os vencedores terão que se associar à estatal Infraero, que terá 49 por cento de participação nas futuras concessionárias.

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