sábado, 2 de novembro de 2013

Exoplaneta de lava derrete teorias astronômicas 02/11/2013


Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/10/2013


O exoplaneta Kepler-78b tem uma densidade semelhante à da Terra, o que sugere uma composição também semelhante, rica em ferro. [Imagem: David A. Aguilar (CfA)]


Terra quente

Nada como uma boa observação para ajudar a melhorar as teorias.

O exoplaneta Kepler-78b é um planeta que, pelas teorias atuais, não deveria existir.

Este escaldante mundo de lava orbita sua estrela a cada oito horas e meia, a uma distância de menos de um 1,6 milhão de quilômetros - uma das órbitas mais apertadas que se conhece.

De acordo com as teorias atuais de formação dos planetas, ele não poderia ter-se formado tão perto da sua estrela, nem poderia ter-se formado mais longe e mudado para lá porque simplesmente teria se chocado com a estrela.

Mas o Kepler-78b é interessante não apenas por desafiar as teorias, mas também por ser o primeiro exoplaneta descoberto que tem o tamanho da Terra e uma densidade semelhante à da Terra.

O exoplaneta é cerca de 20% maior do que a Terra, com um diâmetro de 14.800 quilômetros, e pesa quase o dobro do nosso planeta.

Fazendo os cálculos, ele tem uma densidade semelhante à da Terra, o que sugere uma composição também semelhante, rica em ferro.

Planeta misterioso

"Este planeta é um completo mistério," desabafou o astrônomo David Latham, do Centro Harvard-Smithsoniano de Astrofísica. "Nós não sabemos como ele se formou ou como chegou onde está hoje. O que nós sabemos é que ele não vai durar para sempre."

Pelos cálculos dos astrônomos - se esta parte da teoria estiver correta - o planeta deverá ser engolido pela estrela em um tempo relativamente curto, astronomicamente falando.

O principal problema para os teóricos é a órbita apertada do Kepler-78b.

Quando este sistema planetário estava se formando, a jovem estrela era maior do que é agora.

Isso implica que a órbita do Kepler-78b estaria dentro da estrela.

"Ele não poderia ter-se formado nesse local porque você não pode formar um planeta dentro de uma estrela. Ele não poderia ter-se formado mais longe e migrado para uma órbita mais interior porque teria ido direto para a estrela. Este planeta é um enigma," concorda Dimitar Sasselov, outro membro da equipe.

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