sexta-feira, 11 de maio de 2012

Reino Unido: Centenas de milhares de funcionários públicos contra a austeridade 11/05/2012

400 mil funcionários públicos britânicos, entre os quais 30 mil polícias, manifestaram-se nesta quinta feira contra as medidas de austeridade do governo de David Cameron, em particular contra o aumento da idade de reforma e os cortes nas pensões.
“Solidariedade com as lutas e as ocupações dos gregos” - Foto de Right to work no flickr
O governo britânico quer aumentar a idade da reforma de 65 para 68 anos, cortar nas pensões (calculando-as na média dos salários ao longo da carreira contributiva) e aumentar significativamente as contribuições regulares para a reforma (nalguns casos aumentos de 50%).
Os trabalhadores protestam e recusam as medidas que pretendem que as pessoas descontem mais para a reforma, trabalhem mais anos e recebam reformas significativamente inferiores. Para Mark Serwotka, secretário geral do PCS (sindicato dos funcionários públicos, o quinto maior do país), a amplitude do movimento confirma que a contestação às medidas de austeridade é grande.
Em Londres, os manifestantes com bandeiras vermelhas juntaram-se de manhã diante do hospital St. Thomas no centro da cidade. Milhares de professores universitários, que terão um aumento de 50% da quotização para a reforma, juntaram-se à manifestação. O aeroporto de Heathrow também foi afetado, tendo os passageiros de países não pertencentes à UE de esperar mais de hora e meia, devido à greve dos trabalhadores aduaneiros. Significativa foi a adesão de cerca de 30 mil polícias, que protestam contra os cortes e a supressão de postos de trabalho.
O governo respondeu arrogantemente como é habitual, tendo o responsável das negociações da reforma do setor público, Francis Maude, declarado que lamenta que “um punhado de sindicatos insista em convocar uma greve fútil que não beneficiará ninguém”.
Os dirigentes sindicais prometeram a continuidade da luta. Len McCluskey do Unite disse que haverão “mais greves em Juno, no fim do verão, no inverno, na próxima primavera, e assim por diante”. Mark Serwotka do PCS disse que os reformados estão a ser roubados e defendeu que as pensões do setor privado subam ao nível das do setor público, e não o contrário, frisando que o governo está a “nadar contra a maré da opinião pública” em relação às medidas de austeridade. O governo trabalhista do País de Gales distanciou-se do governo de David Cameron e apoiou os grevistas.

Fonte: Esquerda.net

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