terça-feira, 28 de agosto de 2012

Caso Assange: Reino Unido retirou ameaça de invadir embaixada, diz Correa 28/08/2012



Presidente do Equador recebeu carta do Ministério de Relações Exteriores britânico se "retratando"

Eduardo Santillán Trujillo/ Presidência do Equador

O presidente equatoriano, Rafael Correa Delgado, durante o Enlace Ciudadano, programa público de rádio e TV semanal, deste sábado

O presidente do Equador, Rafael Correa, leu neste sábado (25/08), em cadeia nacional de rádio e TV, uma nova carta do Ministério de Relações Exteriores britânico endereçada ao governo equatoriano. O documento, afirma o presidente, sublinha que “em nenhum momento houve qualquer ameaça contra a Embaixada do Equador” em Londres, onde está refugiado o fundador do Wikileaks, Julian Assange.

“Há o compromisso absoluto do Reino Unido com a Convenção de Viena [que versa sobre a inviolabilidade das missões diplomáticas], e o Reino Unido sempre age de acordo com a convenção”, diz o texto. Correa sorriu e emendou: “Ainda que seja evidente que houve uma ameaça, entendemos essa comunicação como a retratação da ameaça, a qual recebemos com alegria”.
A comunicação britânica é mais um episódio da crise diplomática entre os dois países, instalada no dia 15 de agosto. Naquela data, o chanceler equatoriano Ricardo Patiño divulgou uma ameaça do governo do Reino Unido de invadir a embaixada do Equador em Londres para prender Assange. A ação teria base em uma lei local de 1987 - não houve referência à Convenção de Viena.

Naquele momento, faltavam menos de 24 horas para Correa anunciar se concederia ou não asilo político a Julian Assange. A polícia britânica reforçou o efetivo em frente à missão diplomática. Durante a noite, de acordo com o fundador do Wikileaks, oficiais entraram pelas escadarias de incêndio do prédio. Ativistas correram para o local e registraram a movimentação.

Na sexta-feira (17/08), às 7h (horário do Equador), Correa concedeu asilo político a Assange. Ele está na embaixada desde o dia 19 de junho e não tem salvo-conduto para deixar o país. Se pisar fora da embaixada, será preso. Um grupo de advogados, liderado pelo magistrado espanhol Baltasar Garzón, estuda como obter a permissão do Reino Unido. Os britânicos, porém, já avisaram que não deixarão caminho livre para o fundador do Wikileaks.

Agradecimentos aos chanceleres

Durante o pronunciamento em rádio e TV, Correa também agradeceu o “contundente” respaldo dos chanceleres que participaram da reunião na OEA (Organização dos Estados Americanos) e aprovaram - com exceção de Canadá e Estados Unidos- um rechaço ao intento britânico de invadir a embaxada do Equador em Londres.

Na semana passada, a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) também mostraram solidariedade ao Equador em meio à crise diplomática.

O chanceler britânico, William Hague, disse que não aceita o princípio do asilo diplomático concedido a Assange. O fundador do Wikileaks é esperado na Suécia para responder sobre alegações de estupro. Ele nega as acusações.


Opera Mundi

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