segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quem exige demissão de Assad, quer violência na Síria 21/01/2013






O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Muallem, rejeitou qualquer discussão sobre a saída do Presidente, Bashar al-Assad, declarando na televisão estatal que aqueles que colocam essa condição prévia querem que a violência prossiga na Síria.
Segundo Muallem, norte-americanos e russos não chegaram a acordo durante o seu último encontro em Genebra sobre a Síria, porque "não entendem a mesma coisa por período de transição".
"O lado norte-americano persiste em colocar como condição a mudança de regime político, através da demissão do Presidente, ignorando o facto de que o comandante de um navio não salta em primeiro lugar do barco que se afunda", explicou.
"Enquanto os norte-americanos e aqueles que conspiram (contra a Síria), entre os quais alguns sírios, insistirem nesta condição, isso significa que eles querem a continuação da violência e a destruição da Síria", acrescentou.
Para o chefe da diplomacia sírio, "ninguém pode dizer quem é legítimo, o povo sírio é quem tem a decisão final, através da sua livre escolha nas urnas".
"Ninguém pode permitir-se atacar a Presidência, isso é inaceitável", frisou.
A oposição quer igualmente como condição prévia para qualquer negociação a saída de Assad, contestado desde há quase dois anos no seu próprio país e que coloca, por seu lado, como condição indispensável para qualquer transição a possibilidade de se candidatar à sua própria sucessão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio criticou também o enviado internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, já alvo de críticas das autoridades e da imprensa oficial.
No final de dezembro, durante a sua visita a Damasco, "adotou uma posição que retoma a dos Estados Unidos e do Golfo (…) que conspiram contra a Síria. Dessa forma, saiu do âmbito da sua missão e traiu a sua missão de mediador, pois um mediador não coloca um dos lados contra o outro", sustentou Muallem.
A Síria está desde março de 2011 mergulhada numa revolta popular que se transformou em guerra civil, durante a qual já foram mortas mais de 60 mil pessoas, segundo a ONU.

Agência Lusa

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