“Eu
estou [fazendo] quase a metade do caixa que fazia há um ano, e já havia crise”;
reclama Manoel Margarido, dono de una mercearia na rua atrás do Palácio de São
Bento, a residência oficial do primeiro-ministro. Segundo ele, “as pessoas
estão recebendo menos dinheiro e estão
com medo. Não gastam porque não têm ou não gastam porque querem ficar com
alguma reserva, porque não sabem o dia de amanhã”.A
avaliação da economista Manuela Silva é que as medidas do OE 2013 estão
agravando essa situação porque geram um “círculo vicioso”, que reduz a
arrecadação e dificulta o próprio ajustamento fiscal. “Essas medidas de
austeridade produzem efeitos não desejados pela própria lógica das medidas
utilizadas. As famílias viram reduzido o seu poder de compra. Logo, a atividade
econômica sofreu uma quebra, que por sua vez repercutiu nas receitas do próprio
Estado”.A
economista que também é professora do Instituto Superior de Economia e Gestão
acrescenta que a austeridade agrava a situação social em Portugal. “A pobreza
aumenta significativamente e atinge estratos sociais que até há pouco estavam
abrigados da pobreza”.“Estamos
[assistindo] a aumento das desigualdades socioeconômicas. As medidas de
austeridade não foram pautadas com objetivo de diminuir as desigualdades”,
lembra. Segundo ela, a situação se agrava por causa do desemprego, da
desvalorização do trabalho (com redução do poder de compra efetivo dos
salários) e do aumento da tributação.Segundo
o Orçamento, o Imposto de Renda para Pessoas Singulares (IRS) - equivalente ao
Imposto de Renda de Pessoa Física no Brasil – teve aumento universal de 3,5% e
as faixas de alíquotas caíram de oito para cinco, o que resultou no incremento
da cobrança do imposto, que é descontado na fonte. O economista Nuno Alves (do
Banco de Portugal) confirma que “o elevado aumento da taxa média de imposto”
acarretará na “ligeira diminuição de progressividade do imposto”.A
progressividade dos impostos (isto é, a maior incidência quanto maior a renda)
é tradicionalmente destacada pelos economistas com o medida de redução das
desigualdades. Outra estratégia são as transferências do Estado para os mais
pobres. Segundo Alves, o Estado português transfere proporcionalmente e em
valores absolutos menos recursos que os de outros países da Europa, mas é mais
justo e eficiente. “Portugal é mesmo um dos países em que as prestações em
dinheiro (excluindo pensões) são mais orientadas para os rendimentos mais
baixos”.A
avaliação de Nuno Alves descrita em estudo que acompanha o Boletim
Econômico de Inverno do BdP contraria
o argumento do governo de que é necessário “refundar” o Estado social para que
se torne mais eficiente e mais justo. Para diminuir as despesas do Estado, o
governo português deve anunciar ainda este mês corte de 4 bilhões de euros
(cerca de R$ 10,8 bilhões) - o que equivale à 5% do OE 2013.
Este blogue não concorda com o Golpe. RESISTÊNCIA JÁ A morte da Marisa, não é diferente da morte dos milhares no Iraque, invadido, na Líbia destroçada, entre outros, as mãos são as mesmas, acrescentadas dos traidores locais.
DIÁRIO DO OCUPA BRASIL link
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Austeridade fiscal diminui atividade econômica e aumenta desigualdade social em Portugal 13/02/2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário