Turquia: Erdogan descarta eleições antecipadas
Novos confrontos ocorreram sábado em Ankara,
enquanto em Istambul as manifestações sucederam-se na praça Taksim
ocupada. Manifestantes querem a demissão dos responsáveis pela repressão
e novas eleições.
A praça Taksim foi palco de manifestações diversas:ðefeministas a claques de futebol. Foto de Koray Pekozkay, via Twiter
Erdogan voltou a endurecer o tom em relação aos manifestantes, acusando a oposição de estar por trás dos confrontos e dizendo que se trata de saqueadores, vândalos e pessoas “com antecedentes terroristas”. Os ataques foram interpretados como um sinal de que a polícia se preparava para tentar desalojar a praça Taksim, o que foi desmentido pelo governador de Istambul.
"Corre, Tayyip, que vêm aí as mulheres"
Durante o sábado, sucederam-se as manifestações em Istambul. Milhares de mulheres pediram a demissão de Erdogan numa marcha pela avenida Istiklal que desemboca na praça Taksim, gritando palavras de ordem contra o sexismo e a favor da igualdade, bem como críticas à política conservadora do governo.
Alguns dos slogans usavam o humor: "Corre, Tayyip, que vêm aí as mulheres" ou "Cala-te, Tayyip, que agora falam as mulheres". O protesto recebeu muitos aplausos na avenida comercial. "As pessoas estão zangadas com o primeiro-ministro, mas as mulheres estão mais zangadas ainda, porque há dez anos que são o alvo do ataque de todos os seus discursos, como quando quis proibir o aborto", disse uma das manifestantes, citada pela agência EFE.
Outra manifestação juntou as claques de três clubes de futebol rivais, o Fenerbahce, o Galatasaray e o Besiktas, que puseram de lado as suas rivalidades e marcharam juntos para a praça Taksim. “Estamos aqui contra o fascismo, todos juntos, ombro a ombro”, disse um manifestante, citado pela Associated Press. “Na verdade, devíamos agradecer a Tayyip Erdogan por nos unir. Ele uniu o país inteiro contra ele”.
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