terça-feira, 30 de agosto de 2011

NOVA IORQUE VETA MATERIAL EDUCATIVO DE MURDOCH NAS ESCOLAS. E SEUS CONGÊNERES AQUI?

O método de jornalismo  praticado por Rupert Murdoch, ancorado em escutas ilegais e espionagem criminosa, começa a ser punido nos EUA. Thomas DiNapoli, auditor da contabilidade pública do Estado de Nova York, recusou-se a autorizar um contrato de US$ 27 milhões que o Estado tinha planejado  com o braço educacional de Murdoch , a Wireless Generation. A razão implícita é a falta de idoneidade de quem pratica  jornalismo delinquente   para fornecer material educativo à infância e à juventude. Antes mesmo da decisão de DiNapoli  sindicatos de professores já haviam batido de frente com o atual responsável pelos negócios educativos  de Murdoch,  Joel Klein, que foi cooptado diretamente do posto de diretor do sistema escolar de Nova York para fazer o meio de campo entre News Corp e as compras de material didático do Estado. 

 Enquanto isso no Brasil

O segmento educativo é a nova mina de ouro das empresas jornalísticas também no Brasil. A editora Abril é uma das mais atuantes no ramo. Em 2010 Grupo Abril anunciou a compra do Anglo - rede de educação especializada em cursos preparatórios para o vestibular -, tornando-se a segunda maior empresa do setor. O grupo criado a partir dessa aquisição deve faturar  cerca de R$ 500 milhões e já controla as operações das editoras Ática e Scipione com um portfólio pedagógico de 3,5 mil títulos. A ‘Abril Educação', equivalente a Wireless Generation de Murdoch, não é a única coincidência entre os dois grupos. A exemplo da News Corp, a Abril através da revista Veja também pratica um método de jornalismo assemelhado ao que levou ao fechamento do News of the World.  A sintonia reafirmou-se- em recente episódio em que um repórter da revista  semanal tentou instalar um equipamento de espionagem no quarto de hotel ocupado pelo ex-ministro José Dirceu, em Brasília. Uma camareira acossada pela reportagem de Veja para colaborar na invasão denunciou o método criminoso de jornalismo que, desta vez,  foi abortado. O MEC  e o governo de São Paulo, que tem suculentos contratos com a Abril Educação, bem como a UNE e sindicatos de professores não se manifestaram sobre o episódio.
 
 
(Carta Maior; 3º feira, 30/08/ 2011)
 

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