quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Rentismo critica corte no juro que devora R$ 114,5 bi do orçamento de 2012. 
 
Meu comentário: Entenda-se rentista como capital ficítcio, como especulador, como assassino econômico.

Orçamento federal para 2012 prevê um total de investimentos públicos de R$165,3 bilhões. Os gastos com o juro da dívida pública vão consumir  R$ 114,5 bilhões ( isso apenas para o superávit primário, sem considerar amortizações e rolagem). O demonizado salário mínimo de R$ 619,00 previsto para 2012, um reajuste de 13%, em nome do qual se acena com o fantasma do descontrole das contas públicas, custará  à União menos que 12% ( R$ 13,3 bi) do total de recursos devorados pelos rentistas. Com uma diferença importante: beneficiará 19 milhões de aposentados e pensionistas que robustecem o mercado interno de massa num horizonte de recidiva da recessão mundial. Apesar da equação favorável a banda rentista e seu tambor midiático criticaram a decisão acertada do Banco Central, que ontem cortou em meio ponto a taxa básica de juro do país, trazendo-a para a 12%.O BC  ao contrário da ortodoxia cega deve ter lido o artigo de Martin Wolf, economista neoliberal e respeitado analista do Financial Times, que avaliou assim o quadro da crise mundial em sua coluna de 30-09: "  ...a tomada de consciência de que nem os EUA nem a região do euro podem criar condições para uma rápida recuperação do crescimento - ou pior, da paralisante divergência sobre quais seriam essas condições - é assustadora (...). Os riscos de um círculo vicioso, saindo dos fundamentos econômicos ruins aos erros de política, passando pelo pânico e depois voltando aos maus fundamentos, são grandes, no caso de mais retração econômica no futuro (...) Outra reversão da economia agora certamente seria um desastre. A chave, certamente, é não lidar com uma situação tão perigosa como esta dentro dos limites do pensamento convencional".
 
(Carta Maior; 5º feira, 01/09/ 2011)

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