Importação de tecnologia
O Brasil ainda não lançou o satélite de observação Amazônia 1, previsto inicialmente para abril de 2010, por falta de domínio tecnológico.
E o país já se prepara para outra missão: lançar um satélite geoestacionário para comunicações até 2014.
A tecnologia e o satélite terão que ser importados, mas o governo pretende inserir no contrato uma cláusula de transferência de tecnologia.
"Já foi consagrado que nada será feito sem que haja transferência de tecnologia. Não vamos comprar satélite pronto. Ele não pode ser feito sem a participação da indústria brasileira," afirmou José Monserrat Filho, da Agência Espacial Brasileira (AEB).
À míngua
É a alternativa que resta, depois de um "programa espacial brasileiro" que nunca decolou, deixado de lado por governos seguidos.
Questiona-se inclusive se o Brasil teria pessoal adequado e suficiente para absorver essa tecnologia, uma vez que os técnicos do programa são os mesmos que o idealizaram, algumas décadas atrás e estão prestes a se aposentar.
Segundo Monserrat, a fabricação do satélite deverá envolver uma parceria com um consórcio nacional que tende a ser formado pela AEB, Telebrás, Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Força Aérea Brasileira (FAB) e Embraer.
Por enquanto é só uma ideia. Na verdade uma ideia que ainda não foi posta no papel: segundo Monserrat, o edital para a contratação do fabricante ainda não foi preparado.
Apesar da intenção de nacionalização da tecnologia, não está definido se o satélite deverá ser lançado do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, ou mesmo se um foguete brasileiro o levará ao espaço.
Mas os recursos já estão previstos: o Plano Plurianual 2012-2015 (PPA) prevê que o lançamento do satélite deve custar R$ 716 milhões.
Satélite geoestacionário
Os satélites geoestacionários deslocam-se à mesma velocidade da Terra, ficando como se estivessem estacionados em um ponto da órbita. O satélite brasileiro ficará a 35,7 mil quilômetros acima da Linha do Equador.
O equipamento servirá para a ampliação da oferta de banda larga em áreas remotas do país e também para fins militares.
Além do satélite geoestacionário de comunicação, o PPA prevê o desenvolvimento dos satélites sino-brasileiros de observação Cbers 3 (no próximo ano) e Cbers 4 (até 2016).
Outros projetos de satélites terão que esperar um novo PPA. São eles:
- 2017 - Satélite Lattes, para experiências científicas;
- 2018 - Satélite Amazônia 1, apenas com peças fabricadas no Brasil;
- 2020 - Satélite de Medida de Precipitação, que será desenvolvido em parceria com os Estados Unidos;
- 2021 - Satélite Radar, em parceria com a Alemanha;
- 2021 - Satélite Sabiá Mar.
Complexo
No total, o desenvolvimento e lançamento desses satélites custará mais de R$ 2,5 bilhões.
Além dos satélites, a política espacial no PPA, sob a rubrica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, inclui mais R$ 825 milhões até 2018 para a implantação do complexo espacial de Alcântara.
O lançamento de satélites brasileiros geoestacionários começou com o satélite Brasilsat A1 (1985) da Embratel, à época uma empresa estatal.
A ele seguiram-se o Brasilsat A2 (1986), o Brasilsat B1 (1994), o Brasilsat B2 (1995) e Brasilsat B3 (1998). Todos foram desenvolvidos com tecnologia norte-americana ou canadense e lançados da Base de Kourou, na Guiana Francesa, pelo foguete europeu Ariane.
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