DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Milhares de pessoas foram às ruas de cidades do mundo todo neste sábado (15) em um dia global de protestos contra a elite financeira, a desigualdade econômica e o socorro aos bancos em detrimento das populações dos países endividados, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. A onda de protestos global, sob o lema "United for globalchange" (Unidos por uma mudança global, na tradução livre), faz parte da iniciativa internacional convocada para 951 cidades de 82 países e reforçam o movimento Occupy Wall Street (ocupação de Wall street, em tradução livre), que mobiliza Nova York há quase um mês.
As mobilizações em Roma, na Itália, foram as mais violentas devido aos confrontos entre a polícia e centenas de manifestantes que transformaram as ruas da capital italiana em uma espécie de batalha campal durante mais de quatro horas. Dezenas de pessoas ficaram feridas, entre manifestantes e policiais, segundo a polícia.
A polícia recorreu ao uso da força para dispersar manifestantes, que partiram para o vandalismo e incendiaram veículos, atacaram bancos e estabelecimentos comerciais e jogaram pedras e pedaços de madeira durante uma manifestação contra o sistema financeiro em Roma.
Cerca de 2.000 manifestantes ligados ao movimento Occupy Wall Street fizeram uma passeata pelo centro financeiro de Nova York antes de outra prevista em Times Square em meio a protestos globais para denunciar a desigualdade econômica.
Os manifestantes entoavam frases de efeito como "Nós fomos vendidos, bancos foram resgatados", "Todo dia, a semana inteira, ocupar Wall Street" e "Ei, Ei, Ho, Ho, a ganância corporativa tem que acabar" enquanto marchavam pelas ruas da área chamada Lower Manhattan.
Manifestações como o movimento de rua Occupy Wall Street aconteceram em várias cidades norte-americanas e do Canadá no sábado. A elas seguiram-se manifestações mundiais que começaram em Auckland, na Nova Zelândia, e se espalharam pela Europa.
Centenas de manifestantes se reuniram em Washington, capital norte-americana, assim como na canadense Toronto, de maneira pacífica durante o sábado.
Os manifestantes em Nova York estavam a caminho de Times Square para uma passeata prevista para o final da tarde, numa região tipicamente lotada de turistas e fãs dos teatros da
Broadway.
Cerca de 40 mil pessoas fizeram uma passeata em Portugal e centenas conseguiram furar um bloqueio policial em volta do parlamento em Lisboa e ocupar suas escadarias de mármore.
Foi um dos maiores protestos recentes no país e ele se seguiu ao anúncio do governo na quinta-feira de que adotaria uma série de novas medidas de austeridade.
Mais de 20.000 pessoas protestaram em Lisboa, da praça Marquês de Pombal, até o palácio São Bento, que acomoda a Assembleia Nacional.
"Esta dívida não é nossa" e "FMI, saia daqui agora!" eram alguns dos gritos de guerra entoados pela multidão.
Um grupo de jovens invadiu o parlamento gritando "Invasão!", "Invasão!", mas a tropa de choque da polícia conseguiu manter a situação sob controle.
Outras 20.000 pessoas também fizeram uma passeata no Porto, a segunda maior do país.
As medidas de austeridade incluíram cortes de salário no setor público, o que enfureceu trabalhadores em todo o país.
Endividado, Portugal aumentou impostos e cortou o orçamento para cumprir com as metas fiscais impostas pelo plano de ajuda de 78 bilhões de euros concedido pela União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No Brasil, cerca de 150 pessoas se reunem na tarde deste sábado na Cinelândia em apoio às manifestações em Wall Street.
O grupo formou um círculo na calçada, onde pessoas discursaram, fazendo críticas ao capitalismo e ao sistema financeiro. Os manifestantes exibiram faixas contra a corrupção e lembraram as manifestações no mundo árabe.
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