domingo, 2 de outubro de 2011

#OCCUPYWALLSTREET (A primeira convocação) 02/10/2011

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

#OCCUPYWALLSTREET


Ver também
30/9/2011 – Chris Hedges, Commondreams, #OccupyTogether: Eles são os melhores de nós 
29/9/2011, DJ Pangburn The Occupy Wall Street Journal

Nesse momento, está em andamento uma mudança na tática revolucionária, que abre novas vias para o futuro. O espírito dessa nova tática, uma fusão da Praça Tahrir e das acampadas da Espanha, está sintetizada na frase abaixo:

“O movimento antiglobalização foi o primeiro pé na estrada. Antes, nosso modelo era atacar o sistema como uma matilha de lobos. Havia um macho alfa, um lobo que liderava a matilha, e os que o seguiam. Agora, o modelo evoluiu. Hoje, somos um enxame de gente.” [Raimundo Viejo, Universitat Pompeu Fabra, Barcelona, Espanha]

A beleza dessa nova fórmula, e o que torna excitante a nova tática, é a simplicidade pragmática: nos falamos, uns com outros, nas mais variadas reuniões presenciais e em assembleias populares virtuais… Começamos por definir qual será nossa demanda número 1, uma demanda que desperte a imaginação e que, se alcançada, nos lançará na direção da democracia radicalizada do futuro. E então, saímos e tomamos e ocupamos uma praça de significado simbólico e pomos a bunda na rua, para fazer acontecer.

É chegada a hora de empregar esse novo estratagema contra o principal corruptor de nossa democracia: Wall Street, a Gomorra financeira dos EUA.

Dia 17 de setembro, queremos ver 20 mil pessoas tomando a Manhattan de baixo, com tenda, cozinha de rua, barricadas pacíficas, para ocupar Wall Street durante alguns meses. Uma vez lá, temos de repetir uma única demanda, que terá de ser formulada em poucas palavras bem claras e repetida por uma multidão de vozes.

Tahrir aconteceu em boa parte porque o povo do Egito formulou um ultimatum claro – “Fora Mubarak” – e repetiu-o sem parar, até a queda de Mubarak. Seguindo esse modelo: qual é nossa demanda n. 1? Como podemos formulá-la de forma descomplicada e clara?

A primeira demanda que começa a configurar-se como candidata mais excitante a nossa demanda n.1 vai ao coração do por que o establishment político dos EUA chegou a um ponto em que já nem se pode chamar de democracia: exigimos que Barack Obama crie uma Comissão Presidencial com a missão de pôr fim à influência do dinheiro sobre nossos representantes em Washington. É tempo de DEMOCRACIA, não de dinheirocracia, onde só as grandes empresas mandam. Estamos fartos disso. A dinheirocracia acabou com os EUA.

Essa demanda parece capturar o sentimento atual nos EUA, porque acabar com a corrupção em Washington é coisa pela qual anseiam todos os norte-americanos, da direita e da esquerda, uma demanda que todos podem apoiar. Se nos plantarmos lá, 20 mil homens e mulheres, semana após semana, sem arredar pé, resistindo a todos os ataques da Polícia e da Guarda Nacional para nos expulsar de Wall Street, Obama não poderá nos ignorar. O governo dos EUA será forçado a optar publicamente entre servir ao povo ou servir ao lucro das grandes empresas.

Pode ser o começo de toda uma nova dinâmica social nos EUA, um passo adiante do movimento Tea Party, o qual, em vez de ser apanhado despreparado e desprotegido na atual estrutura de poder, nós, homens e mulheres, começaremos a andar para conseguir o que queremos: seja o desmonte imediato de pelo menos metade das mil bases militares que os EUA têm ao redor do mundo, seja a reaplicação da Lei Glass-Steagall de reformas bancárias para controlar a especulação, de 1933, seja o fim da lei segundo a qual se você participar de três greves, você está demitido pelos empresários criminosos. Começando com uma demanda simples e clara – uma comissão presidencial para separar dinheiro e política – começaremos a construir a agenda para EUA novos, diferentes do que hoje há.

Distribua esse postado, escreva comentários, distribua para sua rede e ajude a dar a partida. Reproduza nossa demanda n. 1. E, em seguida, pegue sua barraca e sua coragem e parta para ocupar Wall Street, num 17 de setembro de vingança.

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