sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PNUD mostra melhoria consistente do Brasil, mas omite avanços dos últimos anos 03/11/2011

Ministra Tereza Campello comenta relatório do Pnud sobre Índice de Desenvolvimento Humano. Foto: Renato Araújo/ABr
O governo brasileiro considerou positivo o relatório do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no qual o Brasil ocupa a 84ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O documento, segundo a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, comprova que as políticas sociais avançam, no país, de forma “consistente e sistemática”. No IDH 2011, que reúne 187 países, o Brasil subiu uma posição em relação ao ano passado.
“Ano a ano, o Brasil tem conseguido avançar nos indicadores de desenvolvimento humano e isso é motivo de comemoração. O relatório mostra que a construção das políticas sociais do governo federal, estados e municípios avança de forma consistente e sistemática”, afirmou a ministra.
Ela ressaltou, no entanto, que os cálculos do Pnud para o IPM (Índice de Pobreza Multidimensional) não consideraram os dados referentes à política de valorização do salário mínimo, ampliação do Bolsa Família, fortalecimento da agricultura familiar e luz no campo a partir de 2006. Segundo a ministra Tereza Campello, se tivessem sido incorporados ao relatório, os resultados do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e do Luz para Todos, por exemplo, teriam tido forte impacto no desempenho do Brasil no IPM. No caso do Pronaf, ela lembrou, os recursos investidos na agricultura familiar saltaram de R$ 2 bilhões em 2003 para os atuais R$ 16 bilhões.
“O Brasil avançou muito em políticas reconhecidas no mundo todo. De qualquer forma, o relatório é muito positivo.”
Os dados do IDH são atualizados além de 2006, diferentemente do IPM, mas o Pnud não usa os dados oficiais do Brasil nem revela a metodologia usada. A instituição incorpora no índice, por exemplo, a expectativa de vida para 2011, mas esse dado não existe oficialmente no Brasil, que teve a última estimativa em 2008.
Ao longo dos últimos anos o governo brasileiro tem insistido com o Pnud para que as estatísticas oficiais sejam incorporadas no cálculo, a exemplo do que a instituição já faz com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). No início de 2011, quando o governo foi informado sobre a estrutura dos capítulos que comporiam o relatório e sobre os indicadores que seriam usados, as autoridades brasileiras insistiram junto ao Pnud para que esses indicadores que viessem a ser usados fossem os oficiais do Brasil. O relatório completo somente chegou aos ministérios no fim da semana passada, sem o atendimento do pleito.

A ministra do Desenvolvimento Social, por outro lado, comemorou o destaque dado pelo Pnud às políticas de sustentabilidade ambiental adotadas pelo Brasil. Além da expansão do acesso à água e ao saneamento, o relatório sustenta que 98% das famílias têm acesso a combustível moderno para cozinha. Na matriz energética brasileira, há forte presença de energias renováveis, diz o documento. Outro destaque importante é que o Brasil é exemplo de país que investe na preservação da biodiversidade.
“Esse é um dado que podemos levar para a Rio + 20: o casamento das ações sociais com as políticas de sustentabilidade ambiental”, disse Tereza Campello.

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