Do lado acadêmico, o professor Marcelo Néri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas; do lado comercial, Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza, e Debora Wright, diretora da Lojas Renner.
O que dizem, portanto, não é só teoria, é a prática, refletida nos dados de pesquisas e no faturamento das registradoras.
E são unânimes em reconhecer que a multidão que se agregou ao mundo do consumo nos últimos anos precisa ser entendida e atendida em suas aspirações.
“Eles querem casa, carro, computador e carteira de trabalho que, talvez, seja o grande símbolo de ascensão no Brasil e por isso acho que essa classe se sustenta no crescimento”, diz Marcelo Neri.
“São pessoas que ficaram muito tempo à margem do consumo, sem uma boa TV, uma boa geladeira – nunca se vendeu tanta TV LCD como no ano passado, mas ainda há muito espaço -, enquanto nas demais classes 26% têm TV LCD, na classe C apenas 7% têm”, completa Luiza Trajano.
Bom, se nossos empresários de comércio – e de serviços – não se emprenharem pelos ouvidos com as previsões catastrofistas da mídia, devem estar se preparando para o imenso aporte de dinheiro que o reajuste do salário mínimo vai injetar na economia
Só os beneficiários da Previdência Social que recebem um salário-mínimo são 19 milhões. Se considerados os empregados com salário mínimo, ou prestadores de serviços com remuneração a ele vinculados, o número supera 50 milhões de pessoas que, a partir de janeiro, terão um rejuste em suas rendas de cerca de 14%, ou algo como R$ 76 mensais.
Isso quer dizer que, só diretamente aí serão R$ 4 bilhões injetados, de uma só vez, no consumo mensal. Se contarmos os efeitos indiretos, de muitos rendimentos ao mínimo, isso pode dobrar. O que, sozinho, representa um aumento de algo entre 4 a 5% de todo o consumo do país.
A pesquisa do Datapopular que a gente reproduz no gráfico mostra para onde este dinheiro irá.
Resta saber se o empresariado brasileiro quer vender de maneira acessível ao povo – e o nosso sistema financeiro entender que não pode segurar lá em cima os juros, quando a economia do mundo afunda – ou ficar no chororô dos comentaristas econômicos
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