sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sem-teto aderem ao 'Occupy Wall Street' 04/11/2011

Do iG

Sem-teto ocupam acampamentos de protesto nos EUA

Presença de manifestantes e sem-teto no mesmo espaço deu um foco mais político ao movimento contra o sistema financeiro

The New York Times, de Los Angeles
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Robert Gaffney, que veio de Oklahoma para Los Angeles há dez anos, se estabeleceu em um pedaço de estopa sobre uma colina gramada em frente à prefeitura, examinando as tendas e a multidão que compõem o movimento de protesto "Ocupe Los Angeles".
Para muitos de seus vizinhos no City Hall Park, a praça em frente à prefeitura de Los Angeles, este é um centro de protesto e reclamação política. Para Gaffney, ele é o mais recente pedaço de terra que ele chama de lar.
É, segundo ele, mais confortável do que a calçada de concreto de Hollywood em que ele viveu nos últimos meses. Também é mais seguro do que Skid Row, a colônia sem-teto localizada a apenas alguns quarteirões de distância.
"É diferente aqui", disse Gaffney, de 31 anos. "Eu consigo dormir. Tenho conversas interessantes". Ele segurava um par de meias sujas. "Mas eu ainda não descobri como lavar a roupa."
De Los Angeles a Wall Street, de Denver a Boston, os sem-teto juntaram-se aos manifestantes em grande número, ou pelo menos se estabeleceram ao lado deles durante a noite. Ali há alimentos, banheiros, segurança, companhia e muita atividade para passarem os dias.
"Quando as barracas foram armadas, todos mudaram para lá", disse Douglas Marra, um sem-teto de Denver. "Todos sabiam que conseguiriam coisas de graça."
Mas sua presença está gerando um dilema para os manifestantes e as autoridades.
Em Atlanta, no sábado, os manifestantes que foram expulsos do Parque Woodruff pela polícia simplesmente se mudaram para o abrigo sem-teto Peachtree-Pine, em um sinal de reconhecimento da causa dos 600 moradores de rua que protestam ao seu lado. Isso deu à manifestação um foco mais político e não por acaso expandiu seu tamanho.
"Os sem-teto aumentam o tamanho do protesto", disse Alex Smith Jr., de 50 anos, um ex-reparador que mora no abrigo e se juntou aos protestos. "Eles trazem uma voz."
Mas em outros lugares, os manifestantes falam sobre se sentirem ameaçados por causa da presença de pessoas desabrigadas.
"Há muitos deles aqui que têm problemas mentais e que precisam de ajuda. Eles estão no lugar errado", disse Jessica Anderson, de 22 anos, que também é sem-teto, sentada com os amigos na região do protesto em Los Angeles. "Eles têm criado mais problemas. Um cara apareceu na noite passada e não queria se calar: dizendo todo tipo de coisa louca a noite toda."
(Por Adam Nagourney)

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